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História Algo Chamado... Amor? - Algo Chamado: Momentos


Escrita por: TakaishiTakeru

Notas do Autor


Esse capitulo ficou maior que o habitual... Mas é um capitulo tão bonito!!!

Boa leitura pessoal! :D <3

Capítulo 5 - Algo Chamado: Momentos


POV Minhyuk

 

Eu queria conseguir me concentrar, queria poder prestar atenção no que está sendo dito em sala de aula, mas eu não consigo. Toda vez que encaro o vazio é a sua imagem que vem a minha cabeça, toda vez que ouço um sorriso eu logo imagino que é o seu. — Estou sendo muito bobo por agir dessa maneira?

Hoje faz uma semana que tudo aconteceu que ele simplesmente resolveu aparecer em meu apartamento, se anunciando como meu novo colega de quarto, uma semana desde que me beijou pela segunda vez, que me tomou em seus braços e me chamou de seu. — Hyunwoo tem uma vida complicada, e eu consigo entender o motivo dele ter me pedido o que pediu, para por enquanto mantermos isso somente entre nós dois, sem falar nada nem mesmo para Hoseok. Ele prometeu vir a nosso apartamento sempre que der, mas a última vez que veio foi exatamente naquele dia, e isso está me matando... Eu nunca me senti assim antes, eu nunca senti tanto a falta de alguém como estou sentindo a dele.

 

— Mais uma vez, eu quero o formulário preenchido em minha mesa até a última aula da semana. — o professor parece repetir em tom de insistência. — As vagas estão acabando então se apressem.

 

Vagas? Vagas para o que?

 

...................

 

Ao fim da aula muitos dos alunos se concentraram em frente a um mural do lado de fora do campus. — Isso tem alguma coisa a ver com que o professor estava falando?

 

— Minhyuk!

 

Vejo Kihyun sair do meio da multidão com alguns papeis em mãos.

 

— Veio se inscrever para a viagem? — ele me entrega um papel e um folheto. — Um final de semana para uma palestra na ilha de Jeju.

— Ohh! Isso é interessante. — digo realmente considerando a ideia.

— E ainda tem o melhor. — ele sorri de forma provocante. — Pode levar acompanhante.

 

Ele começa a balançar as sobrancelhas de forma excitada.

 

— Eu vou levar o Changkyun, você poderia levar o seu carinha cujo nome esqueci, seria muito legal. — ele parece realmente muito animado com isso.

 

Meu rosto cora só de imaginar essa situação. — Para! Para de fantasiar essas coisas, não é como se o Hyunwoo fosse largar tudo para passar um final de semana comigo em outro lugar.

 

— Não me diga que vocês dois estão namorando escondido? — ele perguntando me afastando da multidão.

— Por que você fica falando como se soubesse de alguma coisa?

— Eu sei. — Kihyun afirma. — Ele mesmo disse que era seu namorado.

 

Eu mato aquele cara.

 

— Você não tem que ter vergonha de mim Minhyuk, eu sou seu amigo e se parar para observar eu estou na mesma situação que você, mas em papeis opostos.

— Como assim? — pergunto confuso.

— Você tem dezenove anos, quantos ele tem? Vinte três?

— Vinte e seis. — corrijo.

— Pior do que eu imaginei. — ele murmura. — Changkyun e eu somos quase a mesma coisa, eu também tenho dezenove, mas ele tem dezessete.

— Aonde quer chegar com esse negocio de idade? — questiono.

— O que você e o Chang querem? Provavelmente a segurança de que isso será real, justamente por essa diferença de idade, ainda mais a sua e a do seu carinha.

— Na verdade eu não estava pensando nisso.

— Tanto faz. — Kihyun sorri. — O que melhor para mostrar que um relacionamento é real que uma viagem romântica?

— Isso não era para ser uma palestra? — observo sorrindo.

— Por favor, por favor! — ele implora se ajoelhando em minha frente.

 

Que vergonha, todos estão nos olhando.

