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História Algo Chamado... Amor? - Algo Chamado: Amor de Irmão


Escrita por: TakaishiTakeru

Notas do Autor


Olá!!!! Então, esse capitulo é pouquinho tenso... Mas tem seus momentos bonitos, mas é meio tenso...

E além do POV do Minhyuk e do Hyunwoo, esse capitulo teve quer o POV do Hoseok, então espero que gostem... E boa leitura!

Capítulo 6 - Algo Chamado: Amor de Irmão


POV Minhyuk

 

Consigo sentir o cheiro de café fresco, consigo sentir um calor em meu rosto... — Abro meus olhos e vejo Hyunwoo sentado em uma cadeira de madeira. Ele esta digitando incansavelmente em seu celular. Será que aconteceu alguma coisa?

 

— Parece que alguém gosta de acordar cedo. — digo saindo debaixo da coberta.

 

Sua atenção volta para mim. Ele está usando roupas informais, e isso me deixa um pouco desconfortável.

 

— Não está cedo. — ele murmura voltando para o celular. — Você que dormiu demais. Levanta, os seus amigos já bateram aqui umas três vezes.

— E porque não me chamou? — questiono levantando.

 

Ele cora um pouco o rosto.

 

— Você estava dormindo, eu não quis te incomodar. — ele faz soar em tom de desculpa.

 

Tento não sorrir. Levanto da cama e corro em direção ao banheiro. Sua mão de repente agarra a minha e ele me faz parar.

 

— É assim que fala comigo? — sua voz soa em tom severo agora.

— Não entendi. — me sinto desconfortável.

 

Hyunwoo se levanta, me abraça por trás e apoia o queixo em meu ombro.

 

— Me beija. — ele sussurra em meu ouvido, fazendo cada parte de mim arrepiar.

 

Viro-me para ele e encaro seus brilhantes olhos. — Eu me sinto nervoso, nervoso por estar aqui sozinho com ele, nervoso por ele estar com as mãos em meus quadris, com o rosto tão próximo ao meu. — Me coloco na ponta dos pés e meus lábios enfim tocam os seus.

 

— Ele já acor... dou. Okay eu volto depois.

 

Hyunwoo me empurra em susto. Encaramos a porta e vemos Hyungwon com os olhos arregalados.

 

— Eu já... — ele se enrola com as palavras. — Eu acho melhor eu...

— Você fica. — a voz de Hyunwoo soa firme.

 

Corro para a porta, puxo meu amigo para dentro e a tranco. Coloco-o sentado na cama, e Hyunwoo e eu ficamos parados em sua frente.

 

— Não é o que está pensando. — digo rapidamente.

— É exatamente o que está pensando. — Hyunwoo me corta.

 

Trocamos olhares confusos. — O que aconteceu com aquele papo de não contar a ninguém por enquanto?

 

— É sério eu realmente posso fingir que nada disso aconteceu, por mais que minha cabeça nesse momento esteja fervendo de tantas perguntas. — Hyungwon fala tão rapidamente que é difícil de entender corretamente suas palavras.

 

Ele então para de falar e começa a encarar o vazio, abre um sorriso estranho e logo o fecha, então faz uma careta estranha.

 

— Não, não entendi. Como? Minhyuk, vocês ao menos se conhecem? Como isso aconteceu?

— Só aconteceu, tá legal? Aceita assim. — digo me sentando em seu lado.

— Você não pode contar ao Hoseok o que viu. — Hyunwoo finalmente fala.

— Eu não vou mentir para o Hoseok.

— Se você quiser continuar a frequentar a minha casa, se quiser continuar a encontrar meu irmão, é exatamente o que você vai fazer. — ele faz soar o mais severo possível.

— Você esta exagerando um pouco. — digo intimidado.

— Por que está falando com ele dessa forma? — a voz de Hoseok me assusta.

 

Encaro novamente a porta que está trancada.

 

— Ali. — Hyungwon aponta para a janela.

