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História Alien - Capítulo único


Escrita por: wisheschanbaek

Notas do Autor


OiOi, gatinhos e gatinhas. Como vão?
Esse plot aqui é da @Miu_1479 e eu peguei ele desde o primeiro ciclo. Confesso que foi difícil escrever.
Eu não curto muito assuntos envolvendo alienígena e tentei deixar a leitura o mais confortável para todos.
Confesso² que não gostei do resultado, nem de longe é uma das melhores coisas que já pude produzir. Fiquei duas semanas de férias e não produzi nada, tô frustrada.

Mas espero que vocês curtam e que agrade um pouco vocês. Espero não quebrar a expectativa de ninguém ♥

Obrigada Léticia por betar ♥

Capítulo 1 - Capítulo único


Acho. Que. Vou. Perder. Meu. Emprego.     

    

E eu só queria saber como iria pagar as despesas da faculdade e me tornar um cantor sem um emprego decente. Eu rastejei, me humilhei, implorei, chorei e até mesmo fingi estar tendo um ataque cardíaco para que o Sr. Do me admitisse, pra no final eu ser demitido.  

  

Não, eu ainda não fui demitido, mas ele deixou claro que a única coisa que eu precisava fazer era não deixar nunca, jamais, de forma alguma, alguém entrar sem sua presença na sala onde estava o corpo do alienígena capturado.     

    

Poxa, é tão descolado dizer para os amigos da faculdade que eu trabalho na NASA e que sou quase um segurança do alienígena, mesmo que eu esteja mais para um porteiro. Como vou dizer pra todos eles que fui demitido por não conseguir cumprir minha simples missão; que era deixar somente quem possuísse autorização entrar. Fui orientado para que se alguém insistisse, eu apertasse o botão de emergência para que os seguranças fortemente armados interviessem.      

    

"E por que você não fez isso, Baekhyun?" Provavelmente é isso que todos pensarão quando eu contar o porquê. Mas a resposta é simples e duvidosa; eu não vi absolutamente ninguém entrar. E eu juro juradinho que durante todo o momento eu estive parado na porta com os olhos bem abertos não vi nem a sombra de alguém no corredor. A sala do alienígena era no último andar do subterrâneo e só aparecia alguém por aqui quando vinham fazer experiências e afins com ele, fora isso, eu ficava sozinho o dia todo.      

    

E eu tenho certeza que ninguém passou por mim, mas também tenho certeza que tem alguém lá dentro, eu consigo ver os vultos pelo vidro escuro da porta. E se algo acontecesse com esse alienígena eu com certeza seria morto ou preso.  

  

Mas quem sabe eles se compadeceriam se eu dissesse que era apenas um jovem coreano de 19 anos que veio sozinho para o EUA, que estava no primeiro período da faculdade de música e que não sabia nem cuidar de si próprio. Também poderia alegar que a culpa era deles por colocarem um jovenzinho para fazer um trabalho desses, mesmo que meu trabalho fosse só avisar se alguém indesejado quisesse entrar ali.      

    

Quando o apito da trinca eletrônica da porta tocou, eu me preparei para voar no pescoço de quem fosse que saísse lá de dentro. Contudo, o homem que passou pela porta era tão, mas tão bonito que fiquei completamente hipnotizado, nunca tinha visto alguém com uma beleza tão exuberante como ele.  

  

Ele era extremamente alto, vestia roupas brancas com uma capa de plástico transparente por cima, típica dos cientistas que eu via entrar e sair por esta porta. A única coisa que o diferenciava dos demais era seus cabelos em um vermelho vivo e seus traços marcantes e inesquecíveis.      

    

— V-Você tem... Au-Autorização para entrar a-aí? — Apontei para a porta e fiquei ainda mais nervoso com seu olhar sério sobre mim.      

    

— Claro. Eu te mostrei a autorização do Sr. Do antes de entrar, esqueceu? — Sua feição suavizou, sorrindo um pouco.    

    

— M-Mostrou?     

    

— Você realmente esqueceu? — Perguntou rindo, pondo as mãos na boca.      

    

— E-Eu...     

    

— Você deve estar cansado. Quer que eu te leve para tomar um café? Você irá ficar mais acordado.     

    

— Des-Desculpa, mas eu preciso tomar conta do alienígena. — Apontei mais uma vez para porta.     

    

— E como você desse tamanhozinho vai tomar conta de alguma coisa? — Cruzou os braços, escorando-se na parede.     

    

— Meu tamanho não interfere no meu trabalho.     

    

Ele riu e eu queria poder gravar sua risada para poder ouvir sempre de tão bonita que era. Tudo nele é hipnotizante, esse homem só pode ser de outro mundo.     

    

— Você realmente acha que algum intruso conseguirá descer até aqui? Esse é um dos prédios mais bem guardados do mundo!     

    

— Eu acho que não... Mas é meu trabalho.     

    

— Você realmente não deseja tomar um café comigo? Parece cansado.     

    

— Por que está me chamando pra tomar café? Você nem me conhece e eu não posso sair daqui.     

    

— Você é Byun Baekhyun. E na verdade eu cheguei na cidade hoje, não conheço nada, por isso iria te pagar um café e você me levaria até uma cafeteria. — Apontou para meu crachá quando disse meu nome.     

    

— Por que você não chama outra pessoa? — Perguntei desconfiado, não é todo dia que um homem com uma beleza extraterrestre te chama para tomar um café. Precisamos desconfiar, né?    

    

— Porque eu gostei de você e achei que seria legal te conhecer melhor. — Deu de ombros, suspirando ao olhar para os lados. — O E.T não irá fugir, ele está lá dentro preso como sempre e ninguém irá vir aqui. Só alguns minutos e depois te trago de volta.     

    

— Tudo bem.     

    

— Eu vou só trocar de roupas e volto aqui pra te buscar. Aliás, onde fica os vestiários? — Saiu andando, mas parou no meio do caminho.     

    

— No segundo andar, a porta de frente ao elevador.     

    

— Ah sim, tinha esquecido. Muito obrigado. — Sorriu e voltou a andar em direção ao elevador.     

    

— Ei, qual é seu nome? — Ele se virou ao ouvir minha voz, tombando a cabeça para os lados e olhando para cima como se estivesse pensando antes de responder.    

    

— Depois eu te falo. 

    

    

[...]     

    

    

— Você não vai beber seu café? — Questionei ao notar que ele ao menos tinha colocado o líquido escuro na boca.     

    

— Ah, eu perdi a vontade. — Sorriu minimamente, observando atento as pessoas ao nosso redor.  — Você sabe de algum lugar onde eu possa morar?     

    

— Você está sem lugar para morar? — Perguntei com a xícara encostada nos lábios, seus olhos agora presos nos meus.     

    

— Sim, eu me mudei hoje e não tenho lugar para ficar. Você sabe se tem algum lugar a... Venda? — Apoiou os cotovelos na mesa, debruçando-se sobre ela e apoiando o queixo nas mãos.      

    

— Ahn... Eu t-tenho um apartamento e eu... Eu preciso de alguém para dividir as despesas comigo. — Falei a última parte em um fôlego só, sabia que se fosse falar devagar iria travar e não falar nada.     

    

— O que você disse? — Franziu a testa.     

    

— Que eu preciso de alguém pra... Pra dividir as despesas do a-apartamento. — Espremi os olhos com medo de receber um não. Ele parecia um tanto mais velho que eu e provavelmente não iria querer dividir um apartamento com uma quase criança como eu que tinha acabado de completar 19 anos.     

    

— Sério? Você mora sozinho? — Assenti. — Quantos anos você tem?     

    

— 19. E você?    

    

— 240.    

    

— Ahn? — Arregalei os olhos e ele fez o mesmo. — 240?    

    

— E-Eu estava brincando, quero dizer... — Parou de falar e ficou resmungando e mexendo com o indicador no ar como se estivesse fazendo alguma conta. Ele é esquisito, mas é lindo. — 24 anos.    

    

— Ah sim...     

    

— É...    

    

— É...    

    

— Então, você pode me levar no seu apartamento? — Indagou com um sorriso sem graça, coçando a nuca.     

    

— Ah claro, vamos lá.     

    

— Vamos.     

    

Deixamos as xícaras na mesa e nos levantamos em silêncio, seguindo para fora do estabelecimento. Ele me seguia quieto, fechando a expressão e fazendo caretas de nojo toda vez que alguém passava por nós.  

  

Eu estava quase perguntando o motivo  de suas caretas de nojo quando de súbito ele me jogou contra a parede de uma loja, prensando meu corpo entre o seu e a parede em uma velocidade assustadora. E nesse momento a primeira coisa que veio em minha mente foram as sabias palavras de minha mãe: Não fale com pessoas estranhas.     

    

Esse cara só poderia ser um psicopata louco que iria me seqüestrar e me vender para alguém me escravizar ou vender meus órgãos no mercado negro.     

    

Contudo, antes mesmo que eu falasse alguma coisa ou ele anunciasse o meu suposto seqüestro, um barulho alto e estridente me fez fechar os olhos e me encolher. Um segundo barulho acompanhou o tranco do corpo dele no meu. Típico barulho de acidentes de transito.     

    

Em seguida começou um falatório louco acompanhado de buzinas irritantes.     

    

— Você está bem? —  A voz dele me fez abrir os olhos e tive que me esticar um pouco para poder ver por cima de seus ombros o que estava acontecendo.     

    

Atrás dele tinha um carro completamente destruído, como se tivesse batido em algo antes de parar ali, prensando seu corpo no meu. Atrás desse carro tinha outro, igualmente acabado e que havia batido no poste, fazendo-o cair em cima de sua lataria.     

    

— Estou. — Respondi um tanto atônito. Meu pai, além de lindo é um herói também.     

    

— Que bom. Deixa eu só... — Virou o tronco para trás, praticamente se contorcendo e eu jurava que ele iria quebrar, mas ele apenas empurrou a lataria até que ela amassasse o suficiente para ele poder sair e estender a mãos para mim. — Vem.    

    

Fiquei tão chocado com suas atitudes – não só eu, mas todos ao redor,  já que agora todos olhavam para nós com os olhos arregalados – que ele teve que praticamente me pegar no colo para me tirar.      

    

— O-Obrigado por isso... — Falei sem graça assim que ele me colocou no chão.     

    

— Tudo bem. — Sorriu, batendo as mãos na calça como se tivesse tirando alguma sujeira. — Er... Vamos, não gosto de lugares barulhentos.     

    

— Ah sim. V-Vamos. — Assenti e voltei a andar depois de dar uma última olhada para trás, vendo o pessoal indo socorrer os motoristas. — Eu pensei que você fosse ajudá-los.     

    

— Eu não. Se não sabem dirigir, não deveriam o ter feito, pessoas inocentes poderiam ter sofrido as conseqüências. Por isso que humanos são uns inúteis, só servem para destruir a célula mãe. — Resmungou entre dentes a última parte, olhando desgostoso ao redor.     

    

— Célula mãe? — Perguntei confuso e ele arregalou os olhos, sorrindo logo depois.     

    

— Não ligue para as baboseiras que eu disser. Mas célula mãe é apenas um nome cientifico para o planeta de vocês... Quer dizer, o nosso planeta, A Terra. — Gesticulou, sorrindo sem graça. — Já estamos chegando?     

    

— Sim. Faltam poucas ruas.     

    

— Ah sim... — Assentiu, passando a ficar calado como quando saímos da cafeteria.    

    

Eu realmente estava confuso sobre os últimos acontecimentos. Não é todo dia que um homem como ele te leva pra tomar café, te salva e vai morar na sua casa. E o pior de tudo foi o porquê eu o convidei? Eu o conhecia menos de uma hora e já estava o levando para minha casa. O que tinha me dado na cabeça? Não posso me deixar levar por um rostinho bonito e um olhar hipnotizador, vai que esse homem é um maníaco que gosta de empalhar jovens bonitinhos como eu?    

    

— Você trabalha com o que? — Quebrei o silêncio, diminuindo a velocidade dos passos para que eu pudesse saber mais sobre ele antes de chegar em casa.     

    

— Eu? — Assenti. —Hm... Sou cientista. Trabalho com experimentos, alienígenas e essas coisas, sabe?    

