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História Algo a Temer - Complicações


Escrita por: LFAL

Notas do Autor


Os problemas do grupo só aumentaram quando Paulo, Cláudio e Carlos se meteram em uma confusão.
A situação agora vai ficar mais crítica ainda, pois além de todos os problemas, os sobreviventes terão uma horda de infectados para combater!
Espero que faça uma leitura agradável e, se possível, deixe seu comentário e favorito!
Desde já obrigado!!!

(O capítulo oito sairá no máximo em dois dias!)

Capítulo 7 - Complicações


- Capítulo Sete

 

“Complicações”

 

 

 

O espelho estava molhado.

O banheiro encontrava-se relativamente escuro e o único som que se emitia era o da água que caía do chuveiro e batia no porcelanato.

Luiz estava fazendo sua barba, com uma gilete trazida por Isaac da farmácia, passando a lâmina com cautela nos pelos faciais.

O homem esfregou o braço no espelho e pôde ver seu rosto ainda machucado.

Ele passou alguns segundos se encarando.

O rosto do rapaz tinha um pequeno corte na maçã esquerda, alguns arranhões no queixo, um supercílio ainda em cicatrização e o olho direito um pouco inchado.

As dores tinham diminuído mais, contudo as preocupações só aumentavam.

A energia elétrica tinha acabado e provavelmente a água corrente seria cortada em pouco tempo também.

Luiz sabia que precisava organizar seus planos e debater com o pessoal, porém eram tantos os problemas que ele não sabia nem por onde começar.

— Caralho...

O rapaz ainda continuava se encarando, dessa vez percebendo que seus cabelos negros e finos ficaram maiores e que sua pele branca estava bem queimada pelo sol.

“TOC, TOC”

— Quem é? Eu... já estou terminando! – respondeu Luiz, desligando o chuveiro e se secando com uma toalha azul claro.

— Sou eu! Carla! Isaac estava procurando por você! Quando terminar aí o encontre lá fora, ok? — disse ela, com a voz abafada pela porta.

— Tá bem!

Luiz enxugou-se, vestiu uma calça jeans azul escuro, uma camisa básica vermelha de manga longa (para não se queimar tanto no sol) e os mesmos sapatos de antes.

Escovou os dentes e, por fim, usou o desodorante.

— E lá vamos nós... — suspirou ele, sem vontade de arrumar mais problemas.

Luiz saiu da suíte que estava dividindo com Carla, Milena, Amanda e Isaac, e foi até a varanda.

Isaac estava lá, encostado no parapeito.

Ele vestia uma calça jeans preta, sapatos da Adidas branco, camisa manga curta de cor verde musgo e bebia uma xícara de café.

— Bom dia, cara. Pelo visto você está se recuperando bem! — falou o militar, assoprando o líquido quente.

— Não tanto assim... Estávamos mal-acostumados com o luxo: água quente, geladeira bem abastecida e luzes acesas. Agora que a energia caiu, temos que voltar à realidade! — disse o rapaz, com os cabelos ainda molhados.

— Eu estou ligado que isso é uma merda... Mas temos que pensar em milhões de coisas, e hoje o dia vai ser muito longo! Sei que a energia caiu ontem, porém a água em pouco tempo vai parar de chegar também, está na hora de nos organizarmos! O que você tem em mente?

Luiz coçou a parte de trás da cabeça e não conseguiu esconder a expressão de preocupação no rosto.

— Vamos por partes... Já nos dividimos em três grupos de cinco em cada uma das suítes, agora vamos nos abastecer de água! Falando nisso, ainda não vasculhamos as outras casas daqui, temos que fazer isso logo, porque além de suprimentos, temos um colecionador de armas no condomínio! Isso vai nos ajudar pra caralho! Acho que tá na hora de reunir o pessoal pra termos uma conversa, vou avisá-los. — argumentou Luiz Araújo, descendo as escadas para reunir todos os sobreviventes.

...

 

Todo mundo estava na sala de estar.

Amanda, Carla, Milena, Júlia e Luíza conversavam sentadas no sofá, Carlos e Maria estavam sentados em dois bancos ao lado e todo o resto se encontrava em pé.

