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História Alice - Só você pode se salvar.


Escrita por: Itshebadgirl

Notas do Autor


OOOOIIII
desculpa a demora, é q meu pc pifou e perdi tudo q tinha escrito e tive q fazer TUDO dnv :( kkkkkkkkkk perdão babyss
<3
Boa leitura!

Capítulo 8 - Só você pode se salvar.


Fanfic / Fanfiction Alice - Só você pode se salvar.

 

Bufei pela décima vez naquela manhã. Já se passaram quase meia hora que o despertador insiste em tocar, e eu, como preguiçoso que sou, insisto em ignorá-lo e continuar deitado na cama.  

 

Merda de estágio que me impede de dormir.  

 

O maior problema que venho tendo ultimamente é a medicina. Sim, a grandiosa medicina, que por sua vez ocupa todo o meu tempo. Já estou prestes a me formar, nesta semana já haverá uma festa de formatura da faculdade, mas como sempre minha animação para ir varia de 0 á -0.  

 

Eu não gostava de festas. Eu não sabia dançar, e as pessoas me assustavam, especialmente as pessoas em festas. Elas tentavam ser atraentes, alegres e espirituosas. Embora esperassem exercer bem todas essas funções, fracassavam. Elas não eram boas nisso. E o fato de tentarem com tamanho afinco só piorava as coisas. 

 

 Me levantei começando a me arrumar. Não demorou muito e eu já estava sentado, comendo os ovos que eu tinha acabado de fritar juntamente com bacon. Fiquei pensando.. Há duas semanas atrás tinha me encontrado com Alice e agora nem nos falamos mais.  

Ela simplesmente sumiu, não a vejo mais online em suas redes sociais. Eu não tinha a mandado mensagens (mesmo que eu tenha a adicionado em todas as redes sociais). Cara, eu visito o perfil dela todos os dias. Isso é tão idiota.  

Ontem á noite eu entrei em uma das nossas conversas, escrevi tantas vezes o que ia mandar, mas sempre travava.. 

 

Me olhei no espelho pela ultima vez antes de sair de casa. Gritei Jenny e a mesma veio correndo em minha direção com sua bolsa, toda atrapalhada.  

Ri fraco a esperando sair e fechando a porta. Fomos em direção ao carro calados, nós não estávamos conversando muito desde que Evelyn voltou. Jenny insiste em querer me fazer amá-la e eu bato o pé continuando firme em minha tese : ''Se ela apareceu do nada, irá embora do nada também.'' Mas Jenny parece não entender absolutamente nada da vida, parece simplesmente ignorar o fato que ela foi ABANDONADA por sua mãe quando era apenas uma criança.  

É.. Talvez ela não saiba realmente quem é Evelyn, e nem muito menos o que ela é capaz para conseguir o que quer.  

 

Parei o carro de frente a sua escola de dança e automaticamente me lembrei de Alice. Porra! Por que você não sai da minha cabeça garota? 

 

-Tchau. - Disse seca saindo do carro sem ao menos esperar a minha resposta. 

 

-Tchau.. - Murmurei baixinho enquanto a via sumir dentre todas aquelas garotas.  

 

Dizem que, não importa qual seja a verdade, as pessoas veem o que querem ver. Eu concordo plenamente neste dito popular. Acredito que algumas pessoas podem dar um passo para trás e descobrirem que estavam olhando a mesma cena por todo o tempo e outras podem ver que suas mentiras quase acabaram com elas. 

Mas ainda há aquelas pessoas que correm o máximo que podem para não terem que olhar para si mesmas. E Evelyn é essa pessoa. Aposto que mal consegue se olhar no espelho, uma péssima filha e uma péssima mãe desde sempre. Está no seu DNA ser uma vadia completa.  

E é por este motivo que eu a odeio. 

 

Acelerei indo direto para o hospital onde eu faço meu estágio. Estava em cima da hora, mas pelo menos consegui chegar a tempo.  

 

 

-Justin! - A enfermeira Clara me recebeu sorridente me entregando a fixa dos pacientes. - Vai ter que dar uma olhada no Gregory na sala 3.  

 

Eu gostava dela. Além de prestativa era incrivelmente linda, loira dos olhos azuis, pele corada e perfume exuberante.. Combinação perfeita para uma bela paixão. 

 

-O que ele tem? - Indaguei enquanto bebericava uma xicara de café.  

 

-Foi transferido para cá ontem durante a noite, está em fase terminal de cardiopatia isquêmica. - Deu uma parada cardíaca quando veio, mas conseguimos traze-lo de volta.  

 

-Ele está entubado?  

 

-Sim.  

 

-Ok. Vou dar uma olhada. Pode me acompanhar? - Pedi sorrindo para a mesma. 

