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História Aliance - Ainda vivos, somos subestimados por uma planta


Escrita por: LysVanill

Notas do Autor


Sinto que vocês querem minha cabeça em uma bandeja. Eu também ia querer, se fosse vocês.

Acontece que... Eu sou uma pessoinha especial... E pode ocorrer de ter bloqueio criativo por uns... Meses... Estou muito envergonhada. Pelo amor dos sete deuses, me perdoem. o-o
Eu dei minha ALMA nesse capitulo. Está enorme!! (Eu acho. O spirit consegue me bugar)

Espero que perdoem meus pecados e não esqueçam de mim. Amo vocês (Principalmente a pessoa que me ameaça diariamente, me obrigando a postar os capítulos) S2

Capítulo 34 - Ainda vivos, somos subestimados por uma planta


- Não se preocupe. – ele murmurou – Eu estou com você.

Admito que fiquei tão aliviado que quase esqueci a situação onde me encontrava.
Mas foi só por um instante.

Eu não confiaria em mim mesmo contra Gakupo, e aquele falso eu (falso Kaima?) o humilhou. Seria cômico, se não fosse desesperador.

- Tenho ordens... De matar Himitsu. – Falso Kaima murmurou. O que me assustou bastante.

- Sabemos que você é muito capaz disso. – Yuma recuou um passo, me puxando junto – Gostaríamos de saber se podemos resolver isso pacificamente.

Falso Kaima deu um passo à frente e o piso da caverna tremeu. Minha coragem desmoronou com algumas pedrinhas do teto.

- Acho que isso foi um não. – Murmurei.

- Eu sou abençoado por Lord! – Falso Kaima ergue as mãos – Não sou uma cópia irracional! Não sou uma mera sombra! Eu CRIO sombras!!

E antes de pensarmos em mais algum comentário que nos daria mais alguns segundos de vida, minha visão foi escurecida por um campo negro.

- Ele pôs uma ao redor de nós! – Yuma bateu contra a esfera negra que matara os Doppelgangers restantes alguns minutos atrás.

Olhei para os alunos do grupo de canto, e foi com desespero que os vi presos dentro de outra esfera. Até mesmo Gakupo, que estava separado dos demais e eu nem sabia se estava consciente.

- Vamos morrer sem nem ter chegado perto de nosso objetivo. – Yuma murmurou, parecendo frustrado – Que decepção...

Eu adoraria alertá-lo sobre sua capacidade de estabelecer prioridades, mas então começamos a morrer.
E morrer é bem ruim.
Senti a pressão em meu peito aumentar, como se meus pulmões se enchessem de chumbo e apertassem meu coração entre eles. Senti como se gritasse, mas não ouvia barulho nenhum. Era como se a esfera fosse uma daquelas embalagens tampada a vácuo. Pensei que se por algum milagre eu sobrevivesse, nunca mais submeteria minha comida àquilo.
Virei o rosto para o outro lado, me sentindo culpado. Não queria olhar para Yuma e vê-lo sofrendo também, mas cometi erro de olhar para os outros.
E vê-los desesperados enquanto gritavam sem serem ouvidos, me fez pensar nas vezes que os julguei por serem superiores. Me senti mais culpado. Eu não conseguia abandonar esse hábito nem morrendo lentamente. Pelo menos não estava vendo minha vida passar diante de meus olhos, já tive muito disso.

Já estava pronto para desistir quando os deuses tiveram pena de nós. Com um grito agudo, o Doppelganger cambaleou para trás e as esferas se quebraram.

Senti a gravidade sobre mim e bati os joelhos no chão. Mesmo dolorido, suspirei aliviado. Não foi dessa vez.

- Estamos vivos… - Ao meu lado, Yuma murmurou. Me senti um péssimo namorado.

- Vamos deixar o alívio para depois… - Me assustei ao perceber que o falso Kaima ainda estava em pé em nossa frente, mas também percebi algo de… Diferente.


Um de seus olhos não era vermelho, era?

- O quê…? - Os gêmeos encararam o Doppelganguer, que riu, quase ingênuo.

- Prestem atenção, crianças. O tempo é curto. - Falso Kaima voltou a ficar sério - Estou aqui para ajudá-los. Vocês estão no caminho certo. Ainda há algumas provações pela frente, mas nada que vocês não consigam resolver. O problema… Apenas uma coisa…

- Diga… Oliver. - Olhei para ele. Algo dentro de mim sabia que era ele. Aquele olho estranho causava arrepios mesmo em uma face diferente. Certo… Principalmente em uma face diferente.