    

— Imaginei. Você é alguém muito importante, certo? O Sr. Do nunca deixa ninguém entrar na sala do alienígena sozinho.     

    

— É... Fui preencher um relatório e espetar umas agulhas dolorosas nele. — Engoliu a seco, fazendo careta.     

    

— Por que você faz tantas caretas? Reparei que toda vez que passam pessoas do nosso lado você faz cara feia. — Apontei para seu rosto e gesticulei. Ele fez novamente uma careta estranha, mas logo depois arregalou os olhos, passando a tossir.    

    

— Er... E-Eu sou muito... Expressivo. — Deu um sorriso sem graça.     

    

— Sim, mas por que toda vez que você olha para uma pessoa você também faz careta? — Apontei para algumas pessoas na rua.     

    

— Porque humanos me irritam. — Disse entre dentes, repuxando o lábio superior em uma expressão de desgosto. Achei graça.    

    

— Você também é humano, seu bobo! Como pode se odiar? — Perguntei rindo. — Mas confesso que também odeio a maior parte dos humanos. Tsc, tão chatos e interesseiros. Não dá vontade de socar todos eles? Às vezes eu sinto vontade de me socar também, um dia eu peguei uma van e fingi que já tinha pagado só porque queria comprar uma coxinha.     

    

— Eu também não sou tão bom assim, eu menti para uma pessoa. Mas eu juro que foi apenas para uma pessoa. — Chutou uma pedra, bufando, mas logo se voltou para mim. — Você realmente tem vontade de socar alguns humanos?     

    

— Simm!! — Disse rindo e ele me acompanhou, parando de andar e lambendo a mão, levantando-a. — O que foi?     

    

— Vai você também!!    

    

— O que?! — Perguntei confuso, sem entender o que ele queria que eu fizesse.     

    

— Lamba sua mão também, vai! — Gesticulou com a outra mão, mantendo a sua mão babada erguida.     

    

Mesmo desconfiado, fiz o que ele pediu e imitei seus movimentos, erguendo a mão. Só espero que na minha mão não tenha nenhuma bactéria capaz de me matar.     

    

— Agora bate aqui! — Disse animado, fazendo nossas palmas se baterem e logo depois ele fechou a mão para dar um soquinho, eu o acompanhei.     

    

Contudo, o mais estanho não foi ele ter lambido a mão e me pedido para fazer o mesmo apenas para tocar as mãos e sim que logo depois disso ele enfiou o indicador na minha axila esquerda e mexeu o dedo, fazendo-me cosquinha.     

    

— Para! — Dei um salto e um tapa estalado em sua mão, fazendo-o me olhar  espantado.     

    

— Me desculpa, eu pensei que tínhamos a mesma idéia e que você queria ser meu amigo. Desculpa se entendi errado. — Seus olhos estavam arregalados e seu rosto completamente rubro assim como o pescoço.     

    

— E pra ser meu amigo precisa fazer isso? — Indaguei confuso. Por favor, não é todo dia que um quase conhecido enfia o dedo na sua axila. Isso é intimo demais.     

    

— Claro! Isso é o ritual de retificação da amizade. — Disse nervoso, suas feições se tornando tão sérias e duras como antes.     

    

— Aonde isso? Nunca ouvi falar desse ritual!     

    

Ele deu um tapa em sua própria testa, murmurando baixo algo que eu não pude compreender e fazendo suas típicas caretas.     

    

— N-Na minha cidade existe algo como isso. Eu não me liguei que os costumes poderiam ser diferentes. — Deu um sorrisinho e espremeu os olhos. O que ele tem de bonito ele tem de estranho.   

   

Voltamos a andar.     

    

— De onde você veio?     

    

— E-Er...  Do interior.     

    

—Hm... Não sabia que no interior tinha esse tipo de costume.     

    

— Tem sim. — Assentiu, sorrindo.    

    

— Eu moro logo a- O que 'ta acontecendo no meu prédio? O que a p-policia e a NASA 't-tá fazendo ali? — Petrifiquei no lugar, arregalando os olhos ao ver o meu prédio cercado e cheio de homens em volta. Além dos moradores estarem sendo evacuados.     

    

O que está acontecendo?    

    

E se já estava confuso, ficou mais ainda quando ele começou a me arrastar na direção contrária.     

    

— Não grite, Baekhyun. Por favor. — Pediu baixinho enquanto olhava eufórico para os lados ao passo que me puxava pela cintura para uma viela deserta.     

    

Ali tinha muitas caçambas de lixo e o cheiro fétido me deu uma enorme ânsia de vomito, além de vertigens.     

    

— Me solta! Me solta! Me solta! Me solta! — Gritei e tentei sair correndo ao me desvencilhar de seus braços, porém logo senti minha cintura ser rodeada firmemente por seus braços fortes, impedindo-me de fugir. — Por favor, não me machuque, eu não tenho dinheiro e eu sou feio. Por favor!    

    

— Baekhyun eu não vou te machucar, por favor para de gritar. Deixa eu explicar. — Sua voz era baixa e seu aperto firme me prendia no lugar, restando apenas a opção de me debater para tentar fugir.     

    

— Isso é o que todo seqüestrador diz a sua vitima. Por favor, me solta. Socorro! — Minha garganta já ardia por conta dos gritos e meus olhos já estavam lagrimejando quando sua mão tampou minha boca. Era meu fim.     

    

— Eu já disse que não vou te machucar. Que coisa! Se eu quisesse te ferir tinha deixado o carro te acertar, mas não. — Disse notavelmente nervoso. — Eu só preciso da sua ajuda, por favor, me deixe explicar.    

    

Lentamente e com os olhos arregalados ele foi afastando sua mão de minha boca enquanto fazia “shh” para que eu ficasse calado. E eu fiquei, mas qualquer movimento brusco eu voltaria a gritar e a tentar fugir e, parece que ele sabia disso, já que fazia tudo em câmera lenta. Bem lentamente.  

    

— Olha, você me promete que não vai se exaltar? — Ele juntou as mãos como se estivesse rezando.    

    

— Sim! — Não! Esse cara vai me matar. Tentei inutilmente escapar mais uma vez.    

    

— Baek, por favor. Você não precisa ficar assustado, eu não vou te machucar, eu gostei de você.    

    

— Eu já disse que tudo b-bem. — Tentei soar firme. Talvez ele se distraísse enquanto contasse o que queria e eu poderia fugir e gritar para os policiais que estava sofrendo uma tentativa de seqüestro.     

    

— Pare de mentir para mim, eu já disse que não vou te seqüestrar, que coisa! — Segurou em meus ombros e eu estremeci e não era de medo. Seu toque era quente e deixou meu ombro formigando, certamente isso é coisa de gente muito bonita.     

    

— O-Ok, eu entendi. — Minha mãe sempre disse para eu não confiar em pessoas bonitas demais, porque elas sempre usam sua beleza para fazer coisas ruins.     

    

— Baekhyun, eu não vou te fazer nada de ruim. Eu não sou igual a todo mundo, só me deixe explicar!!    

    

— Aish! Pare de l-ler minha mente, tudo que... Que eu penso v-você fica dizendo!     

    

— Me desculpe, mas é porque você fica deixando seus pensamentos livres, então eu acabo não resistindo e ouvindo. — Se curvou, ficando com o rosto e orelhas rubros.     

    

— Ahn? Você está lendo meus pensamentos?     

    

— Estava, eu não estou mais. Juro.    

    

— O QUE?! V-VOCÊ ESTAVA LENDO  ME-MEUS PENSAMENTOS?!! — Arregalei os olhos e gritei ao me dar conta do que essas palavras significavam.     

    

Suas mãos vieram em direção a meus lábios para me calar, mas antes que o fizesse eu mesmo fiz ao ver que realmente falei mais alto que o permitido.     

    

— Não grite, por favor.     

   

E uma luz acendeu em minha cabeça.  

    

— V-Você é um C-Cullen? Oh my god! — Coloquei as mãos na boca para depois me dar um tapa na testa. Como eu pude perceber isso só agora? Primeiro aquele episódio do carro, igualzinho Edward Cullen, além de aparecer bem do nada. Depois tem um segredo misterioso para me contar e agora ler minha mente! Sem contar com sua beleza sobrenatural e seus toques quentes que me deixavam formigando. 

    

— O que é Cullen?     

    

— Você é o m-meu vampiro? V-V-Você pode... B-beber meu s-sangue, eu d-deixo.     

    

— Não! Eu não quero beber seu sangue, não!! — Disse exasperado, negando com as mãos e a cabeça em um negar exagerado.     

    

— V-Você me trouxe nessa viela pra... Pra beber meu s-sangue, não é? E-Então não precisa mentir pra m-mim, eu d-deixo. Mas... Vai doer muito? — Sentia meu coração bater rápido de tanta ansiedade. Desde novinho eu sempre lia romances entre um vampiro e um humano e desde sempre é quase o sonho romântico da minha vida.     

    

— Eu não quero beber seu sangue! — Ele segurou meu rosto com ambas as mãos.    

    

— Você é tipo um vampiro vegetariano? Que não bebe sangue de... Humanos?     

    

— Eu não sou um vampiro! Da onde você tirou essa idéia? — Fez uma careta, apertando suas mãos em meu rosto e olhando para trás para se certificar de que não tinha ninguém. Talvez ele fosse me morder agora.     

    

— Você não precisa mentir pra mim. Eu não tenho medo. — Segurei seu pulso, tentando passar alguma confiança. Não poderia deixar esse vampiro lindo e maravilhoso escapar. Será que o sexo com ele vai ser bom igual no filme? Ele irá quebrar minha casa. Socorro!    

    

— Sério? Você não tem medo? — Soltou meu rosto, olhando-me com os olhos levemente arregalados.    

    

— Sim. Não tenho mais. — Ele me abraçou forte pela cintura, tirando meus pés do chão.     

    

— Ai que bom, Baek! Eu pensei que você fosse me deixar sozinho quando eu te contasse que sou um alienígena. — Disse entusiasmado e eu dei um grito, fazendo-o me soltar e me olhar espantado. — Não precisa se preocupar, eu juro que vou proteger você e te levarei pra minha casa quando exterminar os humanos.     

    

— V-Você é um a-alienígena?! — Dei um passo para trás, abismado. É por isso que o pessoal da NASA e da polícia estão na porta da minha casa. Eu vou ser preso! —V-Você é o alien que eu e-era guarda, não é?    

    

— Sim. Mas você não precisa se preocupar, eu vou proteger você já que eu não conseguiria forças o suficiente para sair se não fosse você. Por isso eu sou grato e faço o que quiser para retribuir e não deixarei nada acontecer com você. — Se curvou em exatos noventa graus, ficando nessa posição até terminar de falar.     

    

Aproveitando que ele tinha baixado a guarda, dei um empurrão em seu corpo, fazendo-o cair para o lado e sai correndo. Ele estava dizendo isso só para me tornar seu cúmplice e eu não quero ser preso, por isso irei entregá-lo. Eu não fiz nada para ajudá-lo, não devo ser preso. Eu fui enganado!    

    

Contudo, tolo fui por acreditar que conseguiria fugir de um alienígena ou de um cara doido que achava ser um  - o que era menos provável –,  porque antes de sair da viela senti seus braços me rodeando e no segundo seguinte a paisagem havia mudado. Estávamos no terraço de um dos prédios do lado da viela.     

    

— V-Você nos t-teleportou? — Perguntei abismado, sentindo o vento frio colidir com meu rosto.    

    

— Eu nos teletransportei. — Disse devagar. — Baekhyun, preste atenção no que eu vou falar. Primeiro, você realmente me ajudou. Segundo, não deixarei você ser preso. Terceiro, você não irá me dedurar. Quarto, eu preciso da sua ajuda.    

    

— O-Olha, eu t-tenho uma vida. Se eu f-ficar ajudando você e não ir e-embora, minha vida v-vai ser destruída. Me desculpa mas... Eu n-não posso te... Ajudar. — Disse trêmulo, temendo sua reação.     

    

— Baekhyun, você precisa me ajudar. —Suspirou e bagunçou os cabelos de forma afobada e irritada, passando a socar e desferir pontapés no ar. Só parando quando sua respiração se tornara ofegante.     

    

Com tantas pessoas no mundo ele vem logo me pedir ajuda?     

