1. Spirit Fanfics >
  2. Algo Chamado... Amor? >
  3. Algo Chamado: Sentimentos

História Algo Chamado... Amor? - Algo Chamado: Sentimentos


Escrita por: TakaishiTakeru

Notas do Autor


Oláaaaa!!! Gente só quero dizer que eu amei escrever esse capitulo, não sei o motivo, mas eu adorei ele kkkkkkk....

OBS: Encontre a referencia descarada a música Hero, dos meninos, no capitulo kkkkkkkk

Vamos lá! Boa leitura <3

Capítulo 28 - Algo Chamado: Sentimentos


POV Kihyun

 

A fila para o embarque ainda não está pronta. — Eu vim para os Estados Unidos na esperança de reatar com o Changkyun, de ter com ele um recomeço, mas aparentemente não é isso o que ele quer, não é mais como um casal que ele nos vê. Faz dois dias desde que nos vimos que ele me deixou aquela carta. Já é hora de encarar a realidade e voltar para casa, não é? — Ajeito minha mala, e vejo um grupo de pessoas passarem. — Provavelmente estão desembarcando. — Seguro firme minha mala, porém a mala de uma senhora bate junto a minha.

 

— Perdão! — peço.

 

Ela agora me encara friamente. — Essa senhora, ela tem um rosto familiar. Ela provavelmente é Coreana também. — Ouço então um choro, só agora noto que esta segurando um bebê.

 

— Perdão. — insisto agora em nossa língua.

 

A senhora volta a andar. — Vejo o bebê chorando, seus olhinhos quase desaparecem enquanto faz essa careta para chorar, suas bochechas rosadas.

 

— Parece o Jooheon. — sorrio comigo mesmo.

 

Ouço então a chamada para o meu voou. — Certo Kihyun, vida que segue. Hora de voltar para casa.

 

 

---//---

 

POV Hyunwoo

 

— Como assim desapareceu? — questiono. — Uma pessoa não some de uma hora para outra! Vocês não estão fazendo os seus trabalhos corretamente! — me altero.

 

O advogado Kim Sungchan, da família Im, está junto comigo. — Mesmo não sendo parte do caso da morte da Naeun, ele aceitou nos ajudar a processar a Kim Hyun-Jae, a avó materna do Jooheon, mãe da Naeun, por sequestro. Mesmo sem muitas provas, não foi difícil seguir adiante com a denuncia, já que a mãe de Naeun simplesmente desapareceu da cidade. Buscas começaram a ser feitas, mas até agora nada. Nenhuma informação sobre essa mulher, ou o paradeiro do meu filho.

 

— Você precisa se acalmar, estamos fazendo tudo a nosso alcance. — o detetive insiste.

— Não parece. — grito. — Já vasculharam a casa dela? Conversaram com os vizinhos? Olharam as câmeras de segurança do bairro dela? Do trafego de transito? Metrô e aeroportos?

— Calma rapaz! — o detetive se levanta. — Se continuar a se alterar dessa forma vamos ter um problema aqui.

— Como quer que eu tenha calma? Aquela mulher pode estar em qualquer lugar com o meu filho!

 

Levanto irritado, ameaçado chutar a cadeira, mas logo paro.

 

— Por favor. — peço.

 

O detetive volta a se sentar, encara a tela de seu computador, e também seu parceiro por alguns segundos.

 

— Mencionou algo sobre vasculharmos as câmeras de segurança do trafego de transito e aeroportos. — ele fala. — Nós já pedimos todas as imagens e estamos analisando, qualquer novidade o informaremos Senhor Son Hyunwoo.

 

...................

 

Desço do carro e vejo uma intensa movimentação, carros de polícia e também curiosos. — O que será que aconteceu? Faz dias que não venho para casa, por passar o dia procurando Jooheon e as noites com Minhyuk no hospital. Será que tem alguma noticia do Jooheon?

 

— Por favor, o senhor não pode passar. — o policial tenta me barrar.

— Essa é a minha casa. — digo tirando suas mãos de mim. — Com licença.

 

Atravesso e finalmente entro em casa. Assim que chego vejo meu pai sentado no sofá com a cabeça imobilizada com gesso... Ele está... Chorando?

