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História Algo Chamado... Amor? - Algo Chamado: Vida


Escrita por: TakaishiTakeru

Notas do Autor


Olá pessoal! Como passaram o natal? hehehe... Enfim, venho hoje com o último capitulo do ano, esse capitulo ficou beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem grande, mas eu acredito que ele possa satisfazer muita gente, pelo menos ele me satisfez, por mais que ele seja bem intenso, então se preparem para fortes emoções!

Sem mais delongas... Pq o capitulo já está gigante... Nos encontramos nas notas finais!

Boa Leitura :D

Capítulo 12 - Algo Chamado: Vida


POV Minhyuk

 

— Acelera esse carro! — Hyungwon grita fora de controle.

 

O carro da frente está em alta velocidade, a chuva esta caindo forte, mas isso não parece intimidá-la.

 

— O que a Naeun tem na cabeça? — grito com as mãos já tremendo. — O filho dela esta prestes a nascer e ela foge levando ele com ela.

— Acelera esse carro Minhyuk se perdermos ela de vista o Ho...

 

O carro de Kim Naeun começa a perder o controle, derrapa na pista escorregadia e capota umas duas vezes até despencar de uma ribanceira.

 

— Hyunwoo! — grito em pânico.

— Hoseok! — Hyungwon grita abrindo a porta do carro.

 

Corremos os dois juntos pela rua molhada, a chuva não permite que vejamos as coisas com clareza. Hyungwon desliza ribanceira abaixo e consegue se aproximar do carro que está de cabeça para baixo. Também desço, com certa dificuldade, e me junto a ele.

 

— Hyunwoo?! — chamo aos berros.

— Ele não está aqui. — Hyungwon grita forçando a porta do motorista.

 

Corro para ajuda-lo, só então vejo Kim Naeun presa ao cinto de segurança no banco do carona, sua testa esta sangrando e ela esta desmaiada. Vejo também que há um enorme buraco em frente ao banco do motorista. — Quem estava dirigindo o carro? O que exatamente esta acontecendo?

 

— Tinha mais alguém com ela. — Hyungwon conta. — Se não era o Hyunwoo, então quem era?

 

Hyungwon corre para frente do carro, na esperança de encontrar algo.

 

— Naeun? Naeun?! — chamo-a.

 

Ela esta virada de cabeça para baixo, presa ao cinto de segurança. — Ela ainda esta viva.

Um baque repentino me assusta. Vou para trás do carro e noto a mala semiaberta, termino de abri-la e de repente ele desaba desacordado em minha frente.

De repente o grito de Hyungwon ecoa. E junto ao seu grito a sirene de ambulâncias e viaturas de policia.

Fico em estado de choque vendo a quantidade de sangue que sai de sua boca. — Ele ainda esta vivo?

 

— Minhyuk me ajuda aqui, é o...

 

A face de Hyungwon congela quando se aproxima de mim

 

— O que está acontecendo aqui?

 

 

...................

 

2 DIAS ANTES

 

— Preparados? — pergunto. — Aqui vou eu.

 

Seguro a bola de boliche e com precisão a lanço contra a pista, realizando um strike. Hyungwon e Changkyun correm até mim e me abraçam.

 

— Eu já falei que isso não é justo. — Hoseok bufa cruzando os braços.

— A culpa é do seu parceiro de time. — sorrio. — O que foi que ele disse mesmo?

— Eu sou o melhor nisso, eu só preciso do seu pior jogador e eu faço tudo sozinho.”. — Hyungwon debocha.

 

Kihyun tenta não sorrir, mas é inevitável.

 

— Certo. — ele diz. — Talvez eu tenha exagerado.

 

Hoseok permanece de braços cruzados, enquanto Kihyun tenta conversar com ele. — Nosso grupo de amizades cresceu um pouco. Não sei direito como aconteceu, mas de tanto Hyungwon e Hoseok virem me visitar, acabaram se aproximando do Kihyun e consequentemente do Changkyun. Quase todos os finais de semana nós marcamos de fazer algo, ir ao cinema, boliche... Qualquer coisa, apenas para nos distrairmos de nossas vidas corrida.

 

— Vou buscar alguma coisa para a gente comer. — aviso.

— Eu vou com você. — Hoseok diz claramente na tentativa de se livrar de Kihyun.

 

Nos afastamos das pistas de boliche, e entramos na fila da lanchonete.

 

Noto Hoseok calado, sua expressão é estranha.

 

— O que foi que fez agora? — pergunto.

— Como assim? Eu não fiz nada. — ele responde em espanto.

— Claro... Meses atrás eu recebi uma mensagem do seu irmão dizendo que você tinha trancado a Kim Naeun fora de casa. — conto. — Depois o Hyungwon contou que escondeu as chaves dela só para ela não poder sair de dentro de casa...

 

Noto um sorriso se formar em seu rosto.

 

— Isso não é engraçado. — digo. — Você tem que parar com essa paranoia, ela esta esperando um filho do seu irmão, o seu sobrinho.

— Eu não entendo como pode estar bem com isso. — ele fala. — E porque meu irmão te mandou uma mensagem sendo que vocês já não tem mais nada um com o outro?

 

Encaro os lados e tento encontrar uma resposta, resposta essa que eu realmente não possuo. Eu também não sei o motivo do Hyunwoo ter me avisado sobre isso, para falar a verdade ele me manda bastante mensagens, mas eu nunca as respondo, eu quero evitar o máximo possível de contato com ele.

 

— A questão não é essa. — desconverso.  — Você, sabe que fazer essas coisas, afeta o seu irmão também, não é?

— E desde quando se importa com ele, já que deixou aquela maluca tomar conta de tudo?

— Tá, já chega Hoseok. — me concentro na fila.

 

A fila finalmente parece andar. Compramos os lanches e voltamos para a área do boliche.