— Bem, pessoal... como todos sabemos, a energia acabou... — começou a falar Luiz, olhando de frente para todo o grupo.

As vozes paralelas cessaram.

— Temos que planejar ideias de como melhorar nossas vidas. A energia acabou e não podemos fazer nada quanto a ela, mas e quando a água acabar? O que vamos fazer? Morrer de sede? Buscar no rio?

— E o que você tem em mente, senhor inteligência suprema? — ironizou Carlos, pela primeira vez falando com Luiz novamente depois da confusão.

O rapaz respirou fundo, e preferiu evitar qualquer novo problema.

— Eu tenho algumas ideias pra compartilhar com vocês, e quero ouvir as suas também, começando por você, Carlos!

O velho não conseguiu esconder a angústia, mas manteve-se calado.

— Continuando... Estou pensando em dividir grupos de busca de suprimentos em cada uma dessas casas do condomínio, e trazer para cá caixas d’água. Qualquer que seja, o que importa é que vamos enchê-las e armazenar a maior quantidade de água possível, para uma futura necessidade. Nós podemos também utilizar uma casa qualquer para guardar essas caixas quando estiverem cheias, pois não vai caber todas aqui dentro!

Os sobreviventes começaram a cochichar entre si, e consequentemente acharam uma boa ideia.

— Eu acho legal isso, não vamos usar todas as casas mesmo... E, além disso, podemos ter um estoque imenso de água, para o caso de precisarmos no dia que faltar. Ótima ideia, Luiz. Nós podemos começar isso ainda hoje! — falou Júlia, sentindo-se mais animada.

— Obrigado, Júlia. Além disso, temos outros problemas, como procurar suprimentos, armas e nos preparar para eventuais ataques dos infectados. Precisamos de pessoas inteligentes, que possam melhorar a segurança da casa e também do condomínio, então vamos começar, o que acham de nos dividirmos em grupos de três? — perguntou o rapaz, que tinha acabado de tomar banho, mas já estava enxugando o suor do rosto, naquele dia quente.

— Beleza... — respondeu Paulo, cruzando os braços.

Por fim, ficou definido que Isaac, Amanda e Luíza iriam procurar por suprimentos nas mais de quarenta casas do condomínio, começando pela residência do colecionador. Paulo, Carlos e Cláudio ficaram responsáveis por trazer quaisquer caixas d’água que encontrarem, mesmo que elas estejam em cima das residências e, por último, Luiz, Carla e Júlia tomaram a responsabilidade de melhorar as defesas do local contra os infectados, consertar o portão da casa em que estavam e, depois, de ajudar o grupo de Isaac na busca de suprimentos.

O restante decidiu ficar na casa e ajudar de outras maneiras.

Maria, Milena e Sarah ficaram responsáveis pela cozinha, elas mesmas que decidiram isso, pois Maria adorava cozinhar e Sarah trabalhava em um restaurante como Chef antes de tudo sucumbir.

Daniel, Gilberto e Alana responsabilizaram-se pela limpeza da residência e, também, para pensar em maneiras de formar uma plantação, pois Gilberto antes tinha uma fazenda.

Definido os afazeres, os sobreviventes começaram a se organizar, e tinham muito tempo pela frente, porque ainda era oito e meia da manhã do dia vinte e três de dezembro.

...

 

— Porra... Amanhã é natal... E a gente aqui na merda! – resmungou Paulo, caminhando pelas ruas do condomínio junto com Carlos e Cláudio.

— Não é exatamente amanhã, mas é uma coisa que entristece. Antes passávamos o natal com toda a família, e hoje a maioria deles estão mortos! Eu às vezes me pego pensando se meus irmãos estariam vivos nesse exato momento... Creio que não. A única pessoa que me deixa feliz em saber que morreu é a minha sogra, aquela bruxa velha me dava nos nervos! — falou Carlos, sorrindo maldosamente.

— Você é miserável assim sempre? — perguntou o homem alto, sem conseguir achar graça daquele humor negro.