- Hyama Kyouteru… - Falso Kaima/Oliver murmurou - Ele está com Lord.

O pessoal do clube de canto continuou na mesma, eles não sabiam que era Kyouteru, mas Yuma ergueu as sobrancelhas.

- Traição…? - Ele falou as palavras como se tivessem gosto ruim. Elas soaram amargas. Felizmente (ou não), Oliver balançou a cabeça.

- Sequestro. Faz um tempo, na verdade. - Oliver olhou para Yuma - Ele…

- É impossível. - Interrompi, sem pensar duas vezes - Digo… Não tem como. Yuma recebeu uma carta dele…

- Lord autorizou, obviamente. - Oliver estreitou os olhos, parecendo irritado por ter sido interrompido - Obviamente ele queria apressar as coisas! Queria que você soubesse logo! Queria reunir todos! Ele quer destruí-los o quanto antes!

Abaixei um pouco a cabeça, reprimindo a vontade de pedir desculpas. Meiko deu um passo à frente.

- Continuará com a gente, Oliver Sensei? Sem Miku e Gakupo…

- Não será possível. Demônios pequenos e meros mortais não são capazes de hospedar meu cerne imortal por mais de alguns minutos. - Oliver olhou para o grupo de canto - E que terrível inferioridade vocês mesmos se dignam… Oda é o deus dos deuses, mas seu hospedeiro? Isso é lenda. Todos vocês são capazes de grandes feitos. Não só Oda e Habu.

Os gêmeos se entreolharam. Miku olhou para baixo, vermelha.

- Tem mais uma coisa... - Oliver olhou para Len. Notei que o vermelho de sua íris começara a criar finas raízes por seu globo ocular, em direção a seu rosto - Sobre o seu amigo… Digo, Hoshi.

..

Len olhou para Oliver, subitamente interessado, mas nesse momento um barulho soou no fundo da caverna. Um barulho alto e estridente, como uma serra elétrica se arrastando contra pedras.

- Não há tempo. - Oliver murmurou.

- Diga logo! O que tem Hoshi?? - Len ergueu as sobrancelhas. Nesse momento, um pedacinho do rosto de falso Kaima caiu.

- Não posso. Desculpem, crianças. - Oliver olhou para nós, pesaroso.


Outro pedacinho de seu rosto caiu. Debaixo da pele, um fluido brilhante vermelho e laranja se condensava, como magma.

- Esses corpos frágeis... Não me suportam. Peguem seu amigo e vão embora. Boa sorte.

- Oliver Sensei! Espere! - Rin exclamou.


Apesar de seus esforços, o corpo de Oliver se incinerou. A chama escarlate engoliu o Doppelganger e reduziu as cinzas à nada. Dei um passo para trás, puxando Yuma.

- Sozinhos... - Miku murmurou, a voz tremida.

- Não. Não estamos sozinhos. - Olhei para o grupo de canto, motivado a soar corajoso - Estamos como antes. Os Lordes estão contando com a gente.

Len olhou para baixo, parecendo muito abalado com o que Oliver disse sobre Utatane. Aquilo também me angustiou. Ele não nos traíra? Soou confuso. Rin afagou o ombro do irmão, parecendo preocupada.

"Você é ridículo quando tenta ser o que não é." Retsu novamente fez questão de me humilhar, mas ele nunca disse algo tão certo.

Yuma segurou minha mão, e isso foi o suficiente para me fazer ignorar Retsu. Miku olhou para os amigos.

- Vamos ajudar Gakupo. Ainda não acabamos por aqui.

...

Felizmente Gakupo não tinha se ferido gravemente, apesar de aparentar se sentir humilhado e subestimado. Sua aura de "Não olhe. Não fale." estava tão forte que uma parte de mim obedeceu por pena.

Passamos pela caverna. Isso mesmo, na direção do barulho da serra elétrica. Onde estávamos com a cabeça?
Nós tínhamos aprendido: Barulho é igual a perigo. Perigo é igual a Lord. Lord é igual a "Sádico Insuportável", se querem saber.

O pior é que com o barulho também veio o cheiro. Cheiro amargo de planta cítrica, como se nos aproximassemos de uma selva. Eu esperava que não. Caverna já estava ruim demais. Talvez o cheiro significasse uma plantação de babosas. Talvez Lord tivesse um jardim de inverno. O pensamento foi tão estranho que decidi culpar Retsu.

