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História Alice - Comum


Escrita por: Alvesilana

Capítulo 1 - Comum


Cabelo em um rabo de cavalo alto, camisa polo branca, saia azul, meias três quartos, gravata, sapatos pretos e um blazer. O uniforme da minha escola no ensino médio.

Quem me vê na rua não sabe, mas eu sou bolsista numa das escolas mais aplicadas da minha cidade. Quem me vê na rua não sabe, mas eu perdi minha mãe com cinco anos e até hoje, com dezoito, eu ainda não superei. Quem me vê na rua não sabe, mas eu estou cursando o ultimo ano do ensino médio, cuido da minha irmã e de um pai viciado em bebida, trabalho na empresa de Buffet da minha tia como garçonete nos fins de semana e ainda arrumo tempo para estudar.

Uma garota comum, com uma vida totalmente bagunçada e confusa. Uma problemática como diz o meu pai viciado...

- Alice, presta atenção, hoje o evento é muito importante. A festa é na casa de um dos clientes mais importante e rico que temos. A festa é beneficente e terá pessoas da alta sociedade. Portanto, não converse com ninguém, não se distraia e não me faça perder outro cliente

- Sim senhora!

Servi as mesas e fui tratada com um nada por todos na festa. Sai do evento bem tarde e minha tia me deixou em casa. Amelia, minha madrasta estava com a Victoria assistindo televisão. Fui direto para o meu quarto, tomei um banho e desci para comer alguma coisa. Ouvi a porta da sala sendo aberta e o meu pai entrou cambaleando. Amelia o segurou e eu levei Vic para o meu quarto. Ela não precisa ver o pai nesse estado.

- Eu vou dormir com você hoje?

- Eu acho que sim. Você vai querer dormir comigo?

- Sim! - minha irmã disse animada

- Então você vai

Victoria é filha da Amelia com o meu pai. Ela tem sete anos e eu faço de tudo para que ela tenha uma infância boa e feliz, mas com o pai que temos, isso é praticamente impossível. Deitamos na cama e ficamos inventando histórias por um tempo. Quando Vic dormiu eu tomei um banho, coloquei um vestido preto colado no corpo, soltei meus cabelos e coloquei um salto alto. Ninguém vai estragar a minha unica festa das férias.

- Amelia, eu vou sair. A Vic está no meu quarto... - eu disse para Amelia descendo as escadas enquanto falava com Bruna, minha melhor amiga, no celular.

- Se cuide, menina!

- Eu sempre me cuido - soltei um beijo e sai vendo a Bru no carro com dois garotos

- Demorou muito, dona Alice.

- Oi pra você também, Bru - abracei ela e sentei no banco de trás

- Lembra dos meninos? - Não acredito que ela estava me perguntando isso

- Boa noite - disse baixo

- Boa noite - eles responderam ao mesmo tempo

Estava tocando um Rap e o Gabriel não parecia estar gostando muito de estar ali. Ele olhava no celular de dez em dez minutos e revirava os olhos. Chegamos em uma balada e eu fui direto para a pista de dança, claro que a Bruna já tinha ido para o bar com os meninos. Eu odeio beber e odeio gente bêbada, acho que ter um pai alcoólatra influenciou de algum modo.

- Nossa musica - Bruna gritou no meu ouvido quando Wild things de Alessia Cara invadiu a sala da balada

Loureço segurou na cintura de Bruna e ela começou a dançar com ele e depois de um tempo eles estavam se agarrando na pista. Fui para o bar e tentei chamar a atenção do barman para pedir um refrigerante, mas foi em vão já que o bar estava muito cheio e a musica estava alta

- Ei! - o Gabriel disse e quando o barman olhou para ele ele olhou para mim

- Um refrigerante por favor! - O barman sorriu para mim e me deu o refrigerante - Obrigada

- Você não bebe bebidas alcoólicas?

- Não, eu odeio - abri a lata e tomei um gole do meu refrigerante

- E você escolheu uma balada para frequentar? - ele bebeu um gole de um drink verde

- O que eu posso fazer? - Levantei e sai andando e ele veio atrás de mim

- Nada - senti as mãos dele na minha cintura e me virei

- O que você quer?

- O que todo cara quer numa balada no sábado a noite - ele disse com aquela voz rouca no meu ouvido

- Pena que eu não quero o que quase todas as meninas querem na balada num sábado a noite - empurrei ele e fui dançar

Voltei a dançar e não vi o Gabriel por um tempo. Eu lembro que quando eu era criança ele era o meu crush. Eu sempre viajava com a família da Bruna e ele sempre estava lá, mas nunca nem falou comigo tirando as vezes que ele me fazia acreditar alguma mentira. Eu sempre fui a amiga feia da Bru, mas depois de tudo o que aconteceu eu comecei a me cuidar e a me valorizar um pouco mais. E agora tudo que eu sinto por ele é pena. 

Pena do que ele sempre foi e do que ele está se tornando, um mimadinho que acha que pode tudo, uma replica fiel do pai dele, um idiota que acha que todas as meninas do mundo o amam e que é só ele estalar os dedos que todo mundo vai fazer o que ele quer. E agora, depois de seis meses no Rio de Janeiro, ele estava de volta. Tudo o que eu quero é que Gabriel Lemos saia da minha vida e esqueça que um dia eu já gostei dele, que eu já fui louca por ele, que um dia já me declarei para ele na frente de todo mundo.


Notas Finais


Obrigada por ler a minha história. Espero que gostem!


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