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História All About You - Mommie Dearest


Escrita por: hunblackthorn

Notas do Autor


Quanto mais eu me atraso mais comprido os capítulos vão ficando, então é uma coisa boa eu me atrasar né? rs.

Capítulo 4 - Mommie Dearest


Sehun abriu os olhos quando sentiu pequenos beijos serem depositados no canto de sua boca. O sol começava a entrar pelas janelas abertas do quarto de Baekhyun.

– Bom dia. – Disse o moreno piscando dos olhos com a claridade repentina.

– Oi. – Sorriu Byun timidamente endireitando-se na cama.

O mais velho virou de lado e encarou Baekhyun. Ainda era inacreditável que depois de tanto tempo Sehun finalmente tinha tomado coragem e agora eles poderiam ficar juntos.

– Que horas são? – Perguntou coçando os olhos. Seu cabelo escuro mesmo que desordenado continuava extremamente sexy.

– Ainda é cedo. – Baekhyun disse se inclinando para o maior. – Temos muito tempo.

Sehun sorriu e selou os lábios do loiro acariciando seu rosto delicadamente. Em seguida Baekhyun estava em cima de si com uma perna em cada lado de sua cintura, as mãos do pequeno friccionando seus ombros enquanto suas próprias mãos apertavam a cintura delicada em cima de si, o beijo ficando cada vez mais intenso.

– B-baek... eu tenho que... ir para casa. – Sehun cessou o beijou lentamente.

– Não tem não. – Baekhyun enfiou a cabeça no pescoço de Sehun e começou a mordisca-lo levemente. O moreno quase perdeu a consciência com os atos do mais novo.

Na verdade, desde de que o beijo aconteceu - menos de 12 horas atrás - Sehun teve que se controlar muito pois Baekhyun parecia decidido a acabar com sua sanidade. O beijo começou na cozinha, no andar de baixo, e foi de cômodo a cômodo até eles chegarem no quarto do menor, no andar de cima.

Parecia que Baekhyun queria muito mais que beijos e claro que Sehun também queria, e muito! Mas ele amava o pequeno, ele não precisava ter pressa e fazer tudo de uma vez só, eles tinham a eternidade para aproveitar um ao lado do outro.

Ou até fevereiro quando a faculdade começar.

– Eu to aqui desde sábado... preciso ir... tomar um banho... – Disse Sehun tentando conter os gemidos de prazer que a língua de Baekhyun proporcionava. – Preciso pegar minha mochila...

– Você pode tomar banho aqui. – Baekhyun falou enquanto subia os beijos pela mandíbula do maior indo em direção a sua boca rosada perfeitamente desenhada com a qual ele tanto sonhara. – Comigo.

A proposta foi tentadora e todo o corpo de Sehun reagiu a ela se arrepiando. Porém ele realmente precisava ir para casa. Com a força sobre-humana que desenvolveu nas últimas horas o moreno empurrou Baekhyun fazendo com que ele ficasse em baixo de si. As mãos hábeis de Sehun pegaram as de Baekhyun e as prenderam sobre a cabeça do menor, imobilizando-o.

– Vejo você na escola. – Sehun beijou profundamente o loiro, sentindo cada centímetro da língua rosada que ele veio a conhecer perfeitamente na noite passada.

Sehun soltou as mãos do menor e se levantou para vestir sua calça e colocar os sapatos. Baekhyun ficou na cama com um adorável biquinho na boca, o que fez com que Sehun risse enquanto se dirigia a porta. O moreno virou para despedir-se.

– Eu te amo, Baekhyun. 

– Eu também te amo, Sehun.

 

[♡]

 

Quando Chanyeol chegou em casa na noite anterior ele achava que os pais estariam lhe esperando para que pudessem conversar. Ele não poderia ter sido mais ingênuo. O que ele encontrou na verdade foi seu irmão de quinze anos na cozinha em estilo britânico que a família usava.

Depois de questionar Mark ele descobriu que o pai tinha ido embora e a mãe não estava em casa quando isso aconteceu. Desnorteado o garoto foi para seu quarto e encontrou um bilhete em cima da cama. Era do pai, dizendo que ele e a mãe estavam se separando, e não devia ser uma surpresa, ele ia se mudar, mas logo entraria em contado.