 

— O que aconteceu? — questiono em espanto.

— Senhor, por favor. — um outro policial vem até mim.

— Está tudo bem. — a voz de meu pai soa inaudível. — Este é o Hyunwoo, irmão dele. Meu filho mais velho.

 

Sinto minha espinha estremecer. — O que ele quis dizer com: “Irmão dele?”.

 

— O que houve? — insisto. — Alguma coisa aconteceu com o Hoseok?

 

Meu pai volta a chorar, porém dessa vez ele estremece e logo se força a parar.

 

— Alguém quer me dizer o que está acontecendo?! — grito.

— Hoseok e aquele marginal... Eles tentaram me matar. — meu pai finalmente fala.

— Como é? — questiono.

— Hoseok me atacou com a muleta, e atacou meus seguranças com a ajuda do amigo marginal. — ele soluça em lágrimas.

— Meu irmão nunca faria isso. — digo confuso. — Tem de haver uma explicação.

— E há. — o policial vem até mim.

 

Meu sangue gela de repente.

 

— Temos provas o suficiente para acreditar que o jovem, Chae Hyungwon, é o assassino de sua esposa.

— O Hyungwon? — repito em deboche. — Impossível àquela criança jamais machucaria alguém.

— Eu tenho provas. — a voz rouca de meu pai estremece o ar. — Eu ouvi uma conversa do rapaz com o seu irmão, logo em seguida eu o chamei para conversar e ele afirmou para mim o que fez, tenho tudo gravado. — ele conta. — Eu tentei ajudar, você sabe que eu sempre tentei ajudar o seu irmão, mas eu não poderia prever que o Hoseok...

— Cala a boca...

— Eu não poderia prever que o Hoseok acobertaria um bandido, um assassino! Os dois tentaram se livrar de mim, pois eu sei da verdade, Hoseok é cumplice do Hyungwon.

— Chega! — grito. — Essa é coisa mais ridícula que eu já ouvi. Eu não sei o que aconteceu aqui para te deixar nesse estado, mas eu sei que o Hoseok e o Hyungwon jamais machucariam alguém. E se fizeram algo com você, foi porque tiveram motivos. Pai, se eu descobrir que está armando para o Hoseok e para o namorado dele, não será os dois a ir para a cadeia, você sabe bem disso.

— O que quer dizer com isso Sr. Hyunwoo? — o policial questiona. — Está ameaçando o seu pai.

— Apenas dando um alerta. — digo. — Quanto aos dois, onde estão?

— Fugiram, não temos nenhuma informação, mas já foi emitido um pedido de prisão para Chae Hyungwon, e sinto muito, mas se o seu irmão for pego junto com ele, ele voltará para a prisão.

 

Era só o que me faltava. — Eles estão mentindo, estando mentindo para mim, não é? Hyungwon jamais mataria alguém, ainda mais... Espera! Minhyuk sabe quem matou a Naeun, e nunca quis me contar, pediu para eu confiar nele... Não pode ser Minhyuk não faria isso comigo, ele jamais acobertaria um assassino, ainda mais se ele estivesse junto com a gente o tempo todo, perto de nosso filho. Esse é o motivo dele nunca ter me contado sobre o sequestro dele? Foi o Hyungwon que fez tudo isso?

 

— Hyunwoo? — o policial vem até mim. — Está tudo bem, seria possível que pegássemos seu depoimento e...

— Eu preciso de ar, eu estou ficando sufocado aqui dentro.

 

Saio de casa e uma onda de flashes me deixa praticamente sem visão. — Eu estou cansado, estou exausto. Tiraram meu filho de mim, colocaram o homem que eu amo em uma cama de hospital e agora ele não se lembra mais de mim, e agora isso? Não, eu preciso de explicações, se Hyungwon é o assassino da Naeun, o que ele poderia fazer contra o Hoseok? E se o Minhyuk o acobertou, o que isso faz dele?

 

— Hyunwoo! O que tem a declarar sobre as recentes informações da morte de sua esposa? — uma repórter avança contra mim.

— A respeito do seu filho! É verdade que seu suposto novo interesse amoroso tem relação com o desaparecimento...