-— Nem sempre, porém isso não muda o fato de que fico feliz ao saber que ela morreu!

Os três homens andaram por entre as ruas e encontraram uma casa com uma caixa d’água praticamente nova no terraço.

A residência era de uma cor amarelo mostarda, sem muro, com gramado na frente, algumas lajotas e uma pequena mesinha metálica com cadeiras de madeira.

Paulo foi até a caixa d’água azul e abriu a tampa.

A água estava cheia de lodo e uma lagartixa morta estampava o fundo do depósito.

— Que delícia, hein? Vamos esvaziar essa porra! – disse o rapaz, segurando pelas bordas junto com Cláudio e derramando o líquido nojento.

— Essa daqui deveria servir somente para quando faltasse água! A principal deve estar no topo da casa. — comentou Cláudio.

— É... Acho que se conseguirmos umas dez ou quinze dessas estamos bem!

Carlos olhou para a porta principal da casa, pensando nas coisas que poderiam estar lá dentro e que serviriam para o grupo.

— O que foi isso no seu rosto? — perguntou Cláudio a Carlos, percebendo que o olho do homem estava roxo e que na sua cabeça tinham vários machucados.

— Um idiota quase me matou com um eletrodoméstico. É isso aí que você ouviu: eu apanhei de sanduicheira! — ao terminar de falar, Cláudio soltou uma risada.

— Mas como alguém briga com uma sanduicheira? Que covardia!

— É pra você ver como nosso “liderzinho” é um merda! Ele quase não parou de me acertar... Mas eu ainda vou aprontar uma com ele, que me espere! — reclamou o velho, aproximando-se da entrada da residência.

A pequena porta de madeira marrom envernizada estava trancada.

Ao lado dela tinha uma pequena escada de alumínio jogada no chão, e aquilo serviria para subir ao telhado.

— De quem você estava falando? Isaac? — indagou Paulo, levando a caixa vazia até a calçada.

— Não, né! De Luiz Araújo, aquele filho da puta!  Maldito dia em que aceitei me juntar com essa escória!

— Eu estou começando a gostar de você! Não fui com a cara de ninguém desse grupinho! — afirmou Cláudio, coçando o queixo com covinha.

— Minha nossa! Vocês são dois velhos ranzinza! Se parassem de falar bosta por cinco minutos eu agradeceria, temos muito trabalho a fazer e mal começamos! — falou Paulo, revirando os olhos de angústia.

— Que seja!

Carlos encostou a escada na parede da frente e subiu até o telhado.

Paulo e Cláudio foram logo atrás.

Os três faziam ideia de que não seria fácil retirar uma caixa d’água de cima dali.

Começaram a andar com muita cautela sobre as telhas sujas, e alcançaram o cubículo onde estava inserida a caixa d’água.

Paulo tentou retirar o depósito sem sucesso e, depois disso, colocou as mãos em volta de um dos canos que fazia a água correr pela casa.

“SWISH!”

O cano estourou e molhou toda a camisa de Paulo, fazendo o rapaz recuar.

— PORRA!

Carlos e Cláudio deram uma pequena risada.

— Que burro! Ainda temos água vindo da rua, meu rapaz. Você deveria saber que isso aconteceria! — disse Carlos, olhando nos arredores.

Paulo enxugou o rosto com a mão direita e começou a procurar por alguma coisa que o ajudasse a quebrar os canos restantes.

— Ei pessoal! Ali! Olhem! — disse Cláudio, apontando para o lado de fora do condomínio.

A casa onde estavam era colada ao muro que separava a parte de dentro do condomínio da parte de fora.

O que Cláudio tinha avistado era uma grande construção há uns quatrocentos metros dali.

Provavelmente seria um galpão.

As armações de concreto estavam feitas pela metade, e no local encontravam-se vários sacos de cimentos, algumas pás, betoneiras e, por fim, várias caixas d’água vazias, empilhadas umas nas outras.