    

— Só você pode me ajudar, eu não suporto as outras pessoas e tenho vontade de enforcá-las por seus pensamentos sujos. — Juntos as mãos no ar como se realmente estivesse enforcando alguém. — Sua essência é diferente, você já me ajudou uma vez, pode me ajudar de novo.     

    

— M-Mas eu não f-fiz nada. — Minhas mãos tremiam assim como meu joelho ameaçava de ceder e me fazer cair feito fruta no chão.     

    

— Claro que fez. A intensidade da minha energia física e sobrenatural neurológica é proporcional ao meu estado de espírito. Se eu estou com boas emoções e sentimentos, sua intensidade é forte, mas se os sentimentos forem ruins, sua intensidade é extremamente fraca e, conseqüentemente, eu também fico fraco. — Gesticulou, explicando-me.     

    

— Mas o que isso tem a ver comigo?     

    

— Eu não conseguia me soltar e fugir dali porque além de estar irritado, estava com medo e sentindo dores, então não tinha energia o suficiente para isso. Quando você começou a vigiar a porta e eu pude ler seus pensamentos as coisas foram mudando. Porque você sempre ficava no mundo da lua, imaginando várias coisas ou se lembrando de seus momentos de vergonha e fracasso. Era engraçado e eu gostava de ficar ouvindo você pensar e isso desviava minha atenção das coisas ruins em minha volta. Por isso, até mesmo quando você não estava lá eu ficava pensando em você e em todas as vezes que você caia da escada na universidade ou quando tropeçava na vasilha de água do seu gato e molhava seu apartamento todo. E com isso eu consegui aumentar a intensidade da minha energia sobrenatural e física para sair. Abduzi o corpo do garoto que estava quase morto e que tentavam passar minha energia vital para ele. E agora estou aqui e por isso preciso de você. Os outros me fazem mal e me deixam fraco.     

    

Eu fiquei tão, mas tão envergonhado e nervoso que acabei perdendo as forças das pernas e quase fui ao chão, só não fui porque ele me segurou antes mesmo que isso acontecesse.     

    

Não acredito que ele realmente ficava ouvindo tudo que pensava. Eu penso tanta besteira, mas eu penso besteira justamente porque não é pra ninguém ficar sabendo. Ele vai pensar que sou um lunático, abestalhado e inútil. Por que esse homem tão lindo tinha que ser um alienígena?     

    

Entretanto, estava na cara que ele era um alienígena e eu que sou o burro por não ter percebido. Nenhum ser humano teria um toque e uma pele tão quente e gostosa, muito menos esse rosto todo lindo e maravilhoso. Além que de obviamente não me chamaria para sair e nem pediria minha ajuda se fosse alguém normal.     

    

Eu estava de olhos fechados e com muita vergonha de abri-los. Um de seus braços estavam em torno de minha cintura, impedindo que eu caísse e, conseqüentemente, deixando nossas cinturas coladas. E as coisas estavam quentes.     

    

Ele se afastou imediatamente, tossindo.     

    

— Eu não te acho um lunático, abestalhado e inútil. Eu te acho engraçado e divertido, então não precisa ficar com vergonha de mim. — Disse desconcertado, coçando a nuca.     

    

— P-para de ficar lendo m-minha mente. — Pedi choroso, eu realmente iria chorar se ele não parasse. Meus pensamentos estavam queimando minha fita.    

    

— Por favor, não chora! É inevitável ouvir o que você pensa, mas eu só ouço porque você me permite. Se você não quiser é só não deixar. — Suas mãos foram para meus ombros e ele abaixou o tronco para ficar da minha altura.     

    

— Não p-permiti nada! — Funguei, tentando segurar o bolo que se formava em minha garganta. Eu estava morrendo de vergonha. Será que ele ouviu sobre o dia em que eu estava com dor de barriga na universidade e não tinha papel higiênico no vaso ai eu tive que limpar a bunda com a cueca e jogá-la fora? Nesse dia eu fiquei assado por conta dos jeans.     

    

— Eu lembro disso! — Ele começou a rir, agachando-se no chão com as mãos na barriga. — Essa foi a história mais engraçada que já ouvi.    

    

— Para! — Bati em seu ombro, constrangido e irritado na mesma proporção.     

    

— Tudo bem, mas é inevitável não ler se seus pensamentos estão tão soltos por ai. — Endireitou a postura, ficando sério e passando as mãos nos cabelos coloridos.     

    

— Meus pensamentos não estão s-soltos nada, ta? Eles estão bem aqui! — Apontei para minha própria cabeça. — Você que fica se intrometendo.     

    

— Estão nada! Estão todos livres para serem ouvidos. — Afirmou sério.     

    

— E como eu faço para não... D-deixá-los livres?     

    

— Você tem que querer ter os pensamentos só para você. Tem que querer dentro de você que ninguém saiba o que está pensando. — Tocou minha testa com o indicador.     

    

Okey, isso parece ser fácil. É só pensar que não quero ninguém lendo meus pensamentos. Não quero ninguém lendo meus pensamentos. Não quero ninguém lendo meus pensamentos. Não quero ninguém lendo meus pensament-    

    

— Baek! — Ele voltou a rir, colocado a mão sobre os lábios e fechando os olhos. — Eu disse pra você... Querer e não pensar! — Disse entre risadas.     

    

— Não funcionou? — Franzi o cenho, eu já estava até sentindo algo diferente enquanto repetia a mesma coisa.     

    

— Claro que não! Eu disse pra você querer e não pensar. Você é muito bobinho. — Riu.     

    

— Bobinho? Bobinho é você! — Apontei o dedo para seu rosto. — Sabia que é falta de educação ficar insultando os outros que você mal conhece? Saiba que agora você irá se virar sozinho que eu não irei te ajudar em nada.     

    

Dei as costas, indo procurar as escadas para descer do terraço. Quem ele pensa que é pra me chamar de bobinho? Ele é um alien e nem por isso eu fico chamando ele de estranho. Esse E.T... Ele sabe que é bonito, ai por isso acha que pode ficar insultando as pessoas mais feias que ele.     

    

— Baek! Baek! Baek! Baek! — Ele começou a gritar e eu sabia que ele estava correndo atrás de mim, já que sua voz ficava cada vez mais perto. Por isso comecei a correr também.     

    

— Não quero mais falar com você, seu E.T — Gritei enquanto corria em direção as escadas. — Não vou te ajudar nem que fosse hipnotizado.     

    

— Não isso! Baek! Baek! — Passou a gritar meu nome desesperadamente assim que alcancei a porta. — Eu não consigo ler mais sua mente!     

    

Parei com a destra na maçaneta.     

    

— Não? — Perguntei de costas e logo senti sua mão –bem quente, por sinal- em meu ombro.     

    

— Não! Viu, eu disse que era fácil. Que era só querer. — Disse animado, me dando um abraço desajeitado e eu logo o empurrei pra longe.     

    

— Quero que saiba que a única coisa que estou querendo nesse momento é socar sua cara! — Mostrei meu punho.     

    

— Tudo bem, seja o que for, não estou conseguindo mais ler seus pensament— Parou de falar de repente e eu me assustei, olhando para os lados a procura de algo suspeito. — Acho que estou triste por isso.     

    

— Ahn?    

    

— Estou triste porque não vou conseguir mais ler seus pensamentos. — Seu olhos estavam sobre mim, mas não me focavam realmente.     

    

— Você está bem? — Perguntei ao notar sua respiração um tanto alterada.     

    

— Acho que estou cansado, me sinto mole. — Suspirou. — Eu estou perdendo o foco.    

    

— Você não quer se sentar? — Segurei seu braço, puxando-o em direção a um bloco de concreto, sentando e indicando que ele fizesse o mesmo.     

    

— Não. Só fique calado por um momento. — Pediu, fechando os olhos e ficando parado por um tempo.     

    

Aquilo era estranho. Ele é estranho. Não sabia se ele estava invocando forças ou se estava apenas dormindo. Mas eu realmente não sabia que alienígenas poderia dormir em pé feito cavalos.     

    

Até pensei em fugir, mas só de lembrar da enrascada que eu estava e que meu prédio estava cercado por agentes da NASA e pela policia, decidi ficar quietinho como ele pediu. E se já estava estranho antes, ficou ainda mais estranho quando do nada ele começou a gargalhar alto, colocando as mãos sobre a barriga e se agachando.     

    

Estaria ele recebendo algum espírito que ri?     

    

— Ai Baekhyun! Você é o ser humano mais engraçado desse planeta e o único que tive realmente prazer em conhecer. — Disse rindo, ainda de olhos fechados. — Eu consigo sentir sua vergonha só de imaginar sua calça rasgando na frente de todos que assistiam à palestra. E ainda tem a cueca de jujubas, era sua primeira palestra, não é?     

    

— O q-que?! C-Como você sabe...? — Arregalei os olhos, sentindo o rosto pegar fogo ao ter flashs de imagens do dia em que docentes e alunos da universidade viram minha cueca.     

    

Eu sabia que a calça estava deveras apertada, mas não imaginava que ela iria rasgar quando me inclinasse para frente. Foi realmente vergonhoso quando, no tablado, eu virei de costas para os ouvintes e me inclinei para pegar minha pasta no chão. Depois do som do rasgo um silêncio mortal se fez por todo o imenso auditório.  

  

Eu sabia que minha calça tinha rasgado, eu sentia um ventinho gelado passar pelo tecido fino da boxer e chegar até minha pele, mas eu não tinha forças para me virar. E só realmente endireitei a posição e me virei quando todos explodiram em risadas assim como ele estava nesse momento.     

    

—V-Você! — Dei um tapa em sua perna. — Para de r-rir, não tem graça.     

    

— Eu já me sinto bem melhor. Desculpas e obrigado, Baekhyun. — Fez um V com as mãos e agora foi minha vez de rir. Desde quando alienígenas fazem V com as mãos?     

    

— O certo não seria assim? — Fiz o conhecido sinal de “eu vim em paz”, deixando um vão entre o dedo médio e o anelar.     

    

— Por que eu faria esse sinal horroroso? — Perguntou indignado, fazendo uma careta de desgosto enquanto olhava para minha mão. — Sua mão é bonita, pare de fazer isso porque está estragando toda a beleza dela. — Deu um tapa em minha mão.     

    

— E-Er... Obrigado! — Disse sem graça, mas logo me recompondo a lembrar do assunto principal. — Mas esse é o sinal dos alienígenas. O sinal de cumprimento.     

    

— Esse é o sinal de cumprimento. — Fez novamente um V com o indicador e o médio.    

    

— Você é um alienígena muito estranho. — Franzi o cenho e ele riu.     

    

— Então... Você vai me ajudar? — Colocou as mãos na cintura.     

    

— Você poderia sentar, por favor? Meu pescoço já está doendo de tanto tempo que estou com a cabeça inclinada para cima pra poder olhar pra você. — O puxei pela mão, fazendo-o cair sentado ao meu lado, quase em cima de mim. Meu coração disparou feito louco com seu rosto tão próximo ao meu que eu chegava a sentir sua respiração. Eu nunca fico perto de pessoas tão bonitas assim – mesmo que ele não seja realmente uma pessoa – ai quando fico quase morro.    

    

—  Nossa! Que cheiro é esse? — Ele ditou afobado, encostando seu nariz na minha bochecha, descendo pela linha do pescoço até a metade dos braços, inspirando. — Nossa! Esse cheiro é muito bom. Nunca tinha sentido antes.     

    

— Que cheiro?    

    

— O que você está sentindo? — Questionou, olhando-me curioso.     

    

— Nada. Não sinto cheiro de nada. — Ele riu.     

    

— Não! Eu quero saber que sentimento você está sentindo. — Explicou, voltando a passar o nariz por meu braço, deixando-me arrepiado.     

    

— P-Por que?! — Puxei meu braço e me levantei, saindo de perto dele.     

    

— Porque os seres humanos expelem um odor diferente para cada emoção que estão sentindo. E eu nunca tinha inspirado esse que é muito gostoso, por isso estou perguntando. Agora volta aqui! — E em um piscar de olhos eu estava sentado de lado em seu colo, seus braços me rodeavam por cima dos meus; a ponta de seu nariz passeando por meu pescoço.     

