História Alice - Conhecendo ela 1

Após estacionar meu carro, caminhei em direção ao salão de dança onde Jenny ensaiava. Quando cheguei pude ver a mesma arriscando alguns passos enquanto Alice apenas gargalhava tentando imitar a mesma.

Era muito legal saber que as duas eram amigas, Alice parecia ser uma pessoa legal e verdadeira, boa companhia para Jenny.

Ela não demorou muito para me ver e vir correndo em minha direção. Alice se abaixou recolhendo suas coisas ainda dentro do salão.

 

- Pensei que não fosse você que ia vir hoje.. – Disse Jenny ofegante.

 

Revirei os olhos. – Não vou deixar que Evelyn tome meu lugar assim tão fácil.

 

Ela riu. – Como você é implicante juju. – Provocou.

 

- Juju é a p.. – Parei de falar ao ver que Alice vinha em nossa direção.

 

- Você esqueceu suas sapatilhas lá dentro.. – Falou Alice meio sem jeito a entregando.

 

- Obrigado Ali. Você é um anjo! – A abraçou.

 

Bufei. – Por que não chama as pessoas pelo nome delas?

 

Alice riu fraco. – Deixa ela.. – Passou a mão nos cabelos de Jenny sorrindo. – Não tem problema.

 

Jenny me mandou língua. – Ta vendo? Seu chato!

 

- Jenny.. – A mandei um olhar sério.

 

- Tá. Desculpa! – Apertou minha bochecha. – Te amo. Me leva para tomar sorvete? – Pediu carinhosa.

 

- Não.

 

- Ah, qual é? – Me olhou indignada. – Alice... – Pediu ajuda com o olhar para a mesma.

 

Ri fraco daquilo.

 

Alice também riu dando os ombros. – O que eu posso fazer?

 

- Vem com a gente tomar sorvete. – Pediu Jenny.

 

- Jenny.. – Adverti rindo fraco. – Ta bem.. Se Alice for, eu te levo.

 

- VAMOS ALICE! – Gritou eufórica. – Por favorzinho! – Implorou balançando a mesma.

 

Alice gargalhou assentindo.

 

- Sendo assim. – Deu os ombros. – Eu vou.

 

Jenny a abraçou forte quase a esmagando. Gargalhei daquela cena enquanto Alice me olhava vez ou outra corada.

 

...

 

- Hmm.. Eu amo o sorvete daqui.. – Falou Jenny com a boca suja de sorvete.

 

Fiz careta. – Limpa essa boca, parece criança. – Revirei os olhos dando uma colherada em meu sorvete o levando á boca.

 

Ela bufou enfiando seu dedo em seu sorvete o passando em meu rosto. Alice deu uma risada fraca.

E essa foi minha vez de ficar vermelho.

 

- Idiota. – Disse sério tentando me limpar. – Essa droga vai ficar grudada no meu rosto por sua causa. – Bufei completamente irritado.

 

- Não vai. – Ouvi Alice dizer.

 

Ela molhou o guardanapo com a água do bebedouro que havia ao nosso lado se esticando até mim limpando o canto da minha boca. Não pude deixar de olhar seu decote. Eu não tenho culpa dela praticamente esfregar os peitos na minha cara! Ou será que tenho?

Ri em pensamento enquanto tentava me concentrar em não olhar o par de seios á minha frente.

 

- Prontinho. – Sorriu voltando a sua posição inicial.

 

- Valeu. – Sorri sem mostrar os dentes.

 

Ela deu os ombros. – Talvez eu te faça me dar carona depois dessa, mas a gente finge que foi um favor. – Brincou rindo fraco em seguida.

 

- Talvez eu te dê uma carona. – Arqueei minha sobrancelha.

 

- Hm.. – Jenny murmurou me mandando um olhar malicioso. Sabe aquele tipo de olhar que só você e uma pessoa intima entendem? Pois é, esse mesmo.

 

A mandei língua.

 

- Pode me levar na casa da Megan antes? – Pediu Jenny terminando seu sorvete e se limpando.

 

- Sim, e no mesmo caminho.

 

- Eu estava brincado.. Não precisa. Sério! – Alice tocou minha mão completamente sem jeito por provavelmente perceber que eu estava falando sério.

 

Neguei rindo fraco. – Faço questão!

 

- Mas..

 

 A interrompi.

 

- Sem mais! – Estendi minha mão chamando o atendente. – Vou pedir a conta.

 

Ela pegou sua bolsa.

 

- É uma ofensa você achar que vou te deixar pagar a conta.. – A olhei incrédulo. – Eu pego.

 

Ela riu. – Que cavalheiro. – Elogiou deixando sua bolsa novamente de lado.

 

- Sempre. – Pisquei.