 

— Pra que toda essa insistência? Se quer passar um final de semana com seu namorado por que não vai? — pergunto.

— O preço fica mais barato se dividirmos e você é a única outra pessoa que conheço que tem um...

— Cala a boca. — fecho os olho e cruzo os braços. — Tanto faz... Não é como se dependesse só de mim também.

— Você está considerando fazer isso. — ele pula empolgado. — Isso vai ser tão legal e...

 

É... Talvez realmente seja bom, e eu sinto tanto a falta do Hyunwoo, seria ótimo conseguirmos ficar juntos um final de semana inteiro. — A questão é: Como convencê-lo a isso?

 

— Eu não garanto nada, mas eu prometo que vou tentar. — digo o fazendo abrir um sorriso ainda maior.

— Não esqueça de preencher esse formulário, temos até a última aula de sexta-feira.

 

 

---//---

 

POV Hyunwoo

 

Já faz quase meia hora que ele está olhando esses papeis, isso está me deixando irritado.

 

— Não é tão difícil assim. — digo. — Deve haver alguma coisa que você goste de fazer.

— Não pressiona ele, é realmente difícil. — Hyungwon fala.

— Falou o outro que não conseguiu se decidir também. — ironizo.

 

Meu pai tem andado muito irritado por conta do que aconteceu entre Kim Naeun e eu, e começou a descontar isso em meu irmão. Então para tentar amenizar as coisas prometi que ajudaria Hoseok a escolher uma universidade, mas isso está me saindo quase como uma missão impossível, em considerar que sua sombra, vulgo Hyungwon, consegue ser tão indeciso quanto.

 

— Como vocês conseguiram se tornar amigos de alguém como Minhyuk? — pergunto confuso. — Vocês são dois preguiçosos e aquele rapaz parece ser tão focado no que quer quanto eu.

 

Os dois cruzam olhares e em seguida me encaram com confusão no olhar.

 

— Por que está falando do Minhyuk? — Hoseok pergunta intrigado. — Parando para observar, você tem falado e perguntando bastando sobre ele ultimamente.

— Estou fazendo uma comparação obvia do quão relaxado vocês dois são e do quão responsável ele parece ser.

— Claro. — Hyungwon sorri. — Ainda estamos falando da mesma pessoa?

 

Eu preciso parar de trazer ele para o assunto o tempo todo, mas é que... Eu acho que estou sentindo a falta dele. — Eu tentei voltar ao apartamento para encontra-lo, mas toda vez que consigo ir ele está ocupado com a universidade, nossos horários não parecem bater.

 

— Falando nele. — Hyungwon diz para Hoseok. — A gente devia chamar ele esse final de semana, faz tempo desde a última vez que passamos um tempo juntos, da outra vez o seu querido irmão estragou tudo.

— Não tenho culpa que ele é uma criança sensível. — resmungo.

— Acho que não teria problema ele vir aqui. — Hoseok observa. — A não ser que um certo alguém o intimide novamente.

— Não fiz nada... Sou amor de pessoa. — sorrio pegando os papeis da mesa. — Façam o que quiser, chamem o amigo de vocês, talvez ele os ajude a escolher logo a universidade.

 

 

...................

 

 

Estaciono o carro em frente ao prédio em que Minhyuk mora. — Espero que dessa vez ele esteja. — Subo os lances de escada e com minha chave abro a porta. — Um punho fechado de repente voa contra mim e para antes que pudesse atingir meu rosto. Antes que eu possa falar qualquer coisa, seus braços contornam minha cintura, suas mãos me puxam para um abraço apertado.

 

— Minhyuk? — chamo assustado.

— Eu senti sua falta, idiota. — ele resmunga escondendo o rosto em meu peito.

 

Abro um sorriso e retribuo o abraço. — Ouvir isso me deixou realmente feliz. — Puxo seu queixo o obrigando a me encarar e beijo sua testa.

 

— Achou que eu tivesse fugido? — pergunto fechando a porta.

