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História ALIEN: Involução - Desolação


Escrita por: Paulo2579

Notas do Autor


Título do log: “UM POSTO AVANÇADO DO PROGRESSO? # 1”

Número do log: 21

JULIA JONES , 06 de setembro de 2137

Mensagem: Desolação através do isolamento

Essa é uma estação espacial em que todos são descartáveis, uma estação que foi comandada por uma empresa que esqueceu de todos. Sevastopol está deserta. A população é de um décimo da capacidade ideal da estação. As baías estão vazias e as persianas das lojas locais e empresas estão fechadas a dias. As encomendas de androides de baixo custo fabricados pela Seegson já não existe mais, ​​e a Inteligência Artificial APOLLO que comanda a estação já é ultrapassada e defeituosa. Como chegamos a este ponto, e o melhor, para onde foram os milhões e milhões de dólares em investimentos? Meu nome é Julia Jones. Eu vivi em Sevastopol por dois meses até a compilação deste relatório para o Colonial Times, descobrindo o preço que nossas corporações de segunda linha pagaram pela super-expansão durante a corrida espacial.

Capítulo 2 - Desolação


Fanfic / Fanfiction ALIEN: Involução - Desolação

Era 06 de Setembro de 2137, e a Seegson tinha uma mania estranha de acordar seus habitantes com musicas retrô. Mercy, uma musica de uma banda chamada Muse que existiu a mais de 100 anos atrás começou a tocar pela estação vazia enquanto as persianas eletrônicas se abriam. Julia Jones já estava acordada e tomava seu café no saguão da Josias Sieg Apartamentos Executivos.

Do outro lado da estação os habitantes também acordavam para trabalhar, as crianças corriam pelos corredores, outros andavam de patins. Aquele era o momento em que a estação parecia mesmo a sevastopol de antigamente. Mas todo esse clima de união acabaria cinco minutos depois quando aquela pequena população pegassem o transportes para o trabalho, antes mesmo da musica acabar os corredores já estavam praticamente vazios.

Julia Jones claro que registrava tudo em seu diário, mais tarde iria escrever seu primeiro manifesto para o The Colonial Times durante estes dois meses de observação.

Julia foi até o TowerLink, um sistema de transito que transportava os habitantes entre as três torres de Sevastopol, a Torre SciMed, a torre da Engenharia e Lorenz Systech, e a torre Habitação Solomons. Julia notou que um homem estava sentado lendo um livro enquanto todos os outros corriam para pegar seus transportes. Ela então se aproximou do homem e disse:

_Olá, meu nome é Julia Jones, sou do The Colonial Times.

_E o que eu tenho haver com isso? _disse o homem sem sequer ter tirado o olhar de seu livro.

_Não precisa ser tão arrogante... É que nesse período estive entrevistando os moradores sobre a Sevastopol e as causas das dívidas da Seegson Corporação, mas acho que nunca nos vimos. _disse Julia.

_Você nunca me viu, mas eu já vi você. _disse o homem. _Calma, não sou um maluco psicótico, é que esse é meu trabalho. Meu nome é Ransome, sou chefe de operações da Seegson.

_Muito prazer... Não seria falta de respeito perguntar correto? O que um executivo está fazendo na estação de transporte essas horas? Você não trabalha em um tipo de escritório?_Julia perguntou.

_Ah, isso, é que eu gosto de ver como esses inúteis correm para manter seus empregos. Acho hilário eles lutando com unhas e dentes por uma empresa que está aos poucos abandonando eles e eu. _disse Ransome.

_Mas então você não está desempenhando nenhuma função? _Perguntou Julia.

_Olha só moça, eu faço o que me pedem, mas eu faço quando eu quero. Você não devia estar aqui quando tudo aconteceu certo? Eu vi cada olhar lá embaixo, não que eu me importe com esse bando de subalternos, o problema é que eu me transformei em um inútil assim que anunciaram o corte de pessoal, me senti como eles. Eu não gosto de me sentir como um habitante qualquer, eu lutei para ser um executivo e agora meu papel é ficar verificando quem é que volta ou não para casa, trabalhos medíocres que eu não gosto de fazer._ disse Ransome.

