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História Algo a Temer - A Enchente


Escrita por: LFAL

Notas do Autor


A chuva tinha passado dos limites,
Agora outro problema tinha surgido para os sobreviventes...
Como será que eles lidariam com isso?

Capítulo 14 - A Enchente


- Capítulo Quatorze

 

“A Enchente”

 

 

 

       

            Os sobreviventes acordaram mais cedo que o raiar do sol.

            A maioria deles já estava a postos, perambulando pela casa.

            A notícia de que existia outro grupo de sobreviventes em Palmares (e grande por sinal) animou algumas pessoas e assustou outras.

            Depois do café da manhã, Luiz, Paulo e Isaac se arrumaram para sair.

            Cada um tinha sua própria bolsa, carregavam suas pistolas e portavam uma arma branca.

            Luiz estava na varanda, olhando para o céu ainda acinzentado e conferindo os objetos que levaria para o resgate.

            - E aí? Já está pronto? – indagou Isaac, enquanto subia as escadas.

            - Sim, só tava guardando o pente de munição da minha arma... – respondeu ele, fechando o zíper da mochila de costas.

            Isaac sentou em uma das cadeiras da varanda e suspirou.

            - Só iremos nós três?

            - Não... Cláudio irá conosco! – a expressão de Isaac foi de surpresa.

            - Porque aquele cara vai com a gente? Ele é problema e você sabe disso! – exclamou o militar, colocando sua bolsa ao lado dos pés.

            - Ele não vai mais voltar. Nós vamos dar alguns suprimentos e mandá-lo partir! – Luiz não aparentava estar muito confortável com aquela situação. Ele não queria fazer aquilo, porém Cláudio não deu escolha.

            - Eu sei que é difícil... e saiba que te apoio. Existem homens que não nasceram para viver em comunidade, esses são os casos de estupradores, assassinos, psicopatas... melhor que fiquem presos ou sejam exilados! – comentou Isaac, tendo um flashback na cabeça sobre o ocorrido com Daniel.

            - Estupradores, assassinos a sangue frio e psicopatas não merecem viver. São pessoas que precisam ser eliminadas para o bem maior... eu penso assim! – afirmou Luiz Araújo, colocando a mochila nas costas e se espreguiçando.

            - Então... vamos logo!

            Os dois rapazes desceram as escadas e encontraram quase todo mundo reunido na sala.

            - Bom dia, gente! – cumprimentou Luiz, falando baixo para evitar chamar tanta atenção.

            A maioria cumprimentou de volta e voltaram aos seus afazeres.

            Sarah e Maria lavavam os pratos do café da manhã (por incrível que pareça as caixas d’água não foram necessárias até o momento, pois a água ainda chegava nas torneiras), Amanda, Carla, Luíza e Júlia dividiram a casa em partes iguais para cada uma varrer e passar pano, Gilberto e Alana já estavam montando guarda na calçada da rua e os homens restantes se preparavam para partir.

            - Temos uma porrada de coisa pra fazer... não sei se isso é tão urgente assim! – reclamou Paulo, de calça jeans preta e moletom azul escuro.

            Pior que ele tinha razão: o portão principal do condomínio ainda não tinha sido ajeitado. A segurança da casa em que estavam era ótima, porém todos tinham que se amontoar nos quartos, e isso incomodava muito.

            - Eu sei... precisamos organizar esses pequenos problemas urgentemente. Vou falar com Gilberto para caminhar junto com Alana e os dois procurarem um portão em alguma dessas casas que caiba na entrada. Não precisa ser perfeito, só precisa mesmo ficar fechado! Além disso, se resgatarmos esse novo grupo e trazê-los para cá, precisaremos nos dividir em duas casas! – falou Luiz, coçando o queixo.

            - “Se” resgatarmos e “se” voltarmos vivos, né? – ironizou Paulo, guardando a Imbel GC na parte de trás da calça.

            - Porra, Paulo... não tem essa de “se”! Nós VAMOS voltar! – afirmou Isaac, soando convencido.

            Mas aquelas palavras ditas pelo militar serviram de motivação para o grupo, agradando muita gente com a pontada de esperança.

            Cláudio visivelmente era o menos satisfeito com tudo aquilo.

