História Alice no País das Maravilhas - Capitulo Tres:O Dia com D maiusculo

Capítulo Três: O Dia, com D maiúsculo

Naquela manhã o Rei Dannel e a Rainha Galadriel estavam ausentes, pois na noite anterior haviam partido para Salazén para fazer uma surpresa à Sir Thomas Sharpe, querendo chegar cedo eles partiram no meio da noite, assim que Dany acordou, ela antes mesmo de se arrumar conferiu seu livro que ganhou havia mais ou menos quatorze anos antes, nele estava escrito as seguintes frases:

Maravilhas não são de graça

Alguns devem perder para o escolhido casal ganhar

Alguns deles são de responsabilidade

Alguns deles vêm do coração

Eles perderam algo porém ganharam outro, o amor

Este jovem casal que no jardim da vida

Como flores se abrirão

Que o tempo lhes mostrará o quão

Contemplável fora seu amor

E assim aprenderão valiosas lições

E assim perderão valiosas pessoas

Que talvez uma delas seja uma pessoa bem íntima

Que de remorso se resguardou

Mas que a esmo entenderá o amor...

Com essas palavras o coração de Dany bateu em ansiedade, nunca haviam aparecido palavras assim, ainda mais que ela há algum tempo já tinha domínio como se comportar normalmente perto dele. Oh aquele que lhe rouba boa parte de seus pensamentos, Dany até girou em seu quarto se jogando novamente na em sua cama, logo se levantando, pois deveria se arrumar para descer para tomar o café...

Em Salazén, os três passeavam pelos campos de flores da propriedade, ao longo do passeio Sir Thomas cortava com uma pequena faca, porém de corte preciso, alguns exemplares de flores, uma de cada espécie e detalhava- as para o casal que o acompanhava “Esta é uma Andalina, sua essência parece muito com mel devido ao forte cheiro doce que ela exala já esta é uma Merópes...” foram andando pelos campos até que chegaram a uma flor que o casal ainda não conhecia “Thomas, que flores são essas? Não me lembro delas.” Perguntou Galadriel, “Ah, estas são as Tiggias, gosto de compará-las a minha vida, por fora parece cheia de beleza, mas quando provada da essência percebem que é amarga. Elas são conhecidas como as flores traiçoeiras, muitos animais atraídos pela beleza tentam prová-la, porém ao provarem se deparam com a verdade...” De repente o olhar de Sir Thomas se torna um misto de ansiedade e talvez loucura, ele começa a encarar suas mãos fixamente em uma a flor em outra a faca com a seiva escorrendo ainda “Sabe, não existe agora nenhuma flor que eu não tenha extraído a vida em busca de conhecimento, porém há algo que ficaria fascinado em extrair até a ultima gota” e sorrindo maquiavélico jogou a flor na direção deles como um elemento surpresa e atacou com a faca em direção a Dannel que desviou, mas não o suficiente a faca rasga a camisa e o braço direito, próximo ao ombro, se Dannel não tivesse treinado seus reflexos ele já estaria morto agora. Galadriel tenta se jogar nas costas de Thomas, mas ele desfere uma cotovelada nela fazendo com que caísse no chão. Dannel se virou em busca de algo que pudesse usar para lutar contra seu amigo “Por que Thomas? Por que somente agora?” Gritou Galadriel a fim de ganhar tempo para seu marido.

- Por quê? Você ainda pergunta?- Disse se recompondo um pouco, jogando o cabelo para trás novamente- Você sabia muito bem que eu gostava de você! Não minta dizendo o contrário!- Falou histericamente apontando a faca para ela

- Sim eu sabia, mas o que você preferia? Viver o resto da vida comigo infeliz ao seu lado?- Galadriel se defendeu, discretamente ela tentava alcançar a faca que carregava em sua bota, bem nunca se sabe quando seu amigo vai virar contra você, assim que conseguiu tirar da bota jogou para Dannel para que ele conseguisse se defender, já que Thomas havia novamente avançado sobre ele, quando a faca alcançou a mão de Dannel, ele tentou golpear bem próximo ao pescoço de Thomas, porém o outro foi mais rápido e acertou ele na mão que segurava a faca, fazendo-a cair. Dannel tentou socar Thomas no rosto, porém o máximo que conseguiu foi ter seus dedos sangrando ao encontrar o gume, no calor do momento Dannel arrancou a faca da mão de Thomas, fazendo com que ambos estivessem agora no “mano a mano”, “Sempre que os visitava, estava lá à família perfeita, jogando na minha cara que eu nunca pude ter!” e com esta frase nocauteou Dannel fazendo com que ele caísse inconsciente no chão, neste momento Galadriel foi com as duas facas em punho, mas devido a sua falta de habilidade acabou sendo rapidamente nocauteada também caiu desacordada no chão.

