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História All I Want - Things left unsaid


Escrita por: haibalevs

Notas do Autor


Oi genteee ♥ Como vão?

Primeiro um aviso importante: eu escrevi esse capítulo e fiquei revisando exaustivamente, ele ficou enorme, sentimentos pesadíssimos envolvendo, tô tão cansada que não tô em condições de responder os comentários que me deixaram no capítulo passado agora. MAS EU PROMETO QUE VOU RESPONDER AMANHÃ OKAY??? T_T

Obrigada por comentarem, sério, ler o que vocês acham faz toda a diferença pra mim, além de me motivar a escrever mais sempre~~

Outro aviso: acho que os capítulos vão ficar maiores daqui pra frente sdkjfg, don't mind me, estamos em 10 capítulos e agora precisamos de RESPOSTAS. qq

Boa leitura!

Capítulo 10 - Things left unsaid


Youngjae sentiu o corpo formigar. Suas pernas estavam prestes a virar gelatina e ele precisou se apoiar na parede da cozinha para se recompor. Seu peito ardia pela dificuldade de respirar, uma dor lancinante ia lhe destruindo por dentro gradativamente, voltando em pontadas cada vez mais fortes; seus suspiros eram dado com um esforço imenso, mas, mesmo assim, sua respiração não estava nem perto de se estabilizar. Ao contrário, só piorava mais e mais a medida que o tempo passava.

Aquilo havia se tornado algo comum nos últimos tempos. O sufoco, a impressão de que o recinto estava cada vez menor e, por fim, a sensação de que seu corpo todo estava adormecendo, como se quisesse se desligar para evitar pensar no que não deveria. A casa de Jaebum sempre parecia ser o local onde seus pesadelos retornavam, não era a primeira vez que aquilo ocorria naquele mesmo ambiente.

Ele sabia que em algum canto de seu subconsciente o velho Youngjae estava tentando sair de onde quer que estivesse enterrado, pretendendo assustá-lo novamente.  

O Youngjae que um dia quis ser o protagonista de sua própria história, que conseguia sentir algo palpável ao invés de ser um cenário em branco e descaradamente vazio... Algum dia ele teria que aparecer, eventualmente ele iria.

Mas enquanto tal dia não chegava, ele continuava a demandar explicações. Estava tentando exaurir o desconhecido que Youngjae se tornara para arrancar respostas dele, tentando forçá-lo a perscrutar suas antigas memórias para ligar os pontos e entender a situação.

Toda vez que uma peça nova do quebra-cabeça surgia, ela sempre era usada para cansá-lo até que não conseguisse mais parar em pé. Youngjae tentava refletir sobre ela, sua cabeça começava a doer, sua respiração se tornava falha e tudo se apagava momentaneamente. Soava como um ciclo vicioso e a sensação era de que finalmente tivesse dado uma pausa após ter corrido uma maratona.

Supostamente, deveria ser um alívio.

Mas Youngjae sabia que não havia chegado nem na metade do caminho.

“Você diz que estou deixando ele escapar, eu digo que é minha maneira de demonstrar que meu sentimento continua mais forte do que nunca.”

Jaebum era uma das peças-chave para solucionar o enigma que a vida de Youngjae havia se tornado, mas ele não fazia ideia de por onde deveria começar a entendê-lo, se é que poderia ser entendido algum dia.

Havia várias versões do rapaz para se conhecer: o filho favorito, o capitão do time de basquete, o melhor amigo de Jinyoung, o ex-namorado que traiu Youngjae, o estudante de engenharia transferido, o garoto que sumiu por três anos sem que tivessem notícias sobre o seu paradeiro, o rapaz emocionalmente despedaçado que havia chorado como um bebê sem deixar ninguém saber de seus motivos…

Mas qual deles era o verdadeiro Jaebum?

E qual deles ele mostraria para você?

“Talvez você consiga construir algo com a sua perspectiva, mas sempre terá alguém que juntará as peças de uma forma diferente.”

Youngjae se perguntou o que ele construiria. Após passar três anos pensando no quanto odiava mentiras de Jaebum, terminou por descobrir que a carcaça do rapaz era uma mentira também. Havia algo muito bem escondido por trás daqueles comportamentos dele, que esteve lá escondido por todo aquele tempo e que havia decidido aparecer aos poucos.