- Gakupo... - Len se aproximou dele - Oliver disse uma coisa sobre Utatane...

- Eu não quero saber. - Gakupo retrucou, frio como o ar dentro da caverna - Fique quieto.

Len olhou para baixo. Rin fez um biquinho de desaprovação, mas segurou na mão de Len e não demonstrou estar chateada com Gakupo.

Lembrei do que Len disse sobre a mãe de Gakupo. Ele era o líder, mas não o mais forte, nem o mais esperto. Gakupo com certeza não gostara da observação, mas na hora, nada disse. Eu tinha certeza que Gakupo era capaz de muitas coisas, ele sempre exalou uma aura que dizia "Deixa comigo. Eu sei que posso fazer." e isso era grande parte do motivo pelo qual eu o invejava. Isto não é uma das coisas que gosto de admitir.

- Estou ouvindo algo se arrastando... - Miku olhou para frente, temerosa.

- Esse barulho começou quando Oliver chegou. - Luka olhou para ela.

- É irritante... - Rin olhou para Meiko - Tem certeza que temos que ir para lá...?

Meiko hesitou, nervosa, então assentiu.

- Barulho alto e assustador. É por lá.

Dei mais um passo e senti meu pé afundando um pouco no piso. Presumi que aconteceu com todos, pois eles pararam e olharam para o chão.

- Areia movediça?? - Len arregalou os olhos.


- Em uma caverna, inteligência? - Rin estreitou os olhos - Isso é terra.

Len a encarou, ofendido.

- Em uma caverna, inteligência?

- É mesmo terra. - Yuma levantou um dos pés, apertando minha mão para se equilibrar - Mas parece lama.

- Eu estava sentindo cheiro de planta. - Meiko franziu a testa. Bom saber que eu não estava maluco, mesmo.

- Não quero saber que tipo de planta Lord cultiva... - Miku deu outro passo, olhando apreensiva para suas botas - Vamos embora.


E foi quando o primeiro ramo saiu de debaixo da terra.

Acho que dizer "Ramo" dá uma ideia errada do monstro que surgiu. Tinha a espessura de uma sequóia. Talvez ligeiramente menor. Era verde, liso, e tinha espinhos do tamanho do meu tronco.
Além disso, se debatia como uma cobra.

Antes de gritar, já corremos para trás. A planta espinhenta bateu contra as paredes da caverna, e me segurei muito para não sair correndo e abandonar as pessoas do grupo de canto.

- Como passaremos por isso...? - Rin olhou para Yuma e eu, por algum motivo.

- O que é essa coisa...? - Len apertou a irmã.

Estávamos assustados e prevendo o pior, mas nada nos preparou para o que aconteceu em seguida.

- QUEM ESTÁ CHAMANDO DE "ESSA COISA"?!

A voz alta e feminina soou pela caverna, irritada e levemente ofendida. Olhamos para a planta, atônitos, mas ela continuava se debatendo como um peixe eletrocutado (Não me pergunte em que circunstância eu vi um).

- A planta falou...? - Len murmurou, e sua voz saiu fina.

- EU TENHO NOME, MORTAL INFELIZ! - A voz soou novamente, e como se aproveitassem a deixa, outros dois ramos surgiram da terra e se debateram com o primeiro como cabelo em um vendaval - HANASHI TSURI! O SER MAIS INTELIGENTE QUE VOCÊS CONHECERÃO EM SUAS VIDAS LIMITADAS!

Nada contra um chicote de espinhos falante, mas me perguntei quem em sã consciência faria disso um personagem mitológico.

- Você trabalha para Lord. - Olhei para ele (ela?), mesmo sendo um fato óbvio.

- CLARO QUE NÃO. - Outros ramos surgiram e se juntaram à dança. Se fossem proporções menores, eu compararia a matinhos no meio de um vendaval. A caverna nunca me pareceu tão grande - LORD TRABALHA PARA MIM EM TROCA DE MINHA PROTEÇÃO! A CAVERNA É MINHA!

Lembrei de todas as coisas estranhas que encontramos até agora. Infinitas cobras, nossas cópias malignas... Aquele matagal estava se achando demais.
Mas okay. No momento, não sabíamos como passar. Dariamos um jeito.

- JIYU! - As plantas bateram todas contra uma parede e Meiko recuou, assustada - QUE TERRÍVEL TE ENCONTRAR AQUI. MAS TUDO BEM. EU TE AFUNDAREI NA MINHA TERRA E VOCÊ SE AFOGARÁ NO CAOS DA ETERNIDADE POR TER ME PRENDIDO AQUI!

