- Ôh, Neymar, não aguento mais falar para você parar de jogar a Analu para cima desse jeito! - o reclamei quando vi o que ele estava fazendo com a nossa filha, e o pior, a garota estava morrendo de rir das brincadeiras do pai.
Analu já estava com nove meses e estávamos arrumando os últimos detalhes para partir para o aeroporto, iríamos para o Brasil com nossa princesinha pela primeira vez e Ney estava todo animado.
- Sua mamãe gosta de cortar nosso barato, filha. - meu noivo falou e revirou os olhos para mim.
- Não sei quem é mais criança de vocês dois, amor. - eu ri.
- Fê, a gente vai perder o voo. O que você tanto faz aí no quarto da Aninha? - perguntou vindo até mim com nossa filha em seu colo.
- Estou conferindo se peguei tudo que precisaremos, não é fácil viajar com uma criança. - suspirei. - Mas acho que já tá tudo certo, podemos ir. - dei uma última olhada ao redor do quarto.
- Até que enfim!!
******
A viajem foi... Eu diria intensa.
A Analu quase não dormiu, então tivemos que entretê-la todo o tempo. Quando não estávamos assistindo aquela porquinha chata ou a galinha que canta as músicas que eu já sei de cor, estávamos brincando com joguinhos, dentre outras coisas.
Finalmente desembarcamos no Rio de Janeiro, já era madrugada e estávamos super cansados.
Ney rapidamente pegou nossa bagagem e seguimos até onde meu pai nos esperava.
- Pai! - já cheguei o abraçando o máximo que conseguia, sem esmagar Analu que estava quietinha em meu colo, mas ainda acordada. - Que saudades, pai!
- Eu também estava morrendo de saudades, filha. De você e dessa coisinha pequena aqui. - ele disse já olhando para a neta e estendendo as mãos para pegá-la, e ela foi de bom grado. - Como a garotinha do vovô cresceu, já é quase uma mocinha. - o enorme e verdadeiro sorriso dele demonstrava a sua felicidade. - Você já deveria ter vindo ao Brasil com minha neta, filha desnaturada.
- Entenda, pai, o Ney estava jogando os campeonatos, por isso não viemos. Não podia ficar todo esse tempo longe dele, ele não fica sem a Ana e tente afastar ela dele... - suspirei. - Mas estamos aqui, fique feliz! - sorri e ele sorriu também.
- Já estou, filha. Muito. - desviou sua atenção da neta para olhar o Neymar. - E você, rapaz, como vai? Cuidando bem de minhas duas princesas?
- Oi, seu Roberto. - Ney veio para o meu lado e enroscou sua mão em minha cintura. - Estou bem e cuidando delas o máximo que posso. - ele disse sorrindo levemente.
- Acho bom mesmo. - meu pai disse um pouco mais bem-humorado. - Vamos logo, gente. Ainda é madrugada, mas mesmo assim o tumulto por causa do Neymar pode começar a qualquer momento.
Concordamos e logo estávamos acomodados no carro do meu pai. Ele e minha mãe tinham feito questão de comprar uma cadeirinha para a neta, e eu já imaginava o tanto de presentes que ela receberia.
Ney foi na frente com meu pai e eu fui atrás, pois Analu estava toda dengosinha e não queria ficar longe de mim.
Assim que chegamos ao prédio, subimos até o andar da minha ex-casa. Quando meu pai ia abrir a porta, ela se abriu mais rápido e minha mãe apareceu.
O sorriso dela parecia com o do seu Roberto quando nos vimos no aeroporto.
- Vocês chegaram! Ai filha, que saudade de você. - me abraçou bem apertado. - Oi, Ney! - o cumprimentou sorridente e deu um leve abraço, logo que Analu estava em seu colo. - Para tudo... Vocês têm certeza que essa é a mesma menininha que eu vi meses atrás? - ela estava chocada. - Pelo computador não dá para ter a noção que ela está deste tamanho. - falou pegando a neta e a enchendo de beijos.