 

E lá está ele, do lado de fora, na sacada do quarto. — Como diabos ele chegou ali?

 

— Continua com essa mania irritante de escalar minha janela. — Hyunwoo bufa irritado.

 

O irmão mais velho abre a janela, e Hoseok entra o encarando confuso.

 

— Não vai me explicar? — Hoseok insiste. — Por que estava gritando com ele?

— Estávamos discutindo sobre o que fazer hoje, e minhas ideias e as ideias do seu irmão não bateu, e você sabe como ele é. — Hyungwon mente.

— Achei que já tínhamos combinado de andar no bote. — Hoseok soa chateado.

 

Meu amigo se levanta da cama e o abraça.

 

— Não seja bobo, é claro que vamos fazer isso. — ele diz forçando Hoseok a abrir um sorriso. — Agora vamos descer, deixa esses dois terminarem de se arrumar.

— Sério que ninguém mais está curioso para saber como ele chegou até a janela? — pergunto. — Não, deixa quieto então.

 

Hyungwon e Hoseok saem do quarto. Nos deixando sozinhos novamente.

 

— O que foi tudo isso? — finalmente o encaro. — Por que gritou com ele daquele jeito, por que às vezes age como um animal com as pessoas?

— Vai realmente discutir comigo por causa daquela criança enxerida?

— Para de falar assim dele, é o Hyungwon, nosso amigo, namorado do seu irmão.

— Ele é seu amigo, é só um encosto na minha e uma sombra aproveitadora do Hoseok.

— Você não quis dizer isso. — digo o encarando.

— Não, eu quis sim.

— Hyunwoo, até você começar a tratar as pessoas, direito, eu não quero mais fazer isso, eu não sou obrigado a ser tratado dessa forma, por mais que eu te ame...

 

Tapo minha boca e sinto meu rosto arder. — “amor” eu realmente disse isso? — Ele me abraça de repente, me sufocando em seu peito.

 

— Eu ainda estou bravo com você, para de me agarrar. — tento me soltar.

— Não quero. — ele sussurra.

— Já mandei me soltar. — grito.

— Não quero. — ele sussurra ainda mais baixo.

 

Sinto meus olhos lacrimejarem, sinto meu corpo ficar leve.

 

— Eu não te trato como eu trado os outros. — ele coloca em questão.

— Eu sei. — confirmo. — Mas... Isso é errado, o modo como fala dele, como trata seu irmão e as outras pessoas...

— Não tente me mudar Minhyuk, eu não quero ter de dizer adeus a você, ou me afastar de você, então, por favor, não tente fazer de mim uma pessoa diferente.

 

Ele quer permanecer comigo? E eu mais do que ninguém quero isso também, mas por mais que ele diga, eu não consigo ficar parado e aceitar ele tratando todo mundo mal. — Mas eu posso realmente fazer algo quanto a isso?

 

— Só tenta ser mais gentil com eles. — peço. — Por favor.

 

Hyunwoo me solta do abraço e me beija lentamente.

 

— Vá se arrumar. — ele diz. — Se demorar demais eu largo você aqui.

— Isso é me tratar diferente? — cruzo os braços.

 

Ele pega suas coisas e vai até a porta.

 

— Não tenha pensamentos impuros comigo na hora do banho, eu posso ficar tímido com isso. — ele brinca.

 

Pego um travesseiro e jogo contra ele, que sai do quarto.

 

— Idiota.

 

---//---

 

POV Hoseok

 

Às vezes eu me sinto como se todos me tratassem com um grande peso, aquele que sempre precisa de ajuda. Hoseok, o fraco. — Eu não sou assim. Eu admito que tenho minhas fraquezas, minhas limitações, mas eu realmente não gosto de ser tratado dessa forma, eu odeio ser um fardo para o meu irmão, e odeio que meus amigos pensem em mim como algum tipo de boneco de porcelana prestes a se quebrar... Eu ainda sou humano, eu ainda sou Hoseok, eu só gostaria que me deixassem viver a minha maneira, mesmo que eu não saiba direito qual é.