Dito isso, um ramo balançou no ar e foi em direção a Meiko com uma velocidade impressionante. Ela gritou e recuou, suas mãos trêmulas indo em direção às armas. Infelizmente, não daria tempo... Então Gakupo desembainhou a espada e fez um arco mortal em frente ao corpo de Meiko, raspando a lâmina no corpo verde da planta. Um grito gutural (e afeminado) ribombou pelas paredes, fazendo o chão tremer, e o ramo balançou violentamente, com um liquido esbranquiçado (aquilo era seiva? Que nojo) pingando do corte. Infelizmente, a planta era muito grande para cortar.

- SEMPRE TIVE NOJO DE ODA... - Hanashi Tsuri bateu nas paredes com os ramos não-cortados - MAS HOJE... ME LIVRAREI DE TODOS OS SETE DEUSES!!

Senti a esperança murchar dentro de mim. Como passar por um arbusto grande, espinhento e megalomaníaco?

"Se sentir inútil é o que você faz de melhor." Retsu constatou. Ouvi tanta verdade que nem tive vontade de retrucar. Estava pronto para soltar a mão de Yuma e tentar um sacrifício desesperado para os outros passarem. "Exatamente. O de cabelinho rosa serve para alguma coisa." Retsu continuou "E um sacrifício é sempre uma boa ideia."

Então uma chama se acendeu dentro de mim, e tudo pareceu ficar mais claro.
Eu tive uma ideia.
Uma ideia louca e suicida, mas uma ideia. Discretamente, peguei o canivete em meu bolso de trás, e junto com ele um fio de náilon especial, presente de Al. Ele disse que me ajudaria se as coisas ficassem difíceis demais e não pudessem ser resolvidas com armadilhas de passarinhos. Acho que esse era o caso.
Discretamente olhei para Yuma e tentei desesperadamente chamar Sen. Eu devia conseguir.

"Eu posso chamá-la, se quiser." Retsu ofereceu, mas o tom debochado de sua voz não me permitiu aceitar.

Estreitei os olhos e apertei a mão de Yuma com força.
Olha para cá, pensei, preciso falar com você, agora!!

Depois de dois tortuosos segundos, Yuma olhou para mim e franziu a testa, então olhou para minhas mãos atrás das costas e um sorriso quase imperceptível iluminou seu rosto. Agradeci aos deuses pela conexão que tinha com ele.

"Como gosto muitão de você, já contei o plano para os outros." Retsu comentou, falsamente modesto.
Confuso, olhei para os outros, que me encararam de volta. Os gêmeos pareciam estranhamente animados.

"Como e por que fez isso?" Perguntei a Retsu.

"Himitsu é o deus dos segredos. É mais fácil espalhar as coisas quando você não quer que alguém saiba." Retsu explicou "E fiz porque gosto de você. Mentira, foi porque Sen me permitiu estragar sua vida no próximo semestre escolar."

Por um momento, quase me senti agradecido. Mas não era hora de me preparar para a aflição que me era destinada com os livros para estudar e um semideus martelando minha cabeça (Eu ainda tinha fé que ele iria embora quando derrotássemos Lord). Eu tinha um plano, e ia dar certo.

Com o alicate do canivete, entortei a ponta do fio e a dei na mão de Yuma, soltando a mesma em seguida. Por algum motivo, senti meu coração apertar. Yuma deu um passo para o lado, puxando o fio. Os gêmeos se entreolharam, então assentiram e foram na direção da planta.

- HIKARI E KAGE. - Hanashi se debateu na direção deles - NÃO ODEIO TANTO VOCÊS. ATÉ ADMIRO HIKARI POR SUA MESQUINHARIA E CIÚMES. É PRAZEROSO VER DEUSES SUCUMBIREM AOS DEFEITOS HUMANOS! MAS SE QUISEREM, POSSO FAZÊ-LOS EM PEDAÇOS COM MEUS ESPINHOS!

- Não queremos. - Os gêmeos retrucaram, apesar de Rin aparentar ficar levemente confusa e abalada - Na verdade, vamos fazer uma proposta.

- UMA PROPOSTA?? - O chão tremeu. Imaginei que o arbusto estivesse rindo - O QUE FALSOS DEUSES TERIAM A FAZER POR MIM??

- Preferimos "Usuários". - Len ergueu um dedo - Apesar de parecer que "Deuses" é uma droga ilícita.

