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História ALIEN: Involução - Reformatação


Escrita por: Paulo2579

Notas do Autor


Título do log: "CÂMARA DE REFORMATAÇÃO"
Número do log: 107
Russell, 15 de setembro de 2137.

Spedding, eu mandei alguns androides em branco para o tour de vendas VIP da Sevastopol. Se você ainda não fez isso, só tem que deitá-los na Câmara de Reformatação. Eles serão conectados ao APOLLO e aprimorados com a mais recente programação. Vamos torcer para que eles gostem.

Capítulo 5 - Reformatação


Fanfic / Fanfiction ALIEN: Involução - Reformatação

Spedding recebeu as instruções de Russell, ele mesmo, um executivo deveria fazer o serviço pesado de quisesse surpreender um VIP no tour de vendas de Sevastopol. Com o corte de pessoal a venda da estação se tornou mais difícil. Os corredores vazios, as lojas fechadas não foram tão atrativas, então tentariam a sorte nos Androides Sintéticos da Seegson.

Spedding estava em fase de treinamento, para que quando os VIP chegassem à estação nada saísse errado, e o técnico da grande câmara de reformatação, Carl, ficava presente durante o teste de Spedding. A tarefa era simples, sem risco, o único efeito colateral da máquina era distúrbios de energia e falhas nas comunicações devido à força eletromagnética.
     A câmara parecia mais uma máquina de ressonância magnética: Deitavam um androide em branco na máquina, ligavam e esperavam o androide ser conectado com o Apollo e que todas as informações fossem inseridas no núcleo de processamento, bem como a programação primária, quem impede o androide de machucar um humano. Depois disso o Androide é levado até uma câmara de ativação, como as dos androides auxiliares, e assim eles são ligados pela primeira vez. Assim, os androides saiam pela estação e baixavam as ordens do Apollo de qualquer lugar, por sinal sem fio. Era perfeito se naquele dia uma tragédia mudaria o destino de Carl.

Spedding havia colocado o terceiro androide sobre a máquina, e pressionou o botão.

VOZ ELETRÔNICA FEMININA: “Falha no dispositivo de gravação. Por favor, contate o serviço técnico para a correção da falha”.

_Mas que droga, essa coisa não pode dar problema agora? O que eu fiz de errado dessa vez porra! _Disse Spedding.

_Fique calmo Senhor. A câmara tem alguns travamentos de vez em quando. Reinicie o processo. _Disse Carl.

_Está bem. _Disse Spedding pressionando em reiniciar máquina. A maca com o androide foi ejetada. Spedding pressionou o botão que iniciava o processo de reformatação.

VOZ ELETRÔNICA FEMININA: “Falha no dispositivo de gravação. Por favor, contate o serviço técnico para a correção da falha”.

_Olha Carl, eu sei que você faz um trabalho muito eficiente, mas não podemos ter estes travamentos durante o Tour de vendas. Eu tenho um dia cheio, preciso finalizar um relatório, tem algum terminal aqui perto? _disse Spedding.

_Está bem Senhor, eu conserto a máquina e você pode usar o terminal no meu escritório. Leve este comunicador, assim que terminar eu lhe chamo. _Disse Carl.

Spedding se dirigiu com seu terno caro até o escritório de Carl e lá se conectou com seu trabalho, começou a finalizar seu relatório. Em contrapartida Carl estava com seu trabalho duro. Retirou o androide da maca e deitou-se no lugar do androide. Pressionou o botão “Entrada 01” e assim a maca levou ele até dentro da máquina. Com suas chaves de fenda e deitado naquele tubo estreito, quase não dando para se movimentar, Carl começou a limpar a lente de gravação e leitura da máquina.

Spedding precisava de mais energia no escritório, então foi até o painel de reprogramação que havia na parede e desviou a energia do centro de reformatação para o escritório. As luzes internas da máquina se apagaram e Carl ficou no escuro interior da câmara.

_Spedding? Você desligou a energia? _perguntou Carl.

_Eu desviei temporariamente, a maquina não precisa de eletricidade, mas eu sim preciso. _disse o Executivo.

_Mas Senhor, eu preciso de luz aqui ou não consigo terminar o serviço. Por favor, ligue a energia de novo. _disse Carl.

