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História Aliance - Pagamos um preço muito alto


Escrita por: LysVanill

Notas do Autor


Olá, pessoas! Alguém mais percebeu que dia 20 a fic fez dois anos?? *Desvia das pedras*
Eu demorei - eu sei - e o número de capítulos é grande porque os primeiros tem menos de 1000 palavras - também sei.

Mas não me arrependo de ter continuado Aliance. Agora faltam poucos capítulos para acabar nossa história. Agradeço aos que ainda acompanham. :v

Sem mais delongas, boa leitura! S2

Capítulo 36 - Pagamos um preço muito alto


(POV/ Kaito)

Nunca esperei aquele tipo de decisão de Gakupo, mas nós seguimos o Neko.

Ele disse que estávamos indo em direção à "armadilhas mortais", mas ele bem que podia ser uma armadilha mortal. Que escolha nós tínhamos?

- Se você conhece o caminho e trabalha para Lord, deve saber algo sobre esse lugar. - Gakupo estreitou os olhos. Ele andava ao lado do Neko e segurava a katana na mão direita.

- Não sei de muitas coisas. Neko é uma das peças de Lord. - Ele balançou a cabeça - E Lord tem peças fortes. O problema é o tabuleiro.

- Tabuleiro? - Len olhou para o Neko - Isso é algum tipo de jogo?

- Não. - Neko balançou a cabeça, sem entender a piada - O tabuleiro é onde nós estamos. E se chama Chensu-ban.

O tabuleiro se chama... Tabuleiro.

- E o que isso significa? - Gakupo novamente se pronunciou.

- Significa que tudo aqui é como o organismo de Chensu-ban - Neko encarou uma das paredes enquanto andava - O chão... E algumas peças.

- Isso é confuso... - Rin murmurou - Como assim, é uma pessoa?

- É uma deusa. - Neko balançou a cabeça. Chensu-ban era a deusa do Exílio.

- Himitsu foi mandado para cá? - Yuma olhou para o Neko.

- Não, não. Era o exílio dos mortais. - Neko olhou para Yuma - Chensu-ban perturbava as pessoas com seus monstros.

- Que monstros...? - Perguntei. A história do Neko nos envolveu. Se ele não dizia a verdade, estaríamos perdidos.

- Cobras... Doppelgangers... - Neko olhou para mim, estreitando suas pupilas em fenda. Suas íris vermelhas me lembraram Oliver - Hanashi Tsuri.

- Como?? Hanashi Tsuri não é uma deusa? - Rin ergueu as sobrancelhas.

- Não, não. - Neko balançou a cabeça - Hanashi Tsuri é o monstro dos cabelos de Chensu-ban.

- Eu matei os cabelos da deusa. - Yuma assentiu.

- Os Doppelgangers nascem das sombras dos olhos de Chensu-ban. - Neko olhou para Len, um sorriso travesso se formando em seu rosto - E as cobras nascem debaixo de suas unhas.

- Então corremos risco de topar com essa deusa? - Rin juntou as mãos, preocupada.

- Não mesmo. Chensu-ban está no mesmo nível espiritual dos sete deuses. - Neko voltou a olhar para frente - Pelo menos foi o que Lord disse, já que planeja manipulá-la.

- Manipular uma deusa. - Olhei para o Neko.

- E como pode nos provar que não é um dos monstros dela? - Gakupo estreitou os olhos, como sempre, desconfiado.

- Os monstros não tem consciência. Neko tem. - Ele riu - Hanashi Tsuri é como um eco da consciência de Chensu-ban, e por isso tão cruel.

Olhei para Yuma, que observava o chão aos nossos pés. Todos ficaram em silêncio, então Neko continuou.

- E eu provarei que estou do lado de vocês... Lord e Chensu-ban não gostam de traidores.

Len olhou para Utatane, erguendo as sobrancelhas, então olhou para Neko.

- Nós te protegeremos. Lord e a Tabuleiro não estão do seu lado, mas os sete deus estão.

- Que lindo. Você é o brinquedinho mais fofo que já peguei. - Neko sorriu, mostrando os caninos afiados - Neko adorou conhecer vocês.

Antes que Len respondesse, o chão tremeu de leve e poeira do teto caiu sobre nós.

- O que foi isso? - Luka olhou em volta.

- O Castigo. - Neko murmurou, então começou a andar mais rápido - O monstro que nasce entre os dentes de Chensu-ban.

Começamos a andar mais rápido para acompanhá-lo, e senti um frio nas costas um pouco antes do corredor se abrir em outra grande sala. O chão estava coberto de uma estranha gosma branca e as paredes pareciam ecoar um estranho sibilar.