    

Eu gritei tão alto que minha garganta chegou a arranhar, mas pelo menos ele havia me soltado. Minha respiração estava tão rápida que eu pensei que fosse morrer sem ar ou de ataque cardíaco, já que meu coração batia mais forte e rápido do que nunca.     

    

— Não grite!    

    

— Po-Por que você está fazendo... I-isso? — Dei alguns passos para trás quando ele se levantou.     

    

— Ah não, Baekhyun! O que eu tenho que fazer para o outro cheiro voltar? — Seus olhos atentos sobre mim e foi só eu piscar os olhos para que ele estivesse bem na minha frente, fazendo-me gritar novamente. — Esse cheiro eu já conheço e não gosto dele. Para de ficar nervoso porque esse cheiro irrita meu nariz.     

    

— V-Você está a-afim de... De mim?     

    

—Como assim afim de você?— Perguntou confuso, o nariz franzido supostamente pelo cheiro do meu nervosismo?     

    

—Afim de mim, ué!— Disse ainda mais nervoso.      

    

—Como  assim afim de você?!— Perguntou novamente, fazendo careta. —Ai esse cheiro irrita meu nariz. — Espirrou alto.      

    

—Que cheiro?     

    

—Esse cheiro horroroso de nervoso. Para de ficar nervoso!— Se afastou de mim com as mãos no nariz. —Por que você está nervoso?    

    

—Porque parece que vo-você está dando em c-cima de mim?— Soei mais como uma interrogação do que uma afirmação.      

    

—Acho que já ouvi sobre dar em cima de alguém... — Murmurou pensativo. —Ah! Você está dizendo que eu quero namorar você?!      

    

—Não!— Respondi exasperado.      

    

—Não?— Indagou confuso.      

    

—Sim!— Eu estava tão nervoso que minhas mãos tremiam.      

    

—Mas eu não quero namorar você!— Disse exasperado, afastando-se ainda mais de mim.      

    

—Não?      

    

—Não. — Espirrou logo em seguida, franzindo o cenho ao inspirar profundamente. —Por que está triste? Você por acaso tem algum transtorno? Você muda de humor toda hora!— Se aproximou rapidamente depois de olhar para baixo pela beirada.      

    

—Não estou nada t-triste.      

    

—Tá' sim. Esse cheiro está meio... Sombrio?— Disse incerto, inclinando-se para inspirar mais perto de mim como se estivesse farejando. —O que aconteceu?      

    

—Dá para você parar de ficar usando esses seus superpoderes de alienígena perto de... De m-mim?— Cruzei os braços.      

    

—Não são superpoderes. Eu apenas tenho algumas sensibilidades e percepções que os humanos não têm. — Explicou, endireitando a coluna.      

    

—Eu chamo do jeito que eu quiser. Então é superpoderes sim.       

    

—Chame do que quiser. Mas você vai me ajudar certo?— Colocou as mãos em meus ombros.      

    

—O que eu preciso fazer? 

    

  

[...]     

    

    

—Vocês vão destruir a humanidade?!!— Dei um gritinho ao entender realmente o significado das palavras.      

    

—Sim. — Disse simplista, voltando a sugar a gelatina do copo por não querer usar a colher. —Mas eu já disse que vou te proteger por você ter me ajudado, se é isso que te deixou pálido.  

    

—M-Mas por quê?— Indaguei meio atônito.      

    

—Eu já te expliquei isso. Esqueceu?— Virou o rosto pra mim, mostrando seus lábios sujos pela gelatina de morango.      

    

—Er... E-eu nem estava prestando atenção direito. — Dei um sorrisinho e ele assentiu.      

    

—Vocês, humanos, só dão atenção a coisas fúteis, são egoístas e destroem a célula mãe. E é nosso dever protegê-la. —Respondeu sério, os músculos do rosto endurecidos.      

    

—A célula mãe seria a Terra?— Perguntei ainda incerto.     

    

—Isso. 

    

—E nós estamos destruindo-a?  

    

—Isso... Agora aonde eu arrumo mais disso aqui?— Apontou para o resto da gelatina em seu copo.      

    

—Na geladeira. Mas acho indelicado pegar mais, já que não estamos na minha casa. —  Respondi mecanicamente. Estávamos na casa de Oh Sehun, meu amigo da universidade, já que estava fora de questão ir para minha casa com ele, afinal todos reconheceriam o corpo do garoto que ele tinha abduzido.     

    

Eu tinha concordado em ajudar Chanyeol, nome que eu o coloquei por não conseguir pronunciar seu nome de alienígena, mas jamais pensei que iria ajudá-lo a destruir a humanidade. Para mim ele tinha vindo em paz e apenas queria retornar para seu planeta.    

    

Definitivamente não teria entrado em maus lençóis para ajudar a acabar com a humanidade. Com toda a certeza eu estava sendo vigiado pelo NASA, já que eles não pareceram acreditar que eu tinha saído do trabalho para ajudar um amigo doente. Tudo parecia suspeito e as provas supostamente apontavam para mim. As câmeras parando de funcionar, um amigo meu passando mal, um alienígena fugindo exatamente no momento em que dei uma escapadinha do trabalho.     

    

E para piorar, o inteligentíssimo abduziu logo o corpo que os cientistas faziam os experimentos. Ou seja, todos já conheciam os traços maravilhosos daquele rosto que provavelmente aparecerá no jornal com a seguinte frase: —Alienígena perigoso abduziu corpo de um jovem com morte cerebral e planeja causar a destruição. Disque denuncia anônima se você vê esse rapaz: 0800175. — Não que isso fosse mentira, mas me colocaria em problemas por está andando com ele.    

    

Se eu disser que às vezes não sinto vontade nenhuma de exterminar a humanidade, eu estaria mentindo. Mas isso é efêmero e logo passa, além de eu não ter  nenhum recurso para fazer isto. Contudo, creio que recurso não é um problema para Chanyeol, já que o cara consegue até mesmo se teletransportar.     

    

Chanyeol fez um monólogo de todas as coisas ruins que nós, humanos, fazemos e que devastam completamente a natureza e, conseqüentemente, nosso planeta, diminuindo sua estimativa de vida. Entre elas temos: Jogar lixos na rua, por menor que seja como papel de bala, deixar aparelhos ligados sem estar realmente usando-os, usar sacolas plásticas no lugar de ecobags¹, jogar óleo na pia, namorar e cantar debaixo do chuveiro, comprar mais do que o necessário e muitas outras que já esqueci e não posso listar, que parecem fúteis, porém contribuem para a destruição do nosso planeta.     

    

—Chanyeol, eu sei que 1,3 bilhão de comida vai para no lixo anualmente no mundo todo. Sei também que transar e cantarolar no chuveiro desperdiça muita água, que o óleo é responsável por 40% do entupimento da rede de esgoto, contamina o solo e lençóis freáticos e que nós poderíamos fazer sabão! Mas isso não é motivo para exterminar os humanos!— Reiterei afobado, fazendo-me olhar com uma das sobrancelhas arqueadas enquanto ainda tentava comer o resto da gelatina no fundo do copo. —Nós já percebemos o nosso erro e estamos tentando mudar, nós também fazemos coisas boas; fazemos separação do lixo, estão replantando e cuidando as árvores e plantas, fazendo reservas, os mercados estão distribuindo ecobags, recolhendo pilhas e óleos. ONGs estão sendo criadas e muitas palestras de conscientização foram feitas, nós estávamos tentando criar uma vida sustentável e responsável, porém não temos superpoderes como você para fazer isso em um passe de mágica. 

    

—Por que está com raiva? Continue assim, também gosto desse cheiro. — Fez sinal de joinha com a mão. —Mas voltando ao assunto. Antes de ser apanhado, quando fazia o recolhimento de provas de que vocês precisarão ser destruídos para o bem-estar da célula mãe, eu não vi nada de sustentável e muito  menos o cuidado com a natureza, só vi humanos e mais humanos comprando roupas e mais roupas que nunca irão usar naquelas casas com escadas rolantes. Vi pais mandando os filhos jogar os papéis de bala no chão, vi árvores e plantas sendo queimadas e prédios cinzentos sendo construídos, acabando com toda a biodiversidade.    

    

—Vo-Você que não soube procurar direito. Eu sou daqui e sei do que estou falando! Pode ser poucas as pessoas preocupadas com o meio ambiente, mas já é um começo poxa!— Cruzei os braços, tentando passar credibilidade.     

    

—Então já que eu não soube procurar direito, me mostre.    

    

E é exatamente por isso que estamos agora no deserto de Engebei, na China,  depois de passar na Índia, tudo com o maravilhoso poder de teletransporte de Chanyeol. Bastava eu contar alguma coisa vergonhosa da minha vida para que ele se acabasse de gargalhar e aumentar sua energia física o suficiente para nos levar de um país a outro. Passamos uma semana na casa de Sehun e eu tive que dizer que Chanyeol era um namorado secreto meu e que minha casa estava com abelhas.  

  

Foi difícil controlar o jeito estranho de alienígena de Chanyeol, mas Sehun aparentou acreditar. Ou ele apenas estava preocupado demais com seu amigo colorido Luhan para prestar atenção em nós dois.     

    

    

— Qual é o nome desse programa mesmo?  — Chanyeol indagou, estreitando os olhos para as imensas árvores plantadas na tentativa de deter a expansão do deserto.     

    

— Verde comunista. É um programa pra reflorestar e “reverdejar” as áreas que foram destruídas pela remoção da mata nativa.  O mesmo que nós vimos na Índia. — Expliquei, lendo no celular sobre o programa de reflorestamento. — Aqui está dizendo que o Bando Mundial disse que a China é um dos poucos países da Terra que está ampliando sua cobertura florestal. Legal, né’?    

    

— Hm... — Murmurou.     

    

Chanyeol estava parado abrindo os olhos e ficando por um período de tempo sem piscar, antes de fechar os olhos por alguns segundos. Virando para algum outro lado e repetindo o processo.     

    

— O que você está fazendo? — Perguntei rindo, achando seus gestos engraçados.     

    

— Coletando as provas de que a humanidade não deve ser destruída por hora. — Explicou, continuando a repetir os mesmos movimentos. — Memória fotográfica. — Acrescentou, vendo que não tinha realmente entendido sua explicação anterior.     

    

— Então a humanidade não vai ser mais destruída? — Questionei animado, estava louco para voltar para casa.     

    

— Não. Isso é apenas uma prova a favor contra inúmeras provas que mostram que vocês deveriam ser destruídos. — Sorriu cínico sem mostrar os dentes, inclinando a cabeça para o lado antes de voltar a observar em volta. — Olha, tem um senhor ali! Vamos falar com ele!     

    

Chanyeol simplesmente sumiu do meu lado e reapareceu atrás do senhor agachado entre as árvores da beirada. Eu ainda não tinha me acostumado com o comportamento atípico do alienígena e por isso fiquei para olhando para o lugar que antes ele estava. Sai correndo em direção aos dois e não parecia que a distância era tão grande, mas era e cheguei colocando os pulmões para fora.     

    

— Senhor Mase Hiroki esse é Baekhyun, meu amigo. E Baekhyun, este é o senhor Mase Hiroki. Ele é japonês e se voluntariou para plantar árvores aqui no deserto. — Chanyeol falou animado e com empolgação, pela primeira vez em uma semana, apresentando-nos.    

    

— Muito prazer, Senhor Hiroki. — Curvei-me e o senhor apenas sorriu e assentiu com a cabeça.     

    

— Igualmente, meu jovem. O que vocês dois fazem por aqui? — Perguntou amigável, voltando a se abaixar para mexer na terra.     

    

— Nós viemos plantar também! — Chanyeol respondeu rápido, não dando-me a chance de inventar alguma desculpa. Eu já estava ficando nervoso, Chanyeol perto das pessoas era perigoso, suas atitudes são todas suspeitas.     

    

— Viemos? — Tentei fazer algum sinal para ele, mexendo as sobrancelhas. Porém ele apenas me ignorou e voltou a conversar com o senhor.     

    

— O senhor tem algumas sementes para nos dar? Eu posso te ajudar, não está cansado? Aqui está bem sol! — Chanyeol se agachou ao lado do senhor.     