 

— Eu gosto de dançar. — digo de repente.

— O que?

 

Hyungwon volta para a sala.

 

— Disse alguma coisa? — ele insiste.

— Não, eu só estava pensando alto. — sorrio para ele.

 

Às vezes eu me pergunto o que seria de mim sem ele. — Okay, eu tenho o Minhyuk também, mas é diferente agora que ele se mudou, fora que minha relação com o Hyungwon é mais intima, mais profunda.

 

— Meu irmão já está na cozinha a um tempo, e o Minhyuk ainda não desceu. — mexo no cabelo. — Acho que vou subir e...

— Não! — ele grita de repente. — Quero dizer... Eu... Eu queria passar mais tempo com você aqui.

— Ohhh... Meu bebê está carente. — o puxo para junto de mim e o beijo na testa.                          

— Hyungwon abre um brilhante sorriso que faz meu coração aquecer.

 

Eu tenho algo que chamam de fobia social, ou algo assim, eu tenho medo de me aproximar das pessoas, de me relacionar com elas. Durante muito tempo eu vivi sozinho, até mesmo dentro de casa, até que um dia eu conheci Minhyuk, ele me protegeu na escola, e desde então vem tentando se aproximar de mim, até me fez conhecer o Hyungwon. Eu hoje consigo me abrir perfeitamente com os dois, mas como eu disse minha relação com Hyungwon é mais profunda. Ele desperta em mim desejos que só sinto ao seu lado, ele me faz sentir vivo, ele me torna homem, e ao seu lado consigo ser forte, dominador... Eu consigo ser tudo aquilo que para os outros não demonstro, e eu o amo por isso.

 

— Acha que devemos ir sem eles? — Hyungwon pergunta.

— E o Minhyuk? Quer mesmo deixar ele aqui com meu irmão? Ele me odiaria por isso, os dois na verdade.

— Eu duvido. — ele bufa. — Quero dizer... Não iremos demorar além do mais nosso roteiro é mais romântico, tem certeza que quer deixar o Minhyuk de vela? Sabe que ele não gosta quando ficamos desse jeito perto dele.

 

Eu amo meu amigo, mas o Hyungwon talvez esteja certo, esse é um momento só nosso, devemos fazer isso sozinhos.

 

— Eu só vou avisar ao Hyunwoo. — digo levantando.

 

Saio animado da sala, e entro na cozinha, onde encontro meu irmão digitando algo no celular.

 

— Se quer alguma coisa fale de uma vez, sabe que odeio quando fica parado me encarando. — ele diz de repente.

 

Mil pensamentos surgem a minha cabeça e eu não consigo me concentrar, eu odeio quando isso acontece, eu odeio quando ele me deixa intimidado.

 

— E-Eu vou sair para andar com o Hyungwon. Não vamos longe, então...

— Não. — ele me interrompe de repente.

— Não entendi.

— Eu disse não. — ele agora para de mexer no celular e me encara.

 

Abaixo a cabeça, envergonhado.

 

— Eu disse a nosso pai que ficaria de olho em você, não posso deixar que saia com esse garoto por esse lugar que não conhece direito. — meu irmão insiste.

— Desculpa. — peço.

 

Eu odeio o modo como ele me faz me sentir, eu odeio o modo como me trata, sua superproteção me sufoca... Eu amo meu irmão, mas às vezes, ele me assusta a ponto de me fazer odiá-lo.

 

— Estamos entendidos? — Hyunwoo pergunta. — Espere seu outro amigo descer e faremos algo todos juntos, eu até posso te levar para...

— Desculpa. — insisto com lagrimas nos olhos.

— Hoseok, por que está chorando, eu não briguei com você, eu só...

— Desculpa.

 

O que há de errado comigo? — Sento-me no chão em posição fetal, agarrando minhas próprias pernas...

 

— Me desculpa...

