História All For You - Alyssa - I will be your Queen.

   - Por que tenho que usar esses vestidos? - perguntei a minha mãe enquanto alisava o tecido branco estufado do vestido no meu corpo - Já faz algum tempo que vocês estão introduzindo estes vestidos antigos ao nosso dia a dia. Qual o sentido de tudo isto? - Mary ajeitava a barra do meu vestido, que ficava bem rente ao chão.

  - Porque, minha querida, este é um baile tradicional. - falou mamãe ao meu lado, ajeitando o seu vestido vermelho - Eu e seu pai sempre alteramos algumas coisas que deveriam ser preservadas, mas tem coisas que não podem mudar tanto. - sorriu gentilmente para mim - Não são antigos, não totalmente. São modernizados, ninguém aguentaria usar vestidos do século XVII. - riu com graciosidade.

  - Esta bem. Pelo menos as aulas de etiquetas diminuíram. - aquilo era um alívio para mim.

  - Conversei com sua professora e ela disse que você progrediu muito, eu mesma vejo isto no dia a dia. - me olhou orgulhosa - Não queremos te mudar ou te moldar, só precisamos que você e sua nova vida entrem em um acordo. Algumas coisas são necessárias, sacrifícios são necessários, você verá isso com o passar do tempo.

  Mamãe terminou de se arrumar e meio até mim, que também já estava pronta. Segurou minhas mãos e tinha um semblante emocionado.

  - Você esta tão linda. - falou - Mas como uma boa princesa e uma boa rainha, falta uma coisa. - ela se afastou e trouxe contigo suas caixas grandes de veludo preto. Ao abrir as duas, haviam uma coroa em cada. A minha que eu usava em eventos oficiais como este e a dela, que eram para ocasiões como esta. - suspirou - Quero que saiba que o que esta fazendo hoje, será para sempre o meu maior presente.

  - Esta tudo bem mãe, vocês já fizeram tanto por mim. - transparecia calma, mas por dentro eu estava um caus.

  Ela pois a coroa sobre minha cabeça e depois eu coloquei a dela nela. Com alguns ajustes para que elas não caíssem, nós estávamos prontas para o baile.

  O palácio estava a todo vapor, eram gente trabalhando arduamente para todos os lados. Os convidados já haviam chegado e as princesas convidadas também, sendo apresentadas devidamente como deve-se apresentar a realeza.

  - Vocês estão deslumbrantes, de tirar o fôlego. - comentou papai assim que nos viu descer as escadas.

  - Não exagere Will. - Kate sorriu tímida para o marido. Mesmo depois de anos era nítida a devoção que tinham um pelo o outro, o amor e o respeito que mantinham entre si. Imagino que nem sempre havido sido daquela maneira.

  - Realmente irmão, você terá muito trabalho com os olhares sobre elas hoje. - complementou Harry, pomposo em sua farda, assim como meu pai. Ambos esbanjando suas medalhas. 

 Papai usava sua coroa, o que era estranho, mas a ocasião pedia, então lá estava ela.

 A segurança havia sido extremamente reforçado nesta noite, não só pelas jóias expostas em nossas cabeças cabeças, verdadeiras relíquias, mas também por nossa segurança contra o terrorismo e a de todos os convidados presentes.

  - Prontas? - perguntou papai.

  - Sim. - respondi de imediato.

  As portas foram abertas e o grande salão se revelou cheio, extremamente decorado e pomposo, convidados elegantes e vestidos a rigor, guardas para todos os lados, comida e bebida refina de sobra. Meu e minha mãe foram apresentados e entraram de braços dados, papai segurava o braço dela como se ela pudesse fugir a qualquer hora, era lindo de se ver. Eu entrei em seguida, sendo seguida por Harry. Eu sentia todos os olhares daquele salão caindo sobre mim, as pessoas ainda tinham curiosidade sobre a minha existência e muitas delas não haviam me visto nem sequer uma vez. Esta era a oportunidade perfeita para isto.

  O sorriso que eu tanto amava foi o que me chamou a atenção. Do outro lado do salão estava David, como meu convidado especial e ao lado dele estava minha mãe, minha outra mãe no caso. Ambos me olhavam com os olhos brilhando, mamãe estava prestes a romper em lágrimas. Estava linda em seu vestido creme, no qual eu havia providenciado para ela e David em seu terno, ou melhor, seu traje. Sorri de volta, ainda não podia falar com eles.

 A festa estava cheia de diplomatas, primeiros-ministros, princesas, políticos importantes, o conselho real, alguns representantes da igreja e a imprensa. Todos estavam ali para testemunhar.

  Subimos ao trono, menos Harry. Eu e mamãe sentamos uma de cada lado do meu pai. Minha parte do trono foi colocada assim que fui coroada princesa. Papai levantou e iria começar o seu discurso, minhas mãos soavam frio, meu coração batia tão forte que eu achava que iria sair pela boca. Mamãe me deu um sorriso singelo, tentando me acalmar. Aquilo estava realmente acontecendo .

  Dois dias antes.

