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História Alguns Tons de nós - Será que consegui te satisfazer, "eu" de dez anos?!


Escrita por: ML_chan

Capítulo 3 - Será que consegui te satisfazer, "eu" de dez anos?!


Fanfic / Fanfiction Alguns Tons de nós - Será que consegui te satisfazer, "eu" de dez anos?!

Uns dez anos no futuro...

-- Jimin! -- Hoseok chamou meu nome enquanto se aproximava.

Ele estava carregando Jungsan em seus braços. Eu o havia deixado no carro, por conta de estar dormindo, mas aparentemente ele acordou.

Um menino adorável de oito meses. Tinha cabelos escuros e seu charme, era gentil e especial. Lembrava-me alguém. Alguém que estava tentando invadir meus pensamentos novamente, enquanto eu passei anos evitando esse tipo de coisa. Justo agora isso está vindo, está voltando para mim.

Respirei fundo e senti a brisa do vento bater nos poros da minha pela, vindo com um cheiro doce de flores de cerejeira.

-- O que você acha de Los Angeles? -- Hoseok se aproximou de mim. Havia muitas passagens de avião em suas mãos.

-- Para que são essas passagens?

-- Eu vou dá-las ao Jungkook. -- Um estalo no meu coração.

Eu sorri timidamente.

-- haha, acho que o Jungkook não poderia ir para Los Angeles nesse momento... -- Falei rindo.

-- Não tem problema.

Caro "eu" de dez anos atrás. Daqui para frente, pare de acreditar em sua maré de azar. Muitas coisas boas vão vim pela frente. Espero que você não se dê por vencido caso alguma coisa der errado, basta notá-las e seguir em frente. Não deixe que a sua felicidade escape.

Nesse momento, dez anos no futuro, Jungkook não está mais aqui. Cuide da sua felicidade. Aproveite todo tempo possível ao lado dele. Por favor.

 

Uns dez anos no passado...

-- Vai logo Jimin! O nosso almoço não vai ser conseguido sozinho! -- Namjoon Gritou para mim detrás da arvore.

Mais um dia ensolarado. E quando eu falo "ensolarado", eu digo ensolarado vezes mil. Parecia que o sol estava querendo fazer amizade com a terra e estava chegando mais para perto. Eu daria a minha cara a tapa se não desse pra fritar um ovo no chão naquele momento.

Ninguém tinha levado almoço naquele dia, então quem tinha que quebrar o galho de todo mundo?

Isso mesmo. Park Jimin.

-- M-Mas Namjoon! Eu... Eu não sei falar com garotas! Vai você! -- Eu falei trêmulo.

Havia umas garotas com o almoço reforçado, mas elas eram do tipo popular, não ia dar nem um pouco certo eu jogar meu "charme inexplicavelmente amável", segundo Namjoon.

É por isso que é normal as pessoas terem pensamentos gays perto de mim.

Estava ele, Suga, Hobi e Jungkook atrás de uma arvore no pátio. Namjoon deu a ideia paquerar alguma delas para conseguir nosso almoço e eu perdi no pedra, papel e tesoura.

Jungkook ainda tentou falar algo, não parecia muito feliz com a ideia, o que será?

Mas logo depois foi na do Namjoon e concordou.

-- Não, elas não fazem o meu tipo -- Namjoon respondeu.

-- As que fazem o seu tipo são as sexy, né? -- Suga Surgiu atrás da arvore também. -- As que usam saia!

-- O que? Eu nem gosto das com saia!

-- É mesmo, você gosta sem elas, né? -- Eu falei.

Namjoon me matou com o olhar.

Eu me virei e respirei fundo. Ok.

Eu caminhei até as meninas com muita comida. Uma estava com umas três vasilhas de almoço. Eu fui até ela.

-- Oi...? -- Ela disse me olhando de cima a baixo.

-- Quantos anos você tem? -- Me aproximei do ouvido dela. -- Você é uma Noona?

-- N-Nã--

-- Então isso faz com que eu seja seu Oppa. -- Eu a encarei.

A menina tinha uma expressão estranha. Não sabia se queria chorar ou rir. Então ela disse, e eu finalmente entendi:

-- Ah, oi querido, eu trouxe isso para nós! -- Ela olhava para alguém atrás de mim.

Merda.

Quando eu me virei e vi aquele cara de dois metros. Ai depois eu só vi o escuro.