Chanyeol ficou abismado. A família dele nunca foi muito de se comunicar, mas ir embora e deixar um mísero bilhete? E que história é essa de “isso não deve ser surpresa”? É claro que era uma surpresa! O menino não tinha percebido nada de estranho entre os pais, até onde ele sabia os dois estavam perfeitamente felizes.

Pela primeira vez na vida Chanyeol chorou até dormir. Porém quando acordou ele decidiu que não iria se importar mais com a família. Se era assim que eles queriam tratar os filhos tudo bem, mas eles iriam receber o mesmo tratamento. A partir de agora Chanyeol não iria sentir mais nada em relação a seus pais.

Por isso quando entrou na cozinha e viu a mãe sentada, tomando café e lendo o jornal no qual trabalhava, resolveu não demonstrar emoção alguma.

– Bom dia, querido. – A voz da mãe parecia cautelosa.

– Bom dia. – Respondeu automaticamente. – Cadê o Mark?

Chanyeol ainda se preocupava com o irmão, ele não tinha virado um monstro sem coração.

– Ele já foi para a escola. O motorista já deve estar voltando para te levar.

Chanyeol assentiu e foi até a geladeira pegar algo para beber. Sua mãe, HaEun, dobrou o jornal que estiva lendo e se levantou olhando para o filho.

– Querido... acho agora que eu e seu pai estamos nos separando... – Ela limpou a garganta. – É hora de você conhecer alguém especial...

Não fazia nem vinte e quatro horas que seu pai tinha ido embora e ela já queria colocar outro homem no seu lugar? Isso era realmente incrível. Chanyeol estava pronto para gritar quando lembrou da sua decisão. Sem emoções.

– Claro. – Disse com voz neutra. – Acho que é uma ótima ideia.

A mãe o olhou espantada.

– Mesmo? – Ela perguntou. – Eu já falei com o Mark... ele também concordou, é claro que ele é novo ainda e não entende direito...

– Que tal amanhã? Tenho coisas para fazer hoje. – Disse Chanyeol fechando a geladeira ficando sem fome de repente. Ele não tinha nada para fazer, mas ele não queria encontrar o cara que destruiu sua família horas depois da tragédia acontecer.

– Claro, querido! – A mãe veio até ele e o abraçou.

– Eu tenho que ir para a escola... – Ele se desvencilhou dos braços da mãe e praticamente correu até a porta do apartamento com sua mochila. – Eu pego um taxi.

– Oh, tudo bem! Boa aula querido. – Ouviu a mãe gritar contente da cozinha. – Você vai adorar a SangHee.

Chanyeol parou com a mão na maçaneta da porta. Ele tinha escutado direito? Será que ainda estava dormindo? Sua mãe estava se divorciando de seu pai por causa de uma mulher? A mãe dele era gay?

 

[♡]

 

– Você vai se atrasar! – Junmyeon gritou da cozinha.

É claro que Kyungsoo iria se atrasar, suas noites de sono estavam ficando cada vez mais escassas. Se antes ele se preocupava por Jongin ser um stalker alucinado, agora ele perdia o sono pelas palavras que o moreno dirigia a si. A última conversa dos dois ficava repetindo diversas vezes na cabeça de Kyungsoo, ele analisava cada pequeno detalhe em busca de algo que provasse que ele não tinha enlouquecido que o que ele estava imaginando fosse verdade.

Será que Jongin gostava dele? Será que Jongin sabia disso?

– KYUNGSOO! – Seu irmão apareceu na porta do quarto. A cara ficando vermelha de raiva. – Você não se trocou ainda? Você tem cinco minutos para chegar na estação de metrô! Anda logo!

Alguém não está de bom humor.

– Calma hyung... eu tenho o primeiro tempo livre hoje. – Disse finalmente levantando da cama. A vermelhidão do rosto do seu irmão diminuiu um pouco.

– Ah... – Junmyeon pareceu confuso por um segundo, mas logo sua careta séria voltou. – De qualquer maneira comece a se arrumar, se você perder o metro vai ter que andar até lá.

Junmyeon voltou para a cozinha e Kyungsoo foi até o banheiro. Durante seu banho ele analisou a conversa pela quinquagésima vez e decidiu que não adiantava ele ficar se preocupando com isso. Provavelmente Jongin nem percebeu o que estava falando e se percebeu ele não pareceu realmente se importar. Ele era cego demais.