 

Perco o controle do meu corpo, avanço contra o repórter e soco seu rosto, mas logo sou afastado por seguranças.

 

— Chega! — grito. — Me deixem em paz! O que mais querem tirar de mim?! Já me tiraram meu filho, a pessoa que eu amo sequer sabe quem eu sou agora... Chega me respeitem... Eu... Eu estou cansado de tudo isso.

 

Todos ficam em silencio, mas os flashes continuam. — Encaro a multidão de repórteres e curiosos, até que a vejo. Não tenho certeza do que estou vendo, mas eu a estou vendo. — Corro abrindo espaço entre os repórteres e a vejo se afastando. — Eu estou enlouquecendo? Eu não posso estar vendo ela. — Chego enfim ao meu carro, mas já não a vejo mais.

 

— Eu realmente estou ficando exausto. — resmungo.

 

Tive a impressão de ter visto a Naeun.

 

 

---//---

 

POV Minhyuk

 

— Está vendo? Eu já consigo ficar de pé e andar. — afirmo, mostrando ao médico e minha mãe. — Eu posso sim voltar para casa, eu tenho certeza de que serei tão bem cuidado lá como estou sendo aqui.

 

Não estou cem por cento bem, o tiro que recebi não atingiu nada vital, para falar a verdade eu tive muita sorte. Consigo me mover tranquilamente, mas claro, quando me agito muito sinto algumas dores. — O que mais me preocupa é a minha cabeça. O tiro não foi nada perto da suposta pancada que levei, pois eu ainda não consigo lembrar a minha vida depois da formatura do ensino médio. É como se eu tivesse dormido por mais de um ano, e acordado agora.

 

— Tem certeza que quer voltar para casa? — minha mãe vem até mim. — Sua vida aqui, sua faculdade, seus amigos e...

— Mãe. — a interrompo. — Eu não sei quem eu sou direito, e eu sinto que tem muita acontecendo ao meu redor, sinto que tem coisas importantes que eu deva lembrar, mas eu não consigo.

— E quer se afastar? Esse não é o Minhyuk que eu criei.

— Não é isso mãe.

 

A imagem daquele homem volta a minha cabeça. Son Hyunwoo. — Por que eu sinto isso quando ele surge em minha mente? Por que meu sangue parece esquentar quando lembro seu nome.

 

— Eu só acho que preciso me afastar de tudo isso por um tempo. — afirmo. — Pelo menos até que minhas memorias voltem.

— E se não voltarem. — ela questiona agora encarando o médico.

— Se não voltarem. — sorrio. — Criaremos memorias novas. O papai sempre quis que eu o ajudasse não é? É uma boa oportunidade.

 

Minha mãe me abraça de repente. — Eu estou confuso, uma parte de mim quer ir embora, outra parte quer ficar e entender o que é isso que estou sentindo. Eu não sei o que é o certo a se fazer aqui,

 

 

---//---

 

POV Kihyun

 

Enfim sento em minha poltrona, encaro a vista da janela. — Por que minha vida não pode ser igual aos doramas? Por que o Changkyun não corre para dentro desse avião me impedindo de ir embora?

 

— Senhor. — a aeromoça vem até mim. — Por favor, afivele o cinto e desligue o aparelho celular, ou o coloque em modo avião.

— Claro.

 

Pego meu celular e vejo algumas mensagens não lidas. — Ah é verdade, eu simplesmente esqueci da mensagem que o Hyungwon me mandou, quando encontrei o Changkyun. — Encaro a aeromoça que está alertando os demais passageiros. Abro a mensagem.

 

 

“Kihyun onde está? O filho de Hyunwoo e Minhyuk foi sequestrado pela avó, à mãe da Naeun, caso você a veja em algum lugar nos avise, vou te mandar uma foto. E não sei se sabe, mas o Minhyuk está no hospital, mas já está bem agora.”

 

 

— Minhyuk no hospital? — me agito.

 

Vejo em anexo a foto que me mandou. — Eu tenho certeza... Tenho certeza que já vi essa mulher em algum lugar, mas onde?  — Lembro de repente da mulher que baterá na minha mala antes de eu embarcar, ela estava com uma criança idêntica ao...