A pessoa que havia matado o velho Youngjae não existia, mas a pessoa que acabara de dizer que ainda o amava era real e sincera, mesmo que fosse um completo estranho.

Dava para se ter essa certeza porque era evidente que algo o machucava, covarde demais para dizer em voz alta que ainda gostava de Youngjae, covarde demais para correr atrás dele por causa das mentiras que havia contado no passado, covarde demais por ter esperado até que a situação se tornasse irreversível.

A dor que invadiu o peito de Youngjae no momento em que ouviu todas aquelas palavras foi indescritível.

Jaebum estava sofrendo por amar alguém que também não existia mais.

E novo Youngjae jamais poderia retribuir seu sentimento

Ele não sentia nada, por isso era tão fácil conversar com Jaebum, porque não havia mais amor, porque era fácil olhar nos olhos dele sem se remeter ao relacionamento que tiveram, porque não havia motivos para culpá-lo. Porque, por mais que tivesse ficado indignado a primeira vista, àquela altura já não se sentia mais de tal forma.

Youngjae simplesmente havia se tornado aquela pessoa e não tinha como voltar atrás. Era vazio o bastante para não se sentir sufocado com a presença de alguém que amou por tantos tempo e egoísta ao ponto de querer descobrir o que tanto feria Jaebum só para não ter que lidar consigo mesmo. Esse era o tipo de pessoa que Youngjae havia se tornado.

Mas diferente do rapaz que capaz de admitir em alto e bom tom que odiava a si mesmo, Youngjae silenciou todos os seus monstros para que não tivesse de enfrentá-los.

 

- Você está bem?

 

A voz de Jaebum ecoou pelo recinto, fazendo-o acordar de seu transe. Ainda estava apoiado na parede gelada da cozinha e não fazia ideia de quanto tempo havia ficado daquele jeito, tampouco por quanto tempo o mais velho estivera ali lhe encarando, mas a preocupação no olhar dele era evidente. Youngjae já havia visto a mesma preocupação antes, vinda de Jinyoung, de Mark e de Yugyeom, mas nunca soube explicar por que aquilo acontecia com a sua pessoa.

Vertigem. Era o que costumava responder para acalmá-los, porque se resolvesse ser sincero, teria de admitir que nunca havia conseguido compreender o real motivo também.

 

- É só uma tontura. - Youngjae sorriu, ajeitando-se enquanto tentava ignorar que tudo ainda estava girando ao seu redor.

 

Por sorte a campainha tocou, indicando que não haveria mais perguntas, mesmo que Jaebum não parecesse muito feliz com sua resposta.

Por hora, aqueles pensamentos ruins seriam enterrados de novo. Ele venceu o velho Youngjae mais uma vez.

Mas até quando?

 

(...)

 

Youngjae sorria como uma mãe orgulhosa ao observar Yugyeom sentado ao lado de Bambam tentando se comportar como uma pessoa decente e até utilizando honoríficos ao invés de simplesmente tratar todos desrespeitosamente como costumava fazer.

Sinceramente se surpreendeu ao ver que o pretendente de Yugyeom não era tão inocente quanto o amigo gostava de fazer parecer. Seu cabelo era descolorido e pintado um tom rosado como um algodão doce, ele tinha olhos grandes e lábios carnudos, além de um senso de moda muito bom. Sua combinação de estampas podia ser classificada como exótica por alguns, mas Youngjae realmente o achou estiloso, além de ter ficado impressionado com as pernas longas do rapaz.

Mas o que mais o deixou feliz era como ele trazia serenidade para Yugyeom. Youngjae sabia que todas a inclinação de Yugyeom para coisas ilícitas era a constante busca do rapaz por algo que lhe trouxesse paz de espírito, uma vez que jamais tinha conseguido encontrá-la utilizando-se dos meios corretos. Era bom vê-lo sorridente e falante sem estar chapado ou bêbado, porque talvez assim ele conseguisse acreditar que não precisava de nada daquilo para fazer o mundo parecer menos terrível.

