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História Alguns Tons de nós - Uma criança inocente


Escrita por: ML_chan

Notas do Autor


Tudo bom???????

Capítulo 11 - Uma criança inocente


Fanfic / Fanfiction Alguns Tons de nós - Uma criança inocente

Como de costume nos finais de semana, nós sempre procuramos algo para fazer todos juntos. 
Decidimos ir para o parque de diversão, enquanto eu e Jungkook me conversávamos não conseguia parar de notar a felicidade que ele - inutilmente - estava tentando esconder.
E eu podia me xingar de todos os palavrões possíveis por amar tanto isso e não conseguir admitir por ter o nome de Park Orgulho Jimin. 

Embora Jungkook tenha a capacidade de amar como alguém adulto e se esforçar ao máximo para parecer um, ele era uma criança. Ah, ele era. E isso o deixava ainda mais amável.

Eu não sabia que tipo de sentimentos eram esses que iam e vinham na minha cabeça. Era torturante, mas eu meio que gostava. E isso possivelmente era meu lado masoquista falando mais alto.

* * * 

Fui até o parque de diversão, como no horário combinado. Estava fazendo um calor ardente, eu pude sentir minha pele queimando.

Estava procurando por algum rosto conhecido no meio de pais correndo atrás de seus filhos e alguns adolescentes. O que eu estou fazendo aqui?

Quando minha mente psicologicamente instável menos espera, surge um garoto pulando atrás de mim.

- EI JIMIN! - Ele (gritou) falou.

- PUTA QUE PARIU JUNGKOOK!  - Eu gritei sem nem me preocupar com a legião de pais me olhando. Respirei fundo. - Você me assustou!

- Desculpe, Hyung. 

Ele falou manhoso e rindo. Ah Deus, porque ele tornava tudo mais difícil? 

- É que eu estou tão animado! Você não acha parque de diversões irados? Tem tantas coisas legais aqui!

- Eu não costumo ir muito a parque de diversões. 

- Acho que tem uns dez anos que eu não vou a um! Isso é tão divertido! AAAAH EU QUERO IR EM TODOS OS BRINQUEDOS AAAAHA! 

Acho que se Jungkook sorrisse mais suas bochechas rasgariam.

Enquanto eu observava o menino olhar para todos os cantos apontando para tudo e todos, eu peguei meu celular e vi que havia uma mensagem do Suga.

"Surgiu um imprevisto e nós vamos nos atrasar, por favor não se casem antes de eu chegar, viu? Ah, e tem lugares melhores do que um parque de diversão para casais esperarem."

Hahaha Min Yoongi. Eu espero que você queime no submundo.

- O que foi hyung? Quem era? - Jungkook perguntou ainda sem conter seu entusiasmo.

Desde aquela noite, Jungkook só me chama de Hyung. Puta merda.

- Ninguém... - Eu falei rindo (de nervoso). - Eles estão demorando, não é? Que tal você ir nos brinquedos enquanto eu espero por você aqui, hm?

Ele tombou a cabeça um pouco para o lado como se não tivesse entendido.

- Ué, você não vai comigo?

- Eu não sou muito fã disso.

- Mas não vai ter graça se você não for comigo. -- Ele disse fazendo uma cara de cachorro abandonado. -- Venha Hyung, por favor.

Eu me odeio.

- Aish garoto, que diferença vai fazer se eu não for?

- Vai ser mais especial. Vamos!

Eu queria sentar em posição fetal e chorar.

Por que eu fui perguntar? 

- Tudo bem. - Respirei fundo. - Mas só um brinquedo, tudo bem?

* * * 

Se nós não tivermos ido a todos os brinquedos daquele parque eu me mato.

Depois de muitos "só mais esse", "ah, vamos Jimin-shi", "por favor!", ele me convenceu a fazer isso.

O que eu tenho na minha cabeça?

Depois de sair do último brinquedo cambaleado e procurando a lixeira mais próxima, Jungkook decidiu finalmente parar. E eu realmente estava surpreso pelo fato dele estar triste por NÃO HAVER mais brinquedos para andar.