- Pensei que só eu achava isso. - Rin olhou para o irmão e ergueu uma sobrancelha - Tipo, em vez de "Usuário dos Deuses" seria "Usuário de Deuses". Que estranho!

- Não podemos falar disso. Somos menores de idade! - Len balançou as mãos.

Hanashi se debateu um pouco menos, parecendo confusa com a discussão dos gêmeos.

- E QUE PROPOSTA?! VOLTEM AO ASSUNTO! - Um dos ramos passou rente aos corpos dos gêmeos - DO QUE ESTÃO FALANDO?

- Se você é a planta mais sábia da mitologia estranha e sei lá mais o quê, devia saber! - Rin levou as mãos à cintura. Apesar de ser estranho narrar isso, a planta pareceu constrangida.

Com o canto do olho, vi Yuma se aproximar do menor ramo (mais ou menos do tamanho de um ônibus), que estava quase parado e curvado até o chão. Os gêmeos estavam progredindo em fazer o que fazem de melhor: Atordoar as pessoas.
Com cautela, Yuma amarrou o fio em seu caule e entortou a ponta em várias voltas para prendê-lo a si mesmo, como fazemos com sacolas de pão. Ele delicadamente puxou o fio para certificar que estava bem preso, então pegou seu comprimento e com um impulso, subiu na planta.

- O QUE FOI ISSO?? - O menor galho levantou em uma guinada violenta, mas Yuma pulou e subiu no ramo mais próximo, segurando um espinho e passando o fio por ele. O fio perfurou o espinho como um fio de metal passaria por manteiga, e Yuma puxou do outro lado. Novamente a planta sacudiu, mas Yuma se segurou firmemente. O fio não cedeu, e isso me deixou aliviado.

A verdade é que meu coração disparou no momento que Yuma amarrou o fio no primeiro galho. Onde eu estava com a cabeça? Quando o vi praticando no acampamento, tive certeza que seria útil para algo, mas não queria metê-lo em um de meus planos sem fundamento!

- Ei, senhora planta! - Miku chamou, fazendo os ramos se acalmarem - Não se mexa muito! O corte pode acabar infectando se bater na parede!

- HABU É TÃO GENTIL QUANTO TOLO! - O ramo menor bateu no chão, puxando o outro com ele, mas Yuma já passava o fio pelo terceiro -MINHA SEIVA ÁCIDA IMPEDE QUALQUER BACTÉRIA OU MORTAL SE APROXIMAR!

Os gêmeos recuaram, se afastando das poças de seiva que pingaram do galho ferido. Por essa ninguém esperava.

"Se seu amiguinho matar Sen, vou impedir o sangue de chegar ao seu cérebro, Kaito." Retsu murmurou, pela primeira vez parecendo preocupado. Isso me deixou irritado. Tive vontade de bater em sua face Semidivina.

- SINTO ALGO EM MIM... - Hanashi mexeu um dos ramos livres - NÃO... NESSE NÃO... 

- Olhe aqui! Oh, Senhora Árvore de Espinhos! - Len estendeu as mãos para ela - Você é muito bonita quando não está se movendo tão bruscamente!

Os ramos se aquietaram um pouco, e eu realmente acreditei que os elogios sem cabimento de Len estavam fazendo efeito na Senhora Arbusto. Porém, logo em seguida, os ramos se mexeram com mais violência. Uma foi jogado do terceiro ramo e bateu em outro, quase sendo  perfurado pelo espinho que se segurou, logo passando o fio por ele. Eu não fazia ideia de onde ele estava tirando tanta força... E fôlego.

- DIFERENTE DO QUE PENSAM, DEUSES TOLOS, EU NÃO SOU UMA DAMA SEDUZIDA POR ELOGIOS! OU MELHOR, POR FATOS ÓBVIOS! - Os galhos se bateram uns contra os outros, como uma ratoeira mortífera. Senti meu coração falhar uma batida.

- ONDE ESTÁ...? - A planta murmurou, tentando soltar os ramos presos. Os fios eram fortes, como Al prometera. Hanashi soou decepcionada por não encontrar Yuma.

Até que ele apareceu na outra extremidade da floresta espinhenta, ainda segurando o fio. Ele não olhou para mim, apenas correu em direção ao primeiro ramo.

- Em cima de você!! - Os gêmeos gritaram. Não sei com quem eles falaram, mas a planta tentou atingir o teto da caverna. Entendi a distração.

