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História Algo a Temer - A Invasão


Escrita por: LFAL

Notas do Autor


O que os sobreviventes mais temiam aconteceu, e agora?
Como lidar com uma situação dessas?

Se você gostou comente e favorite a história!
Ajuda muito na divulgação!

(Capítulo nove sairá em aproximadamente dois dias!)

Capítulo 8 - A Invasão


Capítulo Oito

 

“A Invasão”

 

 

 

       

            Isaac, Amanda e Luíza estavam vasculhando a casa 38.

            As duas mulheres foram logo em direção à cozinha, procurar por comida e outros suprimentos básicos.

            O antigo proprietário da casa provavelmente deveria ter muito dinheiro.

            Ficou bem óbvio que ele não morava ali, e que aquela casa deveria servir mais como lazer e férias.

            - Acho que não tem problema arrombar a porta... não vamos morar aqui mesmo! – comentou Isaac, ainda sentindo dores no ombro.

            Ele tinha chutado várias vezes a porta principal, fazendo a madeira ranger e aos poucos ceder.

            A residência não era de luxo, nem muito menos básica.

            Contava com um primeiro andar pequeno, que tinha somente dois quartos: um que servia para guardar as armas em um imenso mostruário de vidro, e a suíte do próprio dono e sua esposa (sim, ele tinha esposa, pois Amanda viu várias fotografias em cima do centro da sala de estar).

            No térreo somente havia a cozinha e a sala de estar, além do banheiro apertado.

            Dentro da sala tinha um pequeno centro, uma televisão grande na parede, um sofá tamanho família e, por fim, a mesa em que almoçavam.

            A decoração das paredes do lugar era bem exótica: fotografias de caça, com várias imagens do mesmo homem segurando diversos animais selvagens.

            O cara não deveria ter menos de sessenta anos, mas não era acima do peso, e fazia inveja a outros homens com sua idade.

            Além disso tudo, a casa era bem rústica, com muita madeira e janelas de vidro espalhadas, o que dava uma sensação nostálgica.

            - Quando estiverem prontas para subir e vasculhar lá em cima me avisem, ok? – disse Isaac, a todo instante conferindo a Glock na parte de trás da calça.

            - Tudo bem. Não estamos tão preocupadas assim, você está com a gente! – afirmou Amanda, soando agradável.

            Isaac sorriu e continuou procurando por coisas importantes na sala de estar.

            Luíza estava nervosa.

            Ela tentava disfarçar, mas não conseguia.

            - Eu... eu... é que... será que não tem nenhum deles aqui? Digo... infectados? – indagou ela, gaguejando.

            - Não tem. Eu fiz um barulho do caralho pra derrubar essa porta! Se ainda tivesse algum deles vivos, certeza que já tinham aparecido! – respondeu o único homem presente ali, repousando a mão direita no ombro da garota.

            - Só mantenha a calma, estamos bem aqui! Além de tudo eu estou armado, beleza?

            A menina aparentou estar mais relaxada e voltaram aos seus afazeres.

...

 

            Isaac começou a subir as escadas.

            A cada passo dado a madeira rangia.

            Ele chegou em um pequeno corredor que tinha duas portas, pegou na maçaneta da porta mais próxima à direita e virou-a.

            Estava aberto.

            “UGH...”

            Um odor horrível infestou o ar.

            Alguma coisa podre tinha ali dentro.

            O militar escancarou a porta, com uma das mãos tapando o nariz, e se assustou com o que viu.

            - Meu senhor...

            O casal que antes morava ali estava deitado em uma cama de casal suja de sangue, mortos e entrando em decomposição.

            Isaac começou a sentir náuseas ao ver aquilo, porém não conseguia afastar os olhos.

            A esposa estava abraçada com o marido, e tinha um buraco de bala na testa. Logo ao seu lado, o homem tinha se suicidado com um tiro à queima-roupa na parte de baixo do queixo, com o projétil saindo por cima da cabeça.

            Os dois tinham expressões de sofrimento, e além do cheiro horrível, as suas carnes estavam apodrecendo.