Dannel acordou totalmente sem noção de onde estava, mas sabia que estava amarrado, ao olhar para frente viu Galadriel ainda desacordada com várias Tiggias em sua volta, Thomas estava ali ao lado dela, mesmo com lágrimas aos olhos seu olhar continuava com aquela raiva insana, ele sussurrava coisas desesperadamente “Eu nunca deixei de te amar, mesmo depois de me casar, ainda pensava em você, mesmo após um filho, ainda pensava em você, até mesmo quando ela morreu e eu fiquei ainda mais amargo do que era, fiquei tão abalado com a morte dela que abandonei meu filho! Mesmo com tudo isso ainda vou te amar, mesmo com seu sangue em minhas mãos, vou ficar feliz, pois pelo menos alguma coisa em sua vida fui eu e não ele!” e assim com um golpe rápido e preciso cortou a jugular de Galadriel, abraçando-se ao corpo cuja vida se esvaia Thomas chorava, o ultimo sussurro da mulher que ele tanto amou foi “Dan” e com isso Thomas rapidamente largou ela, seus cabelos brancos estavam se tornando escarlates conforme o fluxo sanguíneo continuava, ele foi em direção à Dannel “Até mesmo quando ela esta morrendo não deixou de pensar no seu amorzinho” disse com claro tom de desprezo na voz “Sabe essa dor que você está sentindo agora, bem eu sofro com ela há vários anos, quer uma dica? A gente se acostuma uma hora, se bem que você não vai precisar não é? Suas últimas palavras” Dannel procurou forças, respondeu “Deixe-as em paz, elas não merecem isso!” e assim como sua mulher, Thomas os colocou lado a lado entre as várias Tiggias, embora o sangue estivesse bem claro ali, ele ainda sim colocou uma caixa com amostras da essência de Tiggias, onde estava bem claro que não deveria ser consumida devido ao veneno da flor, quando terminou o “serviço” sentou de frente para o casal e chorou, chorou como nunca em sua vida, depois se tocando que iria ser incriminado limpou-os e colocou uma pequena quantidade da essência embaixo de suas línguas e assim ficaram, os dois novamente deitados, com uma  nova camada de Tiggias, já que as outras estavam sujas e saiu...

Naquele dia os três adolescentes resolveram que iriam ao lago para alimentar os patos-buzinas, lerem alguns livros, jogarem alguns jogos de cartas, etc. Se divertir, quando Dany desceu pelo corrimão, isso facilitava um pouco o serviço de Sebastian, com um vestido simples sem toda aquela pomposidade ou saias enormes, apenas um rosa bem claro com várias fitas brancas para dar movimento ao vestido, chegando à sala de jantar, onde faziam todas as refeições, viu somente Chapeleiro, este que quando ouviu o som de aproximação levantou a cabeça sorrindo como sempre, mas naquele dia, porém havia um brilho diferente em seu olhar, um olhar determinado, Dany lançou-lhe um sorriso enquanto se sentava, enquanto esperavam Kathen se junta a eles começaram um dialogo sobre chapéus, já que com o passar do tempo Chapeleiro começou a fazer jus ao seu nome e amando a arte chapelástica, “Juro que um chapéu pequeno ficaria ótimo em você, quem sabe uma mini coroa branca? Algumas pedras de cores fortes dariam um ótimo destaque...”, “Bom dia!” Chapeleiro fora cortado por Kathen que entrou na sala com um vestido um pouco mais elaborado que sua irmã, porém ele ia somente até um pouco abaixo do joelho, todo vermelho com detalhes de copas e outros detalhes de baralho em preto e dourado “Kathen, você também que tal um chapéu? Seguindo seus estilo eu poderia fazer também um coroa grande e vermelha, que tal? Disse Chapeleiro levando à boca um pedaço de torta, ficando com um bigode de creme branco no rosto fazendo as duas rirem “O que foi? Tem alguma coisa na minha cara?”E assim passando a mão freneticamente no rosto em busca de algum inseto, até que esta se sujou do creme rindo também se limpou adequadamente.