— Você desapareceu dizendo que voltaria, mas nunca voltou. — ele faz beiço e cruza os braços.

— Está agindo como uma criança de novo. — sorrio.

 

Minhyuk abre um enorme sorriso de repente.

 

— O que foi?

— Seus olhos, eles somem quando você sorri. — ele observa.

— Não seja bobo. — digo envergonhado.

 

Desfaço o nó da gravata e me sento ao sofá.

 

— Eu tenho vindo te ver. — revelo. — Mas toda vez que venho você está na faculdade, e por conta da empresa e de uns problemas pessoais não posso ficar muito tempo por aqui.

 

Ele continua a fazer bico, e se senta na outra ponta do sofá.

 

— Eu vou acreditar em você. — ele sorri. — Mas fala como estão às coisas com você? Da última vez que esteve aqui estava tenso.

 

Eu não posso simplesmente chegar e contar a ele que estou noivo, tenho certeza que o faria acreditar que estou só brincando com ele, coisa que não estou.

Apoio o queixo em minha mão e faço que não com a cabeça.

 

— Por que está me encarando desse jeito? — seu rosto fica vermelho.

— Vem cá. — peço.

— Não, você está me assustando com esse sorriso estranho.

 

Puxo-o pelo braço, fazendo-o cair com a cabeça no meu colo. Seus olhos arregalam-se em susto, sua língua umedece seus lábios quase como se soubesse o que estar por vir. Inclino-me para ele e o beijo. Seus lábios são macios, seu cheiro me traz uma sensação boa.

 

— Eu também senti sua falta. — sussurro com a boca ainda colada a sua.

 

Minhyuk se senta ao meu lado, toca em meu peito, que bate de forma descontrolada. Ele me beija novamente e eu retribuo. Começo a jogar meu corpo contra o seu, o fazendo deitar no sofá. Tiro minha gravata, o terno e a camisa, e volto a beija-lo enquanto tiro o seu colete de frio e sua camisa.

 

— Você me enlouquece. — sussurro mordendo seu pescoço.

 

Eu jamais pensei poder me sentir dessa forma por outro homem. Meu corpo responde a cada toque seu, sentir sua pele na minha faz cada pelo do meu corpo ganhar vida.

 

— Eu quero você. — ele geme me deixando louco.

 

Nosso beijo ganha mais intensidade, mais fogo. Aperto firme seus braços enquanto desço meus lábios em seu pescoço até chegar a seus mamilos. — Seu corpo fica agitado de repente como se ele implorasse para eu ir mais rápido, e ver todo esse desespero está me deixando excitado de uma maneira que não consigo me controlar.

 

— Vem cá! — Minhyuk me empurra de repente.

 

Caio deitado no sofá e ele começa a beijar meu pescoço enquanto suas mãos trabalham agilmente para abrir minha calça.

 

— Quanto fogo criança. — digo tentando não sorrir.

— Se continuar a me chamar assim vou ser obrigado a te chamar de... Daddy. — ele provoca me encarando.

— Não ousaria.

 

Ele agarra em meus ombros e me puxa para perto.

 

— You’re my Daddy. — ele sussurra em meu ouvido.

 

Meu coração bate ainda mais forte, minha excitação pulsa em minha calça. O forço a me beijar novamente.

 

— Você não é nada fácil... — ele diz de repente.

 

Minha atenção de repente desaparece.

 

— Mas vamos ver no que isso vai dar. — ele continua de forma provocantemente.

 

A imagem de Kim Naeun surge em minha cabeça, o vinho, o que ela fez comigo. — Por que de repente estou me sentindo tão nojento?

Seus lábios passam pelo meu abdome e ele começa a tirar minha calça.

Isso será como da outra vez? É assim que vou me sentir ao transar com Minhyuk? Eu não quero me sentir daquele jeito... Por que eu estou com medo?  — Seguro seus braços o impedindo de continuar. Ele me encara confuso.