            “RUARGH...”

            Isaac não aguentou mais e vomitou.

            - ISAAC? – chamou Luíza, enquanto subia as escadas.

            - EST... ESTOU BEM! – respondeu o homem, limpando a boca do que tinha comido no café da manhã.

            - MEU DEUS!!!

            Ao ver aquela cena grotesca, Luíza começou a entrar em pânico, e logo após lágrimas começaram a sair de seus olhos.

            Amanda chegou atrasada, e ao ver a cena, abraçou a adolescente.

            - Mas porque fizeram isso? Se entregaram sem lutar... – falou a garota, desviando o olhar do quarto.

            - Eu não sei... tudo o que posso dizer é que existem pessoas fracas no mundo. Essas pessoas eram fracas. Tinham armas, um lugar seguro pra se morar, outras pessoas para conviver no condomínio... porém preferiram desistir. Só o que podemos fazer por elas é lamentar. E pedir a Deus que suas almas sejam perdoadas... – disse ele, caminhando lentamente até o casal apodrecido.

            A arma ainda estava na mão do cadáver.

            Isaac fechou os olhos, pegou a Beretta 92FS e a puxou.

            Depois disso, todos saíram do quarto.

            - O que vamos fazer com os corpos? – perguntou Amanda, olhando para Isaac enquanto ele fechava a porta do quarto do casal.

            - Iremos cremá-los. Mas por enquanto é melhor não entrar aí de novo...

            Os três sobreviventes caminharam até a última porta do primeiro andar.

            Amanda tentou entrar, porém estava trancada

            - Deixa comigo...

            Isaac sabia que aquelas portas rústicas de madeira antiga não aguentavam mais que uns três chutes, e ele tinha razão: bateu exatamente três vezes e a porta se arrebentou.

            “CRASH!”

            Amanda entrou primeiro, abrindo as persianas da única janela que tinha no lugar.

            A claridade invadiu o local e iluminou os grandes mostruários de vidro em que estavam as armas.

            Isaac ficou maravilhado.

            Como um militar, ele sempre gostou de armas.

            - Puta que pariu! Quando disseram que esse cara era um colecionador, não estavam brincando! – exclamou ele, olhando maravilhado.

            - Bem... vamos quebrar esses vidros e retirar tudo! Creio que aquele saco de lixo que trouxemos não vai dar conta do recado! Precisaremos de um carro pra levar essas coisas até a casa! – citou Amanda, batendo de leve na vidraça pra saber se era resistente ou não.

            Provavelmente o vidro só servia para evitar a poeira, pois era bem fino.

            - Luíza, você vai ficar catalogando as armas comigo enquanto que Isaac vai buscar o carro! – disse ela, pegando um pequeno caderno de dentro de sua mochila.

            Amanda vestia uma camisa manga longa de cor bege e uma calça jeans azul claro. Luíza continuava com seu estilo rebelde, mas usando dessa vez uma camisa vermelha com estampa esquisita, uma calça jeans preta e sapatos vermelhos de cano longo. E Isaac ainda estava com a mesma roupa desde que tinha falado com Luiz.

            Além disso, os três carregavam mochilas nas costas, para poder guardar os utensílios que iam encontrando.

            - Vou quebrar esse vidro, afastem-se! – ordenou Isaac, sacando a pistola.

            As duas mulheres acharam que ele iria atirar, porém o homem segurou no cano da Glock e deu uma coronhada na frágil vidraça.

            “CRAASH”

            Vários pedaços de vidro, tanto pequeno quanto grandes, voaram pelo lugar.

            O barulho foi ensurdecedor, porém não oferecia tanto risco, pois mesmo sendo a primeira casa em que estavam vasculhando, a janela do quarto estava fechada, impedindo que boa parte do barulho se alastrasse nas ruas.

            Depois de quebrar toda a vidraça, começaram a recolher as armas.

            - Que bagunça... – reclamou Luíza, pegando algumas armas com cuidado para não se cortar nos pequenos cacos de vidros.

