História Alice - Prólogo.

Em 2014 eu conheci Alice. A conheci no Jazz, e mesmo eu não fazendo jazz, eu a via quando ia buscar minha irmã no jazz. E ela estava lá, dançando.  

Ela era uma garota doce, e sem querer deixar a história clichê, eu realmente me sentia melhor quando falava com ela. Ela é linda, tem um sorriso encantador e me olhava como jamais ninguém olhou para mim.

Nesta época ela tinha 19 anos e eu 21.

Eu não tinha muitos amigos, gostava de andar sozinho, assim podia escrever meus versos e livros. E ela sem esforço algum, conseguiu me ajudar a socializar e aproveitar as melhores coisas da vida.

Quando você gosta de alguém, sem querer você passa a gostar de tudo na pessoa e de tudo que a pessoa gosta. Nós tínhamos o mesmo gosto musical, para filme, para livro, para qualquer assunto.

 Nós sempre acabávamos encaixando um no outro. Acredito que ela tinha os mesmos problemas que eu (ou até mais) por isso éramos tão colados. 

Eu amava a Alice, amava conversar com a Alice, adorava madrugar no mar a luz da lua com a Alice, eu realmente amava a Alice. E era estranho porque era uma coisa tão intensa que eu não conseguia pensar na possibilidade de ter a Alice fora da minha vida, porque eu a adorava tanto que doía realmente cogitar isso.

Era uma ligação tão forte e única que eu não conseguia lidar com tanto sentimento bom porque há muito tempo tudo andava ruim. E na minha vida caótica, Alice me trazia paz.

Em 2015, eu morreria por Alice, eu mataria por Alice, ela era tudo de bom e estável que eu tinha na minha vida. 

Eu realmente não pretendo deixar você triste no final da história com á noticia drástica de que Alice morreu. É.. Foi preciso passar 2 anos para que eu começasse a ficar bem. Hoje, aos 23, eu me pergunto por que diabos tudo aquilo aconteceu e como eu consegui passar por toda aquela fase sozinho, sem ela.

Eu me entreguei de uma maneira tão intensa que não respeitei meus gostos, manias e ideais. Hoje, eu não mataria pela Alice, nem morreria, mas sei que naquele novembro de 2015, meu coração partiu e doeu tanto que achei que estivesse morrendo também, e não há ninguém além de mim para dizer o quanto foi doloroso a perder.

Então eu jurei aos céus que minha primeira filha se chamaria Alice e ainda me comprometi em nunca mais me permitir amar outra pessoa, mas aí você cresce e percebe que seria duro demais consigo mesmo.

E até hoje eu ainda á amo, sinto falta dela, mas me conformei que ela nunca mais estará comigo, sou grato aos céus por ter tido a oportunidade de conhecer alguém como ela e ter sentido tudo que senti.

Eu provavelmente nunca vou saber se ela me amava, não deu tempo, mas não me importo mais com isso. Se tem uma coisa que aprendi com a vida foi amar sem esperar algo recíproco.

Minha filha não vai mais se chamar Alice.. E hoje, nesse final de tarde, eu os contarei a história de Alice, a melhor coisa da vida de um escritor problemático.