 

Eu só queria ser forte, pela primeira vez na minha vida eu queria dizer a ele o que realmente sinto como me sinto em relação a ele, e o modo como me trata... Eu quero ser forte para viver sozinho longe de sua proteção sufocante. — Eu sinto como se fosse enlouquecer.

 

— Hoseok! — meu irmão grita de repente. — Para com isso.

 

Suas mãos firmes agarram meus braços.

 

— Eu não te machuquei, eu não briguei com você, não tem necessidade de ficar dessa maneira!

— Desculpa. — minhas lagrimas finalmente caem.

 

Meu irmão me odeia? Ele sabe sobre o Hyungwon e eu, então é por isso que sempre me trata dessa forma? É por isso que sempre me exclui das coisas da sua vida? Seria mais fácil se eu sumisse?

 

— Hoseok?! — Hyungwon entra na cozinha. — O que aconteceu?

— Ele começou a ficar assim de repente. — meu irmão diz.

— O que aconteceu?

 

Minhyuk entra na cozinha correndo, seus cabelos ainda estão molhados.

 

— Hey... Está tudo bem, eu estou aqui. — Hyungwon se ajoelha em minha frente.

 

Minha cabeça... É como se milhões de vozes estivessem berrando comigo.

 

— Hyunwoo, o que fez? — a voz de Minhyuk soa punitiva.

— Eu não fiz nada, ele começou a ficar assim só porque eu disse que ele não poderia sair sozinho com o Hyungwon. — ele tenta se explicar.

— Você é inacreditável.

— Hoseok. — Hyungwon insiste. — Ouça minha voz, se concentra na minha voz.

 

Eu estou tentando, eu estou tentando encontra-lo, mas... Você está se afastando de mim.

 

— Hoseok. — Minhyuk segura minha mão. — Sou eu, Minhyuk, o Hyungwon está aqui também, nós... Nós estamos aqui, nós sempre vamos estar aqui por você.

— Desculpa. — peço levantando.

 

Minha cabeça... Meus pensamentos parecem voltar ao normal. — Eu não quero continuar assim, eu cansei de todo mundo ter sempre que cuidar de mim.

Empurro Minhyuk e corro.

 

— Hoseok! — Hyungwon corre atrás de mim.

 

Continuo a correr, chego ao estabulo e vejo um cavalo já com a sela, monto-o rapidamente e com ele corro para longe.

 

 

---//---

 

POV Hyunwoo

 

— Onde ele está? — Minhyuk pergunta ofegante.

— Ele montou no cavalo e foi embora. — Hyungwon conta.

— Você deixou ele montar em um cavalo nessas condições? — grito enfurecido. — Você enlouqueceu?

— Nada disso teria acontecido se não tivesse agido como um babaca novamente. — o garoto berra.

 

Me aproximo dele e o puxo pela camisa.

 

— Não aumente o tom de voz comigo, criança. — sussurro intimidante.

— Eu cansei de você Hyunwoo, do seu tom de superioridade, do ar de deboche, do modo de merda como trata seu irmão! — ele grita.

 

Sinto meu sangue ferver, soco-o no rosto, fazendo-o cair no chão.

 

— Parem com isso! — Minhyuk se coloca entre nós dois.

— Está agindo dessa forma porque sabe que é verdade! — Hyungwon insiste levantando. — Seu irmão não é assim só por causa do acidente que levou a mãe de vocês, ele é assim porque dentro de casa ele não tem ninguém, ele é tratado como se não fosse ninguém.

— Isso não é verdade. — grito. — Eu sempre estou do lado do Hoseok.

— Você nunca esteve ao lado do Hoseok. — o rapaz corre até mim e me soca, me fazendo cambalear. — Ele sofreu sozinho durante anos, e você sempre aparecia quando tudo acabava só para levar ele para casa, isso não é ser irmão, isso é encobrir a péssima pessoa que você é.

— Vocês dois querem parar com isso! — Minhyuk berra. — Merda, enquanto os dois bancam as crianças culpando um ao outro o Hoseok está por ai, largado confuso, parem de agir como bestas, precisamos nos juntar, precisamos encontrar o Hoseok antes que...