            - Enquanto vocês ficam aqui, eu vou buscar o Siena. Não pretendo demorar, em uns quinze minutos estou de volta! – afirmou ele, sorrindo para Amanda e ganhando outro sorriso de volta.

            Isaac saiu do quarto e desceu as escadas.

            Ainda estava cedo, e provavelmente a casa estaria mais vazia que de costume, pois todos estavam atarefados.

            Ele caminhou debaixo do sol das nove e meia da manhã e, ao se aproximar da residência onde todos moravam, percebeu que alguma coisa tinha dado errado.

            O carro de Paulo tinha acabado de estacionar, e ele desceu com o rosto ensanguentado.

            Isaac não fazia ideia do que estava acontecendo, mas sabia que não era coisa boa.

            Carlos desceu logo em seguida, e depois de retirarem algumas caixas d’água empilhadas da mala, eles carregaram Cláudio, que estava desmaiado.

...

 

            Luiz, Carla e Júlia estavam consertando o portão grande da casa.

            As duas mulheres seguravam o portão, enquanto o homem batia com um martelo nas pontas empenadas, e logo depois disso, eles estavam planejando pregar alguma placa de ferro ou pedaço de outro portão no buraco quebrado deste.

            - Calor do caralho, viu... – reclamou Luiz, enxugando a testa com o antebraço.

            - Tá quente demais... era bom que chovesse um pouco! – complementou Carla, também irritada com aquilo.

            Alguns minutos se passaram e, quando menos esperavam, o Golf de Paulo retornou.

            Luiz mandou Júlia e Carla deitarem o portão e encostou o martelo na parede.

            - O que foi agora? – cochichou ele, pedindo a Deus para que não fossem mais problemas.

            Paulo estacionou o veículo e desceu com o rosto machucado e a boca sangrando, além de estar carregando junto com Carlos, o desacordado Cláudio.

            - Puta merda... o que houve? Vocês estão bem? – indagou Luiz, acompanhando o amigo enquanto ele deixava Cláudio deitado no terraço.

            - Não! Nós achamos as caixas e quando estávamos trazendo, eu e Cláudio acabamos discutindo e brigando! A coisa foi feia e saímos do controle! Eu acho que... que o matei! – ao terminar de ouvir aquilo, os batimentos cardíacos de Luiz aumentaram instantaneamente.

            - Mas não foi culpa dele! Esse cara é mais estressado que a porra toda! – disse Carlos, que por ironia acusava alguém de estressado.

            Luiz não esperava por notícias tão péssimas como aquela, e estava prestes a passar mal.

            - Puta que pariu... puta que pariu... tragam ele pra dentro! Onde está Amanda?

            - Ela saiu com Isaac e Luíza! Eles foram pra casa número 38 procurar por suprimentos! – respondeu Carla, apontando para a direção correta.

            Quando Luiz olhou para o lado avistou Isaac, que vinha quase correndo na direção deles.

            - O que está acontecendo aqui? Porque Paulo está machucado? – perguntou Isaac, extremamente preocupado.

            - Cláudio e Paulo brigaram, e pelo que entendi as coisas saíram do controle! Precisamos de Amanda aqui urgente! Talvez ele tenha morrido!

            - Esse não é o maior dos nossos problemas, caras... alguns infectados vieram até nós e fomos obrigados a matá-los! Porém eles não estavam sozinhos! Tem mais vindo pra cá nesse exato momento, e eu não sei se o portão vai segurá-los! – afirmou Paulo, limpando o sangue da boca.

            O medo invadiu o sistema nervoso de Luiz Araújo.

            A adrenalina estava correndo descontrolada em suas veias.

            Ele não podia deixar tudo o que seu grupo construiu desabar assim, do nada.

            Definitivamente aquele portão fino não iria suportar.

            Ele iria cair, e se ninguém estivesse lá para defender o condomínio, tudo ia por água abaixo.

            - Porra... porra... caralho... – xingava freneticamente Isaac, sem saber como reagir àquela notícia.