Após estarem prontos e de “malas” à mão, que por insistência de Sebastian estavam levando lanche para eles também, pobres mini soldados de Kathen, a cada quatro levavam algo em seus ombros, alguns livros, outros garrafas de água e para não pesar muito para as pobres cartinhas Chapeleiro levava a cesta de piquenique, ele estava acompanhado de ambos os lados pelas garotas, quando chegaram lá se sentaram nos cogumelos que cresciam à sombra das arvores, bem perto da margem do lago, começaram diálogos triviais, Chapeleiro parecia cada vez mais nervoso e ansioso, quando Kathen pegou o saquinho com pedaços de pão e se sentou colocando os pés dentro do lago ficando assim um pouco distante dos dois, mas não distante o suficiente para deixar de ouvi-los, Chapeleiro falou: “Sabe quando temos um sentimento guardado há tempos? Que parece que sem ele nossa existência não faz sentido?” Disse ele deitando na toalha do piquenique e encarando o céu pelas brechas das árvores aguardando uma resposta de Dany que estava deitada ao seu lado também encarando o alto “Sei, parece coisa de algum plano maior não é? É por causa desses sentimentos que você esta nervoso hoje Chap?” fechou os olhos e sorriu pensando novamente nas palavras da profecia. Chapeleiro riu nervoso, porém lembrando que era agora ou nunca, poderia ser sua única chance falou: “É bem estes mesmos, porém esses sentimentos não me pertencem, eu sou só a morada deles, eles pertencem á uma jovem que sempre me tratou bem, que há pelo menos quatorze anos atrás me encontrou na floresta” Chapeleiro decidiu parar por ali, já haviam começado a se embaralhar com as palavras, os corações das jovens bateram forte, ambas tinham sentimentos pelo garoto que agora havia se declarado para uma delas, porém sem deixar claro para quem, após um tempinho de silencio Dany muito envergonhada “E quem seria essa tal garota?” Chapeleiro ficou tão vermelho quanto os cabelos de Kathen “Bem, ela tem um coração tão puro, como a pureza é sinônimo de paz e a cor que representam esses elementos é branco, assim como seus cabelos” disse desviando o olhar de Dany, que levou as mãos ao peito em busca de calma, ao ouvir quem era a meninas dos pensamentos de Chapeleiro, Kathen saiu correndo e pisando duro “Não agüento isso, vou embora!” Gritou já longe dos dois, assim que ela saiu Dany viu os sentimentos por trás do olhar calmo de Chapeleiro “Se sente assim também? Pois saiba que esses sentimentos enlouquecedores eu tenho por você” Rindo um pouco eles se levantaram arrumaram as coisas, quando estavam prestes à seguirem o mesmo caminho que vieram mais cedo, Dany se aproximou de Chapeleiro e depositou um singelo beijo em seus lábios e de mãos dadas voltaram para o castelo.

Ao chegarem ao castelo encontraram Kathen chorando no chão da sala de estar, “Kathen por que esta chorando”Dany perguntou jogando no chão as sacolas que estava carregando e abraçando a irmã que estava aos prantos, Sebastian respondeu por ela, até ele estava chorando também “Bem Senhorita, as notícias chegaram a pouco, elas dizem que seus pais sem estar sob a supervisão de Sir Thomas provaram da nova essência, ela não estava liberada para consumo ainda pois eles não conseguiram inibir o veneno da Tiggia... Resumindo Senhorita... eles faleceram” Disse novamente começando a chorar, de repente a sala estava em silencio,somente era possível ouvir os soluços dos quatro, Dany acabou correndo em direção ao seu quarto e antes de deitar na cama viu que o livro das profecias estava diferente, a profecia parecia maior que antes, então ela leu novamente a profecia desta vez totalmente completa:

Maravilhas não são de graça

Alguns devem perder para o escolhido casal ganhar

Alguns deles são de responsabilidade

Alguns deles vêm do coração

Eles perderam algo, porém ganharam outro, o amor

Este jovem casal que no jardim da vida

Como flores se abrirão

Que o tempo lhes mostrará o quão

Contemplável fora seu amor

E assim aprenderão valiosas lições

E assim perderão valiosas pessoas

Que talvez uma delas seja uma pessoa bem íntima

Que de remorso se resguardou

Mas que a esmo entenderá o amor...

Aqueles que muito procuram

Um dia se transfiguram

São aqueles que esquecem

São aqueles que por algum motivo

Que por algum acaso

Que pelas curiosidades elevadas

Suas vidas pelo vento foram enviadas

E agora alguém deverá aprender

E agora alguém deverá entender

Que tudo deles passará, mas

A disputa continuará

A menos que uma salvação

Pela toca passar...

E assim ela chorou até dormir...

Após a terrível tragédia, o reino tinha que ser comandado por alguém e devido ao fato de Kathen não querer ser governada pela própria irmã, então a coroação seria das duas, Kathen ficou com o território de Salazén até a Floresta Sem Nome, Dany ficou com o território desde a Floresta Sem Nome até o Castelo onde vivia, entre as várias burocracias ficou determinado que Chapeleiro tivesse que morar na floresta e não poderia visitar Dany porque isso simplesmente irritaria Kathen. Agora era o momento de alguém aparecer e ajudar esses três! Porém como aqui não tem mágica passemos ao próximo conto...