    

— Chanyeol, não podemos, nós precisamos ir. —  Coloquei a mão em seu ombro, apertando mais que o necessário na tentativa de lhe mandar novamente um sinal. Mas ele apenas pôs sua mão sobre a minha, apertando meus dedos e me olhando sério por cima dos ombros.     

    

Não sei bem o que aconteceu, mas acho que levei um choque. A pele de Chanyeol é sempre um tanto mais quente que a minha, emanando sempre uma quentura que me deixava derretido. E por isso eu sempre evitava seus toques, porque eles me deixam arrepiados e arrepios me levam a pensamentos indecentes e ele é um alienígena. Sem contar que ele disse que eu era um humano estranho e feio, mas que era legal e o único humano que ele gostava. Contudo, seu olhar foi tão sério e intenso que foi impossível não sentir meu corpo vibrar e voltar a pensar o quanto ele é bonito.    

    

O senhor japonês dividiu entre nós três as sementes que tinham e nos ensinou brevemente como colocar a mesma na terra. Os buracos já tinham sido feitos e basicamente só tínhamos que colocar a semente e jogar o montinho de areia por cima. Parecia fácil, ou era realmente fácil e o problema era eu. Chanyeol e o senhor Hiroki acabaram primeiro e eu acabei ficando para trás por ficar encarando as costas largas de Chanyeol e os cabelos vermelhos de sua nuca grudados na mesma por conta do suor.     

    

Acho que eu demorei porque fiquei imaginando como seria beijá-lo, como seria um beijo de alienígena,  de quem era o corpo que agora o pertencia e se eu não poderia ter o encontrado e tido alguma chance com o verdadeiro dono daquele corpo. Nessa hora, Chanyeol olhou para mim, me flagrando em espiá-lo e sorriu para mim antes de voltar seu olhar para a terra novamente. E só depois disso que eu realmente passei a colocar as sementes em seus devidos lugares.     

    

Mas eu já estava tempo demais debaixo do sol quente e já me sentia tonto, plantar não é pra mim. Tinha suor escorrendo por debaixo de minha camisa em minhas costas e minha pele ardia, acho que vou morrer porque-    

    

— Está tudo bem? Quer que eu te ajude? — Chanyeol agachou de súbito ao meu lado, assustando-me e fazendo com que eu caísse de bunda na terra. Ele riu.     

    

— P-Pare de rir de mim, seu filh— Comecei a xingá-lo irritado, mas antes que eu terminasse de insultá-lo, ele segurou minha boca com os dedos e sujou meu rosto todo de terra.     

    

— Que boquinha linda. — Disse entre dentes e apertou ainda mais meus lábios, como se estivesse com raiva, mas eu sabia que ele estava brincando. — Deixa que eu termino pra você. — Pegou as sementes de minha mão e começou a colocá-los nos vãos que foram feitos na terra.     

    

Entretanto, se ele achava que iria me empurrar e sujar meu rosto de terra e tudo ficaria bem, ele estava muito enganado. Não perdi tempo e aproveitando sua posição agachada e sua concentração no que fazia para empurrá-lo pelos joelhos, fazendo-o cair de bunda no chão e me olhar assustado.     

    

— Toma essa boboca. — Disse com um sorriso vitorioso. — Aqui na Terra tem um ditado que diz ‘Quem rir por último rir melhor’    

    

— Concordo. — Sorriu de lado sem mostrar os lábios, fazendo-me gritar ao ser puxado e jogado de costas no chão.     

    

— Vou fazer uma hidratação no seu cabelo, Baekhyunnie. — Disse rindo ao se sentar em minha barriga. Mas só entendi o significado de suas palavras quando ele começou a jogar terra no meu cabelo, massageando meu coro cabeludo como se realmente estivesse fazendo algum procedimento de beleza.     

    

— Para! Para com isso, Chanyeol! Eu não estou brincando com você! — Gritei, tentando segurar suas mãos para impedir que continuasse. — Ai meu olho!    

    

No segundo seguinte eu já estava de pé e Chanyeol segurava meu rosto com ambas as mãos.     

    

— Abre os olhos para mim assoprar, Baekhyun. Fique calmo, eu tenho o controle de tudo. — Disse afobado, puxando minha pálpebra pra cima com o dedo e assoprando. — Abra o olho Baek!    

    

Na verdade, não tinha caído areia alguma em meus olhos. Eu apenas tinha feito isso para que ele saísse de cima de mim e me soltasse, só não esperava que o destino tinha reservado muito mais que isso para mim.  

  

O rosto de Chanyeol estava perigosamente próximo do meu e seus lábios bonitos e úmidos formando um biquinho para assoprar meu olho esquerdo.  Era uma cena linda! E que me deixou petrificado.     

    

— C-Chanyeol... — O chamei com a voz trêmula segurando seus pulsos com as mãos. Ele parou de assoprar, mas não sei se isso foi ou não melhor pra minha sanidade e controle mental.  Agora seus olhos analisavam veemente meu rosto, suas mãos ainda se mantinham em minhas bochechas e o vento soltado por seus lábios batia em meu rosto.     

    

Nós estávamos em uma posição perfeita para um primeiro beijo e eu estava louco de vontade de beijá-lo.     

    

— Você... Quer me beijar? — Chanyeol indagou baixinho e sua pergunta me fez quebrar o contato visual e olhar para seu pescoço.     

    

— E-Eu? — Não tive coragem suficiente para dizer um sim. — Vo-Você tá’ lendo minha... Minha...    

    

— É... Q-Quer que... Eu te beije? — Continuou hesitantemente e eu apenas assenti.     

    

Quando seu rosto se aproximou ainda mais do meu eu fechei os olhos e respirei fundo. Seus lábios tocaram meu queixo e eu jurava que ele fazia a linha sedutor e provocador, que iria beijar meu queixo e o canto dos meus lábios antes de realmente me beijar.  

  

Contudo, não foi exatamente isso que aconteceu; depois do selar demorado na ponta do queixo, Chanyeol colocou a língua para fora e lambeu exatamente do queixo até a testa, deixando um selar quando chegou no segundo.     

    

— Pronto. — Suas mãos desceram de minhas bochechas para meu pescoço, arrepiando-me antes de afastá-las de mim.     

    

— O que você... Fez? — Perguntei atônito, passando a mão no rosto para retirar o seu rastro de saliva.    

    

— Não! — Chanyeol segurou meu pulso, tentando impedir que eu retirasse toda sua saliva.     

    

— Eu vou ficar com cheiro de baba.     

    

— Mas você não queria meu beijo? — Perguntou confuso. — Tem que deixar secar.    

    

— Isso nem foi um beijo! Que nojo! — Soltei meu pulso de sua mão e terminei de limpar o rosto.     

    

— Foi sim!    

    

— Não foi não! — Retruquei, passando a barra da camisa no rosto.     

    

— Não foi mesmo não... — Nós dois levamos um baita susto quando o senhor Hiroki se pronunciou rindo. Ele estava agachado, recolhendo algumas ferramentas que estavam espalhadas no chão e colocando-as dentro de um balde. — Mas acho melhor irmos pra casa, já está anoitecendo.    

    

— Ai meu Deus! N-Nos desculpe senhor Hiroki, não é nada disso que o senhor está p-pensando. — Falei afobado, sentindo o coração bater rápido e o rosto pegar fogo.     

    

— Tudo bem, mas eu pensei que vocês fossem apenas amigos.     

    

— Nós somos, mas o Baekhyun toda hora fica pensando que quer me beijar, então eu beijei ele. — Deu de ombros, seu semblante fechado e emburrado.     

    

— Você não b-beijou nada! E eu já disse pra... P-pra você parar de ler aquilo que você sabe o que. — Cruzei os braços e bati o pé no chão.     

    

— Beijei sim!     

    

— Beijou nada!    

    

— Beijou mesmo não.     

    

— Senhor Hiroki, de que lado você está? Pensei que fossemos amigos! — Chanyeol silabou chateado, cruzando os braços e franzindo as sobrancelhas.     

    

— Mais é porque você não o beijou de verdade, meu filho. — Senhor Hiroki falou calmamente, levantando-se com o balde nas mãos.     

    

— Então, Baekhyun, vem aqui e me beija, já que vocês dois estão dizendo que eu não beij—    

    

— Parados! Ponham as mãos para cima e não saiam do lugar, vocês estão cercados! — De súbito, uma confusão louca se iniciou. Eram homens armados saindo de dentro da mata por todos os lados, uma luz branca a forte colocada contra nós quase me deixou cego. O barulho do helicóptero que surgiu do nada era absurdamente alto.     

    

Não acredito que tinham nos achado. Eu estava ferrado. 

   

— Ponham as mãos para cima! Vocês estão cercados! Não saiam do lugar!     

    

    

[...]    

    

    

— Isso foi divertido! — Chanyeol falou ofegante, jogando-se no chão e apoiando-se na parede da escola abandonada em que nós estávamos.     

    

— Não foi  não! Eu detesto correr!  — Repeti seus gestos, respirando fundo para tentar normalizar minha respiração.     

    

Há algumas horas, quando fomos abordados, no meio de toda a correria e barulho, Chanyeol simplesmente veio com uma calmaria de algum lugar desconhecido. Como um passe de mágica um silêncio absoluto se fez presente e eu demorei mais que o normal para perceber que tudo em nossa volta tinha parado.     

    

Chanyeol é magnífico! Enquanto ele fazia algo com sua mente brilhante, o que eu descobri segundos depois era que ele estava apagando a memória recente dos policiais, eu fiquei observando o quão sinistro era tudo aquilo parado sem nenhum movimento. Até mesmo o vendo tinha parado e eu me sentia dentro de um filme sinistro e cheio de efeitos especiais.     

    

O único problema foi que Chanyeol havia se esforçado demais e ficado fraco. E nem eu contando fatos vergonhosos da minha ilustre vida foi capaz de fazer com que ele tivesse forças o suficiente para nos transportar. E é por isso que ficamos correndo feito loucos por longos minutos.     

    

E pelo visto, teríamos que passar a noite aqui.    

    

— Admite que foi pelo menos um pouquinho divertido. — Chanyeol me deu uma cotovelada de leve.     

    

— Foi irado ver aquele helicóptero parado lá em cima. — Fiquei eufórico ao lembrar-me de mais cedo, virando-me para Chanyeol. — Eu quero ser um alienígena também. Eu ia sair congelando todo mundo.     

    

— Foi irado mesmo né? Eu nunca tinha feito isso, só de apagar as memórias recentes, mas não de muitas pessoas ao mesmo tempo. — Ele disse animado, sorrindo. — Mas em compensação, estou morto.     

    

— Você pode deitar e apoiar a cabeça na minha perna, não vou dormir de qualquer forma. — Me ajeitei contra a parede, esticando as pernas e Chanyeol logo fez o que sugeri, apoiando a cabeça em minha coxa.     

    

Ficamos em silêncio por um tempo, Chanyeol tinha os olhos fechados e a respiração calma, provavelmente já tinha dormido.     

    

A escola em que nós estávamos ficava bem perto do deserto, parecia estar sem cuidado por muito tempo e prestes a cair a qualquer momento. Os papeis de parede já caiam e os que ainda se mantinham firmes na parede estavam pichados.     

    

— Você não vai fazer carinho em meus cabelos? — A voz rouca de Chanyeol me fez sobressaltar de susto por pensar que ele já havia dormido.     

    

— Pensei que estivesse dormindo. — Respondi, olhando-o de cima.     

    

— Vou dormir se você me fizer  carinho na cabeça. — Ficou de bruços, abraçando minha cintura. Seu rosto encostado em minha barriga tencionada  por conta do nervosismo.     

    

Sem jeito, levei a destra para o topo de sua cabeça, deslizando-a até a nuca.     

    

—Ah! Eu adoro esse cheiro!— Murmurou contra minha barriga, apertando-me ainda mais. —O que você está sentindo, Baekhyun? 

    

—Eu... Eu não sei.— Eu realmente não sabia. Estava nervoso, muito nervoso. Isso eu posso afirmar, minhas mãos soavam e meu coração batia mais rápido que nunca. —Você está lendo minha mente? 

    

—É estranho. Às vezes seus pensamentos vêem para mim e outras não. Não consigo entender. — Respondeu baixo.     

    

—E você consegue agora?— Mordi os lábios, enrolando seus cabelos em meus dedos.     