— Antes que o que? — pergunto o interrompendo. — Meu irmão tem seus problemas, mas ele nunca...

— Você realmente não conhece o seu irmão. — Hyungwon cospe sangue, se vira e sai andando.

— Aonde vai? — Minhyuk tenta segui-lo.

— Procurar o Hoseok. — ele diz correndo.

 

O rapaz corre para mais longe. Viro-me e volto em direção à mansão.

 

— O que está fazendo? — Minhyuk vem até mim. — Temos que procurar o seu irmão.

— Ele sempre faz isso, ele só está tentando chamar atenção. — digo.

— Hyunwoo. — ele me para e me força a encara-lo. — Eu realmente não sei o que se passa na sua cabeça, não consigo entender, mas eu me lembro do homem que eu conheci que foi gentil comigo quando eu me machuquei na festa, que cuidou do meu machucado e que me agradeceu por estar ao lado do Hoseok. — ele continua. — Não importa o que diga, eu sei que ama o seu irmão.

— É obvio que eu o amo.

— Não, não é. — ele grita. — Você realmente não sabe, não é? O que aconteceu com o seu irmão no final do ano passado.

— O que poderia ter acontecido? Ele passou meses no exterior viajando. — digo.

— Seu irmão tentou se matar porque segundo ele estava atrapalhando a família seguir em frente.

 

É como se tudo ficasse preto de repente, sem som, sem nada. — Como assim o Hoseok tentou tirar a própria vida?

 

— Você melhor do que ninguém sabe que o seu irmão se culpa pela morte da sua mãe. — Minhyuk continua. — Eu não estou na posição de entender nada, mas já parou para se colocar no lugar dele? Ele já se culpa por isso, de repente o pai e o irmão simplesmente começam a ignora-lo, o que quer que ele pense? Que a existência dele não tem o menor significado.

— Isso não é verdade, eu amo o meu irmão, e eu fiquei feliz quando eu o vi dentro daquele carro...

— Para. — ele me interrompe. — Hyunwoo não é a mim que tem que dizer essas coisas, não é comigo que tem que se abrir, não sou a pessoa machucada aqui, não dessa vez.

— Eu não consigo, eu não sei me abrir, eu não sei fazer isso.

— Você faz isso comigo. — ele segura minha mão. — Por quê? O que eu sou pra você que as outras pessoas não podem ser? O que eu significo na sua vida que nem mesmo seu irmão mereça isso?

 

Eu não sei o que responder a ele, eu estou me sentindo assustado, nesse momento... Sabendo o que o Hoseok já fez, eu tenho medo do que ele possa vir a fazer.

 

— Eu preciso encontrar meu irmão. — digo.

— Sim. — ele sorri para mim.

 

...................

 

 

Já faz horas que meu irmão sumiu montado em um cavalo e até agora nada. — Essa ilha não é tão grande, não tem como ele simplesmente ter desaparecido.

 

— Alguma coisa? — Minhyuk volta correndo.

— Nada. — falo. — Já tentou o celular de novo?

— Eu já disse mil vezes que ele saiu sem celular.

 

Saímos da mansão para procurar o Hoseok, mas até agora nada. Pegamos o carro da casa, fomos a vários lugares, mas até agora nada... Isso está me deixando preocupado. E agora por causa do Hyungwon eu estou me sentindo culpado por isso, se algo acontecer... Se o Hoseok tentar alguma coisa, será minha culpa.

 

— Alguma coisa com o Hyungwon? — pergunto.

— Ele disse que o Hoseok e ele tinham combinado de ir a uma dessas cavernas subterrâneas para andar de bote, talvez ele...

— Merda. — dou leves tapas no rosto. — Eu sei onde o Hoseok está.

— Como assim?

— Tem esse lugar que nossa mãe gostava de nos levar aqui, ela nos contava historias sobre como a vida poderia ser eterna, e que ela queria que suas cinzas fossem jogadas dentro d’agua, de um lugar especifico. — conto.