 

— JOOHEON! — grito de repente.

 

Tiro o cinto de segurança e me levanto. — Aquele era o Jooheon, aquela mulher era a mãe da Naeun, eles estiveram ao meu lado e eu a deixei ir.

 

— Senhor, por favor, se acalme! — a aeromoça vem até mim.

— Não! Eu preciso descer, preciso descer! — grito pegando minha mala no bagageiro.

— Senhor, estamos prestes a decolar!

— O filho do meu amigo foi sequestrado. — grito. — O namorado e ele agora me odeiam por besteiras que eu fiz, e eu perdi meu namorado por causa disso.

— Senhor se acalma.

— Eu preciso fazer isso, por favor. Me deixe descer desse avião. — imploro.

 

...................

 

O céu está claro, e as nuvens quase não aparecem... O avião começa a desaparecer indo para mais e mais longe.

 

— Kihyun!

 

Olho para trás e vejo Changkyun ofegante. — Eu não voltei para casa, eu consegui descer. Na última hora... Eu vi a mãe da Naeun, eu vi o Jooheon.

 

— Disse que era urgente, disse que eu precisava vir. — Changkyun diz confuso.

— Sequestraram o Jooheon. — conto.

 

Seus olhos enchem-se de lágrimas rapidamente.

 

— Mas eu o vi antes de embarcar.

— Como? — Chang questiona.

— Ele está com a mãe da Naeun, eles estão aqui, nos Estados Unidos. — conto.

 

Ele bagunça os cabelos e começa a andar de um lado para o outro.

 

— O que a gente faz? — ele pergunta.

— Eu mandei uma mensagem para o Minhyuk, tenho certeza que ele avisará aos outros e darão um jeito de vir para cá, mas por hora... Somos só nós dois, precisamos fazer alguma coisa, eu sei que não me queria por perto, mas...

— É o Jooheon, eu faria qualquer coisa por ele. — sua voz soa ainda mais grave. — Vamos, eu tenho uma ideia de por onde começar a procurar.

 

 

---//---

 

POV Hoseok

 

 

Já está anoitecendo e até agora nada dele voltar. — Aonde foi Hyungwon? — Depois que fugimos dos homens do meu pai tivemos que nos esconder, estamos agora em um lugar que eu vinha muito com Hyunwoo e nossa mãe quando mais novo, é um parque de diversões, porém tem esse pequeno quarto onde os seguranças dormiam. O lugar está abandonado, por isso conseguimos entrar.

 

— Tudo aquilo que o meu pai me disse, é mentira não é? — questiono a mim mesmo. — Eu sou sim filho dele, eu sou sim irmão do Hyunwoo. Ele só quer me abalar, eu não vou me permitir quebrar novamente, eu me recuso.

 

Ouço um barulho, ando com um pouco de dificuldade até a porta e vejo uma sombra.

 

— Hyungwon? — chamo assustado.

— Sou eu. — ele prontamente responde. — Rápido, abre essa porta.

 

Abro rapidamente, e ele entra ainda mais rápido. — Ele está nitidamente assustado, ofegante. As sacolas em suas mãos tremem com seu nervosismo nítido.

 

— O que houve? — pergunto.

— Seu pai é isso o que houve. — ele joga as coisas no chão e se senta no colchão. — Ele fez todos acreditarem que atentamos contra a vida dele, e ele... Ele contou que eu mantei a Naeun.

 

Minhas pernas tremem, meu sangue gela, mas permaneço firme por ele.

 

— Como meu pai poderia saber?

— Ele nos ouviu conversando. — ele conta. — Ele me ameaçou, ele pediu para eu deixar você, foi quando eu decidi ir embora de casa. Pelo visto ele me gravou confessando, e agora... E agora eu estou sendo procurado pela polícia.

 

Respiro fundo e fico o encarando.

 

— E o que a gente faz? — pergunto.

— A gente não faz nada. — Hyungwon abaixa o tom de voz. — Hoseok, você vai voltar para casa, eu liguei para o seu irmão, ele vai nos encontrar na rodoviária, então... Você volta com ele.

— Não!