_Está bem! Esta Bem! Já vou! _disse Spedding no painel reativando a eletricidade na sala. As luzes internas da câmara ligaram. _E ai, tem como trabalhar?

_Tem sim, já está tudo ligado de novo, muito obri... _disse Carl interrompido por uma voz.

VOZ ELETRÔNICA FEMININA: “Retorno de energia. Finalizar reformatação”.

“_Não! Não! Sped...” _gritou Carl no comunicador, e então só se ouviu chiados.

_O que está acontecendo ai Carl? Carl? _disse Spedding. O Executivo não deu bola e continou a fazer o relatório, mas em menos de 10 segundos foi interrompido quando as luzes começaram a piscar, o que estaria acontecendo com a energia da área. Foi então que Spedding havia percebido o que tinha acontecido.

Spedding correu para o corredor, e de lá deu para ver no fim dele, das janelas de vidro da sala de reformatação as luzes piscando e os gritos de Carl. Spedding correu, e quando passou do lado da sala viu  Carl  se revirando de dor dentro daquele grande maquinário.

Spedding correu e pressionou o botão “Desligamento de Emergência”.

No mesmo dia Carl acordou na Instalação Medica de San Cristobal, o hospital da estação espacial, que ficava na chamada Torre SciMed. Estavam do seu lado sua esposa Jessica, a doutora Lingard, Spedding e Ricardo, um oficial colonial que recolhia dados do acidente de Spedding.

_Ele está acordando! _Exclamou Jéssica.

_O que... O que aconteceu comigo? Minha cabeça está estourando! _disse Carl.

_Você entrou na câmara de reformatação ligada. _disse Spedding rindo. _Que bom que você acordou, não faça isso de novo, aquilo foi feito para androides.

_Já fizemos os exames e não há nada de errado com você. Devido à força eletromagnética forte você pode ter algum tipo de desorientação durante a semana, fora isso você vai poder sair daqui a algumas horas. Seu seguro médico cobriu os exames, sua esposa autorizou. _disse a doutora Lingard.

_Espera? Que tipo de desorientação? _ perguntou Jéssica.

_Eu percebi os padrões, pessoas expostas à uma força eletromagnética forte e que acordam com forte dor de cabeça tendem a ter algum tipo de percepção distorcida, mas essa é a primeira vez que acontece um acidente do tipo em Sevastopol. Por isso durante uma semana você está livre do trabalho, conseguiu uma licença! Se as dores de cabeça não melhorarem em 7 dias retornem aqui em San Cristobal para fazermos mais exames. _disse Lingard.

Algumas horas depois Carl recebeu alta do hospital, e foi para seu apartamento com sua esposa, chegando lá Carl decidiu tirar um pequeno cochilo. O cochilo durou dois dias, Carl acordou no terceiro.

_Ei Jess... Quantas horas eu dormi? _perguntou Carl, mas ele não obteve resposta. Carl então se levantou e deu uma olhada em todos os cômodos e percebeu que Jéssica não estava lá. Decidiu olhar então no terminal, sempre que Jéssica saia ela deixava uma mensagem no terminal avisando-lhe onde estava. Não havia mensagem, mas havia uma data, como ele pode ter dormido tanto?

O comunicador de Carl começou a tocar um sinal de alerta. Em meio as roupas sujas Carl o encontrou e colocou no ouvido.

_Ei, Jessica? É você? Onde você está? _Perguntou Carl.

_Carl! Por favor, me ajuda, eu estava vindo da casa da Elaine e um homem começou  a me perseguir. Rápido! Eu me escondi em um armário e ele está do lado de fora... Oh não! _disse Jessica.

_Amor, onde você está? Em qual armário? O que está acontecendo. _disse Carl.

_Estou transmitindo do terminal da Solomons Habitação. Ele me viu... Me... Desculpe-Me! _disse Jessica, Carl ouviu o ruído da porta do armário abrindo e em seguida os gritos de sua esposa. _Não! Me deixa em paz! O que você quer! Seu desgraçado... Não!