            Ele já pressentia que alguma merda iria acontecer consigo mesmo.

            E estava certo.

...

 

            Amanda foi até Isaac e deu um abraço tímido nele, com muita vontade de receber mais um beijo, porém o militar não o fez.

            - Você não... está se esquecendo de nada? – perguntou a médica, encostada na parede do terraço e olhando timidamente para ele.

            - Não gosto de me despedir. Sinto que se eu fizer isso é porque será a última vez que vou te ver. E eu não quero que seja... – respondeu ele, fazendo Amanda corar.

            A médica não se aguentou e deu um selinho no militar, que retribuiu beijando a testa da moça.

            Os dois trocaram alguns sorrisos e ele entrou no carro de Paulo, sentando no banco traseiro, ao lado de Cláudio Paiva.

            - E vocês dois? Vão fingir ainda? – indagou Amanda Nakamura, olhando para Carla e Luiz.

            Ninguém suspeitava que eles estivessem tendo um caso, somente a médica, que já sabia da história e viu algumas coisas.

            - Nós não...

            Antes que Luiz Araújo pudesse negar ou afirmar, Carla o abraçou e o beijou rapidamente.

            O rapaz se sentiu tão envergonhado que se tivesse como, se esconderia.

            - Bem... agora não é mais segredo pra ninguém... – citou ele, sorrindo e tentando esconder a timidez.

            - Ah que coisa mais linda, mas que coisa tão fofa... agora os dois viadinhos apaixonados podem entrar no carro e sair logo daqui? – resmungou Cláudio, irritando ainda mais todo mundo ao seu redor.

            - Que cara chato da porra... – cochichou Isaac, que estava na janela perto de Amanda e Carla.

            - Verdade... Bem, boa sorte pra vocês! Tentem voltar inteiros, estaremos orando aqui! – disse Amanda, sentada em uma das cadeiras do terraço.

            Paulo se sentou no banco do passageiro e deixou Luiz Araújo dirigir.

            O rapaz deu a partida na ignição e saiu da garagem.

            Eles finalmente iriam descobrir o que aconteceu com o grupo da rádio.

...

 

            A rodovia federal estava alagada.

            A intensa chuva dos dias anteriores tinha feito aquilo.

            Palmares era uma cidade que já tinha problemas históricos com enchentes, e mais uma vez aquilo se repetia.

            Em Junho de 2010, uma grande enchente inundou a cidade quase toda, alagando os maiores bairros, o centro e chegando a atingir o primeiro andar de várias casas.

            O Rio Una, que passava dentro da cidade, era entupido de entulhos e lixo, e nas primeiras chuvas já começava a transbordar.

            Algumas medidas foram feitas ao longo do tempo, mas nada bom o suficiente para acabar com isso de vez.

            Mesmo sendo uma tempestade fora de época e totalmente estranha, aquilo foi o suficiente para inundar a cidade novamente, e como o condomínio em que os sobreviventes estavam era no alto de uma montanha, eles não tiveram ciência da inundação.

            - Puta que pariu! – xingou Paulo, assustado com o nível e a correnteza da água do rio, que subia a cada vez mais.

            A rodovia passava a uns quinze metros de distância para o Rio Una, e se ele começara a transbordar, ela seria uma das primeiras partes a se inundar.

            A água barrenta e amarelada já se encostava ao pára-choque do Golf de Paulo, que não era um carro tão alto quanto a SW4.

            - Que merda de ideia da gente ter vindo no Golf... a SW4 daria conta direitinho de uma situação dessas! – reclamou Paulo mais uma vez.

            - Porra... verdade! Não vamos conseguir chegar à Cohab I desse jeito! Precisamos ir pela entrada principal de Palmares, a qual Isaac foi pela primeira vez quando precisou buscar os medicamentos, lembra? Depois dali chegaremos na Sulanca, com isso entramos à esquerda e chegamos na Cohab I. O caminho não é tão longo, mas estará inundado. O carro não conseguirá nos levar até lá! – disse Luiz Araújo, estacionando o veículo na banqueta do outro lado da pista, o mais longe possível do rio.

            - A nossa melhor aposta é ir andando. A chuva daqui a pouco voltará e nosso barulho será encoberto por ela. Além disso, tenho certeza que não tem quase nenhum infectado perambulando pelas ruas. Já amanheceu e com essa água toda, eles devem ter se escondido! – afirmou Isaac Afonso, abrindo a porta do carro.