Ou não gostava de Kyungsoo.

Depois de tomar banho, se arrumar e preparar a mochila da escola Kyungsoo caminhou até a cozinha, que cheirava a café, onde encontrou seu irmão recostado na bancada.

– Desculpa por gritar antes... – Disse Junmyeon meio envergonhado. Kyungsoo sentou-se à mesa e deu os ombros.

– Tudo bem. – Falou o pequeno. – Você é meu irmão mais velho, é sua obrigação gritar comigo.

Junmyeon sorriu para o irmão mais novo e pegou uma xicara do armário para então enche-la com café fresco. Ele entregou-a para o mais novo e sentou-se na outra cadeira que tinha na mesa.

– Hyung... você está bem? – Kyungsoo perguntou. Junmyeon não era a pessoa mais calma e pacifica do mundo, mas não era de seu feito começar o dia com gritos.

– Hã... sim... acho que sim. – Suspirou. – São só problemas...

– Problemas com alguém chamado Kris? – Perguntou o mais novo entre um gole de café e outro. Junmyeon soltou uma lamentação.

– A gente já sai a uns três anos... – O mais velho passou a mão pelo rosto. – E até agora ele nunca mencionou um relacionamento, é como se nós fossemos apenas amigos, parece até que ele não sente nada por mim...

– Não se preocupe hyung. – Exclamou Kyungsoo. – Se ele te aguenta a três anos com toda a certeza do mundo ele gosta de você.

Kyungsoo riu de sua própria brincadeira, mas logo parou quando o irmão lhe chutou por debaixo da mesa.

– Ai! – Reclamou levando a mão até a canela para acaricia-la inutilmente para aliviar a dor. – Mas sério hyung, ele gosta de você. Eu tenho certeza.

– Você acha? – Perguntou o mais velho demonstrando insegurança.

– Claro que sim. – Kyungsoo tomou outro gole de seu café. – Mas você tem que falar com ele. Cara a cara. Nada de ficar mandando mensagens a cada cinco minutos como você anda fazendo.

As bochechas de Junmyeon assumiram um leve tom rosado por ser exposto.

– Vou fazer isso. – Disse derrotado. – Sabe Kyung, você é realmente bom com conselhos amorosos.

Isso fez Kyungsoo pensar. Ele realmente era bom com conselhos amorosos, mas ele não conseguia aplicar nenhum na sua própria vida amorosa.

Irônico, não?

– Acho que eu pratico bastante com Jongin... – Disse meio sem pensar.

– Bom, não sei sobre o Jongin... – Junmyeon olhou para o relógio. – Mas você está atrasado. Agora é sério.

Kyungsoo arregalou os olhos e olhou para o relógio que ficava em uma das paredes da minúscula cozinha. Ele tinha cinco minutos para chegar até a estação de metrô. Junmyeon soltou uma gargalhada quando o pequeno apressadamente agarrou sua mochila e correu na direção da porta praticamente pisando em cima de seu gato que tinha acabado de entrar na cozinha.

– Droga, droga, droga!

 

[♡]

 

Sehun estava atrasado. A entrevista via Skype aconteceria em 20 minutos e sua casa ficava a pelo menos 40 quadras de distância. O professor Hoon atrasou a turma toda com uma aula sobre como a Coreia foi formada e como anos depois ela se dividiu, tagarelando que todas as pessoas meramente inteligentes devem saber tudo sobre o assunto.

Quando a aula finalmente acabou, Sehun voou pelas grandes portas da Escola de Artes de Seul carregando a enorme mochila e tentando tirar o estupido blazer que quase o matava de calor enquanto acenava loucamente para que um taxi parasse.

Ele tinha ficado nervoso com a reunião o dia todo, quando chegou em casa hoje de manhã, sua mãe cantarolava músicas de ninar japonesas como se tivesse certeza que o filho iria morar no seu país de origem. Porém no momento tudo com que Sehun se preocupava era que se chegasse atrasado seu pai o mandaria para a Coreia do Norte pelo resto da vida.