  Estava de ressaca ainda, mas me sentia orgulhosa que eu havia dado e estava mais orgulhosa ainda da surra que eu havia dado na minha priminha querida. Esperava não ver aquela vaca tão cedo e se puder, nunca mais.

 Caminhava tranquilamente pelos corredores do palácio, observando os leves raios de sol que ultrapassavam a janela e iluminaram os corredores magníficos daquele palácio. Gostaria de aproveitar mais o dia, mas precisava dormir. Todos já haviam ido embora e eu estava ali, quase como um zumbi, mesmo que não parecesse por fora, por dentro eu estava um caco.

  - Alteza. - um guarda veio as pressas ao meu encontro, fazendo uma rápida reverência. 

  - Sim? - estranhei a pressa dele.

  - Sinto muito Alteza, mas tenho uma notícia nada boa para lhe contar. - ele mal conseguia me encarra e naquela hora eu sentir meu coração doer no peito.

  - Pois diga. - falei mais afobada do que pretendia.

  - Alteza, a Rainha acaba de ser levada para a hala hospitalar, estava desacordada.

  Foi como um soco no estômago. Senti minha cabeça rodar por alguns instantes e depois só tive tempo de me apoiar no ombro do guarda e sai correndo pelos corredores do palácio, não me importando para minha postura e nem pelo modo que corria. Eu temia pelo pior, temia por ela. Tudo que se passava na minha cabeça era que nós não tivemos tempo, não tivemos tempo o suficiente. A cada passo apressado que eu dava os guardas e serviçais me olhavam com um semblantes triste nos olhos e desviavam o olhar em seguida. Com lágrimas nos olhos embaçando minha visão e segurando o vestido nas mãos, desci as escadas atrapalhadamente, quase caindo. Por fim empurrei a porta que dava acesso a hala hospitalar do palácio. Meu pai andava de um lado para o outro no corredor branco, assim que me viu parou eme abraçou.

  - O que aconteceu com ela? Ela vai ficar bem? - ele tinha os olhos vermelhos.

  - Vai sim querida. - sua voz era baixa.

  - Pai o que houve com ela? - perguntei mais uma vez, quase implorando.

  - Vamos contar a ela. - Harry apareceu atrás de nós.

  - Contar o que? Por que não me dizem nada? O que estão escondendo de mim? - tinha certeza de que estava quase gritando.

 Harry segurou meu braços e me pois sentada entre ele e meu pai. Os dois me olharam com pesar, o que me deixava mais nervosa, mas não falei nada, deixei que os dois me explicassem.

  - Filha, sua mãe esta bem. - começou papai - Já é a terceira vez que ela tem este ataque de ansiedade e sempre desmaia no final. Ela já deve esta acordada e daqui a pouco é liberada. - senti um grande peso ir embora.

  - E por que estão com essa cara de enterro se ela já esta bem? - os dois se entreolharam.

  - Porque sua mãe é cardíaca e o estresse que ela passa sendo rainha não lhe faz bem. Sua mãe pode não aguentar mais um desses ataques e ter um infarto. - ele se segurava para não chorar. Aquilo foi como outra facada, eu mal podia respirar, o peso havia voltado, o alívio havia voltado. Era desesperador.

  - E agora? - perguntei num sussurro.

  - Não sei filha. Como governante desta nação, como seu pai e marido, eu não sei. Sua mãe é teimosa, não vai querer largar o cargo. Enquanto eu governar, ela governará.

  Aquilo tudo parecia loucura. Quanto o fardo da coroa sobre nossas cabeças poderiam tirar de nós além da liberdade? Agora isso ameaçava tirar a vida da minha mãe. Era loucura, era injusto. Dávamos nossas vidas por nossa nação, dávamos nosso sangue, nossa sanidade. nossa paz,somos ameaçados diariamente, para que o povo fique me paz, em segurança, tenha saúde, viva com dignidade.

  a ideia parecia maluca, insana, eu deveria realmente estar pirando, mas parecia justo e o certo a se fazer em momentos como aqueles. A vida exigia sacrifícios e eles se sacrificaram tanto por mim, era minha vez de retribuir isso a eles, eu devia isso.

  - Então me deixe governar. Me deixe subir ao trono. - falei de repente. Os dois me olhavam chocados por um tempo, absorvendo o que eu estava dizendo e antes que falassem algo, continuei - Sei que não estudei minha vida inteira para isto como o senhor fez papai, sei que não estou a muito tempo aqui e que tenho muito a aprender. Mas sei também que aprendo rápido, como aprendi muito até agora, como já vi de perto o que o terrorismo pode fazer, como já absorvi muitas informações políticas. Eu sei que sou nova, mas sei do que sou capaz e isso é pela mamãe, por vocês. - completei.

  Os dois me olhavam em choque, calados, mas nos olhos deles eu podia ver os dois ponderando a ideia, eles sabiam que eu estava certa, sabiam do que eu era capaz, e sabiam que eu não estaria sozinha nesta jornada. Eu nunca quis ser princesa, nunca quis enfrentar tudo isto, nunca quis ser rainha, mas este era o meu destino, eu estava fadada a isto.