            Todos os homens desceram também e trancaram o veículo.

            - Eu realmente espero que a água não suba mais que isso... eu amo esse carro, e não quero perdê-lo! – falou Paulo, dando duas tapinhas de leve no capô.

            - É só um carro... e você destruiu o meu, lembra?

            - Porra, Luiz... foi por uma boa causa! Eu te salvei! Ou preferia estar com o carro novinho em folha e com a cabeça esmagada pelo gigante?

            Luiz Araújo sorriu e os rapazes continuaram andando.

            A entrada principal de Palmares estava próxima, já dava até para ver a placa de boas vindas da cidade.

            Os pés deles se arrastavam pela água lamacenta e suja.

            O nojo que Paulo sentia era imenso, já Isaac não se importava tanto, pois parte de seu treinamento foi em rios mais sujos ainda que aquele.

            Os quatro homens chegaram na entrada e pararam repentinamente.

            - O que foi? – indagou Cláudio, estranhando aquilo.

            - É aqui que nos separamos. – disse Luiz, friamente.

            Por pouco tempo Cláudio não entendeu o que ele quis dizer, mas logo depois compreendeu.

            - Vocês estão me expulsando... eu sabia que não me trouxeram à toa... eu sabia... – falou ele, ficando nervoso.

            - Vocês sabem que eu...

            Antes que Cláudio pudesse terminar a frase, Luiz Araújo sacou sua pistola.

            - Não é um pedido. De jeito nenhum. É uma ordem. Vá. Vá e não volte mais. E sinta-se feliz por ter esse direito... – ordenou Luiz, segurando firme a arma, com a mão ainda abaixada.

            Cláudio começou a se desesperar, pois sabia que não teria jeito de mudar a cabeça deles.

            - Por favor... me deixem ir com vocês... eu não... farei nada de ruim mais! – implorou ele, com os olhos ficando vermelhos.

            - Não. Vá embora. Se seguir a rodovia em frente você irá ao sentido de Caruaru. Se virar à esquerda, seguirá para Maceió. Não me importo para onde você vai, mas quero que vá. Não me faça falar isso de novo!

            O ex-boxeador deixou algumas lágrimas caírem, mas mesmo assim os três rapazes foram irredutíveis.

            - Tudo bem, tudo bem... eu vou... mas lembre bem da minha promessa: um dia vou voltar e tirar tudo o que é seu, expulsá-lo de sua moradia, matar as pessoas que você ama e lhe humilhar... lembre-se dessas palavras! – ameaçou Cláudio, enquanto chorava.

            Luiz Araújo se irritou e apontou a arma para a cabeça do homem.

            - Vá antes que eu mude de ideia e te mate aqui mesmo. Não vou repetir mais, estou te dando uma segunda chance. Desapareça!

            Cláudio engoliu em seco, virou de costas e começou a caminhar.

            Os três restantes ficaram olhando até o ex-boxeador desaparecer de vista.

            Eles sabiam que aquilo precisava ser feito.

            Contudo, Luiz Araújo sentiu um grande pesar no coração.

            Não era fácil condenar alguém à solidão daquela maneira.

            Definitivamente não era fácil.

...

 

            Os três continuaram caminhando dentro da água lamacenta até alcançar a ponte que dava acesso à Sulanca.

            O rio estava violento.

            Por enquanto a água batia em seus joelhos, mas em pouco tempo a correnteza poderia arrastá-los.

            A chuva voltou com força, e o temporal recomeçou.

            “RUMBLEE”

            As trovoadas ecoavam por entre a cidade vazia e assustavam os sobreviventes.

            O que importava era que eles sabiam que estavam perto da sede da rádio.

            - Pra onde devemos ir? – perguntou Paulo, tentando se manter o mais perto possível dos dois companheiros.

            - Na frente da Sulanca iremos entrar na primeira rua à esquerda, depois de alguns metros, entraremos na rua da quinta esquina, aí vamos dar uma boa procurada e encontrar a sede. Vai dar tudo certo! – contou Luiz, apontando para o pátio de eventos da Sulanca.