 

— Desculpa. — peço saindo de baixo do seu corpo. — Me desculpa não consigo.

 

Fecho a calça novamente e me sento direito no sofá. — Sua respiração está ofegante, e ele me encara de um jeito estranho, não com raiva, não irritado por eu ter interrompido isso, mas... Como se ele estivesse tentando ler minha alma à procura de alguma resposta. — Minhyuk repousa a cabeça em minhas pernas e fica me encarando com um sorriso bobo no rosto.

 

— Não se preocupa, tá legal? — ele pede para minha surpresa. — É normal se sentir estranho, ainda mais sendo como esta sendo.

 

Eu quero de verdade me abrir com ele, explicar o que está acontecendo, dizer que o motivo de não conseguir fazer, é que meu cérebro está encarando isso como algo impuro pelo que a Kim Naeun fez comigo, eu me sinto sujo, e sinto que fazer isso com ele passaria isso para ele e eu não quero. Quero que minha primeira vez com Minhyuk seja especial, seja bonito, que os dois se lembrem para sempre. Não quero me sentir como me senti com ela. Me perdoe Minhyuk.

 

— Eu prometo te recompensar por isso. — encaro o vazio..

— Hmmm... Talvez... Não deixa pra lá.

 

Minhyuk sorri e se levanta, vai até a geladeira e pega um copo d’agua.

 

— Fala. — peço vestindo a camisa. — Tem algo em mente? Tem algo que queira que eu faça por você?

 

Ele hesita um pouco, vai até seu quarto e volta com um folheto: “Ilha de Jeju”.

 

— Não é bem o que faria por mim, mas por nós dois. — ele fala. — Eu sei que é cedo ainda, que não estamos juntos há muito tempo, e que só ficamos juntos de verdade duas vezes, mas...

— Eu topo. — o corto.

— Hã?

— Acho que vai ser legal. — falo. — Meu pai tem uma casa lá, então seria bem pratico.

— Você esta falando sério? — sua pergunta me deixa irritado. — Tipo, eu não estou querendo te forçar a nada.

— Não estou sendo forçado. — digo seriamente. — Além do mais vai ser bom, só que vai ter um problema.

— Qual?

— Hoseok e Hyungwon terão que ir junto, meu pai resolveu pegar no pé dele por causa de umas coisas ai, e se eu deixa-lo eu tenho medo do estado que ele ficará.

 

Para minha surpresa Minhyuk abre um sorriso, corre até mim e me abraça.

 

— Isso vai ser demais! — ele me beija. — Obrigado.

 

Eu o deixei o feliz? Então eu acho que estou feliz também.

 

---//---

 

POV Minhyuk

 

Está tudo certo, estamos cem por cento, certo, e eu estou me segurando o máximo que posso para não sair gritando por ai quão feliz estou. — Ainda não compreendo direito como ele é capaz de despertar esse sentimento dentro de mim, mas quem se importa? O que realmente importa é que ele esta aqui comigo, e que teremos um final de semana inteiro juntos, e eu estou no ápice da felicidade por isso.

 

— Falando no seu irmão. — coloco em observação. — Eu não entendo porque não podemos falar sobre a gente com ele, ou com o Hyungwon. Afinal... Você sabe que eles dois...

— Eu sei. — Hyunwoo me corta. — Eu sei que eles dois tem alguma coisa, mas o nosso caso é diferente, Okay?

— Diferente como? — pergunto intrigado.

 

Hyunwoo limita-se em se levantar e se virar de costas.

 

— Eu preciso ir agora.

— Mas você acabou de chegar. — digo confuso. — Tem certeza que está tudo bem?

 

Ouço o bufar como se minha pergunta o incomodasse.

 

— Não se preocupe. — ele insiste. — Me mantenha informado sobre essa viagem.

 

Ele simplesmente pega suas coisas e sai.

 

— Okay da mesma forma que ele consegue mexer comigo de uma forma boa, ele também consegue me deixar muito irritado. — resmungo indo em direção à porta. — Parece bipolar, eu em...