- INSOLENTES! - Hanashi bradou, realmente furiosa. Senti meus sapatos afundarem um pouco. Yuma desviou dos pingos de seiva ácida, quase foi atingido por um ramo, então chegou ao primeiro. Por algum motivo, Gakupo sacou a espada.

- Olha só... - Yuma amarrou a outra extremidade do fio ao primeiro espinho - Primeira vez que cacei uma planta...

- EU VOU FURAR VOCÊS COM MEUS... - A planta sacudiu os ramos. O dianteiro brandiu violentamente contra o fio e foi decepado. Com um berro de agonia, o ramo foi ao chão. As meninas gritaram e correram quando os espinhos foram ao chão. Rin quase tropeçou na lama  - NAAAAAAAÃO! DEUSES MALDITOS!!

Por algum motivo, a voz de Hamashi saiu chorosa. Talvez tenha doído.
Com um tremor, a planta começou a afundar. Yuma gritou e correu até mim. Com um barulho ensurdecedor, a planta voltou para debaixo da terra, deixando como prova de sua existência apenas crateras na terra macia.

- Morreu...? - Len murmurou.

- Sumiu! - Rin sorriu, aliviada, então olhou para Yuma e arquejou.

Olhei para ele, enquanto se aproximava. Seu sorriso vitorioso e expressão prepotente me deixaram angustiado. Ele não parecia cansado ou dolorido, não parecia ter levado uma surra de um galho cheio de espinhos e corrido risco de vida. Nem parecia ter corrido.

"Agradeça." Retsu falou, duro.

"A quem? A você?" Revirei os olhos, irritado.

"Não, idiota!" Retsu exclamou, me fazendo sentir uma pontada na cabeça "Agradeça à Sen."

Franzi a testa e novamente olhei para Yuma, que parou a alguns passos de mim. Seu corpo brilhava, como se estivesse sob uma luz verde. Aos poucos, sua expressão mudou de "vitoriosa" para "completamente confusa".

- O que eu fiz...? - Ele olhou para mim.

Atrás dele, o fantasma de Sen tremulou. Ela sorriu e passou a mão na testa, parecendo cansada e aliviada. Seu rosto estava molhado de suor e seu cabelo estava emaranhado. Diferente de Yuma, que estava perfeito como sempre. Sen piscou para mim e sumiu. Yuma suspirou.

- Acho que devo uma à ela... De novo.

- Você está bem? - Toquei em seu rosto, preocupado.

Yuma assentiu, a aura de Sen se apagando, então seu corpo tremeu e suas pernas cederam. Ofeguei e o segurei antes que ele fosse ao chão.

- Cansado... - Ele murmurou. O segurei contra meu corpo e afaguei suas costas.

- Entendo... - Miku se aproxima - Também tive as energias esgotadas depois da epifania de Habu... Yuma ficará bem.

- Arigato, Miku. - Olhei para ela, realmente agradecido. Percebi que ela era gentil, quando não estava preocupada com Gakupo.

- Então. Vamos continuar. - Gakupo deu um passo à frente.

- Ah, não... - Outra voz soou pelas paredes. Mas não era como a de Hanashi. Era mais... Humana. - Vamos a uma última provação... E Será para você, Hikari.

Olhamos para Rin, que empalideceu.

- O quê...? 

Finas raízes negras saíram da terra e envolveram Len e Gakupo por inteiro, obrigando Gakupo a soltar a espada. Len tentou gritar, mas as raízes cobriram sua boca. As meninas ofegaram.

- Gakupo! - Miku exclamou.

- Solte eles! - Rin olhou em volta, os olhos marejando.

- Soltarei ELE... - A voz continuou - Qual você escolhe?

- Pare com suas brincadeiras nojentas, Lord! - Luka cerrou os punhos, tentando soar cética.

- E quem vai me obrigar? - Lord riu baixo - Vocês invadiram meu espaço. Minha casa, minhas regras.

Eu queria comentar que nosso inimigo era uma pessoa muito infantil.

- E-Eu... - Rin murmurou, olhando para o irmão e o amigo.

- Se não escolher agora, levo os dois. - Lord riu, divertido.

Rin arregalou os olhos, então os cerrou.

- Gakupo...

A risada de Lord gelou meus ossos. As raízes caíram do corpo de Gakupo. Não pude ver a expressão de Len, pois a terra o engoliu.


Notas Finais


Não me matem. *Cantarola*
Amo vocês. S2
Se eu não postar o próximo capítulo, foi porque minha querida mãe pegou meu boletim e deu um fim à minha vida.

Estou com saudades de vocês. Até maaais!


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