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História Alice em um novo lugar - Algo está errado


Escrita por: Lost_Person

Capítulo 18 - Algo está errado


  Tem como congelar e derreter ao mesmo tempo?

  Com aquela última frase eu fiquei paralisada, não sabia como reagir. Mas ao mesmo tempo meu coração se aqueceu por completo. O tempo havia parado naquele momento.

  - Me... Ama? - disse ainda sem reaçao.

  - Amo - soltou o abraço e me encarou sorrindo - Afinal, você é minha irmãzinha agora - bagunçou meu cabelo.

  - Ei! - cruzei os braços e inflei as bochechas - Não se atreva a fazer isso outra vez.

  - Ficou bravinha, é? Vamos ver por quanto tempo vai manter esse bico - começou a me fazer cócegas.

  - Bruno! - inevitavelmente gargalhava alto - Pára, por favor! - ria mais ainda divertindo-o. Segurei suas duas mãos e o encarei séria - Você não tem limites? - suspirei. Levantei e fui em direção à cozinha.

  - Ei, Alice. - veio atrás de mim. Ao chegar na cozinha fui até a geladeira.  Me surpreendi novamente com braços redeando meus ombros. - Ei - disse baixo em meu ouvido, me fazendo arrepiar - Me desculpa por aquilo.

  - Não... - suspirei - Não tem problema. Eu só preciso de açúcar. Trouxe algo?

  - Você só pensa em comer besteira? Se bem que seria uma boa comer um doce. Tenho um pacote de bala de iogurte.

  - Perfeito. Vamos comer e dormir de uma vez.

             ~~**~~

A lua estava posicionada bem no centro do céu, mas ainda assim, estava escuro como breu. Eu enxergava as copas das árvores ao longe, mas não tinha noção de nada que estivesse a dois palmos à minha frente. Eu estava com medo, com frio e queria sair daquele lugar pois eu tinha um mal pressentimento. Ouvi sons de passos atrás de mim e me virei rapidamente tentando ver quem era, mas foi em vão. Olhei para frente e vi uma sombra.

  - Bruno?

  - Não me conhece mais, Alice? - disse uma voz familiar.

  - Espera... Carlos? - ele abriu os braços e eu corri em sua direção para abraça-lo. - Senti tanto a sua falta. - encarei-o - O que faz aqui? O que nós fazemos aqui? Onde é aqui exatamente?

  - Estou na sua mente, Alice, no seu coração. É aqui que estamos agora. Mas... Ta tudo tão diferente contigo. - olhou ao redor - O que aconteceu? Você está pálida.

  - Carlos, eu sou pálida. E como assim eu estou diferente? 

  - Olhe em volta, Alice. Você enxerga alguma coisa nesse breu? - neguei com a cabeça - Então, não acha que algo está errado? Cadê você, Alice? Eu já não te vejo em meio a essa escuridão.

  - Eu não entendo. Não sei o que há de errado comigo.

  - Procure saber. Isso não pode ser boa coisa. Você está realmente pálida. - olhei para minhas mãos e vi que eu estava realmente mais pálida que o normal. De repente tudo começou a girar e Carlos começou a se afastar. Caí nos seus braços e ele me pôs no chão lentamente. Ele beijou minha testa e disse. - Tome cuidado, ok?

  - Carlos! - gritei acordando e levantando bruscamente da cama - Droga... - escondi o rosto nas pernas, abracei-as e comecei a chorar.

  - Alice... Ta tudo bem? - me abraçou.

  - Por que ele tem que fazer isso comigo?

  - Apenas acalme-se, Alice. Já passou.

~~**~~

 

  - Bruno...

  - Sim?

  - Posso perguntar uma coisa?

  - Claro.

  - Por que você se corta? - se afogou com o café.

  - Por que essa pergunta assim de repente?

  - Porque seu sorriso é lindo - sorri - Quer dizer... Ai meus deuses. - senti meu rosto queimar - Não foi isso que eu quis dizer. É que... Você parece tão feliz. - disse por fim.

  - Eu tento. - encarou os pés - Às vezes até consigo mas, é meio difícil me manter. Não é como se eu aliviasse a dor me cortando, mas sinto que quando o sangue sai, eu não preciso pensar nela.

  - Me mostre seus braços. - ele gelou.

  - Eu não quero que veja isso, Alice...

  - Me mostre.

  - Tudo bem. - sem muita demora ele puxou suas mangas e libertou suas marcas de dor. Assim como o meu, seu braço estava coberto de cicatrizes quase que idênticas às minhas. Sem pedir permissão, passei os dedos frios sobre as marcas cálidas, analisando cada uma e guardando na memória.

  - Isso vai soar meio psicopata e tal mas, elas são lindas - disse ainda encarando seus braços.

  - Você... Eu... Sim, muito psicopata.

  - Eu ainda não terminei. Elas são lindas, sim, mas eu prefiro que você nunca mais se machuque novamente. Jura de dedinho e pelo Rio Estige que nunca mais vai fazer isso? - mostrei a dedo mindinho.

  - Isso conta pra você também? - afirmei - Então sim, - juntou nossos dedinhos - juro pelo Rio Estige que nunca mais vou me cortar - um trovão ribombou - Eita.



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