            Os três homens caminharam até alcançar a calçada da direita e ficaram embaixo de um ponto de ônibus coberto.

            A chuva estava tão forte que os ensopou e, além disso, as gotas estavam tremendamente geladas.

            - Puta merda... vamos adoecer assim! – resmungou Isaac, espremendo a camisa molhada.

            - Tá foda...

            “AAAAH...”

            Um grito feminino agudo ecoou por toda a rua, seguido por um longo e sofrido choro.

            - Meu Deus... o que é isso... – cochichou Luiz, puxando a pistola da cintura e apoiando-a firmemente nas mãos.

            - Alguma mulher está chorando! Se continuar gritando desse jeito vai chamar a atenção dos infectados ao redor! Que merda é essa? – resmungou Paulo, começando a tremer.

            Parecia um filme de terror.

            Os três isolados em uma cidade fantasma, com o céu cinzento, muita chuva, trovoadas e agora o único som é o choro desesperado de uma mulher.

            Alguma coisa estava errada.

            Aquilo não era normal.

            - Eu vou ver o que é isso! Acho melhor vocês dois continuar andando até encontrar a rádio! Tudo bem? – falou Isaac, enxugando o excesso de água que escorria para os olhos.

            - Não! Nem fudendo! Separar o nosso grupo agora pode significar morte certa! Estamos tão perto... é melhor deixar essa mulher pra lá! – disse Paulo, apertando o braço de Luiz para que o amigo concordasse com ele.

            - Ele tem razão, Isaac. Nós estamos em desvantagem, a qualquer hora os infectados podem enlouquecer e sair de seus esconderijos! Não vamos dar sorte ao azar, cara! Pensa com a cabeça, porra! – reclamou ele, segurando Isaac pelos ombros.

            - E se ela estiver em perigo? Se tiver acontecido alguma coisa? Se for até mesmo o grupo da rádio? Nós precisamos tomar alguma atitude urgente! – afirmou o militar, afastando-se do resto do grupo.

            - Vão indo! Nos encontraremos lá! Eu não vou demorar!

            - Não, Isaac. VOLTE! – ordenou Luiz Araújo, em vão.

            Mas ele iria se arrepender.

            E como iria.

...

 

            Isaac seguiu o som do choro frenético da mulher e entrou em uma pequena loja de conveniência inundada.

            A água já estava alcançando a metade da coxa do militar, e isso começou a preocupá-lo: significava que tinha pouco tempo para resolver tudo e voltar para casa.

            Se a correnteza aumentasse mais rápido que aquilo, eles precisariam de abrigo imediatamente.

            Mesmo assim ele precisava conferir o que estava acontecendo com a mulher.

            Ninguém chorava daquela maneira a não ser que algo extremamente grave tivesse acontecido.

            A loja estava saqueada.

            Era comprida e apertada.

            Suas paredes tinham diversas prateleiras quebradas ou mal colocadas.

            No balcão de vidro tinham vários tipos diferentes de materiais escolares e entre outros objetos.

            A água barrenta tinha ajudado a destruir mais ainda o local, transformando em uma cena de destruição pior do que já estava.

            - Olá? – chamou ele, segurando firme o facão com a mão esquerda e a Glock na outra mão.

            Nenhuma resposta.

            O choro parou.

            O coração do militar começou a pulsar desesperadamente.

            Sua respiração estava frenética, e suas mãos queriam começar a tremer, mas mesmo assim, ele precisava entrar nos fundos da loja de conveniência.

            Não tinha jeito: Isaac nunca ia aprender que certas coisas devem ser evitadas.

            A curiosidade pode ser o melhor amigo do homem, tanto quanto pode ser o maior inimigo.

            - Alguém? – chamou ele de novo, dessa vez percebendo que não teria resposta.

            O que antes era um choro transformou-se em soluços.

            - Tenha calma, não vou machucá-la, beleza? – disse ele, com a voz tranquila.

            Isaac abriu com dificuldades e porta do estoque da loja e pegou uma pequena lanterna de dentro de sua mochila.

            Ele a acendeu e apontou para a direção dos soluços.

            Era uma mulher de costas e com as mãos apoiadas na parede.

            Mas tinha algo estranho nela.