Depois que Yugyeom terminou seu namoro, o moreno pensou que jamais o veria agindo assim novamente.

Youngjae estava sentado ao lado de Jaebum, mas o rapaz estava muito ocupado acariciando Nora adormecida em seu colo para prestar atenção no que estava acontecendo. Os quatro estavam no chão, aproveitando o carpete macio do apartamento, e comiam a pizza trazida por Bambam juntamente com as cervejas que encontraram entulhadas na dispensa de Jaebum. A conversa seguia corriqueiramente e Youngjae fazia perguntas para conhecer melhor o interesse amoroso de seu melhor amigo. Ele estava ansioso para ouvir histórias dos dois.

 

- Nesse dia Yugyeom-ah estava muito… Descuidado? - Bambam parecia quebrar a cabeça para encontrar o melhor termo para descrever o amigo enquanto narrava um acontecimento engraçado. Youngjae imediatamente presumiu que descuidado provavelmente significava sob efeito de algo, ainda que o tailandês sequer suspeitasse da real natureza de Yugyeom. - Um pouco como hoje cedo. Ele me mandou várias mensagens desconexas, não consegui entender nada.

- Eu estava muito sonolento, me desculpe, Bam. - O rapaz retrucou e Youngjae se contentou em lhe lançar uma encarada de quem não estava nada feliz.

- Cansado, é? - Ele repetiu, num tom imperceptivelmente passivo-agressivo, que provavelmente só seu melhor amigo iria captar. Estava disposto a fazê-lo ser sincero, mas aparentemente teria de dar um empurrãozinho. - Bambam-ah, teríamos comprado cervejas melhores se soubéssemos que você bebia. Yugyeomie me disse que sua criação foi um pouco rígida, hm?

- Eu tenho dois irmãos e uma irmã, então meus pais sempre se esforçaram para nos fazer andar na linha. - Bambam começou a explicar, dando um gole na garrafa de cerveja. - Não vejo problemas em beber em situações sociais, mas hoje em dia as pessoas da minha idade são muito inconsequentes, sabe? Elas tendem a extrapolar, seja com drogas, com sexo, com qualquer coisa… Mas não vale a pena. Meus pais trabalharam muito para que eu pudesse ter um bom futuro, então seria estúpido da minha parte jogar isso fora para aproveitar essas futilidades. Sempre tem a possibilidade de se perder tudo, mesmo que tudo pareça inofensivo.

- Você é esperto, garoto. - Jaebum se manifestou pela primeira vez após os cumprimentos iniciais. Ele nunca se sentiu muito bem ao redor de pessoas novas, mas, estranhamente, deu um sorriso para Bambam. Foi tão assustador que mesmo Yugyeom pensou que estava alucinando. - Quando somos novos, tudo parece ao nosso alcance, mas isso é só porque costumamos ser pirralhos pretensiosos. Eventualmente tudo desmorona, então é bom ver que você consegue enxergar além dessa bolha de ignorância que prazeres momentâneos nos proporcionam.

- É fácil pra alguns, mas a maioria não consegue fazer isso. - Yugyeom sentiu uma súbita necessidade de se explicar, mesmo que Jaebum não fosse entendê-lo. Ele sequer o conhecia para saber de sua história, duvidava que suas palavras fossem parecer mais do que baboseira nos olhos dele. Mas Youngjae saberia. - Há quem pense que bolha de ignorância é tudo o que existe. Esses “prazeres momentâneos” não são estúpidos, na verdade, eles são necessários para manter um resquício de sanidade em alguns.

- Ah… Eu sinto muito por quem pensa desse jeito. - Bambam suspirou. Youngjae ficou tenso com o que viria a seguir, porque dependendo do que o tailandês falasse, seria determinante para dizer se algum dia ele seria capaz de compreender Yugyeom ou se jamais conseguiria. - Mas é tudo uma questão de perspectiva, não acha? Não existe bolha que dure para sempre, então é melhor viver fora delas de uma vez por todas. A realidade é incrível demais para ficarmos nos distraindo desse jeito. - Ele sorriu vagamente, percebendo que todos os olhos estavam fixos nele, esperando que concluísse o que iria falar. - Além do mais, bolhas são feitas para nos induzir que o mundo é mais bonito lá dentro, mas no fim não passam de uma mistura de água suja. Você só precisa de alguém que te mostre quão é estúpido tentar viver contemplando algo assim.