– Ei... espera aí! - De repente a cabeça loura, linda e irresistível de Baekhyun apareceu na sua frente. Sehun se inclinou e o beijou direto na boca.

 

Olá.

O maior segurou a mão de Baekhyun e ficou balançando, o rosto adquiriu um tom rosado brilhante e feliz. A entrevista podia esperar. Atrás ele conseguia ouvir o burburinho dos alunos que saiam das aulas e os encontravam ali na frente juntinhos.

– Eles estão juntos agora? – Perguntou Taeyong aos dois garotos que desciam as escadas consigo.

– Sei lá. – Respondeu Minseok. – Talvez eles só gostem de beijar quando se encontram.

– Cadê o Chanyeol? – Quis saber Taeil.

Chanyeol tinha seus próprios problemas, mas na verdade Sehun também queria saber onde o amigo estava já que o mesmo tinha sumido desde ontem.

– Onde você vai com tanta pressa? – Baekhyun tocou o peito lardo de Sehun com a mão. Os dedos delicados brincando com os botos abertos da gola da camiseta social.

– Eu tenho que me encontrar com meu pai. – Respondeu o maior puxando Baekhyun para perto de si e enterrando o nariz no cabelo loiro do menor.

– Não vá. – Baekhyun apertou os braços por volta da cintura de Sehun.

– Tenho que ir. – Respondeu Sehun afastando minimamente o menor. – É realmente importante.

Baekhyun suspirou.

– Tudo bem... – Disse pegando a mão de Sehun novamente. – Nos vemos hoje à noite?

– Não sei se vai dar... – Sehun disse, a voz já pedindo desculpas. – Tenho um trabalho de química... em grupo.

Baekhyun revirou os olhos. Sehun achou prudente não mencionar que o grupo do trabalho era ele e mais um garoto que Baekhyun não conhecia.

– Você é uma pessoa muito ocupada, não tem tempo nem para o próprio namorado.

Sehun sorriu abertamente. Ouvir o menor falando que era seu namorado era uma sensação inexplicável, parecia que toda a felicidade do mundo estava fervilhando em seu corpo.

– Eu te ligo mais tarde, namorado. – Disse Sehun lentamente soltando as mãos de Baekhyun. – Tenho que ir agora.

Com um último selar o mais velho correu até um taxi em que alguém tinha acabado de sair. Antes de entrar ele olhou para o menor.

– Ei, será que você pode encontrar o Chanyeol? – Perguntou. – Não vi ele hoje, nem sei se ele veio aqui. Acho que ele não está muito bem.

– Pode deixar. – Sorriu Baekhyun. – Não se preocupe eu vou encontrar ele.

Sehun jogou um último beijo ao seu amado e entrou no taxi deixando o burburinho de curiosos para trás.

 

[♡]

 

– Que horas vocês vão se encontrar? E onde? – Suplicou Jongin. – Eu preciso saber!

Kyungsoo estava se esforçando ao máximo para não dar detalhes a Jongin. Ele sabia que se deixasse alguma coisa escapar o amigo apareceria na metade do trabalho e tomaria toda a atenção de Sehun para si. O menor tinha visto durante o terceiro período como a dificuldade de Sehun era grande e não seria fácil fazer um trabalho de dez páginas.

– Não Jongin, você tem que fazer o seu também. – Disse arrumando os materiais em sua mochila. – É para semana que vem. Quem é sua dupla mesmo?

– Um menino chamado Jaehyun... ele não é da sua turma?

– Sim... – Respondeu Kyungsoo lembrando-se do garoto. – Não sabia que ele era ruim nas matérias biológicas...

Jongin revirou os olhos. Kyungsoo estava fugindo do assunto.

– Olha só, eu vim da minha sala até a sua só para você me contar. – Jongin disse enquanto pegava alguns livros que ainda estavam na mesa do amigo. – Você não tem consideração comigo?

Jongin guardou os livros na mochila do menor e a fechou. Kyungsoo levantou-se e colocou a mochila nas costas indo em direção a porta da sala. Os corredores já estavam praticamente vazios, quando o sinal tocou todos os alunos praticamente voaram pela porta. Os dois amigos caminharam lentamente um ao lado do outro. O calor tinha diminuído consideravelmente desde ontem então não era mais sufocante.

– Você não quer que eu te de uma carona? – Perguntou Jongin.