 

Tivemos uma tarde bastante agradável, tirando claro a minha pequena discussão com Hoseok.

 

 

...................

 

 

Estamos todos na casa do Hoseok agora. — Hyunwoo teve de viajar a negocio com o pai e a esposa, então Hoseok se sentiu mais confortável em nos chamar agora. — Estou deitado no descanso de piscina, enquanto Changkyun e Hoseok conversam dentro da piscina.

 

— Onde ficam as toalhas? — Kihyun aparece de repente.

 

Ele esta usando apenas uma sunga vermelha, o que faz Changkyun abrir um sorriso para ele de dentro da piscina.

 

— Você pega. — Hyungwon resmunga também deitado. — Eu estou cansado.

 

Sorrio para ele e me levanto. Caminho até a despensa perto da cozinha, e assim que pego uma toalha a luz se apaga e a porta da despensa é trancada.

 

— Que brincadeira é essa? — pergunto.

 

Sinto uma mão cobrir minha boca, logo em seguida sinto seus lábios molhados junto ao meu. — Passo minha mão na parede atrás de mim na esperança de encontrar o interruptor, até que enfim encontro. A luz acende novamente e me assusto ao ver que se trata do Kihyun. — O afasto de mim e ele fica me encarando. Abro a porta da despensa e ele me força a parar.

 

— Quantas vezes eu vou ter que te dizer que não? — tento não gritar. — Eu já entendi o que você me disse da outra vez, e eu estou me esforçando muito para manter nossa amizade, mas desse jeito não vai dar certo.

— Eu gosto de você e...

— Cala a boca. — dessa vez eu grito. — Não seja um canalha, você tem o Changkyun, aquele garoto te ama de verdade, não seja besta, o que você diz sentir por mim é algo momentâneo, mas o que aquele garoto tem com você é real, não estrague as coisas, não me obrigue a estragar as coisas.

 

Jogo a toalha em cima dele e caminho de volta para a área da piscina. — Quase duas semanas depois do nosso show na faculdade, Kihyun se aproveitou da minha fragilidade pelo termino com o Hyunwoo, e veio se declarar para mim, disse que me amava que não suportava mais me ver sem poder me tocar, e até mesmo me beijou, e em um momento de fraqueza eu retribui, retribui os seus desejos. Mas logo voltei a mim, ele tem o Chang, e não é justo, aquele menino é bom para ele, e um bom amigo para mim, não é justo o que estávamos fazendo com ele. Eu não possuo esse tipo de sentimento pelo Kihyun, o que senti na hora foi só um escape, uma forma de esquecer o Hyunwoo, mas percebi o mal que estava fazendo a outra pessoa, então deixei bem claro, nada entre ele e eu irá acontecer, nada.

 

Chego à piscina e agora vejo Hoseok abraçado a Hyungwon, ele parece estar chorando.

 

— O que aconteceu? — pergunto a Changkyun.

— Hoseok encontrou uma pulseira e começou a gritar do nada, você não ouviu? — ele pergunta. — Hyungwon disse que é da esposa do irmão dele. — ele agora sussurra.

 

Hoseok realmente não esta bem, eu tenho medo, tenho medo do que ele possa vir a fazer. — Eu devo me meter? Devo tentar ajudar de alguma forma? Mas como ajudar sem voltar a ter que me encontrar com o Hyunwoo?

Kihyun volta enrolado, a toalha e se senta no descanso de piscina ao lado, como se nada tivesse acontecido, logo Changkyun se senta em seu lado, e é recebido por um abraço caloroso. — Eu realmente espero que ele pare de vir atrás de mim, não gostaria de ver essa relação dos dois acabar, e ainda mais eu sendo pivô, não... Já me basta tudo o que aconteceu com o Hyunwoo.

 

— Minhyuk, eu vou levar o Hoseok para descansar, qualquer coisa estamos lá em cima. — Hyungwon avisa.

 

 

---//---

 

POV Hyunwoo

 

Sun Hee ajuda Kim Naeun a descer do carro, as duas caminham juntas em direção ao hotel.

 

— Senhor. — meu motorista vem até mim. — O seu pai pediu para informar que ele precisará ficar aqui por mais algum tempo, mas você e sua esposa já podem retornar, devido ao estagio da gravidez dela.

 

Às vezes me irrita tanto meu pai se importar mais com ela do que comigo. Okay que ela esta gravida, mas custa ao menos ele querer saber como eu estou?

 

— Mudança de planos. — digo assim que as alcanço. — Nós vamos voltar para Seul.

— Agora? — Naeun resmunga. — Não, eu estou cansada.

— Então você fica eu vou voltar.

— Teria coragem de me largar aqui nesse estado?

— Sun Hee esta com você. — falo.

— Que maldade. — minha secretaria diz.

— Até ela concorda. — Naeun reclama.

— Que maldade comigo. — Sun Hee se apressa em corrigir.

— Vamos, deixa de bobagem, arrumem às coisas de vocês, nós vamos voltar para Seul.

 

 

---//---

 

POV Hoseok

 

Por que me sinto tão irritado? Não tenho motivos para estar assim, tenho?

 

— Finalmente acordou. — Changkyun aparece na porta do quarto. — Desculpa, o Hyungwon pediu para eu ver se já estava acordado.

 

No começo eu não fui muito a favor da relação do Minhyuk com o meu irmão, mas por motivos óbvios, Hyunwoo estaria enganando ele, mas agora eu percebo que eu deveria ter ajudado eles a ficar juntos, não separados. — Por que esses pensamentos estão rodeando minha cabeça, eu deveria fazer como o Minhyuk pediu esquecer tudo isso, logo o filho ou filha do meu irmão irá nascer, eu não posso carregar esse ódio para sempre dentro de mim.