 

-Claro que sim. - Assentiu prestativa. 

 

Caminhamos pelo enorme corredor até a sala em que o paciente estava, adentrei ao quarto começando a examiná-lo.  

 

Clara se escora me olhando cautelosamente.  

 

-Acho que vão te contratar assim que seu estágio acabar.. - Comentou.  

 

-Será? 

 

-Claro que sim! Você é ótimo. - Riu fraco.  

 

-Apenas faço meu trabalho bem feito. - Falei enquanto regulava as máquinas. - Não devia ser elogiado por fazer minha obrigação. - A fitei. - As pessoas deviam ser mais competentes.  

 

-Verdade.. - Soltou um suspiro me ajudando com o soro.  

 

A deixei colocando o mesmo me sentando ao lado do paciente o observando. 

 

Soltei um suspiro longo. -Só tem uma coisa que precisa se lembrar, ta legal? - Disse á ele mesmo sabendo que o mesmo poderia não estar me ouvindo naquele momento. - A esperança é o que te mantém vivo, só você pode se salvar agora. 

 

Clara me olhava com ternura enquanto eu falava á ele. Ele já era de idade e isso não ajudava muito, mas eu juro que se eu pudesse, eu o salvaria. 

  

Eu gostaria que ninguém morresse. 

 

(...) 

  

Duas horas depois já havíamos acabado de verificar. Gregory era forte, mas seu estado estava muito crítico e difícil de ser resolvido. Infelizmente teríamos que alertar a família de um possível óbito e as demais providencias iriam ser tomadas.  

 

-Acha que ele resiste quanto tempo ainda? - Perguntou Clara. 

 

Nós agora estávamos do lado de fora do quarto, no corredor do hospital, de frente a sala 3.  

 

-Não sei.. - Respondi pensativo. - Talvez três ou quatro. 

 

-Dias? Meses? 

 

-Talvez cinco.. - Foquei em um ponto fixo a ignorando.  

 

Meus pensamentos estavam longe..  

 

Talvez exista um amanhã. Talvez existam mil ou dez.. Mas para alguns de nós, só existe o hoje. 

As coisas mudam depois que você morre.. Acho morrer é a coisa mais solitária que se pode fazer. 

 

 

-Você não é de falar muito, não é? - Indagou ela chamando minha atenção. 

 

-Desculpe, é que eu não sou muito.. Interessante. - Parei de falar aos poucos percebendo que uma garota vinha em nossa direção. 

 

Mas não era qualquer garota, era Alice, ela estava ali.  

 

Ela veio em passos largos, sua feição era de quem não tinha dormido nem sequer um minuto durante a noite. Grandes olheiras e olhos lacrimejados, por segundos me questionei se era mesmo ela em minha frente.  

 

-Alice? - Perguntei baixo quando a mesma já estava de frente para mim. 

 

-Oi, Justin. - Respondeu rouca com um sorriso fraco no rosto. 

 

-O que faz aqui? - Indaguei confuso. 

 

Ela pigarreou. - Meu pai.. - Apontou para o quarto a nossa frente. - Ele está internado nessa sala.  

 

-Ele não pode receber visitas. - Falou Clara a interrompendo.  

 

-Vou acompanhá-lo. Não sou uma visita, sou a responsável por ele. - Alice foi curta e grossa com a mesma.  

 

-Ah, sim. - Clara ficou vermelha no mesmo momento. Sua pele extremamente branca agora estava em um tom apimentado. - Neste caso, fique a vontade.  

 

-Obrigado. - Sorriu falsamente entrando no quarto. 

 

Clara bufou. - Que garota ridícula. - Revirou os olhos. - Acha que está arrasando com esse cabelo duas cores e essas roupas feias..- Murmurou em puro ódio. - Não sei como alguém como você, conhece alguém como ela.  

 

Fiquei em silêncio. 

 

Ela balançou sua cabeça soltando o ar provavelmente tentando se acalmar.  

 

-Vai almoçar comigo hoje? - Sorriu abertamente. 

 

-Não. Talvez eu coma algo mais tarde, estou sem fome agora. - A respondi. 

 

 -Entendi. - Ela assentiu desmanchando seu sorriso do rosto. A mesma se virou e saiu pisando fundo. 

 

 Mulheres!  

 

Adentrei novamente ao quarto vendo Alice sentada ao lado de Gregory segurando a mão do mesmo enquanto chorava baixinho. 

Fechei a porta indo até a mesma em silêncio, me agachei de frente á ela limpando suas lágrimas.  

 

-Nunca pensei que te veria chorando, sabia? - Brinquei tentando quebrar o clima.  

 

Ela soluçou nem ao menos conseguindo me responder.  