E depois de mais meia hora de Jungkook passando as mãos pelas minhas costas enquanto eu vomitava em uma lata de lixo, ele cismou que queria uma raspadinha.

Ele parecia estar tirando aos poucos a mascara que tampava Jeon Jungkook. No primeiro dia ele parecia distante, mas mesmo assim, com o passar do tempo se mostrou um garoto caloroso e sorridente.
Ao longo do seu namoro com o Tae e o tempo que foi passando, ele mostrou cada vez mais que ainda tinha coisas guardadas que só com certo tempo podia mostrar.
E agora vendo como ele mudou desde aqueles dias para cá, eu sinto que também mudei. A cada dia me sinto mais indefeso em relação ao me apaixonar por ele. Me apaixonar mais e mais. Sinto que essa é uma guerra contra o meu coração que não tem como ganhar.

Depois de pagar a raspadinha que Jungkook pegou sorrindente, o vendedor disse:

- você vai querer mais um canudo para o seu namorado? 

Eu quase cai duro no chão.

- Namorado? - Jungkook pareceu não entender, mas sorriu.

- ELE NÃO É MEU NAMORADO. - Eu falei tão rápido que tenho certeza que o vendedor não entendeu.

O sorriso desapareceu.

Eu o puxei pra longe dali. 

- Nós dois andando juntos, parecemos um casal mesmo. - Ele disse.

Eu engoli em seco. Por que eu não posso admitir para mim mesmo que eu amo esse garoto? POR QUE JIMIN?

Meu cérebro falava "nuumm vai" e meu coração "Ah vô". Eu não consigo me estabilizar em uma só situação.

Tudo bem.

- É, talvez. - Eu respondi tentando soar calmo, o que era bem difícil. E como eu continuo não sendo bom em bancar o bobo. - Falando nisso, em quem você está interessado, Jungkook?

Ele olhou para mim com uma expressão que eu não consegui decifrar. Ele sorriu.

- Ah, acontece que eu não estou mais "gostando" dessa pessoa. Já superei isso.

- É mesmo? - Uma ponta de felicidade brotou em mim.

- Sim, agora eu estou apaixonado por ela.

- Entendi. - Rsrsrsrsrindodenervoso.

- Eu estou perdido, Hyung. - Ele disse me encarando.

- Isso é uma coisa boa? - Eu falei mordendo o lábio, uma mania sexualmente chata pra cacete que eu tenho quando eu fico nervoso.

- É, talvez. 

* * * 

Ficamos várias horas rodando aquele parque de diversões e nada do pessoal, então eu disse para Jungkook que iria embora. Não que a minha pessoa não gostasse da companhia dele - pelo contrário - é só que eu iria cometer o assassinato de quatro pessoas nas próximas horas.

Ele então se ofereceu para me levar até em casa. 

Estava escuro e apenas a luzes dos postes iluminavam a rua. 

Jungkook não estava eufórico nem nada, estava apenas em silêncio. Às vezes, fechava os olhos e só os tornava a abrir depois de uns dez passos. Eu então tirei a conclusão de que ele deveria estar cansado, depois de andar em todos aqueles brinquedos, era óbvio. Sugeri que sentássemos em um banco ali perto.

Gostaria que você perguntasse sobre a mãe dele. 

Acho que Jungkook se arrepende muito de não ter conseguido salvar a mãe. 

Por favor, salve-o desse arrependimento. 


- Aah, meus pés estão doendo! Não parecia tão longe na minha mente! - Jungkook disse.

- É porque sua mente é pequena. - Falei.

- Acho que sim. - Ele riu. Ele sempre ria de tudo o que eu falava. - Será que Hobi e os outros ainda virão? 

Enquanto eu armava meu plano de morte daquelas desgraças na minha mente, eu apenas respondi que "acho que não" para Jungkook.

Então ele de repente juntou as mãos e fechou os olhos. Ele ficou assim por uns três minutos e eu o fique observando.

Então ele os abriu de novo e olhou para mim.

- O que estava fazendo? - Perguntei.

Ele deu um sorriso sem graça.