 

— Aviso que vai descer? — o garoto insiste.

 

Mas e se eu fizer alguma coisa? Eu posso fazer alguma coisa, posso dar um jeito de fazer com todos sejam felizes para sempre, eu posso deixar de ser aquele conhecido como o que só traz desgraça, para o aquele que traz felicidade... Eu posso dar um jeito de fazer meu irmão e o Minhyuk ficarem juntos novamente, mas para isso... Eu teria que tirar a Naeun do meu caminho.

 

— Hoseok? — ele entra no quarto e vem andando segurando as próprias mãos. — Você esta bem?

 

Hyungwon e Minhyuk jamais me ajudariam a fazer alguma coisa. Por mais que o Minhyuk ainda ame o meu irmão, ele nunca aceitaria destruir uma família só pelo seu próprio bem, já o Hyungwon não gosta do meu irmão, ele simplesmente não concordaria em fazer algo, ainda mais porque me julgaria insano... Eu não estou sendo insano. Me sobram esses dois que conheci a pouco tempo, mas não posso contar com a ajuda do Kihyun, ele gosta do Minhyuk, então o único que pode me ajudar é o...

 

— Changkyun. — o chamo.

— Droga! — ele dá um salto para trás. — Me assustou.

 

Changkyun namora o Kihyun, ele é mais novo do que a gente, eu sei que ele deve se sentir inseguro em relação ao seu relacionamento, se ele descobrisse que há uma possibilidade do Kihyun terminar com ele, ele me ajudaria? Se eu afirmasse que o Minhyuk e o Hyunwoo ficando juntos, ele o Kihyun não teriam nenhum obstáculo pela frente?

 

— Você está me assustando. — o rapaz diz. — Aconteceu alguma coisa? Precisa de alguma coisa?

— Eu vou ser direto com você, eu preciso da sua ajuda em algo que ninguém aqui deve saber ninguém mesmo.

— Okay... Eu acho, mas por que eu?

— Porque isso envolve o seu futuro com o Kihyun.

 

Finalmente ganho sua atenção.

 

— Tranque a porta, vamos conversar.

 

Eu vou proteger o meu irmão daquela maluca, eu vou devolver a felicidade dele, custe o que custar.

 

 

---//---

 

POV Minhyuk

 

Quase não aproveitamos mais o dia, ou a noite no caso. Depois que o Hoseok subiu para descansar ele não desceu mais, o Changkyun ficou fazendo companhia para ele por um tempo, enquanto Kihyun, Hyungwon e eu fazíamos um jogo com bebidas na sala de estar. No fim da noite Hyungwon foi dormir com o Hoseok, já Kihyun e Changkyun foram dormir no quarto de hospedes no andar debaixo, e para mim sobraram duas opções, ou dormir no quarto da Kim Naeun, ou no quarto do Hyunwoo... E cá estou.

 

— Não é como se fosse me matar também. — digo a mim mesmo.

 

Entro no banheiro, tiro minhas roupas e me jogo no chuveiro. — A última vez que estive dentro desse quarto foi quando comecei a conhecê-lo melhor, ele tinha cuidado de um ferimento meu. Por que eu estou lembrando isso agora?

 

Após o banho me deito em sua cama. — Eu não consigo entender, as pessoas dizem que com o tempo os sentimentos passam ainda mais sentimentos e desejos que não foram feitos para ser... Mas porque aqui e agora eu sinto como se Hyunwoo e eu ainda pertencêssemos um ao outro? Ele esta casado agora, ele esta feliz e vai construir uma família, então... Por que não posso simplesmente seguir em frente também?

 

 

...................

 

 

Sabe aquela sensação de quando você esta dormindo, mas você consegue sentir que tem alguém próximo a você te encarando? Estou sentindo isso agora.

 

Abro meus olhos e vejo os raios de sol entrar pela janela semiaberta. — Dormir e acordar aqui, é tão diferente do meu apartamento, é praticamente impossível ouvir o som do transito ou qualquer coisa do tipo daqui.

 

— Acordado?

 

Sinto um tremor estranho, viro-me para o lado esquerdo e a vejo, sentada na ponta da cama. — Kim Naeun, sua barriga esta enorme. Por que ela esta aqui? Por que esta do meu lado? Isso é um sonho? Eu ainda estou dormindo?

 

— Por sorte o meu marido teve que passar em um lugar antes de voltar para casa. — ela conta. — Agora vai me contar o motivo de estar deitado na cama dele?

 

Eu estou assustado. Por que estou me sentindo tão ameaçado nesse momento?

 

— Viemos passar o final de semana com o Hoseok. — conto. — Eu... Eu não tinha outro lugar para dormir e...

— Mentira! — ela simplesmente grita. — Você esta tentando arruinar tudo não esta? Você esta tentando tomar tudo o que é meu, não é?

— Tomar o que é seu? Enlouqueceu? Você já tem o Hyunwoo, o que mais quer de mim?

— Eu não o tenho, já que ele perde tempo só pensando em como o Minhyuk esta, se o Minhyuk esta bem...

— Isso é mentira.

 

Naeun se levanta, vai até o armário e pega uma caixa, ela a abre e joga fotos e papeis em cima da cama. — São fotos... Minhas?

 

— Você prometeu que ficaria longe do Hyunwoo para que pudéssemos ser uma família, você prometeu e agora esta aqui.

 

Ele tem fotos minha no show da faculdade, em algumas apresentações extras, no apartamento, até mesmo com o Kihyun e o Changkyun.

 

— Por que ele teria tudo isso? — questiono confuso.

— Não se faça de idiota!

 

Kim Naeun de repente avança contra mim e me ataca com um tapa no rosto, ela puxa meu cabelo e arrasta meu rosto no travesseiro. — O que eu faço? Se eu a atacar eu posso machucar o bebê.