— Que coisa boa! Podemos ir daqui até lá rapidamente, só precisaríamos de cuidado e silêncio! Além de alguma coisa para ajudar a trazer aquelas caixas vazias! — afirmou Paulo, colocando a mão sobre os olhos para não deixar o sol incomodá-los.

Todos sabiam que era extremamente perigoso sair do condomínio, porém eles precisavam daquelas caixas, e fazer o trabalho inteiro de uma vez só seria bem gratificante, pois sobraria tempo para outras coisas.

Os três desceram pela escada e encontraram um pé de cabra e uma pá no terraço daquela residência.

Paulo decidiu ficar com o pé de cabra e deu a pá para Cláudio, pois não queria alguém tão complicado como Carlos portando algum tipo de arma branca.

É isso que Carlos causa nas pessoas: em pouco tempo todo mundo consegue odiá-lo.

— Vão para o portão principal, eu vou pegar as chaves do Golf e a gente coloca as caixas na mala!

Carlos e Cláudio caminharam até o portão do condomínio e Paulo foi buscar seu veículo.

O rapaz chegou com o automóvel e fez sinal de positivo para Carlos entrar junto com Cláudio.

— Eu já retirei a tampa da mala e, mesmo um pouco apertado, talvez caibam aí atrás, enquanto um de vocês segura elas! – disse ele, descendo do veículo para destravar o motor elétrico do portão (que só funcionava manualmente agora).

Depois disso, Paulo empurrou o grande portão para o lado e voltou para o carro.

...

 

Ele estacionou o Golf perto do terreno da construção e todos desceram.

Tudo estava bem calmo, mas Paulo sabia que a merda poderia bater no ventilador em poucos segundos se exagerassem no barulho.

Perto do terreno tinham umas casas simples e pequenas, algumas trancadas e outras com as portas quebradas, ao qual mostravam escuridão na parte interna.

E provavelmente teriam infectados ali.

— Bem pessoal, vamos falar baixo e trazer com cuidado essas caixas... Não quero morrer por causa de um depósito de água, creio que minha vida vale um pouco mais que isso! — comentou Paulo, fechando a porta do automóvel devagar.

— Nem eu! — afirmou Carlos, percebendo que o mesmo pensamento se passava na cabeça de Cláudio.

Em uma das casas perto dali tinha um primeiro andar, com o parapeito de vidro quebrado e vários corpos dilacerados ali em cima.

Aquela visão fez Paulo sentir náuseas e ao mesmo tempo medo.

— Caralho...

Os três homens aproximaram-se da construção abandonada e alcançaram as caixas d’água empilhadas.

— Uma, duas, três... onze, doze, treze! – contou Carlos, tocando de leve nos depósitos e conferindo se todas estavam em perfeitas condições.

— Bem, vamos ver quantas dessas cabem na mala do carro e se possível colocaremos até no teto do veículo!

Cláudio pegou onze caixas empilhadas e colocou na mala, forçando a entrada para caber.

Não tinha como fechar o bagageiro, e alguém ia ter que segurar pelo banco de trás.

— Cláudio, você vai segurando. Eu vou dirigindo e Carlos vem junto contigo, pra ajudar!

Quando os três homens voltaram para buscar mais caixas vazias, um imenso rato passou por entre os pés de Cláudio, saindo do meio dos sacos de cimento dali de perto.

— AAAAH! — gritou o ex-boxeador, assustando-se e pulando para trás de uma maneira bem tosca.

— ODEIO RATOS!

Carlos e Paulo começaram a rir na mesma hora, com cuidado para não chamar atenção demais.

— Caralho! Era só um rato! Um rato! E você pulou igual uma criança! — zombou Paulo, tentando segurar o riso.

Cláudio não gostou nada daquilo, e a raiva foi brotando de dentro dele.

— Vai à merda! O último que zombou de mim levou um soco no meio do nariz e nunca mais conseguiu consertá-lo! Seu bosta! — resmungou Cláudio, irritado.

— Calma, cara! Foi só uma brincadeira! Só estou dizendo que foi engraçado e que você se assustou pra cacete! E que... O jeitinho que você pulou foi bem engraçado! — continuou zombando Paulo, achando que o homem não iria se importar.