— É o certo a se fazer. — ele agora grita. — Estão atrás de mim, por um crime que eu cometi, eu não vou deixar você ser preso de novo, por minha causa. Você sabe o quanto eu me odeio por ter permitido que ficasse meses lá dentro por minha culpa, mas não dessa vez, eu não vou deixar...

 

Abro um sorriso deixo minhas muletas caírem. — Até onde vai o meu amor por ele? Até onde o nome Hyungwon mexe comigo? Até que ponto meus sentimentos por ele me fazem questionar a razão?

 

— Hoseok?

 

Ajoelho-me em sua frente e coloco a mão em seu rosto.

 

— “Não, você é meu. Tenho o dever de protegê-lo, vou protegê-lo, assim ninguém poderá facilmente tirá-lo de mim”.

 

Hyungwon força um sorriso e vejo lágrimas caírem de seus olhos.

 

— “Eu posso ser seu herói, eu posso ser seu homem,”. — digo. — Deixe-me ser seu herói!

— Por que eu tenho a impressão de que isso é letra de alguma musica? — ele sorri.

— Hyungwon, quando eu decidi te amar, quando eu escolhi voltar para você mesmo sabendo de tudo... Eu assumi para mim os riscos que tinham sobre você.

— Não é justo. — ele insiste. — Hoseok, você já passou por tanta coisa, eu não posso.

— Você tem razão. — afirmo. — Passei por muitas coisas, sozinho, mas dessa vez eu não vou estar sozinho, e nem você... Me deixa te ajudar, eu prometo não te deixar, nem que tenhamos que ir para o outro lado do mundo, eu não vou deixar que peguem você.

 

Hyungwon me abraça e chora em meus braços. — Eu realmente não sei se meu amor por ele é toxico ou não, mas a questão é que quando se trata de Hyungwon, é como se eu fosse completamente dependente dele, completamente viciado... Eu o amo de forma tão assustadora que sou capaz de fazer qualquer coisa em nome desse amor.

 

— Eu te amo. — ele diz.

— Eu te amo. — digo também.

 

Seus lábios avançam contra os meus. — Eu não me arrependo não me arrependo de nada até agora, e não me arrependo de nada que farei em nome desse amor. — Hyungwon me deita no colchão e logo se deita do meu lado. Beija meu pescoço, meus lábios. — Sim... Eu pertenço a ele, assim como sei que ele pertence a mim. Nós vamos passar por tudo isso... Juntos.

 

 

---//---

 

POV Minhyuk

 

— Pode ir subindo na frente. — digo a minha mãe. — Eu vou comprar uma água e já te encontro.

— Tem certeza? — ela toca meu rosto. — Não pode fazer todo esse esforço.

— Não se preocupe mãe. — mostro meus bíceps. — Eu sou um touro.

— Você é magrelo.

— Sobe mãe, eu te encontro lá. — sorrio.

 

A estação rodoviária não está muito movimentada essa noite. — Está bastante frio. — Vejo um alvoroço do lado de dentro, mas ignoro. Continuo a andar até a loja de conveniências. — Eu ainda me questiono se isso é o correto a se fazer. Eu sinto que estou deixando algo para trás, mas eu não sei o que é. Sinto que devo lembrar de coisas, mas por mais que eu me esforce, eu simplesmente não consigo, e minha cabeça dói. Então eu resolvi parar, parar de tentar. Se eu tiver que lembrar algo, certamente uma hora às memorias irão voltar, por enquanto, eu devo ser o Minhyuk que eu costumava ser, criar novas memorias se preciso for.

 

— Viu esses rapazes?

 

Sua voz chama minha atenção. Saio da loja e vejo aquele mesmo homem, como era o seu nome mesmo?

 

— Hyunwoo. — digo.

 

Não tenho certeza se me ouviu, mas ele simplesmente parou o que estava fazendo, e está agora me encarando. — Droga, a última pessoa que eu queria ver hoje é esse homem esquisito metido a saber mais da minha vida do que eu mesmo. — Ele vem em minha direção um tanto atordoado.

 

— Minhyuk? Por que está aqui? — ele questiona. — Já está melhor?