 

Youngjae sorriu e seu olhar se fixou em Yugyeom rapidamente, ouvir aquele discurso dava a impressão de que havia tirado um peso enorme de suas costas.

Bambam era a pessoa certa para seu amigo.

 

- Eu penso exatamente como você. - Youngjae respondeu. - Mas todo mundo tem uma história pra contar, Bambam-ah. Então não se esqueça de ouvi-la antes de mostrar quão estúpidas essas bolhas são.

- Eu sempre estou disposto a ouvir. - O tailandês disse, num tom de voz sereno.

 

Youngjae não soube dizer se era uma indireta ou não, mas sentiu que não havia mais com o que se preocupar.

 

- E dar conselhos? - O rapaz decidiu mudar de assunto, já que Bambam parecia entender bastante sobre estilo, a pergunta parecia válida para a ocasião. - Qual cor você acha que devo pintar essas paredes e que combinaria com o Jaebum-hyung?

- Você vai pintar as paredes dele?! - Yugyeom franziu o cenho em confusão.

 

Bambam estudou Jaebum por alguns instantes em silêncio. O mais velho pareceu ficar desconfortável por ter alguém lhe encarando por tanto tempo, então apenas desviou o olhar para encarar as mãos machucadas. Era notável que aquele garoto tinha uma facilidade enorme para ler os outros, talvez tão boa quanto a de Jinyoung, e ele não queria arriscar ser exposto mais uma vez, principalmente para um estranho.

 

- Verde. - O rapaz concluiu depois de algum tempo, soando bastante triunfante ao ter chegado àquela conclusão.

- Mesmo? - Jaebum não pareceu muito convencido, levantando o olhar e permitindo-se demonstrar certa surpresa. - Sempre me disseram que minha cor era azul.

- Então te disseram errado. - Bambam riu discretamente, mas em seguida lançou um olhar terno para o rapaz. Um olhar típico de quem sabia de muito mais sobre ele do que estava sendo mostrado ali. Então Bambam também era uma daquelas pessoas, no fim das contas. Daquelas que são capazes de enxergar além dos outros, mas fingem não saber de nada para não invadirem o espaço pessoal daqueles que elas leem. Jaebum podia sentir seu estômago revirar só por estar no mesmo ambiente que ele. - Azul é mórbido, chega a ser sufocante estar na presença de uma cor tão atormentada. Mas verde… É ideal, porque o equilíbrio que a cor traz te acalma. É a cor que você deve buscar quando se sente inquieto, a cor que você deve buscar enquanto procura por outras coisas. Para te dar esperança.

 

Youngjae observou de relance como o rosto de Jaebum tinha uma expressão rígida, mas também percebeu como aquelas palavras o atingiram de alguma forma. Havia algo no modo que Bambam explicou o que achava que, estranhamente, combinava muito com o mais velho. Ele mesmo havia dito mais cedo que estava numa busca por algo que não sabia o que era, então talvez o verde de suas paredes pudesse começar a norteá-lo na direção certa.

Não entendia como o tailandês sabia daquilo, como bastou alguns instantes para que conseguisse captar toda a situação, mesmo que superficialmente, mas ele o fez. Era parecido com o modo que Jinyoung costumava agir, mas, diferentemente daquele hyung, que mantinha-se neutro diante do que percebia e deixava as pessoas agirem por conta própria, Bambam conseguia expressar e aconselhar de maneira sutil. Parecia uma voz interna e suave que lhe guiava sem, de fato, lhe dizer o que fazer.

Youngjae conseguia enxergar o que Yugyeom viu naquele tailandês que, aparentemente, não tinha nada de especial. Ele parecia ter um coração grande demais, sempre pronto para dizer exatamente o que você precisa ouvir depois de um dia exaustivo. E ainda que estivesse a par de tudo o que estava acontecendo, continuava a manter a aura despretensiosa, como se descobrir os segredos dos outros não fosse nada demais.