 

-Shii.. Não chore.. - Levantei seu queixo. - Ás vezes coisas terríveis acontecem com pessoas incríveis.- Falei tentando consolá-la. 

 

-Ele não era uma pessoa incrível. - Respondeu entre as lágrimas. - Ele era uma pessoa bem ruim, na verdade. - Riu entre as lágrimas. - Mas eu o amo. 

 

-Eu não estava me referindo á ele. - Respondi sério olhando dentro de seus olhos.  

 

Seus lábios tremeram, a mesma abaixou a cabeça novamente choramingando baixinho.  

Puxei uma cadeira me pondo á seu lado. Ela soluçou algumas vezes, mas logo respirou fundo conseguindo se acalmar. 

 

Ela era forte. Isso era o que eu mais admirava nela. 

 

-Não sabia que você é médico. - Observou agora me fitando. 

 

-Estou apenas estagiando ainda. 

 

Ela assentiu. 

 

-Você fica bem com jaleco. - Elogiou. 

 

Sorri.  

 

O silêncio prevaleceu por alguns instantes. 

 

-Quanto tempo ele ainda tem? - Perguntou rouca. 

 

-Uma semana.. Talvez mais, talvez menos. - Suspirei. - Ele ainda está vivo por conta das máquinas, não podemos desligá-las sem sua permissão. 

 

-NÃO AS DESLIGUE! - Gritou se levantando.  

 

Me levantei rapidamente agarrando seus braços.  

 

-JUSTIN, NÃO! - Tentou se desvencilhar.  

 

-CALMA! - A chacoalhei. - Está tudo bem, não vamos fazer nada que você não queira. - Falei agora sereno.  

 

Ela respirou fundo, ainda que estivesse nervosa, cedeu se sentando novamente.  

 

-Ele não vai acordar mais? - Perguntou baixo. 

 

-Ele está em coma induzido.  

 

-Não pode acordá-lo? - Seu olhar suplicava-me silenciosamente.  

 

-Não posso fazer isso. - Suspirei tocando seus dedos. - Mas quero que saiba que estou aqui por você, sempre. - Levei meus dedos aos seus cabelos contornando seus cachos com os mesmos.  

 

Ela sorriu abertamente, seus olhos estavam novamente lacrimejados.  

 

-Vai ser muito brega se eu não conseguir parar de chorar? - Brincou limpando-as.  

 

-Porque? - Perguntei sério. - Ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria. É um registro da nossa sensibilidade. Você não é brega por chorar, você é humana e não precisa ser forte o tempo inteiro.  

 

Ela fungou.  

 

-Tem razão. - Disse com a voz carregada. - Eu passei boa parte da vida me enganando. - Negou fungando. - Sabe aquela coisa de fingir que tudo está bem? Que não doeu, que está bom assim, que ''eu aceito, aham, tá legal, não tem problema''. Pois é, isso realmente não é nada, nada legal. Estou tão cansada de tudo.. - Fungou. - Hoje, quando eu acordei, eu parei para pensar e eu me dei conta de que, não estava cercada pela escuridão, só estive com os olhos fechados o tempo todo. 

 

-Você só precisa de uma pessoa que fique.. - Toquei seu rosto. - Alguém que cuide de você. 

 

-NÃO PRECISO. - Alterou seu tom rouco de voz. - Eu só tenho a mim.. Eu só tenho a mim! - Repetiu afastando-se de mim. - Não posso amar outra pessoa, não devo amar outra pessoa, não quero amar outra pessoa! - Falou rápido enquanto negava freneticamente. 

 

Ela se levantou. 

 

-Alice.. - Me levantei tentando acalmá-la. 

 

-Estou falando sério. - Foi para o canto do quarto se escorando na parede.  

 

-Não gosta muito de pessoas.. Não é? -Perguntei a olhando pouco de longe. 

 

-Da maioria delas não. - Resmungou. 

 

Fiquei a olhando da onde estava sem dizer nada.  

 

-Eu deveria ser forte. - Murmurou. - Deveria ter aprendido a lidar com isso, mas.. Eu não consigo, não consigo mais.. - Se queixou descontente. 

 

Fui até ela a abraçando. Ela se assustou em um primeiro momento, mas logo soltou um suspiro me abraçando de volta, ainda mais apertado.  

 

Sabe quando você começa a se apegar a uma pessoa, e você fica com friozinho na barriga só de pensar em vê-la? E você tem aquela imensa vontade de ficar conversando com ela o tempo todo? Se pudesse cuidaria dela sempre..  

Algo nela me faz ficar viciado.


Notas Finais


Não se esqueçam de dizer o que acharam
me incentiva muito!!
Bjs amores <3


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