 

— Minhyuk? Naeun!

 

Vejo agora Hyungwon e Kihyun, os dois correm para dentro do quarto e juntos a tiram de cima de mim.

 

— Por que está aqui? — Hyungwon questiona.

— Essa é minha casa, eu sou a mulher do Hyunwoo, não ele! — Naeun grita.

— Eu já disse mil vezes, não existe mais nada entre ele e eu, nada. — grito. — O que você me disse aquele dia no hospital, eu ouvi, eu acatei o seu desejo eu deixei a melhor coisa que tinha acontecido na minha vida partir para que você pudesse ter uma chance, então não é justo você chegar para mim agora e dizer que estou sendo infiel com tudo.

— Hipócrita, você realmente acha que eu amo o Hyunwoo? Acha que eu queria estar nessa situação? Não, eu odeio aquele idiota com cara de retardado, acontece que ele pode me oferecer um futuro, e também isso tudo é culpa dele.

— Não entendo.

— Ninguém nunca contou a vocês? — Naeun sorri se soltando dos braços dos meninos. — Eu era para estar casada agora com o Hoseok.

 

Hyungwon congela.

 

— Mas para proteger o irmãozinho o Hyunwoo assumiu toda a responsabilidade e aqui estamos.

— Isso é mentira!

 

A voz de Hoseok nos assusta. — Droga, o que esta acontecendo aqui? — Hoseok avança porta adentro e agarra os braços de Naeun, mas logo é rendido por Hyungwon. Changkyun logo aparece também.

 

— É isso mesmo, você sempre foi um estorvo para todo mundo, e agora o seu irmão, aquele que você sempre julgou que nunca te amou, esta perdendo a vida dele... Por sua causa.

— Naeun, para com isso. — grito. — Você já tem o que quer, tem o Hyunwoo e todo o seu futuro, agora pare de atacar o Hoseok.

 

Vou até Hoseok e o empurro de leve para trás, mas ele esta nitidamente fora de controle, suas pupilas estão fundas, e seu rosto pálido.

 

— Você esta sem tomar seus remédios de novo, não é? Você lembra o que aconteceu da ultima vez Hoseok? — grito com ele.

— Não grita comigo. — ele me empurra. — A culpa é toda sua toda sua! — ele agora grita com Naeun.

 

Hoseok simplesmente corre enfurecido, agarra nos cabelos da mulher e a bate contra a parede a fazendo cair inconsciente. — Ninguém consegue reagir, falar, gritar, nada... Todos apenas assistimos calados enquanto Hoseok desconta sua fúria na mulher, até que ele se senta sobre as próprias pernas, e chora.

 

— Ele a matou? — Changkyun sussurra assustado.

 

O suspiro alto de Naeun nos deixa aliviados. — Ela esta viva.

 

— Eu vou pra casa. — Kihyun diz assustado. — Eu não...

— Ninguém sai daqui. — Hoseok sussurra. — Ninguém sai daqui.

— Ei... O que esta fazendo? — Hyungwon se abaixa até ele. — Vem comigo?

— Ela quer machucar vocês, ela quer machucar meu irmão, eu não vou deixar.

 

Hoseok agarra as próprias pernas e começa a soluçar. — Ele esta tendo um surto?  — Hyungwon se levanta e me puxa para perto da porta, noto Hoseok ficar em alerta.

 

— Alguém precisa avisar ao irmão dele. — ele cochicha. — E chamar uma ambulância, a mulher tá gravida, eu não sei o que pode acontecer.

— Eu vou falar com ele. — digo. — Você cuida do Hoseok, toma conta para que nada...

 

O som da porta batendo nos assusta. Só então vemos Hoseok lá, parado.

 

— Ninguém vai sair daqui, eu vou proteger todos vocês.

— Gente. — Changkyun murmura assustado. — Cadê o Kihyun?

 

Eu não acredito que isso esteja acontecendo, que droga Hoseok. — Kihyun esta do lado de fora? Por favor... Chame alguém!

 

 

---//---

 

POV Hyunwoo

 

— Tem certeza? — questiono.

— Já falei que sim. — Sun Hee confirma. — Os investidores estão espalhando os boatos, certamente esse será seu melhor contrato, você vai impressionar seu pai.

— Não me importo com isso.

 

Abro um sorriso de canto de boca e entro no carro junto com ela. — Não vejo a hora de chegar em casa e descansar, estou exausto.

 

— Conseguiu falar com o Hoseok?

— Nada ainda. — ela responde. — Pela ligação de ontem parece que ele e o namorado estavam fazendo uma reunião em casa.

— Hyungwon parece que não tem família... Reunião? Hoseok sabe que eu não gosto quando ele leva pessoas estranhas para dentro de casa.

 

O celular de Sun Hee toca, assim que acelero.

 

— Sim, é a secretaria dele. — ela sorri debochada para mim. — Só um momento.

 

Ela abafa o som do microfone do celular.

 

— Yoo Kihyun, ele quer falar com você, disse ser urgente. — ela diz em cochichos.

— O que aquela criança poderia ter para falar de urgente comigo? — resmungo. — Mande ligar outra hora.

— O Sr. Hyunwoo está ocupado e...

 

Posso ouvir daqui os gritos do rapaz. — O que esta havendo?

 

— Coloca no alto-falante. — peço.

— Seu filho da puta eu sei que está me ouvindo! O seu irmão enlouqueceu! — os gritos de Kihyun ecoam pelo carro.

— Kihyun, é o Hyunwoo, fale mais calmamente. — peço.

— Não posso o maluco do seu irmão esta me seguindo.

 

Freio o carro bruscamente, fazendo o carro atrás de mim bater na traseira do meu.

 

— Você está na minha casa? O que esta acontecendo?