Não?!

– Eu posso te levar, vocês fazem o trabalho e eu apareço apenas no final. – Acrescentou. – O que você acha?

Kyungsoo parou de andar e virou para o amigo.

– Por mais que eu aprecie sua oferta, preciso chegar vivo para conseguir fazer o trabalho. – Jongin fechou a cara com as palavras de Kyungsoo, ele odiava admitir que era um péssimo motorista. – E essa sua obsessão está me dando nos nervos.

Jongin arregalou os olhos.

– Como assim? Que obsessão? – Jongin perguntou. – Eu não sou obcecado, eu só gosto dele. Você não gosta de ninguém?

Com um suspiro pesado Kyungsoo colou para fora o que vinha guardando a muito tempo.

– Jongin isso tá ficando ridículo, você não percebe? O Sehun não gosta de você! – Kyungsoo praticamente gritou na cara do amigo. – Um flerte aqui e outro ali não significam nada, ele não vai pedir você em casamento do dia para a noite. Acorda.

Aí...

O rosto do moreno mostrava magoa, mas também preocupação. Ele era assim tão insuportável? Será que ele tinha ficado paranoico por causa de um garoto? E ele realmente estava chateando Kyungsoo dessa forma? O coração do moreno apertou. Ele não queria machucar seu amigo.

– Desculpa Kyung... – Disse olhando para o chão. – Não sabia que você se sentia assim... eu não vou mais falar nele...

Kyungsoo olhou espantado para o amigo. Ele estava esperando que Jongin começasse a gritar falando como Sehun era perfeito e não tinha ninguém que se comparava. Mas na verdade ele estava preocupado com ele?

– Não... tudo bem... eu que peço desculpas. – Disse afastando-se do melhor amigo que ainda sustentava o mesmo olhar. – Eu tenho que ir agora, ok? Até amanhã...

Kyungsoo saiu correndo pelos corredores. Ele precisava de afastar de Jongin. Ele tinha que pensar. A conversa do dia anterior voltou com tudo a seus pensamentos. Jongin gostava dele. Ele se preocupava com ele. Ele gostava dele sim.

Ou talvez ele só não quer perder o único amigo que tem.

 

[♡]

 

Depois de se despedir, Baekhyun voltou para a escola passando pelos olhares inquisidores dos garotos que estavam morrendo para saber sobre sua relação com Sehun.

Ele resolveu não se preocupar com isso, em algum momento todos iriam saber, não é mesmo? No momento ele tinha que encontrar Chanyeol. Ele não falou com o amigo o dia todo e ele provavelmente não estava bem.

Baekhyun conhecia bem o seu amigo e o encontrou em minutos. O garoto alto não iria estar em casa com tudo que estava acontecendo, e só tinha dois lugares em que fica totalmente à vontade, a loja R7L ou a sala de música que ficava no segundo andar da escola. Foi lá que Baekhyun o encontrou. A sala era grande e bem equipada, o pequeno não conhecia metade dos instrumentos que haviam lá, mas o garoto alto que tocava violão despreocupadamente provavelmente sabia o nome de todos.

– Aí está você. – Baekhyun entrou na sala. O amigo sorriu quando o viu.

Chanyeol parou de tocar o violão e o deixou de lado, dando espaço para Baekhyun sentar ao seu lado no chão.

– Olá. – Disse para o mais novo.

– Como estão as coisas? – Perguntou Baekhyun. O mais alto soltou um longo suspiro.

– Uma merda. – Disse fazendo careta.

– Ah... então estão normais? – Baekhyun disse rindo para então receber um empurrão do amigo.

– Sim, normais.

– E os seus pais? – O menor tentou fazer a pergunta com a maior delicadeza do mundo.

– Divórcio.

Chanyeol fitava o chão sem realmente ver nada. Aquilo quebrou o coração de Baekhyun. Seu amigo era sempre tão alegre, de sua maneira particular, mas alegre.

– Você está bem? – Perguntou mesmo já sabendo a resposta. Chanyeol mexeu a cabeça em negação sem falar nada. – Você vai ficar bem?

O mais velho olhou para o loiro. Os olhos brilhantes de Chanyeol encaravam intensamente os de Byun.

– Vou. Se você estiver comigo.