  - E então papai? Vai me deixar subir ao trono? - perguntei uma última vez com um sorriso leve no rosto e um olhar determinado.

  - Sim querida, eu vou. - sorriu para mim, ainda um pouco nervoso.

MOMENTO PRESENTE.

  - Boa noite a todos. E de imensa honra minha e de minha família que os recebemos aqui hoje. - papai sorria com elegância - Mas, antes de dar início a este baile, tenho alguns comunicados a fazer. - ele olhou brevemente para nós - A alguns anos atrás minha mada esposa Kate, sua rainha, descobriu um problema em sue coração após um ataque de ansiedade, no qual desmaiou. - segurei a mão da minha mãe e ela sorriu para mim - Dois dias atrás testemunhamos o terceiro deste ataque, o que coloca a vida de minha esposa em risco e eu nunca a deixaria, jurei cuidar dela sempre e é isto que irei fazer. - fez um breve pausa - Estou agora renunciando oficialmente o cardo de rei e minha esposa o cargo de rainha. Em poucas semanas a coroa será passada para a sua mais nova governante, minha filha, que subirá ao trono e será sua nova rainha.

  Queria fechar meu olhos para não ver a reação do público. Eu realmente não sabia o que esperar daquele comunicado, se o povo aprovaria ou odiaria, mas para minha surpresa, uma salva de palmas forte ecoo por todo o local e alguns gritos de poio também. As pessoas sorriam alegremente para mim, realmente felizes com a notícia, eufóricas eu podia dizer. 

 Levantei-me com graça e caminhei até o microfone. Meu pai me deu um forte abraço quando passei por ele. Eu estava feliz com a aprovação deles, agora faltava conquistar a do povo.

  - Boa noite a todos. - comecei com um sorriso largo no rosto - esta notícia não era esperada por ninguém, eu imagino. Sei que sou jovem e que muitos podem duvidar da minha capacidade de governar por ser nova e não ter estado aqui a maior parte da minha vida. mas venho estudando arduamente e sei da minha capacidade, si de tudo que posso fazer pela nossa nação. Meu pai não deixaria eu assumir o trono se ele também não soubesse disso, ou minha mãe e muito menos o concelho aprovaria isto. - fiz uma pausa e olhei atentamente para eles e para as câmeras - - Peço que abram seus corações e que me permitam mostrar que posso ser uma boa Rainha e que farei de tudo pela nossa nação, pelo nosso povo e todos aqueles que são de fora e que escolheram aqui viver.

  Mais uma salva de palmas estourou no salão, desta vez mais forte do que a anterior.

 Foi uma fila de pessoas querendo me parabenizar pelo comunicado. Sie que nem todos ficaram felizes, mas sei que a maioria aprovou e aquilo já era um grande começo. Agradeci a cada um por seu apoio com a toda a sinceridade e quando finalmente consegui dar incio ao baile, fui falar com David e minha mãe. Os dois me receberam de braços abertos e sorrisos calorosos no rosto.

  - Você se sairá muito bem, conte sempre com o meu apoio minha menina. - mamãe ma abraçava fortemente.

  - Obrigada mãe, ele é muito importante para mim. 

  Me soltei dela e fui até David, que estava ao nosso lado. Ele segurava suas mãos atrás do corpo como um cavalheiro, pegou minha mão com delicadeza e despejou um beijo na mesma, para no fim, me dar um abraço. 

  - Eu sou o homem mas sortudo do mundo. - comentou e me soltou para poder me olhar - Você será ótima, sabe disso, não sabe? - ele estava sorridente, exalava sinceridade em suas palavras, o que era um conforto para mim.

  - Eu sei, sei que não estou sozinha também. - segurei as mãos dele - Obrigada pelo seu apoio, ele é muito importante para mim. - comentei - Por um minuto eu pude achar que você não iria me querer mais, que estar ao meu lado seria um fardo muito grande. - fui sincera e vi ele e olhar com preocupação. David pois a mão na lateral do meu rosto e sorriu gentilmente para mim, apaixonado, como a primeira vez que o vi sorrir depois de descobrir que estava apaixonada por ele.

  - Eu nunca te abandonaria por isto. Essa é a hora que você mais precisa de mim e eu estarei ao seu lado. Falo isso porque te amo e que nada me afastará de você. Entre tantas dificuldades que já passamos e que ainda vamos passar, eu estarei ao seu lado, te apoiando em tudo, te aconselhando no que eu puder e cuidando de você. - deixei uma lágrima teimosa escapar e abracei David fortemente.

  - Eu te amo, eu te amo muto. Obrigada por estar comigo. - falei em seu ouvido e depois me afastei, limpando discretamente o meu rosto.

  Uma música lenta começou a tocar, David estendeu uma mão para mim e sorriu com esmero.

  - Me daria a honra dessa dança, minha futura Rainha? - peguei sua mão e sorri.

  - Claro, meu futuro rei.

  Fomos até o centro do salão e valsamos unidos, com meus pais ao meu lado.

  Com eles eu poderia enfrentar o mundo e eu enfrentaria o que fosse preciso para protegê-los.

  Porque eu serei a Rainha.