História Alice in Nightmareland - Laughing Jack (Jack Risonho)

— Ow...
Quando novamente acordou em um local que não conhecia sozinha e com uma terrível dor de cabeça, Alice olhou ao redor ainda ligeiramente desnorteada e tonta, porém o livro não a esperou tomar os sentidos e abriu violentamente. Virando-se preguiçosamente, a morena se arrastou para perto do livro cujas páginas passavam até pararem quietas.
— "Jack...Risonho..."
Ela leu dando-se um tapa para que acordasse, observando a gravura do monstro de casaco listrado e nariz pontudo preto e branco, pareceu lembrar-lhe um mosquito da dengue, mas manteve tal comentário sarcástico para si, não era muito inteligente provocar uma criatura que era cem vezes maior e forte que ela.
— "Jack Brighten era um jovem repórter que no início de sua carreira, buscava por uma notícia que pudesse o elevar na carreira. Em um dia ensolarado, para a surpresa do repórter, encontrou uma figura reconhecida nos jornais, o procurado serial killer Jeff. Curioso e surpreso, seguiu o assassino adentro da floresta aonde o mesmo parecia carregar uma espécia de saco preto aparentemente pesado pela força que ele fazia ao arrastar o mesmo. Deixando o corpo sobre o chão por alguns instantes, o serial killer se afastou por alguns momentos para buscar por algo e nessa hora o repórter saiu de seu esconderijo, ao abrir o saco e se deparar com um corpo. Ainda que horrorizado, ele tirou diversas fotos e rido enlouquecido com a felicidade de ser promovido, quando ele se virou, Jeff estava lá com aquele sorriso falso de sangue e olhos frios pairando sobre ele. Assassinado friamente, foi a segunda vítima da série de assassinatos de Jeffrey Fiedler."
Erguendo o olhar e guardando o livro em seu bolso, Alice se levantou cautelosa e silenciosamente, por fim entendendo a frase "O barulho é a porta para o caixão."
De alguma forma, aquelas criaturas sanguinárias tinham uma audição incrível e não achou a ideia de morrer novamente interessante, ainda que odiando o coelho branco, resolveu seguir o conselho. Sem falar que além do "mosquito", tinha também um serial killer atrás dela.
— (O que eu fiz para merecer isso?!)
Ela se perguntou internamente confusa e cansada de chorar, andando vagarosamente como uma condenada sem, rumo, tentava pensar em um plano até que escutou uma voz aguda que tirou-lhe de seus pensamentos.
— AhAhAhAhA, você é tão fácil de achar!
— ...!!!
— Yo, humana! Quanto tempo eu não vejo uma humana por aqui!
— ... (Houve outra pessoa que caiu aqui...?)
— Você não vai me cumprimentar? Que falta de educação. Será que o Jeff não a ensinou apropriadamente?
— Como você sabe...!!
— Sua bobinha! Nós estamos seguindo uma ordem, é claro que eu sei! Venha, venha, vamos conversar.
Puxando a morena infinitamente menor que a criatura gigante, batendo em pouco acima da cintura da criatura, sentiu as garras e o braço fino envolver seu ombro a trazer ela para perto dele, e mesmo que temendo e desconfortável, não ousou o afastar.
— O que você quer dizer com isso...?
Tomando coragem e o perguntando com a voz fraca e gaguejante, a criatura riu.
— Parece que você ainda está sendo controlada por Victor! Quem sou eu para me meter em seus planos?! Terá de descobrir sozinha!
— ... Victor? Q-Quem é?
— Quem sabe..? Eu não sei. QUEM SABE?! EU NÃO SEI!!!
Assustada, sentiu as garras perfurando seus ombros e com medo, sua expressão tornou-se chorosa. Satisfeito com o poder  que exercia sobre Alice, a criatura riu a soltando depois de seu momento de loucura.
— Aah, eu sinto o cheiro dele...O maldito serial killer. Francamente...Ele é tão possessivo.
— ...?! J-Jeff?!
— Sim, seu amor está vindo para se divertir com você!
— N-Não....Por favor...
— Huum? Você não está feliz? Porque está se ajoelhando?! Foi uma cena deliciosa vê-lo te esfaqueando. O esperado do veterano Jeff, ele é tão bom....
— Eu não quero. Porque...Porque?!
— Porque o quê, sua doida?! Não se preocupe, pois agora é a MINHA vez, então seu amor terá de se segurar pois eu odeio esperar.
Puxando a morena pela mão, ele riu com sua voz assustadoramente aguda.
— AONDE VOCÊ PENSA QUE VAI COM A MINHA PRESA, RISONHO?
— SUA presa? Você está bem mais convencido que o usual, pequeno Jeff! É uma pena...Porque agora é MEU turno, Alice é MINHA.
— Isso é o que veremos...Irei o desmembrar e com as partes mortas do seu corpo me divertirei usando-a sobre o corpo da minha querida.
— ...
Observando silenciosamente como a situação se tornava perigosa e os dois se encaravam mortalmente, Alice aos poucos dava passos para trás e assim que Jeffrey partiu com sua lâmina para cima do enlouquecido risonho, que desviou dos ataques brutais com movimentos elásticos de seu corpo entre risadas incomodantes, lutavam para ver quem iria poder matar ela.
E, para que fosse sincera...
Ela não estava nem um pouco afim de ver o fim daquilo.
Deu passos discretos para trás, percebendo que eles estavam tão distraídos brigando com tamanha violência que conseguiu escapar sem maiores problemas.
— (Foi fácil demais para ser verdade...)
Ela pensou consigo mesma sem acreditar na facilidade, era bom demais para ser verdade.
Parando no meio da floresta vendo-se sem um esconderijo que não tenha sido descoberto antes como árvores e arbustos, estava começando a ficar desesperada, surgindo assim depois de um bom tempo a imagem do coelho.
— Quanto tempo, querida ...
— Você..Ecila, não é?
— Oh...Parece que você descobriu. Jeffrey disse, não é mesmo?
— Vocês se conhecem?
— Bem...Ele tem as ambições dele...E tristemente elas nos envolvem.
— ...! Você também?!
— Sim...Gradualmente você entenderá, não há motivo para pressa.
— É CLARO QUE TEM! EU QUERO SAIR DAQUI! EU NÃO AGUENTO MAIS! EU NÃO ENTENDO NADA!!
— Alice...
— Morra.
Escutando a voz aguda gritar sadicamente atrás das duas, o que escutaram em seguida foi o som de um tiro que atravessou o corpo e destruiu Alice internamente. Com a máscara e vestido banhados pelo sangue da morena, a esbranquiçada fitou quieta o corpo de Alice cair sobre o chão e seu sangue criar uma enorme poça que sujou as sapatilhas idênticas às da morena caída em seus pés.
As últimas cenas que Alice viu deixaram-a intrigada. O Risonho não a percebeu...Então porque apenas Jeffrey conseguia? Quais eram as intenções dele? E as dela, essa albina misteriosa e angelical?
Não entendia.
Não entendia absolutamente nada.
Saída sobre o chão e gradualmente perdendo a consciência, virou o rosto molhado pelo próprio sangue na direção do monstro que foi imediatamente tomado de surpresa pelo serial killer, que graças à distração dele, conseguiu o derrubar e o esfaquear em golpes repetidos. À medida que Jeff atacava a figura preta e branca e Alice perdia a visão, o monstro ria...
E ria.