- Eca... - Rin arregalou os olhos, tentando tirar a gosma branca de seu sapato.

- O que é isso? - Len estreitou os olhos com nojo - Parece aquele chiclete sem gosto que cola em todos os dentes.

Gakupo ergueu um pouco as sobrancelhas, então ouvimos os estalos. Vinham do teto e ecoavam nas paredes, fazendo pedrinhas e poeira caírem. Foi aí que, em um fio brilhante e pegajoso, desceu uma aranha.

Vocês podem ter uma ideia errada de mim quando eu falo sobre uma "aranha", então vou explicar mais precisamente. Ela devia ter dois metros de altura, seus olhos pequenos e inteligentes refletiam nossa imagem como um espelho, ela sabia que éramos sua presa.

Ela abriu as quelíceras e as bateu com forca, fazendo um ruído de metal batendo em pedra, então se soltou da teia e caiu no chão, batendo com tanta força que Utatane se apoiou na parede para não cair. Suas pernas pareciam espetos negros e grossos. Era uma Viúva-Negra gigante e maligna.

- Ela é Castigo. - Neko estreitou os olhos em fenda - Neko vai derrotá-la e vocês poderão passar.

- Nós vamos te ajudar! - Miku cerrou os punhos.

- Não. - Neko sussurrou. A aranha bateu as quelíceras novamente, mas não se moveu - O próximo corredor leva à sala de Lord. Se perderem suas energias aqui, não escaparão da morte certa.

- Eu posso ajudar você. - Utatane deu um passo à frente - Desse jeito...

- Você sabe que não pode, pequeno. - Neko voltou a olhar para a aranha, que permaneceu parada, esperando um ataque - Seu papel é outros. Esse é o meu.

Len olhou para Utatane, que olhou para o lado. Neko suspirou, então suas unhas cresceram e tornaram-se garras afiadas.

- Neko não tem medo de aranhas. - Ele se pôs em posição de ataque, então correu para cima da aranha.

Senti a mão de Yuma apertar a minha. Ele deve ter tido um mau pressentimento. Vi Luka apertar a outra mão dele e senti uma pontada de ciúmes até lembrar que ele havia dito ter medo de aranhas para ajudá-la a superar o próprio medo.

Mas foi um pouco desnecessário, Luka.

A aranha avançou com a cabeça e atacou quando Neko se aproximou, mas assim que a aranha se moveu, Neko deu um salto, pisou em sua cabeça, e com um mortal, pousou em seu tórax.

- Ninguém é mais rápido que eu! - Neko cravou as unhas no tórax da aranha, que bateu as pernas finas no chão, fazendo chover pedrinhas - Neko supera qualquer aranha feia!

- Ela é muito corajosa... - Utatane murmurou, observando Neko.

Len olhou para Utatane, atônito.

- Como assim, ela?

Neko levantou e desceu da aranha com um salto, aterrisando em pé. Ela(?) deu um giro e saltou para longe quando uma das pernas da aranha quase a espetou.

- Eu sou uma diva! - Neko levantou os braços, convencida - Venha me pegar, seu aracnídeo horroroso!

A aranha sibilou, tentando acertar Neko com as pernas. Mas Neko tinha razão: Ninguém a superava. Ela desviava facilmente e tão ágil quanto um gato.

- Ah, não dá nem para brincar com você. - Neko bocejou, então pegou uma pedrinha e atirou na cabeça da aranha - Já cansou? É assim que quer me derrotar??

A aranha sacudiu a cabeça, as quelíceras espumando, então sua visão focou em nós novamente, e ela veio em nossa direção. Meiko gritou (acho que ela sim tinha aversão a aranhas), recuando. Ao mesmo tempo Luka correu para frente, fazendo surgir em seu antebraço um escudo dourado, e bateu com tudo na cabeça feia da aranha, que desabou no chão.

- Não dê as costas para mim, seu bicho nojento! - Ouvi Neko gritar, então ela agarrou uma das patas da aranha e em um só movimento, a arremessou contra a parede oposta a nós. Pedaços maiores de pedra caíram sobre a cabeça da aranha.

- Você a matou! - Rin exclamou.

- Não! Mas... - Neko ofegou. A proeza devia tê-la esgotado - Vamos acabar logo com isso. Eu vou arrancar o coração dela.

- Eca... - Rin e Meiko desviaram os olhos.

- Vocês precisam se proteger. - Neko continuou, então olhou para Luka - Faça outro escudo, mas bem maior. Vocês vão precisar.

- O que você vai fazer? - Len deu um passo à frente, visivelmente nervoso.