* * *

-- Jimin! Jimin! -- Eu ouvi a voz de Jin. Ele estava me chacoalhando feito louco. -- Acorda, Jimin! Que porra de homem tu é?

Meus olhos se abriram de uma vez e eu levantei rápido.

-- O que?!

Eu olhei em volta e vi que estavamos na enfermaria da escola. Era uma cena vergonhosa para a minha prova de homem viril, mas pelo menos aquele gigantes tinha sumido.

Jin se virou para Namjoon.

-- Viu o que você fez? Você sabe que ele não gosta de garotas, caralho! -- Ele falou para Namjoon em um tom ameaçador.

-- Não é bem assim... Eu gosto de garotas, só que tipo...

Ninguém estava me dando moral.

Namjoon nem tentou revidar, porque ele sabia que aquilo não ia dar em nada e que só iria fazer Jin ficar mais bravo.

-- Tudo bem, me desculpe, Jimin. -- Ele veio até mim e deu um tapinha nas minhas costas e saiu da enfermaria.

Eu já ia me levantar para ir embora também. Olhei no relógio e vi que ainda era hora do almoço, dava tempo de eu comprar alguma coisa.

Mas antes de sair Jin parou na minha frente.

-- Como você ainda vai no papo dele? -- Ele perguntou.

-- Eu queria ajudar... -- Falei.

-- Ah, Jimin... -- Jin passou seu braço pelo meu ombro. -- Vem, vamos comer algo. 

 

* * * 

-- Jimin, sua casa nova é tão grande! --Jin disse enquanto sentávamos em um banco no pátio. Os outros também estavam lá. 

Eu, para mudar de assunto quanto ao fato do Jin estar suspeitando a minha opção sexual, falei sobre a minha casa nova.

Meu pai era arquiteto, então essa é mais uma das casas que ele formou. Ele sempre me obriga a trazer fotos para mostrar na escola. 

"Você tem que mostrar o quanto eu sou bom em construir casas para os seus amigos"

Ah tá.

-- Seu pai não se cansa? -- Suga perguntou.

-- Acho que não.

Enquanto mostrava as fotos da minha casa para o pessoal, pode ter sido só coisa da minha cabeça, mas notei um garoto que me parecia familiar, observando Jungkook, que olhava para o nada, perdido.

Balancei minha cabeça de um lado para o outro.

Deve ser uma coincidência. 

Jungkook parecia estar longe dali.

Deixei-me apreciar seu belo rosto, com um formato perfeito, por um momento.

-- Wow! Nem meu quarto é do tamanho desse banheiro! -- Hobi falou apontando para a foto do banheiro da minha casa.

Maravilha.

-- Quem é rico, é rico. 

-- Eu não sou rico. -- Interrompi. 

-- Sim, e eu sou o Michael Jackson. -- Suga riu.

-- Meu pai que é rico, tá? Eu só tenho seu sobrenome.

Todos começaram a rir. Eu estava rindo para não chorar mesmo. 

-- E você, Jungkook? -- Hobi o chamou.

Jungkook pareceu despertar de um sonho.

-- Eu?

-- Sim, como é a sua casa?

Ele pensou por um instante, em seguida de um sorriso nervoso e olhou para cada um de nós, como se decidisse se falava ou não.

-- Bem, no momento eu não tenho exatamente uma casa... -- Ele falou meio trêmulo.

Um estalo. 

-- Como assim...? -- O Jin ficou mais pálido que Suga. Aquilo me deu medo.

Outro estalo.

-- Minha mãe ela... Ela não pôde pagar o aluguel da nossa casa antiga, então ela teve que ficar no dormitório do trabalho dela... E lá não tem espaço para mim... -- Ele parecia meio tenso falando disso. -- Mas, isso foi ontem, e eu conversei com o diretor, ele disse que na biblioteca tem um espaço e eu posso me acomodar lá até eu achar um lugar. -- Um sorriso forçado.

Mais um estalo.

Meu coração estava doendo.

Jungkook se tornou membro temporário do clube de canto.

Jungkook disse que sua mãe não havia conseguido pagar o aluguel e os dois foram despejados de casa, ele ia passar a dormir na biblioteca, mas Jin ofereceu sua casa para hospedá-lo.

Mas, acabou que os pais de Jin trouxeram parentes no dia seguinte, e Jin não teve mais como hospedar Jungkook.