 

Saio do apartamento debruço-me na sacada, vendo Hyunwoo entrar em seu carro.

 

— Seu namorado é bem assustador. — Kihyun aparece de repente.

— Você acha? — pergunto sem prestar atenção.

— Da outra vez que ele esteve aqui falou comigo e com o Changkyun normalmente, e agora ele passou por mim como se nem me conhecesse.

— Ele não é muito de se abrir com as pessoas. — sorrio. — Sinta-se grato por ele ter notado sua existência.

— Oh... Isso foi horrível de se dizer. — Kihyun sorri ao meu lado.

 

...................

 

3 DIAS DEPOIS

 

O ônibus que vai nos levar ao aeroporto finalmente chega e os alunos começam a entrar com a supervisão de dois professores.

 

— Eu acho que ele te deu bolo. — Changkyun diz coçando a cabeça. — Por que não liga para ele?

— Eu não tenho o numero dele. — digo sem jeito encarando a multidão.

— Ele não tem o numero do próprio namorado. Eles são namorados de verdade? — o mais novo questiona Kihyun.

— Eu ainda posso te ouvir. — coloco em observação.

 

Ele não faria isso comigo, faria? Ele me prometeu que iria, prometeu que teríamos esse tempo juntos.

 

— Ultima chamada! — o professor responsável grita na entrada do ônibus.

— Você vem? — Kihyun me chama.

 

Certamente aconteceu alguma coisa. Talvez eu devesse ir até a empresa, talvez eu devesse ligar para o Hoseok e perguntar sobre o irmão dele. Eu só... Eu não sei o que fazer. Será que Hyunwoo desistiu de mim? Será que... Não, para de pensar nisso, eu sei que ele tem uma boa explicação para não ter aparecido.

 

— Vamos. — forço um sorriso.

 

Assim que entramos no ônibus as portas se fecham. Os professores responsáveis não dão alguns avisos e finalmente o ônibus parte.

 

...................

 

Não vou mentir, eu não sou muito fã de voar, mesmo que digam que estatisticamente falando é a maneira mais segura de se viajar, eu simplesmente me sinto muito desconfortável. Mas aqui estamos finalmente chegamos a Ilha de Jeju.

 

— Por favor, todos se juntem. — o professor pede assim que todos desceram do ônibus. — Vocês serão divididos em grupos, e dividiram quartos, como já pré-estabelecido.

— Tem certeza que não tem problema eu ficar com vocês? — pergunto em sussurros.

— Não se preocupe. Qualquer coisa você fecha os olhos e coloca os fones de ouvido. — Kihyun puxa Changkyun para um abraço.

 

Forço um sorriso para ele.

Somos levados aos nossos quartos. E nem ao menos tivemos tempo para descansar. Assim que terminamos nossa arrumação, um monitor veio nos buscar para primeira formalidade do dia, uma palestra sobre a cultura do lugar.

 

No inicio da tarde tivemos um almoço de especialidades locais, e agora fomos liberados para podermos fazer nosso próprio tour por aqui.

 

Kihyun é o único de nós três que já esteve aqui, então ele esta sendo nosso guia. O céu está lindo, o sol queima forte, ele simplesmente esta nos obrigando a caminhar durante horas.

 

— Sério, eu não aguento mais. — finalmente reclamo. — Eu sinto como se fosse morrer.

— Vamos lá garoto da cidade! — Kihyun pula alegremente. — Nem o Chang esta morrendo ainda.

— Você já viu onde ele está?

 

Aponto para trás e mostro Changkyun sentado no chão com a respiração ofegante.

 

— Vocês me frustram. — ele bufa indo até o namorado.

 

Sorrio de toda a situação. Kihyun se abaixa em frente à Changkyun que murmura algumas coisas.

 

— Okay, eu realmente preciso de um lugar para me refrescar. — resmungo. — Vocês dois! Eu vou andando na frente, nos encontramos no hotel?