    

—Não. — Se remexeu,  bocejando.     

    

—Posso te fazer uma pergunta?—  Perguntei incerto. Chanyeol abriu os olhos e inclinou a cabeça um pouco para cima a fim de olhar-me.     

    

—Pode.    

    

—Quando você for... For e-embora, você vai apagar m-minha memória também?— Olhei para o lado, fugindo de seu olhar e mordendo os lábios.     

    

Chanyeol se sentou calmamente, espreguiçando-se e respirando fundo antes de chegar mais para perto de mim.     

    

—Eu já disse que vou te proteger. Se eu for embora e estiver decidido que não será necessário destruir a humanidade, tudo vai ficar bem e sua vida vai ficar como era antes, eu darei um jeito nisso. — Colocou a mão em meu ombro, apertando levemente. —Mas se eu for mesmo destruir a humanidade, que é o que eu planejo, você irá comigo para meu planeta. Como eu disse, vou proteger você. 

    

—Tudo bem, mas... E se você não... Não destruir o planeta e minha vida voltar ao normal, você vai... Vai apagar m-minha mente?— Olhei rapidamente para seu rosto antes de voltar a olhar para a parede. De forma alguma eu queria ter minhas memórias apagadas, eu gosto do que estou vivendo e gosto de Chanyeol. Não gostaria de esquecer.    

    

—Você quer que eu as apague?— Retirou sua mão de meu ombro.     

    

—Por que você não responde logo se vai ou não apagar!— Respondi irritado, cruzando os braços por sua tentativa em me enrolar. Eu preferia que ele dissesse logo que estava me usando e que depois iria apagar minhas lembranças.     

    

—Pare de pensar besteira, tsc.— Chanyeol bagunçou meu cabelo, sorrindo sem mostrar os dentes. —Eu não estou te usando e nem quero apagar sua memória, mas você começou essa conversa estranha e eu pensei que você quisesse. 

    

—Para de ler minha mente! Você disse que não estava lendo!— Disse irritado e ele sorriu, dessa vez mostrando os dentes.     

    

—Aquilo foi antes e agora estou lendo sua mente.— Coçou a nuca. — Desculpa, Baekhyunnie! 

    

—Se você pelo menos fingir que não está lendo minha mente, eu já fico agradecido e te desculpo. — Respondi sério, querendo de dentro do meu ser que meus pensamentos ficassem só para mim. Era injusto ele saber o que eu estava pensando e eu não saber o que ele estava pensando.     

    

—Sim senhor. — Riu contido, chegando mais para trás e segurando meus tornozelos antes de puxá-los em direções opostas, afastando minhas pernas.     

    

Dei um pulinho quase imperceptível, meus olhos se arregalaram assim que ele começou a se arrastar para o meio de minhas pernas. Ele iria me beijar? A boca de Chanyeol é tão linda que eu não faria esforços para ficar horas beijando-o.     

    

Entretanto, contrariando minhas expectativas, quando Chanyeol chegou perto o suficiente para começarmos a pegação ele se virou de costas deitando seu tronco sobre o meu. Suas costas estava colada em meu abdômen e peitoral, sua cabeça apoiada no começo do ombro esquerdo.     

    

—Bem melhor que o chão... — Disse rindo, fechando os olhos. Uma de suas mãos alcançou a minha e passou a brincar com meus dedos. - Você é bem libidinoso, Baekhyun.    

    

—Eu sou o que?— Perguntei, jurando ter ouvido errado.     

    

—Você é um pervertido. — Disse entrelaçando seus dedos nos meus.     

    

—Não sou nada! O q-que você tá' falando?— Indaguei alto, sentindo o rosto esquentar de vergonha e uma vontade louca de correr até sumir.     

    

—Você é bem pervertido, logo no primeiro dia você não parava de pensar que eu era lindo, depois queria me beijar. Mais cedo esqueceu que tinha que plantar porque estava pensando em me beijar e agora estava pensando isso de novo.— Disse baixinho, quase decadente. Soltando uma risadinha no final. —E só pra você saber, nós beijamos e transamos do mesmo jeito que os humanos. Eu só queria zoar você e por isso te lambi. 

    

—V-Você... Aish! Para de ficar lendo minha mente. — Tentei tira-lo de cima de mim, falhando nas duas tentativas. Ele abriu a boca para começar a falar e antes que ele o fizesse, coloquei minha mão em sua boca, calando-o. —Se você der mais um pio eu não vou mais te ajudar. Dorme!     

    

    

[...]    

    

    

—Baekhyun, entenda de uma vez por todas. Você não gosta de mim, você gosta desse corpo aqui e não do que está  dentro dele!! — Chanyeol falou alto, apontando para seu próprio corpo.     

    

—Chanyeol, você não está entendendo, eu gosto mesmo de você. Do seu jeito e de ficar perto de você.— Disse pela enésima vez e ele negou com a cabeça, suspirando. —Você sabe que eu estou falando a verdade, você lê meus pensamentos e sabe que aquele cheiro que você gosta só exala porque estou perto de você e gosto de você.     

    

—B-Baekhyun, você está  confundindo as coisas. Você n-     

    

—Argh! Essa conversa já está me irritando. Para de ficar falando que meus sentimentos são enganosos só porque você não sente o mesmo e não quer se sentir mal.— Nós estávamos discutindo sobre isso desde o inicio do dia e eu não agüentava mais ver Chanyeol duvidando dos meus sentimentos.     

    

—Não é isso! Eu também gosto de você!— Chanyeol explicou rapidamente, arregalando os olhos ao se dar conta do que havia terminado de falar. —Não! Não é bem i-isso. Eu... Er...     

    

—Eu sempre fui sincero com você e você sabe que esses últimos 2 meses foram os mais incríveis da minha vida. Eu poderia morrer agora e estaria satisfeito. Por que você não pode ser sincero comigo pelo menos uma vez?— Dei as costas, indo para o lado oposto da sala da casa do Sehun. —Eu perdi dois meses da minha vida e andei como um foragido por ai. Você vai embora e eu vou ficar sozinho e perdido. E você não pode ao menos ser sincero comigo? Eu odeio você!     

    

E como se uma pessoa invisível estivesse me arrastando, fui levado até Chanyeol com extrema rapidez. Chanyeol nunca deixou de usar suas habilidades extras perto de mim, mas confesso que sempre ficava surpreso. Meu corpo bateu contra o seu e logo seus braços me envolveram, apertando-me em um abraço caloroso.     

    

—Eu já disse pra você não usar esses superpoderes de alienígena comigo.— Resmunguei contra seu peitoral, não devolvendo o abraço e nem afastando-me dele.     

    

—Eu também gosto de você, mas não sei o que fazer. — Desfez o enlace apenas para contornar sua cintura com meus braços antes de voltar a me abraçar.     

    

—Você deveria ter me dito antes. — Respondi com dificuldade, apertando ainda mais o abraço ao sentir o típico nó formado na garganta. Não queria chorar.    

    

— Mas eu... Er... Iria deixar pra fazer isso quando viesse te buscar. Não queria que você ficasse agonizando com isso de amor a distância de nível intergaláctico. — Respondeu baixo, afastando-se minimamente de mim para olhar em meus olhos. Será que ele iria me beijar?    

    

Chanyeol soltou uma gargalhada alta, afastando-se de mim e negando com a cabeça enquanto ria.    

    

— Você é impossível, Baekhyun. Um pervertido. — Disse entre risadas, ficando com o rosto vermelho e a respiração descompassada. — Eu tentando ser um humano apaixonado normal em véspera de despedida e você pensando em beijo?   

    

— Não sou um pervertido! — Respondi irritado, Chanyeol adorava me irritar com isso.  

    

— É sim, mas se você quer tanto um beijo, eu vou te beijar. — Disse sorrindo sem mostrar os dentes, aproximando-se mais rápido do que eu pude acompanhar. — Feche os olhos.    

    

— Você vai m-me... Me beijar? Sério? — Sorri, acabando por gaguejar de tanta euforia que sentia. Chanyeol sempre negava quando eu tentava beijá-lo.    

    

— Feche os olhos. — Pediu mais um vez, segurando meu rosto com ambas as mãos.    

    

Fechei os olhos e senti sua aproximação, fazendo minha respiração descompassar apenas por saber o que viria. Eu sentia tanto frio na minha barriga que duvidava se era apenas borboletas que haviam por lá.    

    

Estou caindo de amores por esse alienígena denominado por mim de Chanyeol.    

    

Entretanto, todos os meus pensamentos românticos foram brutalmente quebrados quando, pela segunda vez, Chanyeol me enganou, lambendo meu rosto e não me beijando.    

    

— Você não vai escapar dessa vez, seu boboca! — Silabei entre dentes, segurando na gola da camiseta polo que usava, puxando-o em minha direção antes de finalmente colar nossos lábios. — Hm... Gostoso! — Comentei rindo, brincando depois de separar o breve contato de nossos lábios que me deixou arrepiado. Chanyeol tinha esse efeito sobre mim.    

    

Chanyeol não falou nada e nem demonstrou nenhuma reação. Mas seu rosto estava mais rubro que o normal e agora ele mordeu os lábios, olhando-me.    

    

— Tá’ olhando o que?   

    

— Você é muito novo pra fazer essas coisas. — Semicerrou os olhos em minha direção.    

    

— Chanyeol, eu tenho 19 anos! Não sou uma criança. — Reiterei incrédulo. Onde ele estava com a cabeça.    

    

— Você só tem 190 anos! Eu tenho 240! Você deveria estar estudando e não beijando os outros. Quantas pessoas você já beijou? — Se aproximou, olhando-me sério e com os braços cruzados.    

    

— No seu planeta... O que eu deveria está fazendo com 190 anos? — Questionei divertido, mas ele continuou sério.    

    

— Você deveria está estudando e brincando de caçar medusas com seus amigos. — Continuou a falar como se fosse meu pai e eu ri antes de responder, enlaçando seu pescoço com os braços.    

    

— Aqui na Terra, pessoas com 19 anos como eu beijam. E beijam muito. — Roubei um selinho e Chanyeol deu um salto, se afastando rapidamente de mim. — Não fuja de mim, Chanyeol. Eu irei agarrar você de qualquer forma.    

    

— Baek, eu vou esperar você crescer. Quando você crescer a gente faz essas coisinhas, ok? — Pediu, sua respiração ofegante denunciava o quanto estava nervoso.    

    

— Então me beije de verdade pelo menos uma vez. — Pedi, parando de andar atrás dele e dar voltas ao redor do sofá. Chanyeol ficou parado como se estivesse ponderando sobre meu pedido.    

    

— Ok. Só uma vez. — Chanyeol murmurou, dando a volta no sofá calmamente até parar na minha frente. Ele estava completamente sem jeito e isso estava me dando vontade de rir.    

    

Chanyeol mais uma vez segurou meu rosto com ambas as mãos, seu olhar revezava entre meus olhos e meus lábios conforme ele se aproximava. Quando nossos narizes se encostaram, Chanyeol esticou os lábios em um sorriso sem mostrar os dentes, fazendo-me sorrir abertamente antes de fechar os olhos. Seus lábios encostaram sutilmente nos meus, afastando-se por poucos segundos antes de voltar com o toque. Uma de suas mãos escorregaram por meu peitoral, rumando a lateral do meu corpo ao apertar de leve minha cintura antes de envolver-me por completo com seu braço, puxando-me contra seu corpo. Sua outra mão desceu por meu pescoço em um carinho singelo ao passo que seus lábios sugavam o meu inferior.    

    

Seu toque era quente e me deixava efervescente, de longe eu reconheceria seu toque, mesmo que ele estivesse em outro corpo. Nossos lábios se mesclavam em um deslizar estalado, induzindo-me a entreabrir os lábios para intensificar o contato.    

    

Foi inevitável soltar um som apreciativo quando sua língua circundou a minha em uma caricia intima e gostosa, acabando por deixar meu corpo amolecido em seus braços.    

    

— Não creio que vocês serão inconvenientes o suficiente para transarem na minha casa. — A voz de Sehun nos fez sobressaltar e apartar o beijo que mal tinha tomado forma. Resmunguei irritado.    