- Foi muito bom te conhecer, coisinha fofa. - Neko sorriu, mostrando os dentes - Se perderem essa luta, vão se arrepender por toda a eternidade. Literalmente.

Então ela nos deu as costas e correu na direção da aranha, que já se levantava com dificuldade.

- Aqui, seu monstro!! - Neko gritou, fazendo os vários olhos se focarem nela - Venha me matar!!

A aranha sibilou e foi para cima de Neko, que no último segundo, se jogou no chão. A aranha parou sobre ela, confusa, então bateu as pernas em desespero quando Neko cravou suas garras em seu tórax.

Len abraçou a irmã, que se encolheu de medo. Meiko e Miku desviaram os olhos quando a aranha se tornava uma gosma negra à medida que Neko a dilacerava por baixo. O aracnídeo virou uma poça de monstro e Neko levantou, segurando uma massa pulsante que supus - com um pouco de nojo - ser o coração.

Senti o alívio em nosso grupo, mas então Utatane segurou o braço de Len e deu um passo para frente.

- Temos que correr.

Neko olhou para nós, estreitando os olhos.

- Luka! Escudo! Corram para a saída! Agora!

Nós olhamos para Luka, que parecia preocupada e - deuses a livrem - perdida. Ela fechou os olhos um segundo, como se estivesse rezando - e talvez estivesse, mesmo - e começou a emitir uma luz dourada. Por um momento, tive o impulso de me abaixar, com medo de ser atingido por uma saraivada de bolas de queimada. Mas invés disso, um escudo se materializou ao nosso redor. Claustrofóbico, porém eficiente.

- Temos que ir agora. - Utatane murmurou, então obedecemos. Corremos em direção à saída.

- Vamos, Neko! - Len chamou quando passamos perto dela.

- Não posso, fofinho. - Neko olhou para nós, sorrindo. Não sei se foi o brilho do escudo, mas seus olhos pareciam marejados - Isso não pode estar perto do solo quando explodir.

- Explodir?? - Len parou de correr e Rin esbarrou nele. Gakupo segurou seu braço e o obrigou a voltar a correr - Espere!

Entramos na última saída e a luz da sala se tornou distante. Em exatos dez segundos, ouvimos uma alta explosão, que balançou o chão, fez pedras caírem e iluminou as paredes. O escudo de Luka tremeluziu e falhou, mas o perigo já havia passado. Paramos de correr.

- Por quê...? - Ouvi a voz de Len, entrecortada. Quando olhei para ele, o vi tremendo.

- Castigo mataria a oitavo chave. - Utatane murmurou, então todos olhamos para ele.

- Mataria o Yuma? - Senti um grande nó na garganta quando falei aquilo, mas Utatane assentiu.

- Como assim... A maldição foi quebrada...? - Yuma murmurou, parecendo tão chocado quanto eu.

- Parece que sim. - Utatane fechou os olhos um segundo - E Lord está na próxima sala.

Por um segundo, apenas se ouviu o silêncio. Me surpreendi como todos estavam solidários com Yuma, e logo o senti apertar minha mão, com um lindo sorriso no rosto. Rin empurrou o braço do irmão com o cotovelo.

- Kaima vai ficar junto. - E eles riram.

- Vamos acabar logo com isso. - Gakupo se pronunciou, firme como sempre, mas então olhou para nós - Nunca imaginei que diria isso, mas... Vocês dois não são completos idiotas.

-... - Yuma olhou para mim, então sorriu para Gakupo - Fico feliz em dizer o mesmo.

- Vamos logo embora. - Meiko riu baixo, fazendo Luka rir. As duas se entreolharam com pequenos sorrisos.

O que experiências de stress extremo não fazem com as pessoas?

Voltamos a andar. Eu estava calado, porém minha mente estava a mil. O barulho de nossos sapatos contra o piso de pedra ecoava em minha cabeça, porém apenas como um som de fundo. Eu sentia o calor da mão de Yuma, o aperto em seus dedos entrelaçados nos meus, e sentia o peito muito pesado.

Neko se matou para que Yuma não morresse?

Eu estava tão aliviado... Mas me sentindo tão culpado.

"Já estava sentindo falta desse barulho" A voz de Retsu atrapalhou meus pensamentos.

"Eu não sentia falta de você" Respondi, irritado.

"Você está bravo?" Retsu suspirou. Senti que sua presença estava um pouco mais mansa "Eu entendo, de verdade. Sinto a energia de todos os seus amigos"

Levantei os olhos e olhei para Yuma, que estava sério. Ele olhou de relance para mim e deu um pequeno sorriso. O que notei, porém, foram as pequenas faíscas verdes que desapareciam em uma fração de segundo. Olhei para o grupo de canto, e as mesmas faísca apareciam, nas cores que apareciam quando a aura dos deuses eram invocadas.