_ Voce pode me contar? O que aconteceu quando iniciaram os cortes? Você pode me contar detalhadamente? _disse Julia se sentando ao seu lado. A este ponto a estação já estava vazia, todos os transportes já haviam saído.

_Bom, posso... mas com uma condição. Vai ter que ser na hora do jantar. Assim a gente conversa em um ambiente mais agradável. Pode ser?_Disse Ransome.

_Claro, me pegue as 17h no Josias Sieg. _Disse Julia.

_Está bem, jantaremos no saguão da Lorenz Systech. Tem um lugar lá que serve uma comida ótima e tem uma ótima vista, você vai adorar. _disse Ransome se levantando

_Por mim jantar no Xing Xang já estaria de bom tamanho, mas se você quer me levar para um jantar executivo não vou negar. O que me importa é a história. _disse Julia ficando de pé frente a ele e pegando em sua mão.

Julia se despede e parte rumo a escadaria, Ransome nem sabia que aquela garota já o conhecia, já sabia quem ele era, e que Ransome era um dos mais chantagistas da estação, mas dessa vez o rapaz estava diferente, não havia segundas intenções, ele apenas gostou da companhia da mulher, uma companhia que fazia tempo que não tinha já que sua fama era conhecida. Julia tinha seus 37 anos, uma mulher linda, fina e com alto padrão. As mulheres em Sevastopol começaram até ficar com ciúmes de Julia, mas não era brincadeira, ela merecia toda esta atenção.

A noite a jornalista já estava pronta, já havia colocado seu gravador na bolsa e tomou um vagão de transporte para a Lorenz Systech, chegando lá subiu as escadas e tinha um grande salão iluminado a sua frente, com grandes sofás e mesas para jantar. A recepcionista acompanhou Júlia até a mesa em que Ransome estava. Já haviam preparado todo o jantar, lagostas diretamente da colônia marítima de Northon Colony.

_Pensei que não viria._ disse Ransome.

_Por quê? Por acaso demorei muito? No meu relógio consta que fui pontual._ disse Julia se sentando a mesa.

_Não é isso, é que as pessoas não costumam atender aos meus pedidos quando sou gentil. _Ransome respondeu.

_Eu gostei do seu estilo, mas não estou aqui a procura de um marido e sim de uma historia, então, não poderia recusar. Como tudo aconteceu? Vai me contar? _disse Julia.

_Está certo. Haviam marcado uma assembleia um dia antes. O núcleo APOLLO transmitiu em todas as frequências, em todos os terminais, não tinha como não saberem. A assembleia ia ser realizada no local com maior espaço para que todos da estação pudessem comparecer, e lá foram nós, os cinco mil habitantes para o terminal de voo espacial, antes do horário de despertar. A população comum ficou embaixo, no topo do terminal os poderosos, eu estava ao lado deles e pensei que significasse algo bom, uma promoção. Então o APOLLO como programado começou a abrir as persianas fazendo o sol entrar, e a musica alegre começou a tomar conta do local. Os habitantes sorriam pensando que melhoras chegariam a ocorrer na estação, mas não foi isso que aconteceu. Logo que um dos grandes empresários da Seegson começou a falar sobre os prejuízos as feições mudaram, até a minha.  Eu, um executivo que estava designado a cuidar de gastos não estava sabendo do déficit da estação. Anunciaram então o corte de pessoal e que a estação em um mês operaria apenas com um décimo da população total, ou seja, 4500 habitantes seriam mandados de volta para casa sem emprego, sem nada, e os outros 500 ficariam por conta de manter  estação espacial funcionando até segunda ordem, juntamente com os androides sintéticos. Assim foi feito, as datas de laçamento foram lançadas e a minha não, e sabe por que? Quando todos os poderosos foram embora me deixaram aqui com esses outros imprestáveis, me abandonaram, dizendo que eu era importante para a corporação, uma ova. As pessoas foram descartadas, algumas se enfureceram e depredaram a estação, já que estariam sem emprego mesmo. Eu sei que se a situação se agravar vai ser meu fim. Aliás, Sevastopol está nessa situação deplorável, eu era o Chefe de Operações, eu tinha que ter impedido isso, ninguém vai me querer por perto quando isso acabar. _disse Ransome.

Julia havia registrado cada palavra e estava satisfeita ao ver o lado de um alto cargo na história dos prejuizos da Seegson Corporação. Ransome percebeu que a moça havia ficado constrangida com todo esse lance depressivo e disse.

