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História Alguns Anos - Papo Reto


Escrita por: RinmaruTaisho

Notas do Autor


Bom... Nem sei como começar :3
Vou dar uma rápida explicada na situação: a algumas semanas eu passei por um momento muito intenso, e minhas emoções ficaram abaladas demais para que eu escrevesse uma linha sequer; logo depois veio o tempo de política, me exaurindo de qualquer tempo. Eu peço desculpas pela demora e.quero dizer que não vou abandonar a fic! Fiz esse capítulo com concentração extra, e tentei fazer com que ele tivesse uma ótima narração.
Desculpe qualquer erro!

Capítulo 32 - Papo Reto


Fanfic / Fanfiction Alguns Anos - Papo Reto

    - O que quer dizer com isso? Olha, Sesshoumaru, eu entendo que você queira "fazer as pazes" comigo, mas a mentir que não é casado...-

    - Ela morreu. Ou melhor, foi morta.-

    - Oh - abaixou o olhar. Pude perceber sua luta interna, mas a curiosidade acabou vencendo.- Por quem?-

    - Por mim.-

                    #-#

Narradora

    - Por mim.- a voz de Sesshoumaru ficou destacada pelo silêncio que se seguiu. Rin, atônita, não pôde fazer mais que permanecer silenciosa, com espanto estampado em seu rosto.

    "Oh meu Kami, como ele foi capaz disso? O que o levou a fazê-lo?" Eram os pensamentos que tomavam conta da mente dela. Sua pobre e bondosa mente não podia imaginar qualquer motivo que poderia tê-lo levado a tomar tal atitude. Vencida pela curiosidade, pôs-se a perguntar:

    - Permite-me fazer-te uma pergunta?-

    - Fique à vontade.-

    Respirou fundo, tirando do ar a coragem que lhe falta para questioná-lo.

    - O que o levou a fazer isso?-

    - Nada a ser citado.-

    - Mas você me permitiu perguntar-te!-

    - Mas não te prometi uma resposta.-

    Ela, ardendo em curiosidade porém receosa de desencadear uma reação desagradável de Sesshoumaru, dignou-se a reter-se em sua ignorância.

    - Mas... Isso... Isso foi a quanto tempo?- perguntou, hesitante.

    - Sete anos.-

    Ela não pôde esconder seu espanto, deixou-o escancarado em seu rosto. Como podia ser? Ele se casou e imediatamente matou a esposa? Teve filhos? Ele realmente se casou?

    - Então você realmente se casou.-

    Não foi exatamente uma pergunta, mas sim uma semi-afirmação. Ele anuiu com um leve movimento de cabeça.

    - Mas ficou... Fêz-se viúvo quase imediatamente.- novamente, não era bem uma afirmação, era a busca por uma confirmação. E, também novamente, ele anuiu em concordância.

    - Têm filhos?-

    Tudo que ela queria era uma negação. Mas esperava um "sim" sair de seus lábios, porque, se ele tivesse filhos ela teria uma desculpa para incitar ele a deixá-los em paz e ir cuidar do seu império e de sua prole. Mas ela não queria. Por mais que fosse o mais sensato, ela não o queria.

     Mas, felizmente/infelizmente, seu querer foi realizado. Com um rápido gesto de cabeça, Sesshoumaru negou. O alívio que ela sentira não podia ser descrito com palavras. Era como se, depois de um longo período de seca num deserto a 40°C, tomasse um grande copo d'água gelada.

    'Oh, que bom! Ele não tem comprometimentos!'

    Mas esse pensamento foi imediatamente repelido por ela.

    - Mas e você? Estou monopolizando o assunto. Casou-se com Hari por conveniência? Ou por 'amor'? Encontrou o 'amor da sua vida', Rin? Finalmente?- disse a última frase com um perceptível tom de sarcasmo e rancor.

    'Que insolente! Vem até minha residência para fazer chacotas comigo? Não mudou em nada! Pobre de mim por ter acreditado que ele poderia mudar!' era o que se passava na mente dela. O que ela não entendia era que Sesshoumaru não tinha o fito de enganá-la, que aquelas palavras foram duras não por seu desdém, mas por sua mágoa.

    Ela ficou em silêncio, seus pensamentos numa bagunça ainda maior. Sabia que, se dissesse que não tem nenhum envolvimento com Hari seria fraca, mas ao mesmo tempo sabia que não tinha a capacidadede afirmar.