"Isso é a personificação da inquietação" Retsu murmurou, e me fez pensar que nunca mais alguém me diria essa frase bizarra "Por isso só você pode vê-la. Linda, nee?"

"Muito estranho" Retruquei.

"Os deuses sentem a batalha iminente..." Retsu falou mais alto "Não sabemos o que vai acontecer..."

"Agora têm um gostinho do que é ser humano"

"Cara, você sabe como me irritar" A voz de Retsu ficou cética, o que me era mais familiar que sua voz preocupada "Boa sorte, você vai precisar."

- Está tudo bem? - Yuma murmurou, observando meu rosto.

- Retsu sempre sabe como me animar. - Suspirei, fazendo Yuma sorrir novamente.

Após mais alguns passos em silêncio, foi a vez de Len.

- Neko... Ela ainda pode nos alcançar.. ?

- Ela morreu. - Utatane murmurou - Não vai voltar, Len.

Rin tocou o ombro do irmão, triste. Len suspirou e continuou andando.

- Ali. - Utatane apontou para frente, onde víamos uma luz. Literalmente, a luz no fim do túnel - Lord está lá.

- Vamos acabar logo com isso. - Gakupo olhou para nós. Seus amigos assentiram.

- Nós vamos vencer. - Miku sorriu.

- Lord vai se ver com a gente. - Os gêmeos se olharam, sorrindo.

- Imagina se o pessoal da escola soubesse que salvamos o mundo. - Luka riu baixo.

- Nunca acreditariam em nós. - Meiko riu também.

Então Len ergueu as sobrancelhas e olhou para Utatane.

- E... Nos veremos lá fora? Sem essa tensão de salvar o mundo e tudo mais.

Utatane inclinou a cabeça, observando Len, então um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.

- Está na hora...

Depois da curta conversa, seguimos em frente. Quando alcançamos a luz, o túnel se abriu novamente em uma câmara de pedra, porém menor que as anteriores, e cheia de caixas de madeira empilhadas nos cantos da sala. A saída estava fechada por uma porta de aço, como as que os vendedores usam para fechar suas lojas.

- Vamos abrir! - Os gêmeos correram até lá, e nós os seguimos. Mas assim que chegamos na metade da câmara, uma porta idêntica a da saída se fechou por onde entramos. Paramos de correr e olhamos para lá.

- Eh? É uma armadilha? - Meiko estreitou o olho.

- Não... - Utatane olhou para as caixas - Não era para ser... Não estava aqui antes...

- O quê?? - Len olhou para ele - É uma armadilha??

"Ora, ora.. !" A voz de Lord se propagou pela sala, como se houvesse um alto-falante em algum lugar "Não é que os pivetes conseguiram?"

Tive a impressão que sua voz estava um pouco... Esganiçada.

"Mas eu sabia que aquela gata nojenta era uma traidora!!" Sua voz fez chover poeira do teto. Yuma cobriu o nariz e a boca com a mão, reprovando aquilo "Eu sabia que vocês tentariam burlar a maldição... Eu me preparei para isso!"

Olhei para cima, então para as caixas. Naquele momento, um enorme desespero invadiu meu peito.

"Eu odeio vocês, usuários..." Lord murmurou, um pouco de interferência atrapalhando sua voz "Espero que gostem do meu presente."

E após a frase, as caixas explodiram. Ouvi as meninas - e Len - gritarem. Cerrei os olhos, esperando luz e calor o suficiente para nos matar, mas o que recebi foi um impacto forte de vento quente e fumaça, que me fez tropeçar para trás. Senti um puxão em meu casaco e soltei a mão de Yuma.

- O que... - Ouvi Len tossindo - Aconteceu...?

Quando cogitei em responder, senti a fumaça entrar em minha boca e tossi para tentar expelir.

Demorou um pouco, mas finalmente entendi.

- Yuma!! - Gritei. A fumaça não me deixava enxergar nada, e entrou em minha boca. Cobri a boca e o nariz com a mão, sentindo o desespero transformar minha razão em fumaça - Yuma!!


Notas Finais


Perdoem quaisquer erros. Eu literalmente acabei de escrever. :v

Perdoem as mortes também... Ou não perdoem, se não quiserem. Só lembrem que se me matarem, não tem história! *Some nas sombras*

Nos vemos no próximo capítulo! ( /)w(\✿)


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