            - Calma... Calma! Vamos pensar em alguma coisa! – falou Luiz, com as mãos na cintura e aparentemente nervoso.

            - Meu Deus... meu Deus... eles vão destruir tudo... eu lembro daquela horda... eram muitos... – Isaac estava começando a perder o controle, e ele não podia ser julgado.

            O que aquele homem passou foi muito traumático.

            Conseguir sobreviver ao ataque de uma hora inteira e sair ileso... não era para qualquer um.

            - CALMA, PORRA! VAMOS DAR UM JEITO NISSO! AGORA SE CONTROLA! – ordenou Luiz, segurando o rosto do militar com as duas mãos.

            - Você tem razão... você tem razão... não é o momento adequado para perder o juízo... – disse ele, finalmente voltando a se acalmar.

            - Temos pouco tempo! Provavelmente os infectados que estavam na rua seguiram o barulho do carro! O local em que vocês estavam era longe daqui? – perguntou Luiz.

            - Não. Uns quatrocentos metros. E o caminho até o condomínio fica bem visível. Eu tenho certeza que nos seguiram, mas deu tempo de fechar o portão de entrada! – respondeu Paulo, encostando-se na parede e sentindo dores por todo o corpo.

            - Puta que pariu, Paulo! Meu Deus... Carla! Você vai até onde Amanda está! Chame ela e traga todas as armas que der! Eu acho que se ficarmos quietos os infectados vão desistir e ir embora, mas não quero arriscar. Júlia! Você junto com Carlos vai tentar a todo custo colocar esse portão quebrado de volta! É bem fácil! Só reposicionar os encaixes e apertar os parafusos novamente! Se os infectados invadirem, eu não quero que encontrem nossa casa desprotegida! Isaac e Paulo vem comigo! Peguem qualquer coisa que sirva para se defender e vamos esgueirar o portão, para ver se tá tudo certo ou se deu merda... – falou Luiz, distribuindo as tarefas.

            - Júlia! Eu tenho mais uma coisa pra te dizer... fique com as chaves do meu carro e as de Paulo, caso o portão do condomínio caia, coloque todo mundo dentro do meu Siena e do Golf e sumam daqui! Temos que ter um “Plano B” caso tudo dê errado! – afirmou ele, entregando a chave para a mulher.

            - Vai dar tudo certo! Você verá! – disse Júlia, tentando esboçar um sorriso.

            Isaac pegou um martelo para si e entregou a Luiz um facão que estava antes em cima da mesa em frente à churrasqueira da casa.

            Paulo continuou com seu pé de cabra sujo de sangue e entregou suas chaves do carro à Júlia também.

            - Vamos!

            Os três homens correram por duas ruas até chegar na entrada do condomínio e ficaram à uma distância segura.

            - Bem... até agora está tudo certo... – afirmou Paulo, ao lado direito de Luiz.

            “CLANG!”

            Os olhos deles se esbugalharam ao ver que alguma coisa muito forte começara a bater no portão.

            Um monstro tinha batido com tanta força que o fino ferro retorceu, amassando uma parte.

            - Puta que pariu... que porra foi essa? – cochichou Isaac, sacando a Glock e entregando a Beretta para Paulo.

            “CLANG! CLANG! CLANG!”

            As pancadas ficaram cada vez mais fortes e amassaram o portão quase por completo, porém ele ainda não tinha caído.

            Ainda.

            - Não vai aguentar, o portão vai...

            E antes de Paulo completar sua frase, o portão caiu.

            “SCRASH!”

            Um imenso infectado tinha derrubado o portão.

            Ele definitivamente não era mais humano.

            O monstro tinha pedaços de cabelo faltando, uma pele cheia de ferimentos, até mesmo com partes roxas sujas por um musgo esverdeado, músculos robustos, olhos totalmente pretos com veias também pretas saltando da pele como se a qualquer momento fossem explodir, roupas rasgadas e, o mais incrível: a pele do infectado queimava ao sol, formando algumas bolhas de queimaduras avermelhadas bem visíveis.