— Eu não sei, o seu irmão ficou descontrolado porque a sua esposa começou a atacar o Minhyuk, depois ela disse que era para estar casada com o Hoseok e...

— Merda. — bato no volante.

 

Me assusto quando um homem bate na janela do carro.

 

— Como ele esta? Ele já esta melhor? — pergunto.

— Ele se trancou no quarto junto com os outros, ele machucou a mulher, eu acho que ela morreu.

 

Meu coração parece desacelerar.

 

— Hyunwoo? — Sun Hee me chama.

— Chama uma ambulância, vamos direto para casa.

 

 

...................

 

 

Devido ao transito e da distancia que estava de Seul, só consegui chegar no fim da tarde.

 

O sol esta se pondo. E enfim quando atravesso os portões de minha casa vejo Kihyun sair de trás da fonte próximo a entrada da casa.

 

— De onde vieram? Do outro lado do mundo? — ele grita. — O seu irmão maluco esta fazendo todo mundo de refém lá dentro.

— Não seja idiota. — o empurro passando por ele. — Hoseok nunca faria algo assim.

— Ele já tentou se matar duas vezes, acha mesmo que ele não faria algo assim? Você não viu o que eu vi, ele bateu a cabeça da sua mulher na parede, e ficou lá encarando dizendo coisas malucas.

— Chega! — grito. — Sun Hee, fica aqui com ele, eu vou entrar, eu vou trazer o Hoseok.

— Eu vou com...

— Não! — grito para ele. — Eu já mandei chamar a ambulância, onde esta?

— Desculpa. — Sun Hee pega o celular, agitada.

 

Corro porta adentro. — Hoseok, o que esta acontecendo com você meu irmão?

 

— Hoseok? — chamo aos berros. — É Hyunwoo, Hoseok?

 

Subo as escadas até que começo a ouvir um murmuro. — Ele está aqui? No meu quarto? — Forço a maçaneta, mas a porta esta trancada.

 

— Hoseok sou eu, esta tudo bem, pode abrir a porta. — digo.

— Eu vou te proteger irmão, eu vou te proteger. — a voz dele soa assustadora.

— Me proteger de que? Hoseok abre essa porta.

 

Não tenho resposta. — O que diabos esta acontecendo lá dentro?

 

— Hoseok! — chuto a porta. — Abre essa droga!

— Por favor, espera. — a voz do meu irmão parece se acalmar. — Eu vou ajeitar as coisas, você vai poder ser feliz agora.

— Que bobagem é essa Hoseok? Abre essa merda agora.

— Eu vou...

— Não se mexe, eu não quero machucar você.

 

Essa voz é o Minhyuk? O Minhyuk esta lá dentro?

 

— Já chega Hoseok eu vou entrar. — grito.

 

Afasto-me um pouco da porta, pego impulso, mas não consigo arromba-la de primeira, me afasto novamente corro até ela e finalmente a derrubo.

 

— Hyunwoo! — a voz de Minhyuk me assusta.

 

Vejo Hyungwon próximo a meu irmão que esta segurando um pedaço de vidro na mão. E vejo Naeun deitada no colo de Minhyuk na cama, junto com Changkyun.

 

— Hoseok, o que você fez? — questiono. — O que acha que esta fazendo?

— Hyunwoo não grita com ele. — Minhyuk pede.

— Você está vendo o que ele esta fazendo?

— Ele é seu irmão, ele esta doente...

— Parem de falar como se eu não estivesse aqui! — Hoseok grita. — Eu estou bem, nunca estive melhor.

 

Me aproximo de Hoseok, enquanto Hyungwon ajuda Minhyuk e Changkyun a carregar Naeun para fora.

 

— Você se lembra do que conversamos na caverna em Jeju, não lembra? Então... Por que tudo isso? — questiono.

— Eu estou te ajudando, eu estou te salvando. — meu irmão insiste. — Você não enxerga, aquela mulher quer te destruir, te usar, fazer da sua vida um inferno.

— E eu aceitei isso, foi uma escolha minha. — afirmo. — Não há ninguém a ser salvo aqui Hoseok, por favor, me deixa te ajudar, deixa a gente ajudar você.

— Você fez por mim, enquanto eu te odiava por me afastar, você fez tudo isso por mim, eu não quero, não quero mais que você sofra por mim, eu posso agir sozinho, eu posso tomar conta de mim mesmo...

— Por favor, larga isso.

— Eu vou tirar do seu caminho, do meu caminho, então, por favor.

— Hoseok você esta doente, olha o que esta fazendo, machucando uma mulher gravida, assustando os seus amigos, esse não é você.

— Você não me conhece. — ele chora. — Ninguém me entende, eu só quero provar que posso ser bom.

— Então seja bom. — sussurro me aproximando. — Larga esse vidro, e vem comigo, eu posso te ajudar, eu posso fazer isso acabar, por favor.

 

Um grito de repente nos assusta.

 

— Minhyuk! — a voz de Kihyun me assusta.

— Minhyuk? — Hoseok parece despertar de um transe. — Hyunwoo...

 

O vidro cai de sua mão e meu irmão cai de joelhos no chão.

 

— O que eu fiz...

— Você esta bem? — questiono. — Eu vou ver o que esta acontecendo.

 

Corro para fora do quarto, desço as escadas, apreçado, e assim que chego à sala vejo Minhyuk desmaiado no chão, Changkyun, Hyungwon, Kihyun e Sun Hee próximos a escada e Naeun segurando um abajur com as mãos, em frente à Minhyuk.

 

— O que fez? — pergunto assustado.

— Vocês são malucos, mas adivinha, eu não vou ficar para trás, eu vou fazer seu irmão apodrecer na cadeia. — Naeun grita. — E seu querido Minhyuk, e seu filho? Você nunca mais vai nos ver nenhum de nós três.