 

Devo respondê-lo? Devo ignorá-lo? Eu simplesmente não sei qual é a minha relação com ele, tudo o que sei é que me sinto horrivelmente desconfortável em sua presença, e isso me assusta. — Passo por ele, mas sua mão pesada agarra meu braço.

 

— Desculpa, eu preciso ir. — digo. — Minha mãe está me esperando no ônibus, eu preciso subir.

— Você vai embora? Você... Você não pode.

— Por que não? Eu não tenho nada que me prenda a esse lugar. — afirmo. — Minhas memorias se foram, eu sinto muito se nesse um ano e meio, ou seja, quanto tempo tenha se passado... Eu sinto muito se tínhamos alguma ligação, se éramos amigos, colegas ou algo assim, mas eu não me lembro.

— Colegas? — sua voz soa tremula, e ele enfim me solta. — Disse que não me abandonaria, disse que éramos uma família.

— Eu não tenho certeza. — digo confuso. — Não sei por que eu diria essas coisas, mas...

— Eu te amo. — ele simplesmente fala.

 

Um flash de memória de repente surge em minha mente, eu o vejo esse mesmo homem segurando um bebê e dizendo que o ama, logo o vejo olhar para mim: “Eu te amo Minhyuk. Eu não tenho duvidas quanto a isso... Eu verdadeiramente te amo.”. — Cambaleio para trás e meus olhos enchem-se de lágrimas.

 

— Minhyuk! — ele me agarra novamente. — Está bem?

 

O encaro. — Eu estou chorando? Por quê? Eu não entendo... O que são essas lembranças?

 

— Eu te vi. — digo em sussurros. — Não... Não sei o que isso quer dizer.

— Quer dizer que seu lugar é ao meu lado. — ele afirma.

 

Eu me sinto esquisito, mesmo o tendo em fragmentos de memórias, eu não consigo sentir nada, não consigo sentir carinho, amizade... Mesmo o tendo em fragmentos de memoria minha... Eu não consigo reconhecê-lo.

 

— Desculpa. — me solto de seus braços. — Eu preciso ir.

— Eu não posso simplesmente deixa-lo ir. — Hyunwoo fala. — Prometemos um ao outro, em momentos bons, em momentos ruins...

— Eu não sei o que tivemos nesse tempo. — falo. — Mas é nítido que foi algo forte para você e significativo a ponto de me deixar realmente constrangido e assustado...

— Minhyuk...

— Então... Se eu realmente significo algo, se nossa amizade foi tão verdadeira a esse ponto... Me deixe ir, eu preciso descobrir por mim mesmo o que aconteceu, e aqui... Com todos me pressionando, eu não consigo.

 

Sua mão desliza na minha. Começo a caminhar em direção ao ônibus. — Estou fazendo a coisa certa, não estou? — Viro-me por alguns segundos, e posso jurar que o vejo chorar. — Controle-se Minhyuk, não é sua culpa.

 

— Estamos partindo! — o motorista fala.

 

Subo para o ônibus e me sento ao lado de minha mãe.

 

— Aqui. — ela fala. — Esqueci de te entregar, é o seu celular, estava com alguns pertences seus no hospital.

— Obrigado.

 

O ônibus acelera, e começa a tomar distancia da rodoviária.

 

— Tudo bem? — minha mãe questiona. — Parece estranho.

— Estou fazendo a coisa certa mãe? Deixando tudo para trás?

 

Ela simplesmente sorri, e se vira para o outro lado. — Estou tão confuso. — Pego meu celular e vejo diversas mensagens, uma mais recente de alguém chamado... Kihyun?

 

 

“Minhyuk já soube o que aconteceu, desculpe a demora. Não se preocupe, eu vi o seu filho hoje, ele está em Nova York, Estados Unidos, eu o vi mais cedo com a avó. Estou com o Changkyun, vamos procura-los, avise aos outros.”

 

 

Filho? Isso é algum tipo de brincadeira? — Encaro minha mãe, mas já a vejo, adormecida. — Entro em minha galeria de fotos e vejo fotos minha junto a um bebê. E também junto aquele homem.

 

— Por que mesmo vendo essas coisas... Eu não consigo me lembrar de nada?

 

...................