            E para completar, ele não tinha menos que 2,50m.

            - Meu Deus...

             Os infectados normais começaram a correr em direção aos três rapazes e Isaac e Paulo dispararam.

            “BANG, BANG, BANG”

            Os tiros derrubaram seis infectados comuns, e o grandão ainda não tinha saído do lugar. Ele parecia estar agoniado com o sol, mas talvez sua raiva fosse maior do que a agonia.

            Absolutamente não tinha consciência de nada do que estava acontecendo ali, mas era do instinto dos infectados atacar tudo o que era vivo, e foi o que ele começou a fazer.

            Isaac derrubou mais dois maníacos antes de recarregar a pistola.

            Não tinham muitos deles. Não como tinha na horda que perseguiu Isaac.

            Mas o número era bem superior aos defensores do condomínio.

            Provavelmente uns quinze monstros, sem contar o grandão.

            - PREPAREM-SE! – avisou Luiz, empunhando o facão ao perceber que o infectado maior começou a correr na direção deles.

            O imenso monstro passou à milímetros de atingir Paulo. Por sorte o rapaz jogou-se para a direita.

            Luiz pôde perceber que tamanho nem sempre é importante, ao ver que o monstro passou direto e atingiu o muro de uma das casas, sujando a parede de algum líquido verde com sangue coagulado.

            “THUD!”

            Eles estavam esquecidos dos infectados comuns, esses eram o verdadeiro perigo.

            Enquanto o infectado maior recuperava-se da pancada que tinha dado no muro, os menores partiram para o ataque.

            Um deles atingiu Luiz com força na cabeça, fazendo o homem cair no chão.

            - PAULO! – chamou Luiz, pedindo ajuda ao ver que Paulo estava mais perto que Isaac.

            Mas foi em vão.

            Paulo se assustou com os acontecimentos e correu de volta rumo à casa.

            Ele tinha provado ser um covarde.

            Abandonou um amigo para a morte.

            Mas Luiz não iria desistir tão fácil.

            “SWISH”

            Enquanto segurava o pescoço do infectado com a mão esquerda, ainda no chão, Luiz golpeou com o facão da mão direita e rasgou um pedaço do rosto do monstro que tinha o agredido.

            Ao perceber que o infectado tinha recuado, ele levantou e atacou novamente, dessa vez acertando o pescoço do maníaco, matando ele.

            - ISAAC! ATIRE NOS NORMAIS! – gritou Luiz, vendo que ainda tinham muitos deles.

            Isaac tinha terminado de recarregar e efetuou mais dois disparos, um no peito e outro na cabeça de um dos doentes, assassinando-o na hora.

            A maré estava virando a favor dos sobreviventes.

            Agora faltava somente oito monstros comuns.

            O grandão levantou-se com fúria, segurou com as duas mãos o cadáver de um dos infectados e arremessou ele em Luiz.

            “AGH!!!”

            O cadáver atingiu com violência as pernas dele, fazendo-o cair à uns dois metros dali, batendo a cabeça no asfalto.

            - AQUI! AQUI, PORRA! – gritava Isaac, tentando atrair a atenção dos infectados para dar tempo de seu amigo se recuperar.

            Mas foi inútil.

            Isaac conseguiu matar todos os monstros menores.

            Porém sua arma descarregou e o pior dos problemas não foi eliminado: o imenso infectado asqueroso ainda estava vivo, e mais enraivecido do que antes.

            - LEVANTA, LUIZ! LEVANTA, CARALHO!

            A pancada do cadáver em seu corpo tinha atordoado o rapaz.

            Ele não conseguia enxergar direito, pois sua visão ainda estava meio embaçada.

            Os ouvidos de Luiz apitavam enquanto que uma voz familiar bem distante o chamava.

            - Minha cabeça... – reclamava Luiz, sentado no chão e tocando na parte de trás de seu crânio, percebendo que havia sangue.

            Aos poucos sua consciência foi voltando junto com a visão.