Ele pareceu bem triste nas semanas seguintes. Me arrependo de não ter oferecido minha casa antes.

-- Jungkook, você podia ter falado antes! -- Jin falou. -- Já sei, por que não fica na minha casa?

Jungkook olhou para Jin desconfiado.

-- Não precisa...

-- É claro que precisa, não posso deixar você dormir em uma biblioteca. 

Por um momento, fiquei grato por Jin se preocupar com Jungkook aquele ponto, mas por outro me lembrei do que estava escrito na carta. 

É horrível ser um fracote.

Me desculpe, Jimin do futuro.

Tudo o que define sua personalidade hoje, é resultado das suas experiências passadas, reflexo das suas escolhas e determinações.

Me desculpe por te fazer um fracote. 

Respirei fundo e tentei esquecer aquilo.

Então Suga foi até Jungkook e passou o braço pelo seu pescoço.

-- Jungkook, você está livre hoje? -- Ele perguntou. -- Você não quer dar uma olhada no clube de canto, hein? Hein? 

-- Hã? Por quê?

-- Mensagens do além me contaram... -- Suga falou com um sorriso malicioso. -- Parece que você... É melhor que eu cantando?! -- Então Suga fez o favor de olhar para mim. -- Não é, Jimin? 

Desgraçado.

-- N-Não foi isso que eu quis dizer...

Jungkook me olhou fixamente.

-- Jimin...

-- S-Sim?

Jungkook caminhou em até minha direção e estendeu sua mão. 

Ele vai me bater?

-- F-Foi mal...!

Então eu apenas senti seu toque acariciando meus cabelos. Aquilo me deu calafrios. Um calafrio bom.

-- Não era pra falar para ele, idiota! -- Ele disse brincando.

Eu olhei para o lado e vi que Namjoon e Jin estavam quase se engasgando de tanto segurar o riso. Eu lancei meu melhor olhar "se vocês rirem, vocês estão mortos", mas não adiantou.

Eles começaram a rir tanto que eu cheguei a me perguntar o porquê de eu ser amigo daquelas coisas.

-- Isso é coisa de Tóquio? -- Namjoon perguntou.

-- Mais ou menos. 

Suga novamente passou o braço por seus ombros. 

-- Tudo bem, vamos ao canto!

-- O que?

-- Deixa pra lá, só vamos!

-- Como assim "deixa pra lá"?

-- Seja bem-vindo!

-- Que? Boas vindas para onde?

-- Ai ai, como você é lento, garoto. Ao clube de canto, óbvio.

-- Espera aí, dá um tempo!

-- O mundo te espera!

Suga e Jungkook foram seguidos por Hobi, enquanto Jin, Namjoon e eu ficávamos no pátio terminando nossos almoços.

Antes de sair, Hobi se virou para nós.

-- Venha nos assistir mais tarde, Jimin! -- Ele disse.

-- Tudo bem.

-- Você também, Namjoon! 

-- Eu tenho que ver a live de Sistar hoje. -- Ele falou sério. -- Mas, vocês podem ir.

Sistar?

-- Você vai me trocar mesmo por Sistar?

-- Vou.

-- Fala sério! 

* * * 

Mais tarde, no clube de musica, eu me impressionei com o Jungkook mais do que achava.

A voz dele era perfeitamente boa. Não errava uma nota, até em rap ele era bom.

E eu, que achava que cantava também, depois de ouvir a voz de Jungkook senti uma pontada a menos de autoestima. Mas, tudo bem. Pelo menos, eu consegui ver um sorriso bobo três ou quatro vezes. 

Ele, Suga e Hobi cantando era uma cena hilária. Ás vezes quando alguém errava uma nota, Suga pedia para começar a música toda de novo. Era engraçado. 

Mas os sorrisos que todos estavam naquele momento era algo inesquecível. 

A cada minuto, eu via um sorriso de oito graus na escala Richter.

Teve uma música, que até eu considerava bem difícil. Jungkook conseguiu atingir a nota mais alta dela. Foi impressionante. 

Jin não parava de aplaudir e gritar "Isso! Muito bem! Esse é o meu garoto! Boa!”. 

E, além disso, ele convenceu Namjoon a ir. Não tem ordem do Jin que aquele dali não obedeça. 

Parecia uma mãe, ás vezes. 

-- Ele é bom. -- Namjoon soltava às vezes.