- Ela tá crescendo muito rápido mesmo, Carla. - meu noivo disse para minha mãe, que tinha feito questão que ele a chamasse apenas de Carla, pois o "dona" a fazia se sentir velha; foi o que ela disse.
Logo entramos e eu avistei o Lucas dormindo no sofá.
- Por que o Lucas está dormindo aqui, gente? - perguntei indo até ele e me agachando na frente do sofá, passando a mão em seus cachinhos castanhos.
- Ele insistiu em esperar vocês, mas não aguentou. - meu pai disse e eu sorri. - Vou levar ele no quarto. - ele o pegou no colo e andou em direção ao corredor.
Voltei a atenção a minha mãe e Ney e vi que eles estavam conversando na sala de jantar.
- Nossa, como eu estou cansada! - falei caminhando até eles e bocejando.
- Então trate de tomar um banho e comer um pouco dessa sopa que eu preparei para vocês. Nem adianta dizer que não está com fome, porque eu te conheço, Fernanda. Durante voo você quase não come nada. - disparou a falar e eu tive que rir.
- Meu Deus, mãe! Você não muda mesmo, em?! - ela revirou os olhos e voltou a olhar para a neta em seu colo. - Me deixa dar banho na Analu, para colocar para dormir, porque ela tá morrendo de sono, mas não se dá por vencida. - peguei minha filha em meus braços e já ia saindo, Neymar veio logo atrás.
- Filha, eu comprei uma banheirinha e umas coisinhas para ela, estão aí no banheiro. - dona Carla falou e eu concordei.
Como o banho ia ser bem rápido, Ney pegou a Aninha no colo e foi para debaixo do chuveiro mesmo, afinal já era quase três horas da manhã e estávamos exaustos.
- Olha morena, a Aninha tá cansadinha mesmo. Ela nem tá dando atenção a água, nem tentando fazer bagunça. - Ney falou passando a mão nas costinhas da nossa princesa.
- Se nós estamos cansados, imagina ela, né amor?! - suspirei e tirei minha blusa de manga e a calça cintura alta, ficando só de lingerie.
- Pronto, a Aninha está limpinha e cheirosa. - meu noivo disse dando um beijinho na bochecha da Analu e me dando ela para ele terminar o seu banho. Eu a peguei e a enrolei numa das toalhas que minha mãe tinha comprado, esperando durante uns cinco minutos o Ney terminar.
Quando ele terminou, se enrolou em uma toalha e pegou a nossa filha em meu colo e saiu do banheiro, indo para foi para o meu antigo quarto. Tratei de tomar banho e saí do banheiro enrolada numa toalha, indo direto para onde estavam meus xodós.
Assim que cheguei à porta do cômodo, ouvi risadas vindas de lá de dentro e logo adentrei.
Neymar estava já vestido em uma calça de moletom, com a Analu apenas de fralda em seu colo. O motivo de tantos risos eram as cócegas que ele fazia nela e ela adorava.
Quero dizer, qualquer coisa que envolvesse o Neymar a Analu amava, nunca vi um amor tão explícito vindo de uma criaturinha tão pequena.
Sorri instantaneamente diante àquilo e logo fui pegar um pijama bem fresquinho, pois estava bem calor no Rio.
Parei ao lado deles e me sentei ao lado do meu noivo. Assim que ele deu uma pausa na brincadeira e a Analu me viu, foi logo estendendo os bracinhos para mim e balbuciando alguma coisa.
- Agora é com você, morena. Ela tava querendo chorar e eu até consegui distrair um pouco, mas não tem mais jeito. - disse ele depois de me entregar nossa filha. - Você quer a mamãe agora, não é, meu amor? - passou a mão na bochecha da pequena que estava aconchegada em meus braços.
- Toc! Toc! Toc! - minha mãe bateu na porta que só estava encostada e a escancarou em seguida. - Vamos, meus amores, a sopa vai esfriar. - nos chamou e foi logo saindo do quarto.