 

Naeun arrasta Minhyuk com dificuldades, e assim que ameaçamos ir até ele, ela pega a parte do vidro quebrado e ameaça machuca-lo.

 

— Ninguém me segue. — ele grita.

— Façam o que ela pede. — digo.

— É o Minhyuk. — Kihyun reclama.

— Cala a boca.

 

Meu coração está agitado demais.

Ela finalmente sai com Minhyuk.

 

— Eu vou atrás dela, eu prometo que vai ficar tudo bem, Hyungwon cuida do Hoseok.

 

Hyungwon corre escada acima, mas logo volta agitado.

 

— Hoseok sumiu. — Hyungwon avisa.

— Onde está o Changkyun? — Kihyun questiona assustado.

 

 

---//---

 

POV Hoseok

 

— Isso é loucura. — Changkyun diz em sussurros. — Mas você tem razão, eu vi o olhar de preocupação do Kihyun para o Minhyuk, se o seu irmão e ele não voltarem, talvez eu possa perdê-lo.

 

Vejo Naeun arrastando Minhyuk para perto do carro do meu irmão.

 

— Não vou deixar que machuque meus amigos. — grito.

 

Corro saindo da casa, consigo fazer o abajur cair de sua mão. Logo Changkyun arrasta Minhyuk para longe.

 

— Acabou, acabou. — afirmo.

— Exatamente, acabou Hoseok, mas acabou pra você, e não pra mim.

— O que quer dizer? — pergunto espantado.

— Você nos manteve refém, me machucou, será preso.

— Eu... Eu não queria, eu...

— Não importa no fim você sabe o que você é, e o que você sempre será. — Naeun se aproxima de mim e sussurra em meu ouvido. — Um assassino.

 

Ela tem razão, o que deu em mim? Por que eu fiz tudo aquilo? Eu a machuquei. Machuquei e assustei meus amigos e meu irmão, eu... Eu estou me tornando aquilo que sempre quis acreditar que não era eu estou me tornando aquilo que todos acreditam que eu seja um maluco, um assassino.

 

— Eu só queria proteger meu irmão, eu queria que ele se sentisse bem, queria que ele parasse de sofrer por minha causa.

— Hoseok! — Hyunwoo grita.

 

Naeun se abaixa rapidamente, pega um pedaço do vidro do abajur e me puxa para junto dela, colocando o vidro em minha garganta.

 

— Sai de perto. — Naeun grita. — Eu vou fazer uma besteira.

— Naeun, por quê? Porque esta fazendo tudo isso? — Hyunwoo questiona.

— Por quê? Eu cansei... Cansei de fingir ser boa, cansei de ter que te aturar, aturar essa família de merda seu irmão retardado e seu amor nojento por outro homem. — ela grita. — Eu não vou deixar meu filho crescer com um homem que prefere estar nos braços de outro homem.

— Naeun...

— Você nunca vai ver essa criança. — ela berra.

 

Meu irmão simplesmente corre em nossa direção. Consigo empurrá-la para trás, e me soltar de seu braço. Hyunwoo passa por mim, e de repente a imprensa no carro.

 

Um silêncio toma conta de tudo.

 

— Hyunwoo? — o chamo me aproximando.

— Hoseok... Não. — a voz do meu irmão soa falhada.

 

Vejo então sangue pingar no chão.

 

— A culpa é sua, a culpa é sua. — Naeun grita em pânico.

 

Hyunwoo cai no chão com um pedaço vidro cravado no abdome.

 

— Meu Deus. — Changkyun tapa a própria boca.

 

Não consigo falar, não consigo gritar. Foi minha culpa, é minha culpa, eu matei o meu irmão.

 

— O que eu faço? — Naeun fica agitada. — Você, vem comigo.

 

Ela puxa Changkyun, e abre o porta-malas do carro.

 

— Coloca ele ai dentro. — ela grita.

— Não.

— Agora!

 

Mesmo em pânico Changkyun ajuda meu irmão a se levantar e o coloca dentro do porta-malas.

 

— Me perdoa. — ele pede.

— Minhyuk... Eu amo o...

— Eu sei. — suas lagrimas finalmente caem. — Me perdoa.

 

Naeun fecha o porta-malas, abre a porta do carro e obriga Changkyun a entrar.

 

— Espero que esteja satisfeito, seu irmão e seu amigo vão morrer por sua culpa. — ela sussurra próxima a mim.

— Me mata. — imploro em lagrimas. — Eu... Eu não quero, não posso carregar isso comigo, só acaba com isso.

 

Ela me puxa pela camisa, me fazendo levantar, me coloca no banco do carona e entra no carro.

 

— Hoseok? — Hyungwon grita saindo da casa.

— Changkyun? — Kihyun chora. — Onde ele está?

— Senhor Minhyuk? — Sun Hee corre até Minhyuk, que finalmente desperta.

 

O carro enfim acelera deixando todos para trás.

 

 

...................

 

 

Changkyun está gemendo e tremendo no banco de trás. Já não consigo ouvir a respiração ofegante do meu irmão dentro do porta-malas. — Eu não consigo reagir, por que não consigo fazer nada?

 

— Eu não quero morrer. — Changkyun fala de repente.

— Cala a boca! — Naeun berra. E então freia o carro.

 

Ela olha para baixo, sua calça começa a molhar.

 

— Isso é hora? — ela reclama. — Hoseok, troca de lugar comigo.

— Não, eu não vou fazer isso, não vou te ajudar. — afirmo.

— Se não dirigir esse carro o seu irmão vai morrer, quer mesmo carregar a culpa da morte dele? Já não basta o que fez com sua mãe?

 

Descemos os dois do carro e trocamos de lugar, acelero o carro e sigo suas orientações.

 

Saímos da pista principal, subindo em uma rua estreita, saindo de Seul. — Vejo um farol aceso atrás de nosso carro, e só então percebo ser o carro da nossa empresa. É um socorro?