            - Você tá bem, moça? – perguntou o militar, guardando a arma na parte de trás da calça e aproximando-se com cautela.

            “HM... UMP... HM...”

            Os soluços começaram a aumentar de frequência, e foi aí que ele percebeu: não era uma simples mulher.

            A pele dela estava cheia de feridas gosmentas, o cabelo parecia ser preto de longe, mas ao olhar de perto, via-se que estava sem vida e completamente sujo e, além disso, suas roupas estavam rasgadas.

            “AAAAAAAAAAAAAAAAH”

            A infectada deu um grito tão forte que quase chegou a estourar os tímpanos do militar.

            Com o susto que tomou, Isaac se afastou e bateu na parede, derrubando o facão.

            - PORRA! – reclamou ele, apontando a pistola para a cabeça da criatura.

            O que antes parecia ser uma mulher tinha um rosto esquelético e olhos esbugalhados, com uma expressão de intenso sofrimento e sem lábios.

            A pele era cinzenta nas partes que não tinham feridas nojentas, e as pontas de seus dedos não tinham mais carne, somente ossos pontudos.

            Aquele monstro era totalmente desconhecido.

            Isaac tinha encontrado um novo tipo de infectado.

            E mais uma vez tinha se metido em uma situação complicada.

            “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH”

            Ela não parava de gritar, e no momento em que o militar foi puxar o gatilho, lembrou-se que poderia atrair a atenção de outra horda e colocar em risco seus amigos.

            “SOCK!”

            Isaac partiu para cima da louca e deu um forte soco no rosto dela, derrubando aquela coisa dentro da água barrenta.

            O que ele não esperava era que a infectada fosse tão rápida.

            “SWIP!”

            - ARGH...

            A louca mal caiu e já tinha levantado, arranhando o braço do homem com os ossos de seus dedos.

            Isaac deu uma coronhada na cabeça dela e tentou segurá-la, o que foi um erro.

            “AAAAAAAAH!”

            A doente tentou morder o homem a todo custo e quando ele finalmente conseguiu escapar dela, levou um empurrão e caiu em cima do balcão de vidro da loja de conveniência.

            “CRASH!”

            O vidro se espatifou e Isaac desabou no chão, caindo dentro da água enlameada.

            “Merda...” pensou ele, tentando levantar da água barrenta.

            Mas a curiosidade de Isaac teve seu preço.

            A infectada pulou em cima do militar e apertou em volta de seu pescoço, tentando afogá-lo.

            O homem se debatia desesperadamente, e ficou espantado com a força que ela tinha.

            “Eu preciso fazer alguma coisa, eu preciso me salvar!” pensava ele, desesperado.

            Isaac viu que não conseguiria levantar, e sentia os dedos afiados do monstro arranhando sua garganta.

            Aquelas pontas a qualquer momento entrariam em suas vias aéreas, rasgando tudo.

            Mas ele foi calmo e inteligente nos últimos segundos de fôlego que ainda restavam.

            Enquanto se debatia, Isaac sentiu a mão direita tocar alguma coisa dentro da água.

            Ele percebeu que era um caco de vidro grande.

            O militar segurou firme o objeto e atacou os braços da doente, submersos na água suja.

            “AAAAAAAAAAH...”

            Ela soltou instantaneamente o pescoço de Isaac, que emergiu procurando oxigênio.

            - AARGH... UFF... UFF...

            A visão do rapaz já estava escurecendo, e foi voltando aos poucos.

            Isaac olhou para o lado e viu que a infectada tinha recuado para o canto da parede, com os pulsos machucados e sangrando.

            O sangue era estranho. Aparentava estar mesclado com algum tipo de gosma.

            Alguma coisa tinha de diferente nela.

            “AAAAAAH!”

            Antes que a louca pudesse atacá-lo novamente, ele puxou a Glock, apontou para ela e atirou.

            “BANG!”

            - Hoje não! Hoje não... – disse o militar, vendo o corpo da infectada desabar na água, já sem vida.

            Porém aquela ação teria consequências.

            Os gritos da doente atraíram vários infectados ao redor, e o disparo conseguiu chamar mais atenção ainda.

            O que era pra ser um simples resgate se transformou em uma confusão.

            Uma confusão em que talvez nem todos saíssem com vida.


Notas Finais


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