 

Kihyun faz que sim com a cabeça.

 

Começo a caminhar sozinho. — Aqui é realmente um lugar belíssimo. Estou próximo a um campo florido, e logo lá na frente há um estabulo de alugueis de cavalos.

 

— Eu deveria me arriscar?

 

Que problema tem? Não é como se eu fosse voltar aqui sempre que eu quisesse, então deixa aproveitar o que posso. — Acelero meu passo chegando ao estabulo, onde vejo vários turistas e residentes locais.

Depois de esperar um pouco finalmente sou atendido por um rapaz, ele não aparenta ser mais velho que eu. Ele traz um lindo cavalo cor de mel para mim e me ajuda a montar.

 

— Não precisa se assustar. — o rapaz diz puxando o cavalo. — Vamos devagar, não tenha medo.

— Tudo bem. — tento parecer forte.

 

Meu passeio finalmente se inicia. O rapaz fica a frente do cavalo, o puxando a todo instante, enquanto eu permaneço apenas em cima do garanhão, tirando algumas fotos com meu celular, e torcendo para não cair daqui.

Chegamos a uma parte alta, onde consigo ver uma belíssima praia de aguas claras. Há por perto varias casas grandes. — Devem ser dos poderosos daqui.

 

— Podemos voltar? — peço. — Acho que já esta ficando tarde para eu voltar ao hotel.

 

Ouço galopes rápidos se aproximarem de mim. Viro para trás no exato momento em que um cavalo preto voa em minha direção, ouço um estado de alguém batendo no meu cavalo, que empina e sem mais nem menos começa a correr, se soltando da corda do homem.

 

— Hey! — grito em pânico. — Para!

— Garoto! — o rapaz tenta correr atrás de mim.

 

Vejo o cavalo preto correndo em minha frente, e só então noto que há alguém nele, e esta segurando a corda do meu cavalo, por isso estamos correndo. — Eu vou morrer! Eu vou morrer!

 

— Para com isso, solta essa corda! — grito me agarrando a crina do cavalo. — Me solta!

 

Ouço uma gargalhada. — Eu estou ficando maluco. — O cavalo da frente finalmente desacelera quando chegamos próximos a uma pequena cachoeira, que faz suas águas caírem em um rio tão cristalino que é possível ver as ondas se formarem lá em baixo com o choque da queda d’agua.

 

— Certo. — respiro fundo. — Eu ainda estou vivo, mas acho que fui sequestrado.

 

Pulo do cavalo ainda em movimento e vejo a pessoa do cavalo da frente se virar para mim. — Não consigo ver seu rosto. — Tropeço e caio, mas levanto rapidamente começando a correr. Pego meu celular, mas não encontro sinal.

 

— Eu vou morrer aqui. — tento não gritar.

 

Uma mão de repente cruza minha barriga e me puxa para trás. Minha respiração está ofegante. Outra mão toca meu peito e só então crio coragem de olhar para cima.

 

— Por que está fugindo de mim?

— Hyunwoo? — grito confuso.

 

E de fato é ele, me solto de seu abraço e o encaro. Está usando uma bermuda preta com detalhes em branco, e uma camisa social branca.

 

— Você fez aquilo? Você quase me matou! — grito socando seu braço. — Seu idiota, idiota, idi...

 

Sou interrompido por um beijo repentino. Seus lábios tocam os meus de uma forma que todo ar que eu estava segurando desapareceu.

 

— Eu queria te surpreender. — ele fala em tom mais baixo.

— Você quase me matou.

— Você é uma criança muito sensível. — ele agora sorri.

 

Acho que não estou conseguindo raciocinar corretamente. — Ele esta realmente aqui, não é?

 

— Eu achei que não viria. — digo um pouco tímido. — Fiquei te esperando o dia inteiro e você não apareceu.

— Eu disse que viria, e eu vim, sinta-se satisfeito com isso. — ele fala friamente.