— Você acha que...

— Hoseok está indo encontrar nossa mãe. — falo. — Eu tenho medo que... Ele queira realmente se encontrar com ela.

 

Sinto minhas mãos tremerem. — O que foi que eu fiz? Eu não pensei no meu irmão quando o trouxe para esse lugar, eu só estava pensando em mim, como sempre, e agora... E agora ele pode...

 

— O que está esperando? — Minhyuk pergunta. — Vai, vai atrás do seu irmão.

— Você não vem? — pergunto confuso.

— Isso é algo entre você e ele, algo que eu não posso me meter. — ele diz. — Hyunwoo mostre ao seu irmão a pessoa que você mostra pra mim, não deixe que ele continue a ver a fachada que você cria, o deixe conhecer você de verdade.

— E se esse for o meu eu? E se a pessoa que você diz conhecer for a farsa? — pergunto.

 

Minhyuk me encara seriamente, engole em seco, encara o vazio e força um sorriso.

 

— Eu confio em você. — seus olhos se enchem de lagrimas. — Não importa qual seja o verdadeiro Hyunwoo, se é o que eu vejo, ou o que os outros veem. Apenas... Deixe seu irmão saber o que você sente com tudo isso.

 

Vou até ele e o abraço. — Ele é meu menino, Minhyuk, ele é mais novo que eu, mas sua sabedoria parece ser maior que a minha... Eu vou me tornar alguém merecedor do seu amor.

 

— Conte ao Hyungwon. — peço. — Ele vai saber onde nos encontrar, venha com ele, eu posso não ser capaz de fazer isso sozinho.

— Eu sei que vai.

— Não deposite tanta fé em mim, eu posso não ser o que você espera.

— Eu já disse Hyunwoo... Não importa o que, eu confio em você.

 

Meus pelos se arrepiam.

 

— Vou encontrar o Hoseok. — afirmo.

 

 

---//---

 

POV Hoseok

 

Abro minha carteira e tiro uma foto sua.

 

— Olá mãe, sou eu... Eu vim te ver.

 

Depois de toda a discussão na mansão eu percebi uma coisa, eu realmente sou um fardo na vida do meu irmão, na vida do Minhyuk, na vida da pessoa que amo, eu não quero, não posso mais ser um fardo para ninguém. — Eu vim para esse lugar, é uma das varias cavernas subterrâneas, mas essa tem um significado especial para mim. Então eu peguei um bote e simplesmente vim sozinho até essa parte seca e escura, onde minha mãe costumava vir para nos contar historias.

Tiro a grande lanterna do bote e a coloco em cima das pedras, ao meu lado. Encaro a água escura e silenciosa.

 

— Pode me ouvir? — pergunto. — Eu vim me redimir pelo que fiz, eu vim concertar as coisas, não diria concertar, pois não a traria de volta, mas... Ao menos concertar o erro que foi eu ter sobrevivido aquele acidente. — continuo.

 

Encaro sua foto novamente e abro um sorriso, porém lagrimas caem dos meus olhos.

 

— Aquela noite... Todos dizem que não, mas eu sei e a senhora também sabe que foi minha culpa. — começo a soluçar. — Eu estava jogando no banco de trás e você pedia para eu colocar o cinto de segurança, insistia, e insistia, mas eu não obedeci. Estava chovendo e você disse que estava um pouco assustada, mas que estaria tudo bem, porque logo estaríamos em casa, logo iriamos voltar para nossa família. Então você percebeu que eu ainda estava sem cinto, você parou o carro na estrada, tirou o seu, se jogou para mim com um sorriso, colocou o cinto em mim e... Quando acelerou o carro novamente fomos atingidos por outro carro que vinha atrás, nosso carro capotou e caiu de um penhasco. — não consigo conter minhas lagrimas. — Eu estava consciente todo o tempo, mãe, eu ouvi quando o socorro chegou, eu vi quando o meu irmão chegou... Eu ouvi que fui salvo graças ao cinto, mas... Você estava sem ele na hora e foi jogada para fora do carro... Por minha causa você foi jogada para fora do carro.