- Eu estava falando com a minha mãe, bem, pelo menos tentando. Está silêncio aqui, então acho que isso pode chegar até ela. 

- E o que você disse a ela?

Ele olhou para o céu.

- É segredo, hyung.

Ficamos mais um tempo sem dizer uma palavra.

Aquilo me pegou desprevenido. Era nítido que Jungkook ainda tinha mágoas pelo o que aconteceu com a mãe dele. Ele vive se prendendo a isso, como se fosse uma obrigação que ele tivesse. Eu tenho medo que essa fixação no que aconteceu no passado possa alterar mais o seu futuro. 

Eu tenho que salvá-lo. O Jimin do futuro me deu essa "missão". Eu não posso falhar agora, mesmo que isso signifique afastá-lo de mim, contanto que ele tenha vida, isso já basta. A felicidade, nessas ocasiões, nós podemos deixar para segundo plano. 

- Jungkook...

- Sim?

- Não há nada que você possa me contar sobre sua mãe? Apenas me diga algo, como o que você achava dela, uma lembrança que você gostava, algo que te incomodava nela... - Eu estava disposto a continuar, até que ele me interrompeu. 

- Não tem nada. - Ele parecia sério. - Nada mesmo. 

- Então você se arrepende, Jungkook, por não ter conseguido salvar a sua mãe? 

Eu não conseguia olhar em seus olhos e o mesmo não respondia minhas perguntas. Ficou aquele silêncio ensurdecedor de sempre quando os nossos assuntos morriam. 

Eu tomei coragem para olhá-lo.

Seus olhos estavam lacrimejando e ele olhava para o nada, como se estivesse perdido, sem saber para que rumo ir. 

Uma lágrima escorreu pelo rosto dele e caiu na sua roupa como uma gota de chuva escorre pela flor e cai no chão úmido. 

- Eu pensei que se eu te falasse alguma coisa, Jimin, você não iria querer mais ficar perto de mim. 

Aquilo foi um tapa no meio da cara bem dolorido.

- O que?! Claro que não! Por que eu faria isso? Eu nunca vou me afastar de você, entendeu? 

Ele ainda olhava para o nada, com seus olhos nublados parecendo não saber mais o motivo de tudo aquilo. 

A verdade era que Jungkook podia ser só uma criança inocente, ele podia apenas agir como uma, mas seus sentimentos são profundos e pesados. Ele não fazia ideia, mas doía mais em mim no que nele. 

- Tá. - Ele disse. - Eu me arrependo de muitas coisas, mas... Acho que o maior arrependimento é o meu primeiro dia de aula. 

- O dia que sua mãe faleceu?

- Isso. - Ele concordou. - A saúde da minha mãe não era muito boa. Ela também tinha alucinações e necessitava de muitos cuidados. Aquele dia seria o primeiro dela no novo hospital. Eu havia prometido a ela que estaria lá com ela. - Outra lágrima escorreu. - Mas eu fiquei tão feliz hyung, quando vocês me convidaram para sair com vocês... Então, eu mandei uma mensagem para a minha mãe dizendo que não poderia ir. Achei que tudo ia ficar bem e que eu só precisaria me desculpar depois, então passaríamos todos os dias juntos. Mas... Ela não respondeu a mensagem. - Jungkook deu um longo suspiro e eu fechei meus olhos tentando me controlar para não chorar na frente dele. - Ela estava psicologicamente instável. Ela não conseguia fazer nada se eu não estivesse perto dela. Eu sabia que eu tinha que estar com ela e dar apoio a ela, mas eu nunca imaginei que ela cometeria suicídio, tiraria sua própria vida, por um motivo tão... - Ele não terminou a frase. - A culpa é minha. Eu fiz uma coisa horrível. 

Você está errado.

Não o convide hoje, de jeito nenhum. 

De jeito nenhum. 

A culpa foi minha. Eu... A culpa foi minha!

- Foi por isso que eu fechei os olhos por um instante... Pedi a Deus para que dissesse a minha mãe que eu sinto muito... Foi o que eu desejei.