_Nem tudo é tristeza Julia. Eu sei que você está aqui a trabalho, escrevendo sobre como a Sevastopol está desmazelada e como a Seegson nos abandonou, mas gostaria de te levar em um lugar especial para mim. É proibido a gente ir lá por conta dos protocolos de segurança e você também não possui o critério para isso, mas se você quiser ir eu posso te levar. _disse Ransome.

_Eu já te contei que sou jornalista não é? _disse Julia Jones.

_Claro, mas eu pensei que..._disse Ransome sendo interrompido por Julia.

_Nunca diga que tem um local proibido para uma jornalista, ela vai querer ir lá. _disse Julia sorrindo. Ransome e a mulher terminaram o jantar e partiram. No elevador Ransome apertou um botão e então uma voz eletrônica feminina surgiu.

DOCA DE ANCORAGEM: APENAS MEMBROS DE NÍVEL C SÃO PERMITIDOS ACESSAR ESTA ALA.

Ransome então retira um cartão de acesso do bolso e insere no elevador. O elevador então desce e chega em um local completamente vazio. Era um corredor curvo e largo, escuro por conta das luzes desativadas, tudo era metal ali, não haviam as decorações da estação, apenas piso de metal vazado, telhado com diversos tubos de metal. Era como um grande corredor de uma usina com vidraças super resistentes que permitiam que a luz solar entrasse.

_Então, esse é seu lugar favorito? Uma espécie de corredor da morte? _Perguntou Julia.

_Não é aqui. _Disse Ransome andando pelo corredor até uma pequena sala no fim do corredor com trajes espaciais. Julia seguiu ele e percebeu que ele estava vestindo um dos trajes.

_O que? Não vamos sair lá fora! Não tem ar, nem gravidade! Ficou maluco? _Disse Julia.

_ Eu já te disse que é proibido né? _disse Ransome rindo.

_ Que droga! Por que eu fui escolher jornalismo! _disse Julia puxando a alavanca e abrindo uma das capsulas com um traje espacial. Ransome ajudou Julia se vestir e terminou de se preparar.

Quando ambos ativaram a comunicação uma voz eletrônica feminina, a mesma do elevador, disse.

“Nível de oxigênio: 100%, 200 minutos restantes”

_Ei Julia, você está me ouvindo? _disse Ransome

_Estou sim e você? _respondeu a garota.

_Sim, estou.  Irei despressurizar a câmara de ar ok?_ disse o homem apertando alguns botões na parede da pequena sala.

VOZ ELETRONICA MASCULINA: Iniciando despressurização.

Um gás entrou na sala empurrando todo o oxigênio para fora, então a porta se abriu, o corredor que havia terminado agora continuava, do lado de fora da estação, com a única coisa separando Julia e Ransome do espaço profundo os pisos e o corrimão.

_Não salte e ande devagar. Essas roupas são pesadas e mantem a gente ancorado á estação entretanto não se deve brincar onde não tem gravidade. Um passo em falso e nós vamos para o espaço. _disse o executivo.

_ Nossa bem reconfortante essas palavras. _disse Julia.

Eles caminharam nesta grande passarela até uma doca ao lado das antenas parabólicas de comunicação, sentaram-se e prenderam os trajes no corrimão. Julia admirou a estrela que iluminava aquele sistema solar, era linda, tão linda, que a jornalista só não chorou por que era durona.

Através dos comunicadores Julia e Ransome conversavam sobre como chegaram aonde chegaram, Ransome não escondeu nada de Julia, mostrou realmente quem ele era e o que fazia para conseguir as coisas, foi sincero, e não adiantaria mentir, pois Julia.

Conversaram tanto que uma voz alertou Julia:

VOZ ELETRONICA FEMININA: Oxigênio em 10%: 20 minutos restantes.

_Melhor nós voltarmos, meu oxigênio está acabando, tenho apenas 10% _disse Julia.

_Mas já? Seu tanque deve estar danificado ou alguém deve ter usado ele antes... _disse Ransome. _Vamos voltar.

Eles caminharam vagarosamente até a câmara de ar, entretanto algo deu errado.
VOZ ELETRÔNICA FEMININA: Oxigênio em 7%: 14 minutos restantes.