Em meio ao seu apartamento Carl apenas sentiu o desespero, as lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ele não podia desistir, não de Jéssica. Ele então mais que depressa saiu de seu apartamento, deixando a porta aberta, correndo pelo corredor em direção à Agência Federal Colonial, para que talvez pudesse encontrar ajuda.

Como a agência ficava na mesma torre e próxima a estação em que Jessica havia desaparecido foi rápido chegar até lá. Quem o atendeu foi Turner, um oficial colonial.

_Oi, minha esposa..._disse Carl.

_Só um minuto, estou em um telefonema não está vendo? Pegue uma senha e aguarde. _disse Turner.

_Mas é que... _disse Carl ainda com o rosto coberto por lágrimas.

_Senhor, eu disse para você esperar! _repetiu Turner irritado.

Nesse momento Carl não pensou duas vezes, arrancou o telefone da mão de Turner e bateu ele três vezes contra a parede.

_Minha esposa está desaparecida! Ela acabou de ser raptada e você fica conversando ao telefone seu inútil! _gritou Carl.

_Calma senhor, vamos ajudar você. _disse Turner assustado com a situação. _Precisamos de alguns dados.

Carl foi levado até uma sala de interrogatórios que havia ali perto. Lá recolheram o comunicador e pegaram os detalhes. O Delegado Federal Waits não estava na agência, e precisavam de suas ordens para iniciar as buscas. O pedido ficou em aberto, o link do comunicador foi recebido pelos agentes, em seguida dispensaram Carl e seu comunicador.

Alguns passos depois de sair da agência o comunicador começou a tocar. Ao colocar no ouvido Carl disse:

_Je... Jess?

Uma risada estranha masculina veio do comunicador.

_Não Carl, não é a Jess... Jess está presa em algum lugar da estação e não tem muito tempo, para ser mais exato, ela tem menos que 4 horas de vida se não puder encontra-la! _disse o desconhecido.

_Quem é você? Vou informar... _disse Carl.

_Os Federais? Tem certeza? Pensei que já tinha feito isso, aliás, você não está do lado de fora da agência? _disse o estranho, naquele momento a espinha de Carl gelou.

_Como você sabe disso? Como? _disse Carl.

_Eu estou olhando para você nesse instante. É o seguinte Carl, eu aproveitei que você ficou fora durante esses dois dias e eu pensei, por que não armar um jogo com ele? Mas todo jogo fica divertido quando o objetivo é algo que se quer... Você quer a sua esposa viva? Que tal jogar? _Disse o estranho.

_Jogar? Eu não quero jogar! Eu quero ver se minha esposa está bem. _disse Carl.

_Se você não jogar, ela não vai ficar bem, isso eu te garanto! E então, vamos começar ou não? _disse o estranho.

_Eu topo! Mas me prometa que ela sairá sem nenhum arranhão! Prometa! _disse Carl.

_Eu prometo, mas o tempo é curto, então que tal correr? Corra pelas prateleiras, corra pelos registros, encontre a pasta vermelha com o projeto dentro, se não encontrar o código sua esposa irá pelo vento. _tudo se encerrou com estática.

_O que ele quis dizer com isso? O que meu Deus... Pensa Carl... Pensa... Pasta Vermelha... Código... _Carl começou a se lembrar sobre os protocolos de segurança de Sevastopol, e então lembrou. _A pasta vermelha indica as áreas restritas aos Zeladores Sintéticos (Joe Trabalhadores que trabalhavam para a Seegson na manutenção dos sistemas), eu já sei onde ela está! _disse Carl correndo em direção à Biblioteca de Sevastopol.

A biblioteca estava quase vazia quando Carl chegou. Ele sabia que os protocolos estavam trancados na sessão privada da Seegson, então ele não se dirigiu a bibliotecária para perguntar... Entre uma prateleira e outra procurou o botão do sistema anti-incêndio e pressionou.

Um alarme soou pelo local, uma fumaça densa cobriu o local, era o sistema de extintores agindo, enquanto todos corriam para a saída da biblioteca, Carl foi até a mesa onde a bibliotecária estava, abriu suas gavetas, procurou, procurou e enfim achou o cartão de acesso. Correu então à sessão privada da Seegson e destrancou a porta.