Baekhyun se jogou nos braços do amigo.

– Não se preocupe então, eu não vou a lugar nenhum.

Chanyeol o apertou no abraço. O coração de Baekhyun começou a martelar fortemente. Ele se afastou do amigo calmamente.

– Então, o que você estava fazendo aqui?

– Não sei... – Disse Chanyeol pegando o violão que tinha deixado de lado. – Não consegui mais ficar em casa e não queria ir para a aula, então vim até aqui. A música me distraí.

Baekhyun olhou para o amigo. O cabelo escuro caindo sobre os olhos, os dedos longos tocando suavemente as cordas do violão... Chanyeol era realmente lindo.

Em um impulso o menor arrancou o violão dos braços do amigo.

– Me ensine a tocar. – Pediu suplicante ao amigo. – Você comprou um violão para mim e eu nem ao menos sei como usá-lo.

Chanyeol chegou mais perto e pegou as mãos claras do pequeno e as posicionou sobre o violão. Baekhyun olhou para o rosto do amigo, eles estavam tão perto....

O pequeno não sabe quantas horas eles ficaram ali juntos tentando fazer com que ele conseguisse tocar alguma coisa, mas ele se sentiu bem por estar junto de Chanyeol. O maior era tão atencioso e carinhoso, era como se Baekhyun fosse a pessoa mais importante do mundo. Ele realmente não viu o tempo passar.

E também não se lembrou que agora ele tem um namorado.

 

[♡]

 

A gravata que foi praticamente amarrada no pescoço de Sehun quando ele passou pela porta do apartamento em que morava, dois minutos antes das quatro e meia, pinicava freneticamente. Além disso seu pai estava o enlouquecendo com a entrevista interminável, já fazia duas horas que ele estava sentado no sofá bege claro da família olhando para a tela do computador que tinham feito questão de trazer até ali para a ocasião.

– Olha, Sehun é muito criativo. Ele é o melhor dançarino da sua turma e ele pode atuar. – Disse seu pai em um japonês quase sem sotaque. – A Faculdade de Tóquio tem um bom programa de teatro, não é?

Oh YongChol era alto e bonito com olhos e cabelos escuros, mas não com os mesmos traços esculpidos de Sehun que tinha herdado grande parte de sua beleza da mãe vinda do Japão. O pai tinha uma beleza mais exótica, com traços mais sérios. Beleza que combinou perfeitamente com a da sua primeira esposa, que era chinesa, e gerou no irmão mais velho de Sehun um rosto espetacular.

Deus abençoe a genética!

– Acho que ele seria uma boa contribuição para qualquer programa de teatro, não concorda?

A mãe de Sehun concordou entusiasmadamente como se o marido falasse com ela e não com a tela do computador. Sehun sentiu o celular zumbir no bolso da calça cáqui que usava. Com toda certeza do mundo era Kyungsoo ligando para ele pela decima vez em cinco minutos. Eles deviam ter se encontrado a meia hora para começar o trabalho. Sehun não achou que essa entrevista fosse demorar tanto tempo, mas já estava ali a tanto tempo e não parecia que ia terminar tão cedo.

O reitor acabou sendo um homem de uns setenta anos que não consegue ficar sem piscar por mais de trinta segundos. Durante toda a entrevista ele fazia perguntas sobre as habilidades de Sehun, sobre sua família, seus descendentes, suas notas... E todas as vezes seu pai tomou partido para ter certeza que o filho não estragaria tudo.

– É isso que você quer jovem? – Perguntou o ancião. – Acha que vai ser bom?

O pai o olhou com expectativa esperando a resposta do filho, a mãe do outro lado da sala sorriu confiante. Sehun olhou para a tela do computador e foi o mais sincero que pode.

– Não sei se vai ser bom, não sei no que sou bom. – Falou ele com um japonês impecável. Com um suspiro, Sehun cruzou os braços. – Já viajei pelo mundo todo, sei falar três línguas perfeitamente. Sou bom em dança e pratico alguns esportes. Sei nadar, ler e escrever. Sou horrível em qualquer coisa relacionada a ciências ou matemática. Já atuei em algumas peças da escola, mas não sou tão bom. – Sehun desviou os olhos do computador e passou a fitar seus tênis. – Quando penso no futuro... eu talvez vá ser.... um ator? Um dançarino? Modelo? Como vou saber? Provavelmente vou aprender muita coisa ainda, mas não farei nada tão bem quanto os outros.