_Ransome? Por que a demora? Preciso entra agora ou o oxigênio acaba. _disse Julia.

_Olha só, promete que vai ficar calma? O painel externo está destruído, é impossível abrir a câmara de ar daqui. _disse Ransome.

_O que? Que palhaçada é essa? Você tá brincando comigo não é? Fala que é! _disse Julia.

_Calma Julia, se você começar a descontrolar sua respiração e entrar em pânico o oxigênio acaba mais rápido. Eu sei de um caminho alternativo para dentro da estação.

Julia e Ransome começaram a caminhar de volta, para além das antenas parabólicas, o oxigênio de Julia estava em 3% quando eles chegaram à uma porta desativada escrito “Apartamentos North Baccum”. Ransome avisou para Julia sair da frente da porta e a reativou através de um console. A porta abriu. A pressão e o ar que escapou daquela porta foram imensas. Eles então entraram e Ransome fechou a porta. Uma voz externa ao traje assolou o local.

VOZ ELETRONICA MASCULINA: Oxigênio na área: 20% e subindo, 30%, 50% e subindo.

Ransome colocou a mão em seu capacete, Júlia já estava ficando histérica e quando viu o que Ransome estava prestes a fazer surtou.

_O que você está fazendo? Você vai sufocar!_gritou Julia.

Ransome retirou seu capacete, e respirou fundo, o oxigênio já estava estabelecido naquela área.

_Pode tirar o traje espacial, aqui tem oxigênio. _Disse Ransome tirando seu traje pesado e começando a flutuar no corredor junto com outros diversos objetos pessoais dos apartamentos abandonados. A luz do capacete que agora flutuava era a única coisa que iluminava o corredor, mas o executivo flutuou até um sensor e as luzes se acenderam.

Julia tirou o traje e começou a flutuar pelo corredor também.

_O que aconteceu aqui... por que a gravidade... _disse Julia.

_Quando essa ala ficou vazia decidimos desativar as âncoras de gravidade deste setor para evitar gasto de energia, então lacramos até segunda ordem. Os pertences que estavam sendo recolhidos ainda estão aqui.

Julia olhou até um apartamento, a porta estava aberta, então ela flutuou até lá. Quantos brinquedos voavam por ali, um sapato de bebê, uma garrafa de uísque, uma pequena blusa rosa com um coração... Ali havia morado uma família, há dois meses e ainda deixaram o pedaço da sua história.

_Foram abandonados... _disse Julia.

_Como? _disse Ransome flutuando até Julia.

_Eles foram deixados de lado pela corporação pelo qual deram suas vidas. É injusto não? Darmos tanto duro pelo que acreditamos e sermos abandonados? Eu não estou na sua pele, aliás, não sou uma vítima dessa catástrofe, estou aqui apenas para cobrir, mas eu entendo como deve ser difícil. _disse Julia.

_Olha só, não fique triste, a Seegson é uma boa empresa, mas as vezes a gente erra ao fazer um negócio, nós somos apenas efeitos colaterais, na verdade não significamos nada, nunca significaremos, e depois que morrermos vão nos esquecer. Então vamos esquecer quem morava nessa ala e seguir nossa vida,  e nem pense em citar esse lugar na seu relatório. _disse Ransome rindo.

_Vamos sair daqui. _disse Julia.

Flutuaram até o corredor continuaram nele até que a gravidade foi ficando mais forte e logo eles já podiam caminhar normalmente. A porta em frente foi reativada e os dois entraram na estação novamente. Antes da porta fechar, olharam lá para dentro. Apollo detectou a área vazia e as luzes do corredor sem gravidade foram apagando, as luzes dos apartamentos, toda a história ficou na escuridão.

Ransome fechou a porta. Ao chegarem nos transportes os dois se despediram.

_Não desaparece Julia, não tive momentos assim há muito tempo... Você realmente tem coragem, teve coragem de falar comigo. _disse Ransome.

_Não seja bobo, eu não tenho medo de quem não é meu chefe... _disse Julia rindo. _Nos vemos por ai B. Ransome, escreverei pensando no que você me contou e me mostrou, obrigado por esta noite._Julia entrou no transporte e partiu para a torre habitacional.

 

 



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