 

Meu peito dói, uma dor absurda. Eu quero fazer isso passar, eu quero fazer isso acabar, eu quero me encontrar com minha mãe, pedir a ela perdão.

 

— Quando me levaram de volta para casa eu contei a eles, ao papai e ao meu irmão tudo isso. — continuo. — Agora eu sinto como se não devesse ter feito isso, pois desde então eu me tornei algo estranho dentro daquela casa. E por mais que o Hyunwoo afirme, eu sei que no fundo ele me culpa por não ter mais você, mas eu vou acabar com isso, mãe... Eu vou ficar junto com você, como deveria ter sido, eu vou reencontrar com você e deixar de ser um fardo para todo mundo.

 

Vou até o bote novamente, pego uma corda e uma pedra pesada que trouxe junto comigo. Amarro primeiro a corda junto à pedra, e depois a corda em minha perna.

Caminho novamente para perto da lanterna, fico parado em cima da grande pedra, encarando a água escura.

 

— Mãe? Isso dói? Morrer? Isso dói? — minhas lagrimas parecem não ter fim.

— HOSEOK!

 

Olho para a escuridão da caverna, e vejo uma luz se aproximar. — Essa voz... É o Hyunwoo.

 

— Que bom. — sorrio. — Ele poderá ver minhas desculpas finais de perto.

— Hoseok? — ele parece me ver. — O que está fazendo? O que está fazendo com isso?

 

Encaro a água novamente. — Me perdoem Hyungwon, Minhyuk... Me perdoem. — Pulo na água e solto a pedra pesada, que começa a me arrastar para baixo.

 

— HOSEOK!

 

Depois do acidente eu costumava ter um sonho, um sonho que se tornou constante e pesado demais para eu suportar. — A luz acima de mim começa a desaparecer. Não consigo prender a respiração por mais tempo. — Nesse sonho, eu chegava em casa com minha mãe, e encontrava o Hyunwoo e nosso pai a nossa espera na mesa de jantar. Agora toda vez que nos sentamos juntos a mesa, meu coração dói. — Finalmente abro a boca deixando escapar o ar, sinto uma forte pressão na cabeça. Meus reflexos me fazem tentar nadar, mas eu não consigo parar de afundar. — Agora finalmente... Eu farei essa dor passar. — Fecho meus olhos.

 

 

...................

 

 

O que está acontecendo? Eu estou morto?

 

— Hoseok!

 

Não, eu não estou.

 

— Idiota. — ouço seus soluços. — O que estava pensando? No que estava pensando?

 

Sinto sua boca na minha, abro os olhos em espanto e vejo Hyunwoo agarrado em mim.

 

— Por que está me beijando?

— Está vivo?!

 

Ele me puxa para um abraço de repente. — Ele... Ele me salvou? Por quê?

 

— Por quê? — pergunto. — Por que me tirou de lá?

— Está brincando? — Hyunwoo me faz sentar. — Você perdeu a cabeça, você realmente acha que era isso que eu queria Hoseok, que se jogasse com uma pedra dentro d’agua? Realmente acredita que eu desejasse a sua morte?

— Eu não sei. — choro. — Eu não sei o que você pensa, eu não sei o que o nosso pai pensa, ou o que todos pensem sobre mim.

— Foda-se o que todo mundo pensa, Hoseok você não tem que viver sua vida se baseando no que as pessoas querem pra você, é por isso que eu te afastei de mim.

— Não entendi. — digo confuso.

— Eu sou o filho mais velho, aquele que deve suceder o pai. — ele diz. — Caso contrário o fardo cairia sobre você, e eu vi o quão frágil você se tornou depois do acidente, então eu achei que te tirando de perto de mim, da empresa, você cresceria como um menino normal, com uma vida normal. Eu não quero que nosso pai te trate da mesma forma que me trata.

— É melhor do que não ser tratado de forma nenhuma.