— Credo. — sorrio o fazendo sorrir também. — Deixa pra lá, Hoseok?

— Está arrumando as coisas com o Hyungwon. — ele conta. — Passei no seu hotel para pegar suas coisas, você vai ficar na minha casa.

— Como assim ficar na sua casa? — tenho certeza que corei.

— Eu já falei com seu professor. — ele conta. — Só precisa aparecer para as palestras e está tudo certo.

 

Minhas bochechas estão formigando, meu estomago parece que virou abrigo para milhões de borboletas.

 

— Vem comigo. — ele me chama.

 

Levanto a mão para segurar a sua, mas ele sai andando em minha frente.

 

— Okay, nada de romantismo. — murmuro comigo mesmo.

 

Sigo-o e enfim noto seu destino, a cachoeira. Ele simplesmente tira a camisa e os sapatos e me encara.

 

— Não tem medo de água, tem?

 

Ele pula, afundando-se.

 

— Ele é frio, ele é alegre, ele é misterioso, ele aventureiro... Quem é ele de verdade. — sorrio sozinho.

 

Corro para perto da cachoeira. Tiro minha camisa jogo na grama, junto ao meu tênis, minha carteira e celular. Pulo sem hesitar, e quase morro com a água gelada.

 

— Eu morreria achando que você é só um cara chato que fica atrás de uma mesa de escritório. — digo me aproximando dele.

— É assim que me vê? — ele questiona. — Não é totalmente verdade, eu faço algumas coisas, só não tenho tempo.

 

“Só não tenho tempo”, mas aqui está ele, comigo, então eu posso considerar que sou uma pessoa importante para ele.

Afundo-me na água novamente e me aproximo dele, seus olhos já parece uma fenda de tanto que ele está se forçando por causa do sol. Chego perto dele e o abraço, ele não retribui de inicio, mas o faz. Encaro-o e recebo um sorriso reto.

 

— Não faz essa cara. — Hyunwoo pede. — Parece que vai chorar a qualquer momento.

— Idiota. — resmungo.

— Criança. — ele retruca.

 

Ele me puxa pelos braços e me sufoca em um beijo demorado. — Eu poderia ficar assim por horas, apenas eu, ele e nada mais, apenas isso, não é pedir demais, é?

Um relincho repentino chama nossa atenção.

 

— Você... — ele bate no próprio rosto. — Você não prendeu os cavalos?

— Eu que tinha que fazer isso? — pergunto confuso.

 

O cavalo que aluguei simplesmente corre para longe.

 

— Eu estou ferrado. — grito nadando para fora da água. — Volta aqui, volta aqui!

 

Ouço uma risada e vejo Hyunwoo saindo com as mãos na cintura.

 

— Retiro o que eu disse sobre ser focado e inteligente. — ele resmunga. — Vamos, se vista, eu dou um jeito nisso.

— Você já me chamou assim? — pergunto curioso correndo até minhas roupas. — Chamou?

 

Odeio quando não responde minhas perguntas. — Vestimos nossas roupas e ele me chama até seu cavalo.

 

— Nem pensar. — recuso. — Você quase me matou ainda agora, acha mesmo que vou voltar com você em cima de um?

 

Ele simplesmente sobe no cavalo e começa a andar.

 

— Vê se não demora. — ele grita enquanto se afasta. — É uma boa caminhada até lá embaixo.

 

Sério que ele vai me largar aqui?

 

— Espera! — corro até ele. — Droga, você podia ser mais legal comigo.

— Eu sou legal, eu já disse... Sou um amor de pessoa.

— Claro que é. — bufo.

 

Ele me estende a mão e me ajuda a subir no cavalo. Cruzo minhas mãos em sua cintura e o cavalo começa a correr, me fazendo apertá-lo ainda mais.

 

— Eu ainda preciso respirar, sabe disso não é?

— Desculpa. — tento relaxar.