A essa altura eu já estava chorando mais que o próprio Jungkook. Eu só queria abraça-lo e falar que eu estava aqui. Que isso estava no final e ia passar.

Mas eu não consegui. Porque isso está apenas para começar. 

- Estou arrependido. - Ele disse tentando limpar o mais rápido possível suas lágrimas.

- Está tudo bem. Sua mãe deve saber disso. - Falei.

Como assim, "está tudo bem"?! 

Então ele se levantou.

- Jimin. - Ele não me chamou de hyung. - Séra que você pode ir para a sua casa sem mim hoje? Apenas hoje.

- Claro. 

Eu não fui capaz de fazer nada. Eu não sabia o que falar. Como sempre, Park Jimin.  

Como é que se "salva" alguém? 

- Sentimos muito pela demora! - De repente eu ouço a voz do Jin. Ele estava junto com o Namjoon.- Desculpe pelo atraso. Tinha muito gente, sabe? A gente não te achou no parque então estávamos indo para a sua casa e olha, aqui está você!

Aham tá.

- Ah. - Falei. 

- Seu encontro foi legal? - Ele disse.

- Encontro? - Falei me segurando para não dar um soco na cara dele. - Só um senhor se confundiu e...

Jin começou a me balançar.

- Tá vendo? Então vocês não ficam ruim juntos, não é verdade?

- Cade o Hobi e o Suga? - Eu o ignorei.

- Não sei, eles se perderam na multidão. Vai lá saber o que aqueles dois estão fazendo agora. - Namjoon disse.

- E cadê meu filho mais novo? - Jin falou olhando para os lados. 

Eu apontei para o caminho oposto da minha casa, imaginando ainda conseguir ver Jungkook andando na rua. Mas ele não estava mais lá. 

* * * 

Mais tarde, naquela noite, quando eu já estava indo me deitar, meu celular apitou. 

De: Jeon Jungkook 

Me desculpe por não ter te levado em casa. Obrigado por hoje hyung. 


* * * 

Para: Jeon Jungkook.

Você está bem?

Quando quiser conversar, pode contar comigo para te dar apoio, sempre.


Não dá para dizer que salvei o Jungkook apenas com isso.

E se eu não consegui salvá-lo? 

Não será fácil. Por que eu? Por que só eu me meto nessas coisas? Tem 7 bilhões de pessoas no mundo e isso vem cair justo em cima de mim?

Mas tudo bem, tudo bem. Mesmo reclamando, eu confesso amar isso. Amo de um jeito bem trágico, mas amo.

Eu não conseguia parar de chorar um segundo se quer da minha vida. Por que tudo isso agora?

Enquanto eu pela trilionesima vez estava me debulhando em lágrimas pela mesma pessoa, eu ouço a campainha da minha casa tocar.

Eu enxuguei meu rosto rapidamente e fui atender.

- Hobi?

- Desculpe por passar aqui de repente. - Ele disse envergonhado.

- Não tem problema. O que aconteceu? 

Ele olhou para o chão durante um tempo e depois para mim.

- O Jungkook não tem aparecido no clube ultimamente, então pensei que você soubesse de algo. 

Ele não tem ido aos treinos?

- O Jungkook...

- Jimin, aconteceu alguma coisa?

Talvez o Hobi possa me entender. Ele sempre me entende. Ele não vai me achar louco, não é?

Eu não vou conseguir fazer isso sozinho.

- É que... Sabe... Haha... Eu preciso de ajuda em um assunto que envolve o Jungkook... – Vai Jimin você consegue, é só falar. – Eu queria que... Você me ajudasse a salvar ele. – Respira fundo. – É, talvez eu esteja parecendo um louco, talvez muito, mas... É que... – Lá vem o chororo de novo, alguém me ajuda.

- Jimin, está tudo bem. Não se preocupe. – Eu olhei assustado para ele. Que? – Você também recebeu? A carta? 


Notas Finais


Por favor, não me matem por demorar tanto tempo :')
Como vocês estão? O capítulo está bem neutro hoje, não é? Mas, como eu disse, eu não sou uma pessoa boa. Aguardem pelos próximos capítulos.


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