Começa a chover de repente, e como se já não bastasse à pista escura, agora está molhada.

 

— Não deixe que se aproximem. — Naeun diz respirando fundo. — Acelera.

— Hoseok, para o carro, ela não pode fazer nada nessas condições, a gente pode fugir. — Changkyun grita.

— Cala a boca criança.

— Você tem razão Naeun, talvez eu esteja me tornando aquilo que todos acreditem que eu seja.

 

Freio o carro. Changkyun abre a porta e sai.

 

— Hoseok vem. — ele me chama.

 

Acelero novamente, vendo pelo retrovisor o carro de trás parar e Kihyun indo ao encontro do jovem.

 

— Me desculpe irmão, no fim, eu me tornei um monstro. — fecho meus olhos.

— Ei... O que esta fazendo, presta atenção na pista. — Naeun grita.

 

Meu irmão está morto por minha causa, e por causa dessa mulher que desgraçou nossas vidas, nada mais justo que sua vida seja levada também, e que a minha os acompanhe. — Naeun tenta controlar o volante, mas o carro derrapa. Capota.

 

Tudo fica escuro de repente.

 

 

---//---

 

POV Minhyuk

 

Corremos os dois juntos pela rua molhada, a chuva não permite que vejamos as coisas com clareza. Hyungwon desliza ribanceira abaixo e consegue se aproximar do carro que está de cabeça para baixo. Também desço, com certa dificuldade, e me junto a ele.

 

— Hyunwoo?! — chamo aos berros.

— Ele não está aqui. — Hyungwon grita forçando a porta do motorista.

 

Corro para ajuda-lo, só então vejo Kim Naeun presa ao cinto de segurança no banco do carona, sua testa esta sangrando e ela esta desmaiada. Vejo também que há um enorme buraco em frente ao banco do motorista. — Quem estava dirigindo o carro? O que exatamente esta acontecendo?

 

— Tinha mais alguém com ela. — Hyungwon conta. — Se não era o Hyunwoo, então quem era?

 

Hyungwon corre para frente do carro, na esperança de encontrar algo.

 

— Naeun? Naeun?! — chamo-a.

 

Ela esta virada de cabeça para baixo, presa ao cinto de segurança. — Ela ainda esta viva.

Um baque repentino me assusta. Vou para trás do carro e noto a mala semiaberta, termino de abri-la e de repente ele desaba desacordado em minha frente.

De repente o grito de Hyungwon ecoa. E junto ao seu grito a sirene de ambulâncias e viaturas de policia.

Fico em estado de choque vendo a quantidade de sangue que sai de sua boca. — Ele ainda esta vivo?

 

— Minhyuk me ajuda aqui, é o...

 

A face de Hyungwon congela quando se aproxima de mim

 

— O que está acontecendo aqui?

 

 

...................

 

 

Eu não sei o que pensar, não sei como agir, as lágrimas simplesmente não querem cair, eu não posso perdê-lo, não dessa forma, eu não posso perdê-lo.

 

— Quanto tempo mais vão nos fazer esperar? — Sun Hee grita.

 

Estamos todos no hospital, esperando. Kihyun, Changkyun e Hyungwon estão no andar debaixo esperando a cirurgia de Hoseok terminar. — Ele chegou consciente no hospital, mas ao ser lançado para fora do carro, ele bateu forte a coluna. Já o Hyunwoo chegou desacordado, e os médicos até agora não dizem nada sobre seu estado de saúde.

 

— Você está bem? — Sun Hee vem até mim.

 

Faço que não com a cabeça e a abraço.

 

— Eu estou assustado, eu não sei o que vai acontecer, eu estou com medo. — assumo.

 

A luz vermelha se apaga, e um médico sai retirando as luvas.

 

— E então? — pergunto.

 

Nesse mesmo momento, Hyungwon vem correndo junto a Kihyun e Changkyun.

 

— A cirurgia do Hoseok terminou, falaram que foi um sucesso, só precisa esperar para que ele acorde, para saber como proceder. — Hyungwon avisa.

 

Sorrio para ele e volto a me concentrar no médico.

 

— Infelizmente não tenho noticias tão boas.

— Não. — finalmente choro.

— Estamos fazendo o possível, mas o fígado dele foi muito danificado, e com a hemorragia...

— Não podem realizar um transplante? — Sun Hee pergunta. — Eu já ouvi sobre isso, isso pode dar certo.

— Não acharíamos um doador compatível a tempo. — o médico fala. — E estamos em falta com o tipo sanguíneo dele.

— Que seria? — insisto.

— O. — ele fala.

 

Eu não posso, eu não sou compatível, eu não posso salvá-lo.

 

— Errr... Eu, eu acho que eu sou compatível. — Hyungwon diz de repente. — Eu, eu sou O também.

— Tem certeza que quer fazer isso? — Changkyun diz assustado. — Isso não irá machuca-lo?

— O Hyunwoo te odeia. — Kihyun diz.

— Ele é o irmão do Hoseok, eu amo o Hoseok, e eu sei como ele vai ficar se o irmão morrer, ele vai se culpar, ele não vai resistir a outro baque, eu não posso permitir, não sabendo que eu posso ajudar de alguma forma. — Hyungwon diz.

 

Abraço-o e choro em seus braços.

 

— Salve o Hyunwoo, por favor. — peço.

— Se for fazer isso, tem que está certo. — o médico afirma.

— Eu estou certo. — ele afirma.

 

Hyungwon é levado pelo médico.

 

— Vai dar tudo certo. — Sun Hee segura minhas mãos. — Vai dar tudo certo.