 

- Vocês são nojentos. – Jenny disse fazendo careta.

 

Após pagar entrei no carro levando Jenny á casa de Megan. Não chegou á demorar já que a mesma morava perto de nossa casa, no final apenas sobrou eu e Alice no carro. Para levá-la demorou um pouco já que a mesma morava do outro lado da cidade. Felizmente eu já estava acostumado a seguir aquela estrada já que ás vezes saia com sua amiga Laura.

Parei o carro em frente a sua casa, sai do mesmo rapidamente correndo até sua porta a abrindo antes que ela o fizesse.

Ela sorriu um pouco impressionada saindo do carro. Passei meus braços por ela fechando a porta do carro.

 

- Quer entrar? – Perguntou enquanto eu tirava meus braços a deixando passar.

 

A encarei pensativo.

 

- Não sei se quero dar de cara com Laura hoje.. – Cocei minha nuca sem graça.

 

- Ela não fica em casa essa hora. – Riu. - A porta vai ficar encostada caso você queira entrar, sentar e contar um pouco mais sobre a sua vida. – Piscou me dando as costas e entrando na casa.

 

Assim que a mesma entrou, tentei tomar coragem.

 Vamos lá Justin, seja homem!

 Minha consciência gritava para eu ir até lá, mas meu corpo parecia estar a ponto de travar a cada passo que eu dava ainda incerto daquilo.

Resolvi apressar os passos entrando finalmente em sua casa. Fechei a porta com um pouco de força para que a mesma percebesse que eu estava entrando ali.

 

- Sabia que entraria. – Falou convencida enquanto tirava seus sapatos. – Quer uma cerveja?

 

Neguei.

 

- Uma água? – Neguei novamente. – Um refrigerante? – Neguei rindo fraco. – Ok então. – Disse se jogando no sofá.

 

Fiz o mesmo ficando ao seu lado.

 

- Este é provavelmente o nosso melhor ponto de encontro. – Falou se referindo ao sofá.

 

- Encontro? Estamos em um encontro? – Brinquei.

 

Ela deu um pequeno tapa em meu braço gargalhando.

 

- Não. – Tentou ficar séria. – Ta achando que sou fácil assim?

 

- Claro que não. – Fiz cara de ofendido ainda brincando.

 

- Hum. – Murmurou e Estreitou seus olhos.

 

- Nós ficaríamos bem juntos não acha?

 

- Não. – Gargalhou negando.

 

- Por quê?

 

- Porque eu partiria seu coração. – Disse agora de maneira séria.

 

- Talvez eu parta o seu. – Dei os ombros.

 

- Ninguém parte meu coração. –Falou convicta.

 

  - Se você diz.. – Dei os ombros novamente. – Sabe, você pode desperdiçar sua vida construindo barreiras ou então você pode viver ultrapassando-as. Mas há algumas que são perigosas demais para serem cruzadas. E aí vai o que eu sei. Se você estiver disposta a se arriscar, a vista do outro lado é espetacular. – Falei sendo completamente sincero e talvez não muito coerente, como na maioria das vezes.

 

Ela revirou os olhos. – Ah, qual é? Não é como se eu fosse a Julieta e um dia fosse esbarrar ´´Coincidentemente ´´ com o Romeu em um bar fajuto da cidade. Na vida real, essas coisas não acontecem.

 

- Provavelmente não. – Dei os ombros. – Gosto da história dela, é linda!  

 

- Nãooo! – Me olhou boquiaberta. - A Julieta era uma idiota! Porque ela se apaixona por aquele cara que ela sabe que não pode ter? Todo mundo acha isso tão romântico ´´Romeu e Julieta, amor verdadeiro´´, que triste.. Se Julieta foi burra o bastante para se apaixonar pelo inimigo, beber uma garrafa de veneno e ir repousar num mausoléu, então ela teve o que merecia. E até hoje, eu acredito que, na maior parte do tempo, o amor é uma questão de escolhas. É uma questão de tirar os venenos e as adagas da frente e criar o seu próprio final feliz.

 

- Você é muito amarga. – Fiz careta achando seu ponto de vista peculiar.

 

- Só acho que não precisamos de alguém para nos fazer feliz. Podemos ser felizes sozinhos, certo?

 

- Certo. – Apenas concordei mesmo que na verdade eu não concordasse mais tanto assim com isso.

 

Estou cansado de viver sozinho.

 

Pensamento On

Eu estava feliz naquele dia.. Isso não costumava acontecer porque eu tive poucos finais de dia felizes. Digo e repito: Se estiver interessado em histórias com finais felizes, procure em outro lugar. Nesta história, não existe um final feliz. Acontecem poucas coisas felizes entre um dia e outro.