Errado.

O ex-boxeador partiu pra cima do grandalhão e deu um soco forte no maxilar dele.

“SOCK!”

A pancada foi inesperada, e atingiu em cheio o rapaz.

Paulo caiu no chão e deixou a chave do veículo escapar por entre os dedos.

— EU AVISEI! — explodiu Cláudio, ficando vermelho de tanta raiva.

Paulo rapidamente levantou e levou um cruzado extremamente violento na orelha direita, desabando novamente.

— PORRA! PAREM COM ISSO! OLHEM! — gritou Carlos, apontando para as casas que tinham ali perto.

Mas Cláudio não queria saber.

Ele sabia lutar bem e não deixaria aquela ofensa passar em branco sem antes dar uma bela lição à Paulo.

— EU SEMPRE PERCEBI SEU JEITO DE SUPERIOR! MAS VOCÊ NÃO PASSA DE UM MERDA! EU JÁ MATEI DUAS PESSOAS, VOCÊ SABIA DISSO? SABIA? PORQUE EU TERIA MEDO DE VOCÊ? SÓ PORQUÊ É ALTO? BONITÃO? VOCÊ VAI APRENDER DO JEITO MAIS DIFÍCIL QUE TUDO TEM LIMITE, FILHO DA PUTA! — urrou o agressor, chutando duas vezes a barriga do rapaz.

Paulo estava com sérios problemas.

Ele precisava revidar, mas toda vez que tentava levantar e atingir Cláudio, o homem esquivava e dava um soco mais forte ainda.

— PORRA! PAREM COM ESSA MERDA! OLHEM PARA AS CASAS! É SÉRIO! — gritava desesperado Carlos, segurando com as duas mãos a pá que Cláudio deixou cair no chão.

No exato momento em que o boxeador iria acertar mais um chute na barriga de Paulo, o homem caído rolou para o lado e levantou.

Os dois ficaram se encarando por alguns milésimos de segundo e Paulo partiu para cima.

Ele errou o primeiro e o segundo murro que tentou dar, mas o terceiro acertou a cabeça do boxeador com força.

“UGH...”

Cláudio não tinha tanto vigor, ele não treinava mais há alguns anos e sua resistência estava muito abaixo do esperado.

Paulo tinha apanhado muito, mas aguentou firme até cansar seu agressor.

“SOCK”

Cláudio conseguiu se esquivar de mais um soco, porém a mão direita pesada de Paulo acertou em cheio o olho esquerdo dele, fazendo-o cair momentaneamente.

— O QUE FOI? ACABOU O COMBUSTÍVEL? — provocou o grandalhão, percebendo que Cláudio estava cansando.

— MINHA GENTE! PAREM! POR DEUS!– implorava Carlos, apontando para as casas abandonadas desesperadamente.

Mas ninguém dava ouvidos.

Cláudio levantou, fechou a guarda como fazia nos tempos em que lutava e esperou o momento certo para atacar.

— EU SÓ ESTOU BRINCANDO COM VOCÊ! — disse o homem, distribuindo mais dois socos: um na cabeça e outro no estômago de Paulo.

— ACHA MESMO QUE UM MAROMBA DE MERDA VAI ME VENCER? EU TENHO TÉCNICA, VOCÊ SÓ FORÇA! É UM B...

E a confusão foi interrompida.

“ROOOAR”

Um infectado veio das casas abandonadas e chocou-se violentamente contra o corpo de Cláudio, fazendo-o desabar junto com o monstro no terreno do lado da construção, que era inclinado.

O doente e o homem rolaram pela pequena ladeira por alguns metros, e quando o boxeador se levantou, o infectado já estava à sua espera.

— CLÁUDIO! CORRA! — mandou Carlos, acertando a pá na cabeça de outro infectado que tinha acabado de chegar.

E as coisas saíram do controle.

Era exatamente como Paulo sabia que aconteceria.

O barulho atraiu os infectados da área, e eles saíram à caça, mesmo sendo de dia.

Três maníacos cercaram Carlos, e um deles partiu para cima do velho com extrema agressividade.