Foi como se os ombros de Sehun finalmente estivessem livres de um peso enorme. Ele realmente não sabia o que queria fazer com a vida. Por todos os seus anos de existência a mãe decidiu o que ele faria.

Escola de Artes? Ótimo! Aulas de inglês e japonês? É claro! Aulas de dança? Por que não? Um trabalho como modelo? Parece legal.

E agora ela queria que ele fosse para outro país estudar na mesma faculdade que seus avós estudaram, mas justo agora? Sehun não tinha gostado da ideia desde o começo, mas agora que ele e Baekhyun finalmente estavam juntos ele realmente não queria ir.

O reitor pareceu prestar mais atenção em Sehun, como se o menino tivesse entrado na sala somente naquele momento. Percebendo que a atmosfera tinha ficado pesada entre seus pais o moreno tentou amenizar o clima.

– Quer dizer, eu só tenho dezoito anos. Como posso saber de alguma coisa? – Acrescentou olhando cuidadosamente para o pai. – Meu irmão, Kris, só foi para a faculdade com vinte e dois anos...

– Seu irmão foi para o exército assim que terminou o ensino médio, você vai para a faculdade. – Disse seu pai franzindo os lábios. – Já discutimos isso.

O reitor pigarreou desconfortavelmente evitando um conflito entre pai e filho.

– Bom, você ainda tem tempo para pensar melhor. – Disse com um sorriso forçado. – As inscrições começam apenas no mês que vem e prometo analisar sua aplicação com bastante cuidado.

YongChol assentiu. Sehun abaixou os olhos com vergonha de olhar para a mãe.

– Já tomamos muito de seu tempo reitor. – O pai disse curvando-se para a tela do computador. – Espero que considere Sehun como um ótimo candidato.

Sehun também fez uma reverência enquanto a transição era desconectada.

– Cancelei duas cirurgias de extrema importância para fazer essa entrevista. – Disse com amargura fitando o filho. – Se quisesse jogar seu futuro fora não precisava se dar a todo esse trabalho. Era só falar.

Os olhos escuros e gélidos o analisaram por mais um segundo e então o pai saiu da sala, provavelmente voltando para o hospital onde passava a maior parte de seu tempo.

Sehun sentiu vontade de chorar. Pela primeira vez ele tinha algo que queria em sua vida e seu pai fazia questão de arrancar isso dele.

– Vai ficar tudo vem querido. – Sua mãe se aproximou e passou os braços em volta de seus ombros. – Se você não quiser ir, você não vai.

Então as lágrimas que Sehun segurava se romperam e ele chorou no colo de sua mãe por tudo o que sentia.

 

[♡]

 

Kyungsoo já vestia seu pijama confortável e conseguia ouvir o ronronar suave de seu gato quando seu celular tocou. Ele estava sentado à mesa da pequena cozinha com o laptop ancestral aberto nas ultimas críticas cinematográficas que saíram. O moreno checou o horário no relógio do computador, quem liga as onze e quarenta da noite?

Melhores amigos que finalmente percebem que estavam apaixonados por você durante anos e querem conversar depois de uma grande discussão?

O nome de Sehun apareceu na tela do aparelho e com um suspiro Kyungsoo atendeu o telefone.

– Alô? – Disse sem muita vontade.

– Desculpa, desculpa, desculpa. – A voz do outro lado da linha implorava. – Me desculpa, Kyungsoo.

O moreno revirou os olhos.

– Eu tentei te encontrar, mas já era muito tarde. Me desculpa mesmo. – A voz de Sehun parecia realmente arrependida. – Eu prometo fazer o que você quiser para compensar, tá bom? Qualquer coisa.

Qualquer coisa?

– Oh Sehun, o que eu vou fazer com você? – Respondeu. – Mas, não se preocupe. Eu usei o tempo em que te esperava para finalizar alguns trabalhos, agora não tenho que me preocupar.