Lá dentro não havia fumaça, aquela sessão mais parecia um museu, cofres estavam por todos os lados, assim como belas pinturas e algumas plantas já extintas da terra em vácuo. Realmente aquela sessão deveria ter uma segurança vinte e quatro horas. Ele foi até os arquivos, entretanto eles estavam bloqueados que um tranca, mas nada que  Carl não desse conta.

Carl removeu o painel à pancadas, e então fez uma ligação de cabeamentos de forma que os arquivos fossem destrancados. Apesar de ter dado certo, o beep da bibliotecária alertou-a de que algo estava errado.

_O que diabos está acontecendo aqui? _Disse a bibliotecária de frente à grande vitrine da biblioteca, olhando para o seu interior coberto de névoa anti-incêndio.

No mesmo instante ela abriu a porta e correu para dentro. Carl procurou e finalmente encontrou a pasta vermelha.

_O que você está fazendo aqui? Isso é uma área restrita! Os Federais já estão à caminho! _gritou a bibliotecária surpreendendo Carl.

_Eu preciso disso, minha esposa está correndo perigo. _disse Carl.

_Eu não ligo pra você ou pra sua esposa, normas são normas, eu tenho família pra sustentar, passe esse arquivo para cá e eu esqueço isso. _disse a Bibliotecária com a mão estendida.

Carl se aproximou com os protocolos da bibliotecária, olhou bem sua mão, direcionou o relatório até a mão da bibliotecária, mas antes mesmo que o livro vermelho tocasse a mão dela, Carl segurou firme o livro, o levantou e com toda sua força acertou o rosto da moça. Enquanto a bibliotecária permanecia caída no chão desorientada Carl gritou:

_Eu vou salvar minha esposa, nem que tenha que passar por cima de vocês! _Carl então correu para fora da sessão, e em meio a toda a fumaça conseguiu sair da biblioteca. Todos que haviam saído do local o olhava, então ele correu dali, e segundos depois os Federais chegaram.

Correndo pelos corredores Carl ligou seu comunicador.

_E agora? O que eu faço?

_Que performance, derrubou uma pobre bibliotecária? Você sabe que agressão e violência doméstica nessa estação dá uma pena dura não é? Claro que você sabe, você está com o protocolo de segurança vermelho nas mãos. _disse o estranho.

_Chega de papo, para onde eu devo ir. _disse Carl.

_Procure o código de acesso para os servidores na torre Lorenz Systech, eles são bloqueados. Há um slot vazio, você vai precisar inserir esse chip que está no livro no slot vazio. Depois disse eu conto onde sua esposa está. _disse o estranho.

_E como posso acreditar em você? _perguntou Carl.

_Você está me achando muito extravagante não é? Eu sou alguém simples, eu sou confiável, Carl, você mesmo conhece meu rosto. _disse o estranho.

_Como assim, simples? Confiável? Conheço seu rosto? Se eu te conheço como tem coragem de fazer isso comigo, eu nunca fiz mal para ninguém. _disse Carl.

_O tempo está passando, chega de discussão. Faça o que estou dizendo.

Carl pegou o transporte até a torre Lorenz-Systech, chegando lá passou pelo saguão principal, que estava repleto de executivos, e Carl, estava sujo, com as roupas encardidas, suado. Mais que rapidamente um dos recepcionistas do saguão lhe atendeu.

_Bom dia. Em que podemos te ajudar? _disse o rapaz.

_Preciso de uma rota de acesso até o Servidor, preciso entregar estes códigos para ele. _disse Carl.

_Certo, suba estas escadas à direita, entre na porta em frente, procure a escadaria, fica no andar debaixo, basta descer um piso, os servidores ficam na porta à esquerda... Estranho, pensei que lá só trabalhassem androides sintéticos. _disse o recepcionista.

_Muito obrigado, já vou indo. _Disse Carl deixando o homem com suas duvidas e correndo para a escadaria do saguão.

Mais que rápido ele já estava em frente à grande porta da sala de entrada do servidores, ele então pegou o livro vermelho e procurou por “Núcleo de controle: Servidores”, e lá estava o código. Foi fácil invadir com aquilo em suas mãos, agora estava em uma grande recepção vazia, em frente havia um corredor com grandes tanques de fluido sintético, e lateral onde um androide controlava seu terminal, nem percebeu a presença de Carl.