— AAAH!

Os outros dois foram junto com o primeiro.

Ao perceber aquela situação, Paulo respirou fundo (tentando se recuperar da pancada no estômago) e correu para ajudar o velho.

Mais dois infectados chegaram, e agora tinha ficado mais complicado do que já estava.

Eram cinco contra dois.

— CARLOS! FUJA!

Paulo jogou-se no chão para alcançar o pé de cabra que estava com ele antes de ser atacado por Cláudio e levantou o mais rápido que pôde.

“THUD! THUD!”

O grandalhão desferiu dois golpes na cabeça do infectado mais próximo e, no segundo golpe, conseguiu arrancar um pedaço do crânio do monstro.

Carlos estava em apuros, e ele estava fazendo tudo o que podia para ajudá-lo.

Outro infectado correu na direção de Paulo, e ele deu três pancadas no maníaco: uma no braço direito, outra na clavícula e a última na cabeça, fazendo o globo ocular do monstro saltar para fora.

Dois já tinham sido mortos, agora faltavam três.

Carlos conseguiu livrar-se de um, atingindo com toda sua força a cabeça do doente com a pá que segurava.

— CHEGUEI! — avisou Cláudio, derrubando um dos dois infectados restantes e pisando no rosto dele, fazendo o crânio se quebrar e escorrer líquidos viscerais misturados com sangue.

O que tinha sobrado foi espancado por Paulo e Carlos, com várias pancadas de pé de cabra e pá no corpo.

“CRASH...”

O último golpe foi certeiro na cabeça do monstro, enquanto estava no chão, fazendo o pé de cabra prender-se no meio da sua testa.

— Eu... Ugh... Eu não terminei com você! — resmungou Cláudio, apontando ameaçadoramente para Paulo.

Os dois homens estavam exaustos.

— Não tem pra quê mais confusão...

Antes que pudesse reagir, Cláudio tomou a pá das mãos de Carlos e acertou em cheio o rosto de Paulo, quebrando um dos dentes de trás do homem.

— PORRA... JÁ TEMOS MUITOS PROBLEMAS! — reclamou Carlos, colocando as mãos na cabeça, sem saber o que fazer.

— Você... Você vai voltar comigo para o condomínio! E se perguntarem por ele, você vai falar que morreu! Está me ouvindo? — ordenou o boxeador, extremamente cansado.

— Não posso fazer isso...

— VOCÊ VAI FAZER, OU QUER ACABAR COMO ELE? HEIN? — o medo fez com que Carlos acenasse positivamente com a cabeça várias vezes.

— Bom, então vamos fazer o seguinte...

“CRANK!”

A pancada na cabeça de Cláudio com o pé de cabra foi tão forte que um grande pedaço da orelha direita foi arrancado, fazendo o sangue espirrar.

Paulo estava de pé, com muitas dificuldades, porém vivo.

— PORRA... EU... EU NÃO PUDE FAZER NADA... ELE ME AMEAÇOU! — disse assustado o velho, com os olhos esbugalhados.

— Vamos... Vamos levá-lo daqui... Eu vou entregá-lo a Luiz... E decidimos o que vai acontecer depois lá dentro! Aqui fora tá muito perigoso! — afirmou Paulo, com dificuldades para falar por ter perdido um dos dentes e estar sangrando pela boca e pelo nariz.

— Tudo bem, tudo bem!

Carlos e Paulo arrastaram o boxeador até o banco traseiro do carro e o colocaram de bruços.

Paulo pegou as chaves que tinha deixado cair, entrou no veículo e deu a partida, percebendo que vários infectados começaram a correr em direção ao carro, saindo das casas dos arredores.

Eles só não sabiam que perto daquele conglomerado de pequenas casas tinha dezenas de infectados.

E que Carlos tinha sido mordido por um deles no braço direito.

As consequências estavam por vir...

           

            

 


Notas Finais


Usem os comentários para debater sobre o capítulo e deem boas ideias para o que vem a seguir!
Toda e qualquer boa ideia é válida!


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