Kyungsoo estava mais calmo agora, mas depois de esperar meia hora e Sehun não aparecer ele realmente ficou bravo e conseguiu imaginar cinquenta maneiras de separar aquela linda cabeça do corpo do mais alto. Depois disso ele finalizou todos seus trabalhos e até começou o de química sem Sehun estar presente. Ele teria que fazer tudo sozinho de qualquer maneira.

– Uh, você realmente é um gênio, não é? – Sehun soltou uma risadinha. – Prometo te recompensar.

– Tanto faz. – Respondeu Kyungsoo fechando o laptop e indo para seu quarto. – O que você tinha de tão importante para fazer?

O pequeno se jogou na cama ainda desarrumada da noite anterior e logo Harrison, o gato, estava ao seu lado pedindo carinho.

– Ahh... – A voz clara de Sehun saiu meio nervosa. – Era uma entrevista para a uma faculdade, na verdade...

– E como foi? – Perguntou o moreno ficando interessado.

– Foi... ok... eu acho. – Sehun soltou um suspiro.

– Isso é bom, certo? – Kyungsoo não entendeu porque Sehun parecia tão desanimado. – Qual faculdade foi?

– Hmm... Universidade de Tóquio.

Tóquio? – Kyungsoo ficou espantado. – Tipo, no Japão?

– Isso... seria uma honra ser aprovado lá, sabe? – Sehun disse. – Mas também significa que eu vou ter que ir embora no ano que vem... ficar longe de todos...

– Ah... que droga...

Se duas semanas atrás você falasse para Kyungsoo que ele estaria no telefone com Oh Sehun as onze da noite falando sobre o futuro ele nunca acreditaria, mas aos poucos o pequeno começa a enxergar um Sehun diferente do que conhecia.

Ele ainda era divino e sedutor como sempre descreviam, mas agora Kyungsoo conseguia ver preocupação em seus olhos, percebia quando o tom da sua voz mudava denunciando que não estava contente e como ele sempre colocava a necessidade dos outros antes da sua.

Também percebia como seus olhos brilhavam com um pouco mais de intensidade sempre que mencionava seu amigo loiro e como eles escureciam quando mencionava o futuro incerto. Como os lábios se transformavam em um sorriso bobo sempre que Chanyeol estava por perto e como suas sobrancelhas se juntavam durante as aulas de cálculo quando ele não entendia as infinitas fórmulas. 

– Kyungsoo? – Sehun soou do outro lado da linha.

O pequeno teve um sobressalto. Quanto tempo tinha se passado? Ele realmente estava divagando sobre Oh Sehun?

– S-sim? – O moreno acabou gaguejando.

– Não fale sobre esse negócio da faculdade com ninguém, promete? – Sehun perguntou.

– Eu prometo. – Jurou Kyungsoo.

E o silêncio voltou. Kyungsoo não gostava de silêncios por sempre serem constrangedores, as únicas pessoas com quem isso não acontecia era seu irmão e Jongin, mas agora ele e Sehun estavam em silêncio e não era nada constrangedor, era bom. Confortável.

Kyungsoo ficou ouvindo a respiração de Sehun pelo telefone, ao seu lado o gato já dormia e a noite se estendia do lado de fora da janela.

Se passaram cinco minutos até Kyungsoo finalmente falar novamente.

– Sehun? – Perguntou se sentindo tímido de repente.

– Sim? – Mesmo já estando muito tarde a voz do outro garoto não tinha nenhum sinal de sonolência.

– Ahh... achei que você tivesse dormido. – Disse Kyungsoo constrangido.

– Não... – O maior soltou uma risada fraca. – Só estava pensando... é bom falar com você.

E mais silêncio. Kyungsoo não sabia o que dizer.

– Eu vou desligar. – Disse de repente o menor. – Tenho que ir dormir. – Falou inventando uma desculpa qualquer. – Falo com você amanhã?

– Tudo bem. – Respondeu o maior. – Boa noite, Kyungsoo.

– Boa noite...

Kyungsoo ficou estático por alguns minutos depois de desligar o celular. O que tinha acontecido? Ele sentia afeição por Sehun? Carinho? Quando isso aconteceu?


Notas Finais


Então, ontem a fic fez um mês de idade, awn que amorzinho, e eu só queria dizer obrigado pra quem acompanha ela.
flw, vlw, vcs são demais. bjs <3

Qualquer erro me avisem!


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