 

 

---//---

 

POV Hyunwoo

 

Abro meus olhos bem devagar, minha respiração esta pesada, meu corpo dói. — O que aconteceu? — Vejo pela janela que já é de manhã. Tento me mover, mas meu corpo dói, e só então noto que estou em uma cama de hospital. — Claro! Eu fui atingido pela Naeun.

 

— Acordado? — sua voz rouca me chama atenção.

 

Viro a cabeça para o lado e vejo Hyungwon deitado na cama ao lado.

 

— O que aconteceu? O Hoseok...

— Está tudo bem, houve um acidente, Hoseok e você sobreviveram, Naeun também, ela provavelmente deve estar dando a luz ao seu filho agora.

 

Não entendo, eu achei que estava morrendo, como eu estou aqui? E outra...

 

— Por que está aqui?

 

Ele força um sorriso.

 

— Você estava morrendo. Ah como me senti dono da sua vida naquele momento. — suas palavras me irritam. — Mas eu pensei no seu irmão, e eu pensei em você também. Eu sei que eu pareço um parasita na vida do Hoseok, mas acredite, eu amo o seu irmão de verdade, eu daria minha própria vida por ele se eu pudesse, e quando o médico disse que você precisava de um transplante de fígado e eu era o único compatível, acho que foi minha forma de provar a você que eu não estou na vida de vocês por interesse, eu não fiz só por você, eu fiz pelo Hoseok. — ele conta.

— Você... Você fez isso por mim?

 

Uma lágrima cai de seus olhos.

 

— Você salvou minha vida. — digo.  — Obrigado, e desculpa.

— Não se preocupe, não é como se me devesse algo, você já me salvou uma vez também.

— Eu?

— Quando impediu que ele afunda-se na caverna de Jeju, você o trouxe de volta pra mim, então... Obrigado.

 

Não sei bem demonstrar gratidão, mas nesse exato momento eu me sinto realmente envergonhado por já ter desejado que Hyungwon desaparecesse de nossas vidas.

 

 

---//---

 

POV Kim Naeun

 

— Como você está? — uma enfermeira entra no quarto. — O seu bebê está lindo e saudável, vocês dois tiveram muita sorte.

— Sorte? — grito, mas logo abaixo o tom de voz por meu corpo doer. — Eu quase morri, eu estou machucada... Eu quero que suma daqui, suma.

 

A enfermeira me olha de forma estranha, mas acata meu pedido.

 

— Eu espero que aqueles dois tenham morrido, e estejam queimando no inferno.

 

A porta do quarto se abre.

 

— Você? Por que está aqui? — questiono.

 

Sua mão esta coberta por uma luva, pega um travesseiro no armário e vem até mim.

 

— O que acha que está fazendo? Socorro!!!

 

O travesseiro é posto em meu rosto. Minha respiração é sufocada

 

...................

 

— Olá, hora do seu remédio. — uma enfermeira entra no quarto.

 

A enfermeira se aproxima da cama, e só então nota o travesseiro em seu rosto, ela corre e enfim constada. — Kim Naeun está morta.

 

 

---//---

 

POV Minhyuk

 

2 SEMANAS DEPOIS

 

O quarto do hospital onde Hoseok esta, está bem arrumado. Assim que entro o vejo sentado na cama e Changkyun e Kihyun ao seu lado.

 

— Como está? — pergunto.

— Melhor. — ele diz de cabeça baixa. — Minhyuk, eu queria pedir desculpas, desculpas por tudo, eu...

 

Lagrimas caem de seus olhos.

 

— Ei... Não fica assim, tá legal? Vai dar tudo certo, os médicos disseram que logo você vai voltar a sentir os movimentos da perna, então fica bem. — digo.

 

A cirurgia do Hoseok foi um sucesso, porém ele teve a coluna danificada, e mesmo a cirurgia tendo corrido perfeitamente, ele ainda não é capaz de sentir as pernas. — Mas os médicos deixaram claro que isso é só uma questão de tempo, estamos otimistas.

 

Saio do quarto e sou seguido por Kihyun e Changkyun.

 

— Minhyuk. — Kihyun me para. — Eu queria te pedir desculpas, por ter forçado a barra com você.

 

Encaro Changkyun que sorri para mim.

 

— Eu fiz besteira, fiz o Chang pensar besteira e agir de forma imprudente, eu estou envergonhado, eu não mereço nem que ele esteja comigo. — ele diz sorriso. — Isso é brincadeira não me abandone.

— Bobo. — Changkyun o abraça.

 

Deixo os dois para trás e vou agora em direção ao quarto de Hyunwoo, assim que entro sou forçado a abrir um brilhante sorriso ao vê-lo segurando o filho nos braços.

 

— Hey olha quem chegou. — ele fala infantilizando a voz.

 

Me aproximo e sento na ponta da cama. — Hyungwon foi transferido para outro quarto.

 

— Como se sente? — pergunto. — Com o assassinato da Naeun e...

— Não quero falar disso. — ele me interrompe.

 

Ele simplesmente me oferece seu filho e o pego nos braços. — Ele é tão gordinho, seus olhos quase não se abrem.

 

— Eu preciso de você mais do que nunca. — ele diz. — Minhyuk, nós dois precisamos de você, então, por favor... Não me deixe novamente.

 

Eu já cansei, cansei de rejeitar o meu amor por ele. — Eu o amo e não importe as consequências disso...

 

— Seremos uma família. — sorriso para ele, o fazendo sorrir. — Eu, você e o...

— Jooheon. — ele diz. — O nome do nosso... — Hyunwoo hesita, mas abre um sorriso para mim. — Sim, nosso filho. Ele se chama Jooheon. 


Notas Finais


Então é isso, esse foi o último capitulo de 2016, que em 2017 possamos nos reencontrar aqui novamente, e continuar essa história.

Desejo a todos um feliz ano novo, e podem ter certeza que volto com mais! Boas Festas! :D


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