— Eu sou só um negocio para ele. — meu irmão força um sorriso. — Eu sou alguém que pode fazer nossa empresa crescer, uma moeda de ouro, é assim que ele gosta de me chamar. Não... Eu vendi minha alma para te deixar livre, eu não posso permitir que acabe com sua vida...

— É um direito meu, eu matei nossa mãe!

— Tudo bem. — ele fala de repente. — Você matou nossa mãe, o acidente foi culpa sua. É o que queria ouvir?

 

Tento chorar, mas minhas lagrimas não saem.

 

— Eu te perdoo. — Hyunwoo grita fazendo ecoar pela caverna. — Droga Hoseok, você é meu irmão, e eu te amo, ver você dentro daquele carro, no dia do acidente foi como um recomeço pra mim, ver você dentro daquele carro me trouxe alegria.

— Como pode dizer isso? O acidente levou nossa mãe.

— Ela escolheu proteger você ao invés de si mesma isso é o que um pai e uma mãe faz isso é o que a torna uma heroína.

— Heroína?

— Ela salvou sua vida, não pense como se ela estivesse morta ela tenha desaparecido.

 

Ele coloca a mão em meu peito.

 

— Ela deu a vida dela pela sua. — meu irmão continua. — Ela está aqui dentro agora, chorando por você está querendo jogar fora a vida que ela te deu. Agora eu quero perguntar a você... Você mesmo me disse no dia do acidente, como ela estava?

 

Todas as lembranças voltam a minha cabeça como uma bomba.

 

— Ela estava sorrindo. — finalmente minhas lagrimas caem. — Ela sabia que algo ia acontecer, ela parou o carro... Ela tirou o próprio cinto e colocou o meu e sorriu para mim.

 

Hyunwoo me puxa para um abraço.

 

— Nunca deixe ninguém dizer que não é querido, nunca... Nem mesmo nosso pai, nem mesmo eu. — ele diz. — Eu te amo Hoseok, você é meu irmãozinho, e eu daria minha vida sem pensar para poder te ver feliz.

— Você está falando sério? — pergunto ainda preso em seu abraço.

— Tão sério que... Eu vou te contar um segredo.

 

Ele me solta e me encara.

 

— Minhyuk e eu nós...

— Eu sei. — o interrompo.

— Sabe?

— Eu escalei sua janela ontem. — conto. — E vi vocês dois se beijando.

 

O rosto do meu irmão cora.

 

— Eu fiquei realmente surpreso com tudo isso, mas eu gosto do Minhyuk, e ver o jeito como estavam me fez gostar ainda mais.

— Por quê?

— Ele liberou isso. — aponto para ele. — O seu verdadeiro eu.

 

O abraço novamente, mas dessa vez ele não retribui.

 

— Por que parece tão tenso? — pergunto.

— Eu sei que esse deveria ser um momento seu, para eu cuidar de você...

— Pode falar o que você quiser. — digo.

 

Vejo um bote se aproximar com uma lanterna. — São Minhyuk e Hyungwon.

 

— Minhyuk não sabe sobre a Kim Naeun. — ele fala. — E nem sobre o que aconteceu.

— O que aconteceu? — pergunto confuso. — Isso tem a ver com o casamento antecipado, por falar nisso, como vai se casar estando com o Minhyuk?

— Eu meio que fui estuprado por ela. — ele revela.

— Isso é possível?

— Eu não queria me estressar, então deixei quieto, até que essa madrugada ela me ligou chorando.

 

O barco se aproxima. — Vejo Minhyuk sorrindo abraçando Hyungwon.

 

— O que aconteceu? — pergunto curioso.

— Kim Naeun está gravida. — lagrimas caem de seus olhos. — Eu vou ser pai.


Notas Finais


Okay! Eu disse eu disse que seria tenso... Mas pelo menos a relação entre os irmão parece ter dado uma melhorada... Mas agora como que o Hyunwoo vai reagir com essa noticia da Kim Naeun? hehehehe

Até depois!!!!


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