Enquanto Jin gritava e aplaudia e Namjoon tentava acalmá-lo, eu percebi alguém olhando atrás das grades que davam no clube de canto.

Eu pisquei várias vezes para ver se era real.

Kim Taehyung.

Era mesmo?

Pisquei mais algumas vezes.

Era ele.

Ele estava olhando fixamente para algo. 

Tentei focar minha visão para onde era, e ela parou no Jungkook.

Ele estava observando Jungkook...?

Eu fechei meus olhos com força e respirei fundo. Tenta não pensar nisso, Jimin.

Quando os abri novamente, Taehyung não estava mais lá. Eu estou ficando louco. Mais que o normal.

* * * 

Depois de mais algumas musicas, eles decidiram parar.

Jin comprou uma garrafa de água para Jungkook. 

-- Jungkook, você é muito bom! -- Ele disse. -- Você já cantava?

-- Sim, eu canto desde o começo do ensino fundamental. – Ele tomou um gole da água.

-- Ah, então você já cantava.

-- Ei! -- Suga chamou atenção. -- Jungkook só conseguiu aquela nota por conta de que eu fui seu rapper de apoio. -- Ele olhou para Jungkook. -- Não foi?

-- Sim.

-- Mas, quem alcançou a nota foi ele, então ele é mais legal. -- Hobi falou em um tom brincalhão. 

-- Você me machuca, mas eu ainda te amo, tá? -- Um sorisso. 

-- Então está decidido, a partir de amanhã, o Jungkook é membro do clube de canto. -- Hobi se levantou e foi até Jungkook.

-- Que? Mas eu disse que não queria entrar!

-- Hein? Você é talentoso, seria um desperdício não entrar! -- Ele começou a balançar Jungkook de um lado para o outro. -- Vamos cantar juntos!

-- Mas...

-- Você vai estar no grupo do vocal principal em um piscar de olhos. -- Hobi insistiu. -- Sou chamado de "mestre da voz", eu não me engano. 

-- Mestre da voz? -- Jin sussurrou para Namjoon.

-- Ninguém o chama assim. -- Ele riu.

-- Mas eu estou sempre atrasado, não vou conseguir chegar na hora. -- Jungkook deu mais desculpas.

Hobi segurou suas mãos.

-- Você está sendo chamado por um veterano e vai ser muito útil para nós! -- Ele apertou mais forte as mãos de Jungkook. Que, acho que já estava achando meio estranho. -- Entre, mesmo que seja como membro temporário. O que acha? Hein? Jungkook!

Hobi ainda segurava as mãos de Jungkook.

E ficou segurando.

Um minuto.

Dois minutos.

Três minutos.

Quatro minutos.

Cinco minutos.

Eu já estava quase dormindo.

Seis. Sete. Oito. Nove. Dez minutos.

Eu já estava além do ciclo do sono, o que ele chamam de "orgasmo do ciclo do sono", quando Jungkook finalmente disse:

-- Está bem. Desde que seja como membro temporário. 

Hobi do nada o abraçou.

-- Obrigado! Obrigado! -- Ele dizia.

Eu deixei escapar um sorriso.

Fui me levantar para ir falar com eles, quando as fotos da minha casa caíram. Jungkook saiu do abraço de Hobi e me ajudou a pegá-las. 

-- Sua casa é bem grande mesmo. -- Ele disse me entregando as fotos.

-- Sim, ela é. 

-- Dá para umas seis pessoas se hospedarem na casa do Jimin! -- Jin comentou. -- É bem grande.

-- Quando eu for um cozinheiro de sucesso, eu vou fazer uma casa enorme! -- Jin falou.

-- A minha vai ter vários quartos!

Enquanto eles falavam de casa, eu e Jungkook ficamos por fora.

Ficamos em silêncio.

-- Caramba, se é assim, me deixe ficar na sua casa. -- Jungkook falou do nada.

Coragem, Jimin, coragem.

Ok.

-- Tudo bem. Pode ficar lá.

Jungkook sorriu.

-- Não precisa, eu só estava brincando. 

Eu comecei a suar frio.

Me arrependo de não ter oferecido minha casa antes. 

-- Eu não estou brincando. Fique lá. -- Falei temendo levar um "eu já disse que era brincadeira".

-- Isso é sério?

-- Sim.

Ele pensou um pouco.

-- Tudo bem. 



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