    E nessa indecisão passaram-se longos segundos sem resposta

    Mas quem cala, consente, e Sesshoumaru entendeu sua pausa como receio de confirmar suas suspeitas. Estas passaram, então, a não mais serem suspeitas, mas a serem certezas.

    Sua expressão, antes neutra, fechou-se de tal forma que deu a Rin uma imensa vontade recuar. Ela, achando que a mudança súbita tinha a ver com a demora, abriu a boca para falar, porém foi interrompida antes que qualquer som saísse.

    - Perdoe minha intromissão, não tinha a intenção de causar-te desconforto. Percebo agora que minha presença apenas a atormenta, e tenho o desejo de acabar com sua infelicidade o mais rápido possível. Tudo o que lhe foi dito ainda está de pé, mas não mais irei incomodá-la com insistências desnecessárias, infrutíferas e repetitivas. Se decidir algo em relação ao que discutíamos antes não hesite em me comunicar. Termino aqui minha visita.-

    Dito isso, sem que ela tivesse tempo de retrucar, ele levantou-se e disparou em direção à porta.

   Ela, sem saber exatamente como reagir, seguiu-o a toda velocidade.

    Já na porta, ele apenas deu um último olhar a ela e atravessou o portal. Com um suspiro, lentamente começou a fechar a porta, mas foi parada por uma pálida mão que impediu que a madeira se encaixasse, obrigando-a a abrí-la novamente.

    Voltou a se deparar com a figura de Sesshoumaru, imponente como sempre, porém com convicção renovada.

    - O garoto...- ela não podia desviar seus olhos dos deles, tão intensos que estavam. Hipnotizantes.- Meu filho.- corrigiu-se, com certa dificuldade.- Eu quero conhecê-lo. Isso não é negociável.-

    - Você já o conheceu.- retrucou ela, entredentes. Se incomodava intensamente com a perspectiva de arriscar a já tênue segurança emocional do seu filhote.

    - Não da forma que gostaria. Quero ser apresentado como... Como seu pai.- as próximas palavras saíram com uma imensa dificuldade - Mesmo que ele conceba a outro esse título.- fechou os olhos ao pronunciar estas palavras, como se sentisse dor. Quando voltou a abrí-los eles estavam opacos e sem vida.

    - Não farei nada que o meu filho não queira.- apressou-se ela em esclarecer.

    Depois de um momento pensando, ele respondeu:

    - Isso acontecerá mais cedo ou mais tarde. E eu almejo mais cedo.-

    - Não farei nada que o meu filho não queria!- repetiu Rin, sem a menor perspectiva de desistir.- Vou conversar com ele.-

    Com a voz isenta de qualquer emoção ou reação à sua teimosia, Sesshoumaru respondeu rapidamente.

    - Converse. Faça-o a seu tempo. Mas não demore muito, senão terei que impor o meu tempo.-

    Dito essas palavras ele simplesmente desapareceu. Rin não se deu ao luxo de ficar assombrada com o súbito movimento, já tinha anos de experiência com seu filho. Ela abriu a boca para chamar o nome de Sesshoumaru, mas nada mais que um S sibilado saiu de sua boca antes que o nome morresse em seus lábios.

                      ***

    - Não sei o que faço, Hari. Não sei como agir, o que fazer, o que esperar dele, o que esperar de 'mim'... É algo que não posso controlar, e eu odeio isso!- miou ela, pondo a cabeça entre seus braços apoiados na mesa pelos cotovelos, puxando fortemente os seus cabelos da nuca a ponto de arrancá-los puramente de nervosismo.

    - Cuidado com o cabelo, Rin. Se puxá-los com mais força sua cabeça vai sair junto.-

    - É sério, Hari!- repreendeu, mas sem conseguir evitar que um pequeno sorriso escapasse dos seus lábios.

    - Também é sério, Rin!- devolveu Hari, com um sorriso enorme no rosto e uma voz forçadamente aguda, imitando-a.

    - Bobo!- acusou ela, dando um forte tapa no braço dele. Forte para ela, a ele nem fez cócegas, e ela sabia bem disso.

    - Imprudente! Eu poderia arrancar sua mão agora, sabe?-

    - Quero ver você tentar.- desafiou, com um olhar arrogante no rosto.