Ao subir uma pequena escada em um corredor estreito deu de frente à um grande painel de controle, e atrás deles,  estavam os servidores, mais de 100 servidores. Havia três androides vagando entre os servidores. Ao procurar no livro em qual dispositivo ficava o tal slot vazio encontrou escrito.

Pergunte à um androide sintético responsável e diga a senha: Sierra-Uniform-Papa-Echo-Romeo-November-Oscar-Victor-Alfa.

Mais que depressa Carl correu até um Androide e cutucou o pelas costas, o androide se virou e disse:

_Essa é uma área restrita, por favor, Carl L. saia. _disse o androide.

_Não, você não entendeu, eu preciso reconectar o chip L33 no slot de um dos servidores. _disse Carl.

_Chip L33. Protocolo de abandono em andamento. Qual a senha? _perguntou o androide.

_Sierra-Uniform-Papa-Echo-Romeo-November-Oscar-Victor-Alfa. _disse Carl.

_Confirmação: S-U-P-E-R-N-O-V-A. Confirmado. Por favor, me acompanhe para finalizar o processo. _disse o androide caminhando e levando Carl até o servidor. Carl então tirou o chip e conectou no slot.

No painel um símbolo com X apareceu, a mensagem era: “Dar andamento ao protocolo?”. O androide se afastou, mas por um instante ele parou, Carl achou estranho. O androide se virou e disse.

_Carl L., há um pedido de contenção em seu nome aberto na Agência Federal Colonial, motivo... Violência, furto, desobediência civil. Precisarei contê-lo. _disse o androide caminhando em sua direção para captura-lo.

Carl então mais que rapidamente digitou no Console (Y) e apertou enter. A mensagem disse: Aguardando confirmação no console principal.

O androide se aproximava cada vez mais, então Carl correu por entre os Servidores. E conseguiu driblar o Androide.

_Não corra, correr causam acidentes! Que pena, sumiu, pena que não pude ajudar. _disse o androide quando perdeu Carl de vista.

Carl chegou ao console principal e pressionou o botão vermelho que piscava. Tudo apagou, Sevastopol ficou completamente no escuro, os androides desativaram, o sistema de ventilação, conversão de àgua, transportes, tudo.

Carl acendeu sua lanterna e assim conseguiu enxergar algo. Sevastopol estava completamente desligada.

_Pronto, eu fiz o que você queria... Ei você está ai? Ei..._ sem resposta Carl sentou-se no chão e pois se a chorar. Onde estava Jessica?

Cinco minutos depois as luzes se acenderam e uma voz eletrônica cobriu o local.

VOZ ELETRÔNICA FEMININA: Gerador auxiliar das três torres, ativados. Tempo de eletricidade disponível... 30 minutos.

Era exatamente o tempo que faltava antes de Jessica morrer, o estranho sabia disso.

_Bom trabalho Carl. Agora está na hora de você reencontrar sua esposa. Vá até a manutenção do transporte, sua esposa estará lá.  _disse o Estranho.

_Manutenção do transporte, entendido. _disse Carl.

Carl correu o mais rápido que pode, passou pelo saguão lotado que estavam com luzes de emergência em funcionamento, os executivos o olharam assustado, estavam assustados com a situação, Sevastopol jamais havia apagado por inteiro, e agora estavam sobrevivendo às custas de geradores auxiliares.

Carl conseguiu acessar a manutenção através de um painel de reprogramação. E lá estava ele, no meio dos trilhos do transporte da torre Lorenz-Systech, e amarrada com cabos de aço no trilho estava Jéssica.

Carl saiu da porta, e correu em direção à ela.

_Jess, amor, eu vou te tirar daqui. _disse Carl tentando remover os cabos.

_Não, não vai dar tempo. Eles vão interromper os protocolos e o transporte vai reiniciar, o vagão virá em minha direção. Ele vai passar por cima de mim.

_Está bem, o que eu faço? _perguntou Carl.

_O controlador está quebrado... Você terá que se sacrificar por sua esposa. O único jeito de parar o trem é fazendo com que ele detecte um impacto. Adeus Carl. _disse o estranho no comunicador.