 

O sol já está se pondo, o céu está alaranjado e as primeiras estrelas começam a aparecer no céu. — Eu sei que nosso encontro aqui foi meio que no susto, mas eu não sei expressar o tamanho da minha felicidade por ele estar aqui, por estarmos aqui agora.

 

— Obrigado. — peço em sussurros.

— Disse alguma coisa?

— Não. — sorrio.

 

...................

 

Não foi muito fácil, mas conseguimos encontrar o cavalo fujão. Depois de entrega-lo Hyunwoo finalmente me trouxe a sua casa aqui em Jeju. Uma enorme mansão.

 

— Sr. Hyunwoo. — uma das empregadas o recebe.

— Guarde o cavalo. — ele fala descendo.

 

Permaneço montado na esperança dele me ajudar a descer, mas ele caminha em direção a casa. — Ele é muito cavalheiro. — Desço e corro para alcança-lo.

 

— Não espere nada demais. — ele fala. — Não usamos muito essa casa.

 

Assim que entramos vejo um enorme lustre no corredor de entrada. — Como não esperar nada demais?

 

— Minhyuk!

 

Me assusto ao ver Hoseok correndo até mim.

 

— Me assustei. — ele diz. — Você demorou, por que chegaram juntos?

 

Encaro seu irmão que apenas ergue uma sobrancelha para mim.

 

— Nos encontramos no caminho. — minto. — E o Hyungwon?

— Dormindo. — Hoseok sorri. — Ele disse que conheceu dois garotos hoje enquanto tinha ido ao seu hotel buscar suas coisas, os dois deixaram ele doido.

 

Com certeza, Changkyun e Kihyun.

 

— Eu também quero descansar, se não for incomodar alguém. — digo.

— Não. — Hoseok sorri. — A casa por mais que seja grande ainda não tem muitos quartos. — ele diz. — Hyungwon esta dormindo no meu quarto, podemos pegar um colchão para você ou...

 

Hoseok agora encara o irmão.

 

— Quer que o pirralho durma comigo? — Hyunwoo resmunga.

 

Okay realmente me irrita quando ele me chama assim. — E como ele consegue ser tão falso com o irmão?

 

— Eu não quero dormir com ele. — digo cruzando os braços.

— O crianção vai dormir comigo.

 

Hyunwoo simplesmente me puxa e me força a subir as escadas junto com ele.

 

— Não se esqueçam... — Hoseok grita. — Da hora do jantar. — ele diminui o tom de voz ao perceber que ninguém esta o ouvindo.

 

Chegamos ao segundo andar e ele finalmente me solta. O sigo até o quarto, e ele me convida a entrar assim que o abre.

 

— Minhas coisas já estão aqui. — vejo minha mala perto da cama. — Por que aquela cena toda então?

— Não queria que desconfiassem de nada. — ele tranca a porta.

— Sabe que uma hora ou outra eles vão descobrir, não é?

— Sim, mas por enquanto...

 

Ele vem até mim e me beija.

 

— Vamos aproveitar isso da nossa maneira.

— Vou tomar banho. — digo.

 

Vou para o banheiro, tiro minhas roupas e entro debaixo do chuveiro quente. — Independente de como isso tudo esteja seguindo, eu estou bem com isso, estou bem por estar aqui com ele. — Sinto alguém me tocar, então noto Hyunwoo atrás de mim, me abraçando.

 

— Você é um bom menino. — ele beija minha cabeça. — Obrigado por ser paciente comigo.

— Sendo sentimental agora?

— Não força a barra. — ele força um sorriso.

 

Pois é... Não importa, quando chegar a hora poderemos contar a todos sobre nós dois, até lá, eu conseguirei suportar tudo isso como um segredo, pois eu sei que ele estará comigo, e só em saber isso, eu já consigo me sentir bem.


Notas Finais


Tá eu sou muito suspeito para falar, mas... Eu achei esse capitulo realmente muito bonito, o que me corrói por dentro, pq não costumo escrever coisas assim, mas enfim.. Até o próximo capitulo!!!


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