    Ele lhe lançou um longo olhar malicioso, mas por fim expirou e balançou a cabeça, como se tentasse espantar pensamentos indesejados, e voltou a encará-la com sua expressão usual.

    - Não posso concelhoá-la a nada, Rin. Meu foco principal é o plano, e infelizmente tenho que deixar esse assunto com o Lorde a seu critério.-

    O plano. Com a recente agitação ela até se esquecera do plano.

    - Falando no plano, como ele anda?- já estava mais do que na hora de tirar o atraso.

    - Sinceramente? Mais lento do que imaginávamos. Porém já está a fazer efeito, 'ela' tem se mostrado mais explosiva e...- cortou de repente - Não posso te contar tudo.-

    Em todas as suas muitas experiências de vida, Rin aprendera a não desistir nunca. Mas também aprendera que existe uma hora que deve-se recuar.

    Suspirou e anuiu com a cabeça.

                    ***
Hours laters...

    - Nós temos que agilizar isso, Amon!- exclamou Hari, afoito.- Nós dois sabemos que se der a louca em Satori daria um trabalho infernal controlá-la!-

    - Não há muito que podemos fazer, Hari. Tudo já foi meticulosamente calculado. Todas as variáveis pesadas. Nada vai dar errado.-

    - Não, nem todas as variáveis foram calculadas. Nós planejamos tudo atribuindo um elevado nível de inteligência à mulher, mas e se estivermos superestimando ela? E se ela usar ardis baixos para atingir Rin?-

    - Ela não vai. Eu a conheço o suficiente para dizer isso.- a confiança em sua voz se abalou um pouco nesta última frase. De fato, mesmo sendo irmãos e tendo crescido juntos, Inu Kimi sempre foi muito enigmática, difícil de desvendar .

    - Mas 'e se', Amon? O que faremos? Eu não serei o suficiente para cuidar de Rin, de Ichiro e dos outros assuntos ao mesmo tempo.-

    - Por que isso te é tão interessante? Agora? Antes de por em prática a segurança dessa humana e do pequeno DaiYoukai era algo apenas relativo. O que causou essa mudança?-

    Hari não respondeu. Não havia percebido até então a drástica mudança em seus pensamentos.

    - Se apegou a eles?- pressionou Amon.

    Hari sabia que sim, essa parte era inegável a si, mas novamente manteve-se quieto. O grau da afeição que nutria por ambos era algo que ainda não havia medido, e se o fizera preferia manter em segredo. Até para si mesmo.

    Amon, que conhece Hari a séculos, sabia que esse era o momento de parar de insistir e mudar de assunto, caso o contrário ele se fecharia e seria consideravelmente mais difícil retomar o assunto com ele em outra ocasião.

    - Sua irmã chegará amanhã.- informou Amon, depois de um minuto de silêncio.

    Diante desta notícia, Hari arregalou os olhos. Sabia que a chegada dela se aproximava, mas não imaginava que seria tão cedo. Fazia décadas que não a via.

    - E... E ela ficará por quanto tempo?- inquiriu, com certa dificuldade.

    - Não sei te responder. Ninguém controla sua irmã. Mas ela será muito útil.-

    Ele aquiesceu, abaixando o olhar. Segundos depois voltou a erguê-los, com uma expressão dolorida e o olhar repleto de mágoa.

    - Você acha que dessa vez há alguma chance de ela me perdoar?- sua voz soou indefesa.

    - Não sei dizer, Hari. Ela sempre foi cabeça dura, mas algum dia isso terá que acontecer. Seja amanhã ou daqui a um milênio.-

    - Porquê ela não entende?! Não foi de propósito! Mesmo que a culpa possa ser atribuída a mim por...-

    - Não. Não pode. Você não teve culpa alguma no que aconteceu.- cortou Amon.

    - Tive sim. Se eu não tivesse...-

    - E mesmo se tivesse - voltou a cortar - remoer o passado agora não mudará nada. Tudo o que podes fazer é tentar convencê-la do seu ponto. Não há outra alternativa.-

    - Tem razão.- fechou os olhos, resignado.- Tenho que tentar.-


Notas Finais


Peço desculpas novamente, e antes de terminar quero perguntar: Vocês preferem quando eu escrevo no narrador onisciente ou no personagem? Deixe nos comentários!


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