    

— Caramba, Sehun! Você é um estraga prazer! Você que é um inconveniente. — Sehun respondeu rindo, apertando a mão de Chanyeol amigavelmente e dispensando meus cumprimentos.    

    

— Inconvenientes são vocês. Sumiram por dois meses e depois voltaram na maior cara de pau pedindo pra passar a noite aqui. Sorte sua que não estou nem ai.  —Fez sinal de joinha com a mão esquerda. — E você não iria voltar para a Coréia hoje, Chanyeol?    

    

— Ah sim. Nós já estamos indo, não é mesmo Chanyeol?    

    

— Sim. Vou sentir saudades daqui, até mesmo de você Sehun.    

    

— Eu também. — Sehun deu tapinhas amigáveis no ombro de Chanyeol. — E eu sei que vocês querem fazer aquele sexo de despedida, mas sinto muito em dizer que Luhan está vindo e os únicos a fazer sexo nessa casa serão eu e ele.    

    

    

[...]   

    

  

— Baekhyun! Baekhyun! Acorda! — Meu corpo era chacoalhado brutalmente e eu sentia tapinhas em meu rosto, mas minhas pálpebras estavam  pesadas demais para que abrisse os olhos. — Alguém traga algo para desamarrar ele!    

    

— Mandem cercar o prédio, a cidade, tudo! Se não acharem esse alienígena vocês estão todos mortos! — Ao ouvir o Sr. Do citar Chanyeol abri os olhos rapidamente, dando de cara com um dos muitos soldados que trabalhavam na segurança do local.    

    

Espremi os olhos por tamanha gritaria no local. Tentei me sentar e não consegui, só ai dando-me conta que meus pés estavam amarrados assim como minhas mãos atrás das costas. O que estava acontecendo?   

    

— Chanyeol?! Chanyeol! Cadê você? — Gritei, tentando reconhecer seu rosto no meio de tantos homens que circulavam pelo corredor antes vazio.  — O que está acontecendo?   

    

— Nós já soltaremos você, Byun. — O segurança que estava agachado do meu lado falou, olhando-me por breves segundos antes de voltar a atenção para os outros homens que corriam de um lado para o outro feito baratas tontas.    

    

Um dos homens que corria jogou uma faca para o segurança ao meu lado e eu finalmente pude ser solto. Primeiro as mãos e depois os pés. Assim que fiquei de pé sai correndo em direção a sala onde o corpo do alienígena era guardado. E o corpo estava lá, o mesmo homem de cabelos vermelhos e que fazia caretas constantemente.    

    

Não hesitei em adentrar a sala, esgueirando-me dos outros até chegar na maca onde o corpo repousava. Mas a surpresa foi tão grande que eu não segurei o grito, fazendo a atenção de todos se voltarem para mim.    

    

— C-Chanyeol? — Indaguei baixinho, mas eu sabia que aquele não era o Chanyeol. Não era aquele que eu passei os últimos dois meses visitando lugares pelo mundo só para convencê-lo de que a humanidade não precisava ser destruída. E deitado naquela maca, aquele não era o alienígena que tanto fazia meu coração bater forte e acelerado.    

    

O que diabos estava acontecendo?    

    

Antes mesmo que eu estendesse a mão para tocá-lo, fui arrastado para longe dali sem ter chances de questionar. Onde estava Chanyeol?    

    

Dois homens me arrastavam com facilidade pelo corredor e quando o Sr. Do passou do meu lado eu segurei seu braço, ganhando sua atenção.    

    

— O que a-aconteceu?   

    

— O alienígena fugiu, Byun.    

    

Depois de ser levado a enfermaria para um rápido check-up e ser garantido por um dos secretários do Sr. Do que eles arrumariam uma outra função para eu ocupar, sai correndo em direção a casa de Sehun. Chanyeol tinha que está lá.    

    

Não sei como fui parar na NASA amarrado, mas eu tenho certeza que nós dois dormimos abraçados no sofá de Sehun. Eu ainda consigo ouvir claramente o sussurro baixinho que ele deu perto de meu ouvido quando eu já estava quase dormindo. “Eu vou voltar pra te buscar, Baek. Não se preocupe, não vou te deixar sozinho”.   

    

A porta de Sehun estava trancada e não hesitei em esmurrar a porta, descontando toda minha frustração e desespero ali.    

    

— Baek? O que houve? — Sehun finalmente abriu a porta, dando espaço para que eu pudesse entrar.     

    

— Onde está o Chanyeol? — Perguntei, tomando a liberdade de sair pela casa procurando o outro.    

    

E sinceramente, eu nuca pensei que uma pergunta tão simples me fizesse desmaiar. Mas a pergunta de Sehun foi forte demais para que eu pudesse agüentar.    

    

— Quem é Chanyeol?   

    

    

[...]   

    

  

É incrível que mesmo depois de 10 anos, mesmo depois de tantas coisas que aconteceram e o tanto que minha vida mudou, eu ainda não conseguia tirá-lo de minha cabeça. Meus pensamentos sempre voltavam para ele, querendo eu ou não.    

    

Tudo indicava que eu tive um sonho muito louco e delirei, mas mesmo com tanto tempo as lembranças ainda estavam frescas em minha memória. Se eu me concentrasse eu jurava que conseguia sentir o calor de sua pele na minha. 

  

Suas caretas nunca foram esquecidas por mim e muito menos a sensação de seus lábios beijando os meus carinhosamente.    

    

Era impossível tudo que eu vivi não ter passado da minha imaginação. Era tudo tão real que eu ainda me lembro da sensação de correr com Chanyeol pela Amazônia, no Brasil. As folhas se arrastando por nossa pele suada e o vento gelado que se encontrava com nossa pele quente. Sua risada soava tão engraçada toda vez que meus pés ficavam agarrados em algum galho e eu acabava por cair. O tempo que passamos na Europa foi incrível, tudo ficava incrível ao seu lado.    

    

— Baekhyun, já está na hora. — Mandy, minha manager apareceu na porta do meu camarim, alentando-me sobre o início da minha primeira turnê.   

    

Confesso que foi difícil chegar até aqui, já são 8 anos de carreira e passou mais rápido do que eu poderia imaginar. A música é a completa distração para minha mente maluca, a única coisa que faço além de pensar sobre alienígenas e Chanyeol. E mesmo tendo realizado um sonho, ainda não me sentia inteiramente completo.    

    

E chega a ser engraçado o fato de que minha música mais famosa e abertura do show é a mais antiga, cuja a letra foi feita em um dos meus devaneios sobre Chanyeol.    

    

É, eu estou louco, mas não é nada que não possa suportar.    

    

Já posicionado para minha entrada, as luzes acompanhavam a introdução da música de abertura em compasso com os gritos dos fãs. Quando enfim estava no centro do palco, uma sensação boa de êxtase se apossou de mim, deixando-me enérgico. Eu adoro essa sensação, amo o que faço.    

    

Respirei fundo antes começar a cantar, sorrindo por conta da letra.    

    

Você é tão hipnotizante   
Poderia você ser o diabo, poderia você ser um anjo   

Seu toque, magnetizante   
Sinto que estou flutuando, deixa meu corpo brilhando   

Eles dizem: ''Tenha medo''   
Você não é como os outros, amantes futuristas   
DNA diferente, eles não te entendem   

    

Essa letra me fazia sorrir independente do meu humor. Por isso não consegui tirar o sorriso do rosto ao passo que ia andando para frente do palco. Flashs de dez anos atrás insistiam em aparecer, deixando-me zonzo brevemente.   

    

Você é de um outro mundo   
Uma dimensão diferente   
Você abre meus olhos   
E eu estou pronta para ir, guie-me para a luz   

Beije-me, be-be-beije-me   
Infecte-me com seu amor, me preencha com o seu   
Veneno   
Leve-me, le-le-leve-me   
Quero ser uma vítima, pronta para abdução   
Garota, você é uma alienígena, seu toque é de outro mundo   
É sobrenatural, extraterrestre   

  

Essa música é completamente cheia de Chanyeol. Todas as palavras são ligadas diretamente a ele e eu gostava de ver o público vibrar com o refrão. Era dessa forma que me sentia perto dele e lembrar todas as inúmeras vezes que eu o pedi um beijo me faz querer rir e ao mesmo tempo chorar.    

    

Você é tão supersônica   
Quero sentir seus poderes, me acerte com seus lasers   
Seu beijo é cósmico, todo movimento seu é mágico   

Você é de um outro mundo   
Uma dimensão diferente   
Você abre meus olhos   
E eu estou pronta para ir, guie-me para a luz   

    

Eu sabia que todos os olhares ali estavam fixados em mim. E eu realmente gostaria de retribuir todos eles, na verdade eu até tento, mas sei que é impossível. Porém eu sentia um olhar queimar minha pele desde o inicio da apresentação e por mais que eu tentasse encontrar quem era no meio de toda a multidão, não conseguia.    

    

Beije-me, be-be-beije-me   
Infecte-me com seu amor, me preencha com o seu   
Veneno   
Leve-me, le-le-leve-me   
Quero ser uma vítima, pronta para abdução   
Garota, você é uma alienígena, seu toque é de outro mundo   
É sobrenatural, extraterrestre   

Isso é transcendental,   
Em um outro nível   
Garota, você é minha estrela da sorte   
Eu quero andar no seu comprimento de onda   
E estar lá quando você vibrar   
Por você eu arrisco isso tudo, tudo   

    

E foi quando eu o achei.  

  

Minha voz sumiu no mesmo instante que meus olhos se encontraram com os seus que me fitavam tão intensamente. Eu só poderia estar ficando mais louco ainda, isso nunca havia acontecido comigo.    

  

Mas eu tinha certeza do que eu estava vendo, mesmo que fosse apenas uma alucinação aguda. De qualquer forma, Chanyeol estava ali, sorrindo para mim.    

   

E eu estou ficando louco.   

  

    

[...]   

    

  

— Baek descanse bem, não esqueça que amanhã tem mais. Quer que eu prepare algo para você comer? — Mandy perguntou gentil, parada na porta do quarto em que eu estava hospedado.    

    

— Eu só quero que você vá embora, ok? Estou cansado e minha cabeça parece que vai explodir. — Minhas palavras saíram rudes sem que eu pudesse evitar, o acontecimento no inicio do show ainda estava martelando em minha cabeça e eu só queria tomar um banho e dormir.    

    

— Tudo bem. Até mais. — Respondeu mecanicamente, dando as costas e andando em direção ao elevador.    

    

Bati a porta, suspirando e andando em direção ao banheiro ao passo que retirava as roupas, deixando-as jogadas no chão. Eu realmente precisava de uns bons remédios que me fizessem apagar na cama, talvez precisasse de umas horas a mais com meu psicólogo, preciso dar um jeito nessa minha mente que só quer pensar em um alienígena que eu ao menos sei se existe.    

   

Respirei fundo, forçando-me a pensar em qualquer outra coisa que não fosse Chanyeol. Ajustei o chuveiro elétrico para a maior potência, precisava de uma ducha extremamente quente.  

  

Por mais que sempre fosse aconselhado não molhar os cabelos com água quente, eu apenas entrei debaixo da água, sentindo-a escorrer dos meus cabelos aos pés.    

   

A água quente é tão relaxante que eu poderia ficar aqui por dias. É como se meu cérebro tivesse dado curto, eu não pensava em nada, tudo estava branco. Mas ao mesmo tempo eu pensava em tudo e parecia que varias vozes soavam em meu ouvido em pensamentos conturbados. Eu odeio essa sensação e por isso chorei.  

  

Apoiei a testa no azulejo, fechado os olhos e tentando me concentrar no cair da água quente sobre minhas costas, a fim de calar meus vários pensamentos conturbados juntos.    

   

De súbito a água parou.  

  

Não acredito que a água tinha acabado. Respirei fundo pronto para ligar pra recepção e fazer um escândalo, mas antes que eu descolasse a testa do azulejo gelado, um voz me deixou estático.    

   

— Sabe o quanto de água e energia elétrica você já gastou nesses 27 minutos que está debaixo do chuveiro fazendo um monte de nada? — Era Chanyeol.  

  

Eu reconheceria essa voz de longe, a voz que tanto insiste em permanecer em meus pensamentos.    