 

Abro os olhos. — Onde eu estou? — Um choro repentino chama minha atenção. Levanto da cama. — Estou em um apartamento? — Vou até o quarto ao lado e vejo um berço, vejo um lindo bebê dentro. Sua pele está rosada, seus olhinhos parecem sumir com seu sorriso desdentado.

 

— Olá! — o chamo.

 

Ouço uma gargalhada de criança. — Encaro o berço e já não vejo mais o bebê. — Vou para a sala e vejo um menino, de aparentemente cinco anos, correndo pela sala, ele sorri assim que me vê, seus olhinhos parecem sumir com seu sorriso. — Como pode? É aquele bebê.

 

— Até mais tarde! — a voz agitada me assusta.

 

A criança já não está mais ali, agora vejo um adolescente, ele me encara e me lança o mesmo sorriso, e sai com a mochila em mãos.

 

— Olá, papai.

 

Meu corpo estremece, viro-me para trás e vejo agora um jovem-adulto, de no máximo vinte anos. Ele sorri para mim, e seus olhos parecem sumir. — Ele se parece tanto com aquele homem... Com o Hyunwoo.

 

— Você é aquele bebê? — questiono.

— E aquela criança, e aquele rapaz. — ele afirma.

— Eu estou sonhando, não é?

 

Ele faz que sim com a cabeça e me chama para sentar.

 

— Eu não me lembro desse lugar, eu não me lembro de você, eu deveria?

— De mim assim não, mas do bebê sim. — ele diz corando o rosto.

— O que é tudo isso? Por que não se parece com um sonho?

— Eu sou o seu passado, o seu presente e o seu futuro. — ele diz. — Eu sou aquele que pode te deixar em um caminho confortável, ou no caminho que seu eu que não consegue lembrar, gostaria de estar.

— Não entendo. — digo. — Quem é você?

— Meu nome é Jooheon. — ele responde. — E você é o meu pai.

 

Sinto-me ainda mais confuso.

 

— O que tudo isso quer dizer? Como eu posso ter um filho?

— Eu sou fruto de algo ruim, mas criado com muito amor, com seu amor. — ele diz. — Eu estou em perigo agora, e eu preciso da ajuda dos meus pais, eu preciso de algo que só você se lembra.

— E o que é? — questiono.

— Cabe a você pai, lembrar, cabe a você decidir que caminho quer trilhar.

 

Ouço o choro do bebe novamente, volto a ver a criança a correr, e vejo o adolescente voltando para casa.

 

— Se eu não lembrar, se eu escolher não lembrar, eu vou perder isso, não é? Vou perder você.

 

Jooheon abre um sorriso.

 

— Não temos muito tempo. — ele diz.

— Eu... Eu não me lembro de nada, não sei quem é, ou quem eu deveria ser... Mas... Eu sinto algo estranho vendo você.

— Diga... O que sente?

— Algo chamado... Amor?

— Venha me encontrar... Pai!

 

...................

 

Desperto com lágrimas nos olhos. — O que foi tudo isso? — Encaro meu celular, entro na galeria novamente e vejo uma foto minha junto a um bebê e aquele homem.

 

— Hyunwoo... — digo em lágrimas. — Jooheon. — não consigo conter as lágrimas. — PARE ESSE ÔNIBUS! — grito.

— Minhyuk? — minha mãe questiona.

— Me perdoe... — peço. — Mas eu preciso voltar para minha família.

 

Pego minha mala e desço apressado do ônibus. — Eu não tenho todas as minhas memorias de volta, mas agora eu sei o que sinto por aquele homem, agora eu sei quem é aquele bebê. — Vejo o ônibus se afastar. — Começo a caminhar na rua escura e deserta.

 

— Hyunwoo me perdoe. — peço em lágrimas. — Eu estou voltando! 


Notas Finais


Então é isso! Kihyun e Changkyun começam a procura por Jooheon, que está em Nova York com a mãe de Naeun! Hyunwoo descobriu que Hyungwon é o "assassino" de Naeun, como lidar com isso? Hoseok e Hyungwon estão foragidos, mas mais amados do que nunca... E enfim Minhyuk parece se lembrar de algo, depois de um sonho com um Jooheon já crescido... E ai... O que esperar? Nos vemos na proxima! Até mais!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...