Somos quase obrigados a seguí-la, pois se não fôssemos tomar sua sopa preparada com tanto carinho, ela viria ao quarto, sem dúvida alguma, e nos arrastaria pelas orelhas.
Quando eu já tinha tomado metade de minha sopa com gosto, saboreando o tempero maravilhoso de minha mãe, Analu, que continuava em meu colo, puxou minha blusa e se mostrou inquieta, começando seu chorinho parecia com um miado de um gatinho.
Eu sabia exatamente o que ela queria: mamar.
Assim que lhe dei meu seio, ficou quieta de imediato, então aproveite para ir para o quarto, me despedindo de minha mãe, e deixando Neymar na cozinha devorando toda a sopa e elogiando o tempero da minha mãe, que estava se achando naquele momento.
Sentei na cama, recostando na cabeceira e fiquei por um bom tempo fazendo carinho na Analu, enquanto ela mamava, até que se deu por vencida e dormiu.
Agradeci por isso e logo a coloquei no berço, indo me preparar para dormir. Diminuí um pouco a temperatura do ar-condicionado, já que éramos acostumados ao clima um pouco mais frio de Barcelona, e me deitei logo após dar uma última conferida para ver se Analu estava dormindo mesmo.
Estava quase pegando no sono quando senti a cama afundar ao meu lado, e fui puxada para mais perto de Neymar.
- Nem me esperou, amor. - ele disse enquanto distribuía beijos pelo meu ombro e pescoço.
- Eu estava e ainda estou com muito sono, e você estava lá comendo toda a sopa que podia, preferi nem te incomodar. - falei com a voz rouca de sono.
- Sua mãe cozinha muito bem... Aquela sopa é a melhor que eu já comi na vida e... - ele ia continuar tagarelando se eu não o parasse.
- Shii! Tá bom, moreno. Depois você me fala sobre isso, agora eu vou dormir. - falei bocejando.
- Nossa, você nem me deixa conversar. - disse tirando as mãos de mim e se deitando de bruços, com a cabeça virada para o lado contrário de onde eu estava, fingindo braveza.
Me ajeitei novamente em meu travesseiro e dormi quase que instantaneamente.
******
Acordei às seis da manhã com o choro de Analu, não era nada escandaloso, apenas um chorinho manhoso.
Me desvencilhei do braço de Neymar, que eu não sabia que horas foi parar em minha cintura, e fui ver minha filha.
- Oi, meu amor! - falei assim que consegui chegar ao berço. Imediatamente ela estendeu os bracinhos em minha direção.
A peguei em meus braços e olhei sua fralda, que estava seca. Me sentei na cama, onde Ney dormia de bruços, e coloquei a Analu para mamar.
Ela emitia uns sonzinhos como se fosse cantando enquanto mamava e eu achava o cúmulo da fofura.
Meu noivo se mexeu na cama atraindo a atenção da nossa filha, que parou de mamar para observar o papai.
- Pá... - Analu sibilou e fez um gesto com a mãozinha, chamando Ney.
Ele ainda estava dormindo, e eu, com o maior sorriso do mundo, o acordei.
- Amorzinho, repete o que você falou. - pedi a Analu, mas ela se manteve quieta. - Pa-pai. - falei lentamente para ela repetir.
- Pá. - emitiu e deu uma gargalhada. Num instante Neymar já estava sentado na cama, nos olhando com os olhos arregalados. - Pápa. - Analu apontou para ele, que riu com os olhos brilhando.
- Fê, a primeira palavra da Aninha! - ele sorriu maravilhado. - Ela disse papai. - ele ainda estava bobo.
- Que menininha traíra, essa nossa bolota. - brinquei com ela depois de arrumar minha roupa, pois Analu já não queria mais seu leite. - Por que você não falou mamãe primeiro, bolotinha? - falei com a voz engraçada, encarando-a sentada em minhas pernas.
Ela riu e engatinhou pela cama até o colo de Ney.
- Depois dessa eu me retiro, fui jogada para escanteio. - disse e fui em direção ao banheiro fazer minha higiene matinal, deixando os meus dois amores brincando.
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