    

Não acredito que meu delírio estava ao ponto de ouvir vozes. Tudo bem que se ele estivesse aqui seria exatamente isso que ele falaria, mas eu já estava passando dos limites ao delirar ao ponto de ouvir sua voz.    

  

E se isso prejudicasse minha carreira? Ninguém iria querer ouvir músicas de um cantor maluco que é apaixonado por um suposto alienígena. Soltei um murmurinho choroso, não queria me virar e ver que não tinha ninguém ali e tudo não passava de frutos da minha imaginação.    

    

— Primeiro, você não está delirando. Segundo, também sou apaixonadíssimo por você. Terceiro, desde quando você é cantor?! Não estou entendendo nada!  

    

Se concentra, Baekhyun. Você não pode se entregar à loucura, resista. Chanyeol não está aqui e talvez ele nem exista. Você precisa superar e seguir em frente. — Murmurei com a voz trêmula, encolhendo-me contra o azulejo enquanto fazia alguma pranayama que tinha aprendido na internet.    

    

— Hey! Eu existo sim, ok? E você pode, por favor, me explicar o que está acontecendo? Eu não estou entendendo nada!    

    

Recolhi minhas forças pronto para me virar e sair correndo desse banheiro mal assombrado. Só não contava que meu corpo batesse contra um outro corpo bem mais forte que o meu. E ao elevar meu olhar para cima, não pude conter o grito ao ver o rosto de Chanyeol. Tão igual ao da minha memória.    

   

Por conta do grito, Chanyeol deu um pulo para trás e seu rosto se tornou avermelhado assim que fitou minhas partes baixas, logo pegando a toalha e a jogando em minha direção.  

    

— Eu tô’ ficando maluco. — Fechei os olhos com força enquanto enrolava a toalha no corpo. Sai do banheiro a passos largos em direção ao quarto com Chanyeol em meu encalço.    

    

— Por que você insiste em dizer que está louco? Você está me deixando assuntado, Baek.    

    

Chanyeol não parava de questionar sobre o que estava acontecendo e eu apenas o ignorei enquanto vestia-me, mas a vontade de calá-lo era gigantesca. Ele estava sentado na ponta da minha cama e com os olhos fechados, esperando que eu terminasse de me vestir.    

    

— Esse cara. Eu vi. Estava morto. —  Comecei a falar, apontando o indicador para ele que logo abriu os olhos ao ouvir minha voz.    

    

— Isso eu já sei, Baekhyun. — Deu de ombros, levantando-se e passando a caminhar em minha direção na mesma proporção que eu me esquivava. — Por que está fugindo? Eu senti sua falta, vim te buscar.    

    

— Você é o Chanyeol? O alienígena? Você existe? — Indaguei desconfiado. E se isso fosse uma armadilha da minha mente?    

    

— Claro que sou, né Baekhyun. Qual é o seu problema? Você está todo esquisito, esse cabelo rosa de algodão doce, esses braços fortes e essa barriga... Brinco na orelha e batom. E você ainda virou um cantor famoso?! — Pergunto incrédulo, apontando para mim. — Como mudou tanto em apenas um ano? Você está muito... L-lindo.   

    

— Um ano? Foram DEZ anos, Chanyeol!! — Esbravejei, minha vontade era de enchê-lo de soco e depois de beijos, claro.    

    

Chanyeol deu um tapa estalado em sua própria testa, suspirando.    

    

— Me d-desculpe, Baekhyun, eu realmente me esqueci da diferença de tempo. E-Eu... Sinto muito. — Encolheu os ombros, olhando para os meus pés.    

    

— Qual é a garantia de que você é o mesmo que eu conheci há dez anos? — Cruzei os braços, dando um passo a frente.    

    

— G-Garantia? — Assenti e ele fez uma careta. — Quando nos conhecemos, v-você pensou que eu fosse um vampiro e... E pediu para eu b-beber seu sangue?   

    

Eu ri e passei a andar em sua direção, Chanyeol arregalou os olhos e passou a dar passos para trás até cair sentado na beira da cama.    

    

— O que foi? Está com medo de mim agora? — Questionei ao parar em sua frente.    

    

— Não. V-Você está diferente. — Deu de ombros, mordendo os lábios ao descer os olhos rapidamente por meu corpo.    

    

— É... Não tenho mais 19 anos, Chanyeol. Agora tenho 29 e estou quase nos trinta. — Ri e ele fez uma careta de confuso, franzindo o cenho e logo abrindo a boca em espanto.    

    

— Você está com 290 a-anos? Eu ainda tenho 250! Como você pode ficar mais velho que eu do nada?! — Perguntou estupefato e eu apenas ri, se para ele já era loucura imagine para mim. — Eu odeio essa diferença de... De tempo.    

    

— Eu senti muito a sua falta, Chanyeol. — Disse sério, abrindo os braços em um claro pedido de abraço, não precisando de muito para que Chanyeol entendesse e se levantasse da cama, abraçando-me pela cintura, trazendo junto uma onda de calor.   

    

— Eu também, Baek, — Murmurou contra meu pescoço, apertando-me ainda mais contra seu corpo.    

    

— Por que você foi embora sem se despedir? E por que eu acordei amarrado e nem Sehun lembrava de você? Eu fiquei confuso, parecia que você nunca tinha existido.    

    

— Não me despedi p-porque... Não era uma despedida, eu logo estaria voltando para você, mesmo que demorasse um p-pouquinho. — Respirou fundo. — E eu queria que... Que sua vida ficasse normal depois que eu fosse e-embora. Por isso apaguei a memória sobre mim deles e agi como se aquele tivesse sido a primeira vez que fugi. Prendi você para que não houvesse suspeitas sobre você e sim que fosse uma vítima. Me d-desculpe, mas foi a melhor maneira de não deixar sua vida bagunçada.    

    

— Seu boboca. Você poderia ter me contado, eu passei esse tempo todo pensando ter ficado louco. — Apartei minimamente o abraço para que pudesse olhá-lo.    

    

— Eu n-não pensei nessa possibilidade, eu sinto muito. — Desviou o olhar.    

    

— Você veio me buscar? — Ele assentiu. — Agora?    

    

— Você que decide. Agora que você é cantor, eu entenderei se você não... N-não quiser ir.    

    

— Você não prestou atenção na letra da minha música. — Neguei sorrindo, apertando ainda mais o enlace que fazia ao redor de seu pescoço.    

    

— Prestei atenção sim.    

    

— Então você se esqueceu dessa parte aqui “Quero ser uma vítima, pronta para abdução“ — Cantarolei e ele sorriu. — E dessa aqui também “Por você eu arrisco isso tudo, tudo”   

    

Os olhos de Chanyeol brilharam e ele estava tão lindo que não resisti a vontade de beijá-lo, colando os lábios em selo rápido. Seus braços ainda circundavam minha cintura quando encostei minha testa na sua com um sorriso grande no rosto.    

   

— Você é tão hipnotizante. Poderia você ser o diabo, poderia você ser um anjo. — Levei a destra para sua face esquerda, fazendo um carinho sutil ao cantarolar e roçar os narizes, fazendo-o retribuir meu sorriso e manter o olhar intenso.    

    

Voltei a aproximar os lábios em um selinho curto, seguido de outro e mais outro apenas para sentir os lábios se encaixarem tão bem nesta forma simples de caricia. Chanyeol tinha os olhos fechados e o rosto em uma expressão sublime quando suguei seu lábio inferior, puxando-o para dentro de minha boca calmamente, soltando-o acompanhado de um som estalado.    

    

Uma das mãos de Chanyeol subiu até minha nuca, deixando-me arrepiado com o simples arrastar de sua mão quente sobre minhas costas. Sua mão puxou minha cabeça de encontro a sua a fim de encostar os lábios novamente e, dessa vez, iniciar um beijo mais profundo.    

    

Sentia uma necessidade extrema de seus toques, estava com saudades de sentir a pele arrepiar com um simples contato e toda a quentura que emanava dele. Por isso nosso beijo tinha gosto de saudades e uma pitada de curiosidade, porque eu queria mais, queria conhecer muito mais sobre ele, seu corpo. Por isso não pude resistir ao ímpeto de morde-lhe os lábios antes de empurrá-lo na cama, deitando sobre ele.    

    

— Seu toque, magnetizante. Sinto que estou flutuando, deixa meu corpo brilhando. —Sentei em sua coxa, cantando ao passo que o fazia passar sua mão em meu peitoral e abdômen por cima da camisa, fazendo-o ficar com o rosto um tanto rubro.    

    

Passei a desabotoar a camisa roxa que ele vestia, minhas mãos formigando para tocar-lhe a tez. Minha camiseta tomou o mesmo caminho que a sua e logo pude sentir seu peitoral nu e quente sobre o meu ao retomar o beijo.    

    

Fora de sincronia, nossas mãos trabalhavam em descobrir mais sobre o outro, acompanhado dos estalados que nosso beijo molhado produzia.    

   

De súbito, Chanyeol trocou as posições, pondo-se por cima de mim e voltando a beijar-me com tanta pressa que chegou a me deixar atordoado. Suas mãos se moviam rapidamente sobre meu corpo, excitando-me com seu calor e não pude prender um ofego quando seus lábios desceram para meu pescoço, seguindo a linha do maxilar.   

   

 — Chanyeol... — Segurei os fios de seus cabelos com força quando recebi uma mordida forte ao passo que ele prensava ainda mais meu corpo contra o colchão, esfregando-se contra mim.   

   

— Afaste as pernas, Baek.  — Pediu enquanto distribuía beijos e mordidas em meu queixo, sorrindo antes de voltar a me beijar.   

   

Assim que fiz seu pedido, não pude segurar um gemido, sendo acompanhado por ele quando prensou sua pélvis na minha. E como se eu tivesse levado um choque, arrepios perpassaram por meu corpo com o roçar dar ereções.   

   

Chanyeol terminou de me despir antes de pedir para que eu ficasse de bruços, logo pude sentir seu corpo igualmente nu deitar-se sobre mim.   

   

— Ah Baek! — murmurou em um sopro, seus braços circundando minha cintura e puxando meu quadril para cima.   

   

Meu corpo tremia sob o seu, seus beijos queimavam em minha nuca e o resvalar de sua pélvis contra minha bunda fazia-me contorcer involuntariamente.   

   

— Chanyeol, vai hm...  L-logo. — Pedi esmagando o tecido fino do lençol entre os dedos.   

   

Chanyeol foi gentil em me preparar com os lábios e dedos, não tendo pressa até eu estar completamente pronto.   

   

Seus lábios estavam encostados na cartilagem de meu ouvido e assim como a minha, sua respiração falhou quando ele se forçou para dentro de mim. E passado a dor inicial, seu ritmo se manteve lento e seus lábios não desgrudavam do meu pescoço.   

   

— C-Chanyeol! Mais ah! Rápido! — Choraminguei, seu corpo se afastando do meu apenas para virar-me de barriga para cima antes de colar-se a mim.   

   

— Eu estou tão... T-tão feliz por estar aqui com você. — Chanyeol silabou sorrindo, beijando brevemente meus lábios antes de entrar novamente em mim.   

   

E se seu ritmo lento enlouquecia-me, minha mente ficou em branco quando suas estocadas se tornaram rápidas e com precisão. E por isso não foi preciso de muito para que eu me desfizesse e Chanyeol veio logo depois, masturbando-se entre minhas pernas.   

   

Ele se deitou virado para mim, abraçando minha cintura e entrelaçando nossas pernas.   

   

— Você realmente vai embora comigo, certo? — Questionou temeroso.   

   

Sorri com sua insegurança sobre o assunto, virando de frente para ele e acariciando seu rosto antes de responder;  

   

— Por você eu arrisco e largo isso tudo, tudo.   

   FIM

  

 


Notas Finais


Considerações sobre o capítulo, o lemon ficou uma merda, o Senhor Mase Hiroki realmente existe e foi um voluntário na plantação, assim como as outras informações sobre reflorestamento e afins são verdadeiras. Levem em consideração a parte que o Chanyeol fala sobre as coisas que degradam o planeta e alguém aqui transa? se sim, nao transem no chuveiro porque gasta água e nós não temos um Byun Baekhyun como este para salvar o planeta. To chateada porque não ficou do jeito que eu queria, mas sigo em frente.

Até mais tchutchucos ♥


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