            - CORRE, PORRA! SAI DAÍ! SAI DAÍ! – mandava Isaac, desesperado e correndo na direção dele.

            Luiz olhou para o lado e percebeu o porquê de o amigo estar tão desesperado: o monstro estava correndo em sua direção, e não estava distante.

            - Caralho!!!

            Luiz só teve tempo de apoiar as mãos no chão e se jogar para o lado, porém já era tarde demais.

            O gigante tinha chegado.

            “GROAAARG!”

            Luiz rolou para o lado e evitou a maior parte do impacto, porém quando tentou fugir, sua perna direita estava presa nas mãos do monstro.

            - ISAAC! ISAAC! ATIRA NELE! ATIRA AGORA! – implorava Luiz, chutando o grandão desesperadamente com a perna esquerda, mas sem conseguir se livrar.

            Os dois estavam no chão.

            Mesmo lento, o infectado aguentava pancada.

            Ele puxou Luiz para perto de si, e agarrou sua cabeça com as duas mãos, já de pé.

            Mas Isaac tinha chegado.

            “THUD! THUD!”

            O militar golpeou com o martelo duas vezes as costas do imenso monstro, arrancando pedaços de musgo verde misturado com sangue coagulado.

            Antes que pudesse dar o terceiro golpe, o infectado bateu violentamente com a parte de trás do punho, acertando o peitoral de Isaac.

            “AGH...”

            Ele foi arremessado com a força da pancada e bateu com tudo no muro de uma das casas.

            “AAAAH”

            Luiz não sabia mais o que fazer.

            O monstro o suspendeu do chão, voltando a segurar sua cabeça com as duas mãos.

            Foram apenas dois segundos.

            Mas os dois segundos mais demorados da vida de Luiz Araújo.

            Ele sentiu as mãos ásperas do infectado, conseguia perceber a gosma verde que descia da boca do monstro, encarou os olhos pretos daquela coisa e pediu a Deus que para que aquela não fosse a última imagem que conseguisse ver antes de morrer.

            As mãos do monstro começaram a pressionar a cabeça de Luiz, e o rapaz fechou os olhos, esperando pela morte.

            Porém ainda não era seu dia de morrer.

            “BAAAAAAM”

            Um Siena descontrolado e em alta velocidade atingiu o lado esquerdo do corpo do imenso infectado.

            Luiz foi arremessado para baixo e caiu de bruços no chão, não sendo atingido pelo veículo por pura sorte.

            O carro tinha batido com muita força no corpo do grandão e logo em seguida acertou de frente o muro da casa branca de esquina.

            - Mas... quem... – tentava falar Luiz, sentindo-se tonto com o choque de seu rosto no asfalto.

            Paulo não tinha fugido.

            Ele correu de volta até Júlia, pegou a chave do Siena e atropelou o imenso monstro.

            O carro estava com a frente totalmente destruída e suja de sangue.

            A pancada deveria ter sido em quase oitenta quilômetros por hora.

            O corpo do infectado foi destroçado: uma perna encontrava-se pela metade na calçada, a outra perna estava no meio do asfalto e o resto tinha sido esmagado e imprensado entre o veículo e a parede da casa.

            - Luiz... fala comigo! Diz alguma coisa, você tá bem? – perguntou Isaac, ajoelhando ao lado do rapaz.

            - Eu só estou zonzo... eles estão vindo... mais infectados... o barulho dos tiros... ajuda! – falou Luiz, com o nariz sangrando e os lábios e testa arranhados.

            Mas ele tinha razão.

            Mais infectados vinham do lado de fora correndo na direção do condomínio.

            E não eram poucos.

            Isaac estava sem munição, Luiz todo machucado e Paulo desacordado no volante.

            Resumindo: eles estavam fudidos.


Notas Finais


Ideias e sugestões são bem vindas! Também como críticas e elogios!
Deixe seu comentário abaixo e dialogue sobre os acontecimentos do capítulo!

Muito obrigado por acompanhar!!!


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