_Eu vou ter que esperar o Trem amor, vai dar tudo certo. _disse Carl.

_Como assim Carl? Como assim? _disse Jessica.

_Adeus. _disse Carl beijando ela.

Carl correu desesperadamente, e quando conseguiu visualizar o trem ele parou, ficou parado aguardando o trem.

VOZ ELETRÔNICA FEMININA: Sistema de Transporte reiniciado.

As luzes do vagão de transporte acendeu, o vagão começou a se mover, e então Carl fechou os olhos. Ele se virou de costas e via ao longe, bem longe Jessica gritando seu nome amarrada aos trilhos. Na porta lateral os Federais apareceram correndo e gritavam.

_Carl! Carl! O que você está fazendo. _gritava o Delegado Federal Waits.

Junto à ele Jessica apareceu correndo e gritando.

_Carl, o que deu em você! _disse Jessica.

Tudo parecia passar mais devagar que o comum, o vagão vindo, dos federais correndo junto com sua esposa, e no trilho uma outra Jessica amarrada. O que estava acontecendo? Quem era aquela mulher no trilho. Ao observar bem Carl percebeu que não passava de uma ilusão, ela havia desaparecido aos pouco. A ultima visão de Carl antes de o vagão acertá-lo, foi sua esposa desesperada correndo em sua direção. Carl foi despedaçado quando o vagão o atingiu.

VOZ ELETRONICA FEMININA: Rota cancelada, detectado objeto na linha de transporte.

O vagão parou coberto de sangue. Jessica gritava e chorava, e os federais a arrastavam para fora dos trilhos. Os gritos da esposa eram tão alto que nem o outro vagão passando na linha oposta conseguiu abafar.

Uma hora depois na agência federal colonial Waits começou interroga-la.

_Jéssica, certo? A esposa de Carl? Ele deu entrada hoje sabia? Disse que você havia sido raptada, que alguém estava se comunicando com ele. Conseguimos um link ao comunicador para ouvir todo o diálogo só que ouvimos somente seu marido falando sozinho, ele demonstrava desespero. _disse Waits.

_ Eu não estava raptada, eu havia visitado Elaine, minha irmã, ela mora aqui na estação. Eu deixei uma mensagem para ela no terminal, ele sempre verifica.

_Durante os depoimentos ele disse que havia verificado o terminal, mas não havia mensagem. Acreditamos que ele estava fora de si desde o incidente registrado no sistema na câmara de reformatação. Acho que ele estava com os sentidos bagunçados. _disse Turner.

_Não sabemos como ele conseguiu adquirir tantas informações... Não havia ninguém falando com ele no comunicador, você entende? _disse Waits.

_Sim, a doutora Lingard disse que isso poderia acontecer, eu não devia deixa-lo sozinho durante essa semana. _disse Jessica à Waits aos choros.

_Ele agrediu uma mulher, roubou os protocolos de segurança nível primário, ativou o Protocolo Abandono. Temos as gravações do comunicador, encaminharemos ao seu terminal está bem. _Jéssica concordou.

Ao chegar a casa, Jessica abriu o arquivo de áudio, ouviu o desespero de seu marido ao tentar salvar alguém que só existia em sua imaginação. Jessica se sentiu culpada, mas, como os federais disseram... De onde ele conseguiu tanta informação? O androide sintético que cuidava de seu apartamento se aproximou e disse:

_Tsk. Chia.. Heeelp, Aju...da!

Jessica percebeu que sua voz estava desregulada.

_Joe, calibrar a voz, por favor. _disse Jessica.

“_Reequilibrando voz: Frases de teste: A-B-C-D-E-F...

 _Eu sou econômico. Sou confiável. Você conhece o meu rosto. O androide trabalhador.

_Que tal me perguntar sobre os protocolos de segurança da Sevastopol?

_ Estarei com você em breve.

_Rotina de exercícios vocais concluída.”

Jéssica percebeu uma certa semelhança com os áudios do marido, o que a câmara de reformatação havia feito com ele ainda era um mistério. Jessica não suportou a culpa, no fim da mesma semana ela se direcionou aos trilhos do transporte, deitou sobre eles e adormeceu, aguardando o vagão que à levaria junto ao seu marido.



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