Depois de se tornar inapto com palavras, Youngjae passou a admirar imensamente aqueles que conseguiam usá-las como Bambam fazia. Perguntou-se se o garoto tinha um conselho para dar para ele também, se a cor branca era merecedora de algo que preenchesse seu tom vazio e sem graça da mesma forma que o azul mórbido e tempestuoso de Jaebum foi trocado por um tom que lhe garantiria a calmaria que tanto procurava.

 

- Vocês pretendem pintar isso juntos? - Bambam perguntou. - É um programa divertido de casal.

 

Youngjae sorriu sem graça. Dessa vez foi o corpo de Jaebum que enrijeceu, como se a palavra “casal” tivesse vindo à tona para machucá-lo, uma punição por ter achado que era digno de admitir que amava Youngjae mesmo após sua covardia no passado.

O mais novo, por sua vez, se sentiu mal porque eles nunca realmente foram um casal. O velho Youngjae e o falso Jaebum sim, estiveram juntos por algum tempo, mas sua nova personalidade e o estranho ao seu lado sequer se conheciam.

 

- Nós não somos um casal. - Jaebum respondeu num tom quase inaudível, mas a culpa era evidente em seu semblante cansado.

- Não mais, pelo menos. - Youngjae explicou pacientemente. - Mas já faz muito tempo.

- Oh. - Bambam pareceu surpreso que uma de suas suposições não se confirmaram verdadeiras e, a ver como Yugyeom estava lhe encarando como se tivesse apertado um botão que estava prestes a explodir tudo, havia uma grande possibilidade de ter criado uma situação desconfortável. - Me desculpe por ser inconveniente, é só que vocês dois… Parecem ter muita história juntos, então eu achei…

- Não se preocupe. Como eu disse, já faz muito tempo. Nós estamos bem. - O mais novo tentou tranquilizá-lo, percebendo que Jaebum estava paralisado. - Estamos numa busca juntos, na verdade, então talvez o verde me ajude também.

- Entendo. - Bambam sorriu. - Eu sinto muito que fiz parecer desconfortável, posso ter me enganado dessa vez, mas espero que vocês dois encontrem o que procuram. Tem um cantor que costuma dizer que talvez o melhor ainda esteja por vir.

 

Jaebum levantou o olhar imediatamente.

 

- Por algum acaso é o Barry Manilow? - Ele parecia ter reconhecido imediatamente o trecho que Bambam acabara de pronunciar, o que fez o tailandês ficar surpreso, mas terminou por assentir. Afinal, quem mais diria algo tão impactante além de Barry Manilow?

- Você conhece essa música? - Retrucou.

- Letting go is just another way to say I’ll always love you so. - Jaebum recitou um trecho da música em inglês. Obviamente Youngjae e Yugyeom não entenderam nada, mas Bambam soube o que significava tão logo que o escutou.

 

Era irônico, com certeza, que fosse uma canção tão familiar, tão perfeitamente fiel a sua situação. Uma música que trazia parte de sua história, um segredo que ele nunca contou nem mesmo para Jinyoung, e de repente Bambam havia lhe despido mais uma vez. Sem querer.

 

- Mas quem diabos é esse cara? - Yugyeom finalmente perguntou, unindo as sobrancelhas.

- O cantor favorito da minha mãe, mas isso não importa agora. - Bambam respondeu, rindo, mas em seguida se virou para olhar nos olhos de Jaebum mais uma vez. - Ela costumava me dizer que se você consegue se identificar com as músicas dele, é porque finalmente conheceu o amor verdadeiro.

 

Jaebum olhou para Youngjae de relance, pouco tempo para que o mais novo perceber, mas tempo o bastante para que um turbilhão de sentimentos voltasse a mente do outro rapaz. Não sabia se isso era algo ruim ou não, só sabia que ficaria com aquilo na cabeça durante os próximos dias.

 

- Ela tem razão.

 

A curva em seus lábios era imperceptível, mas pareceu o bastante para Bambam.

 

(...)

 

Youngjae estava cansado de pensar em qual música eles iriam apresentar. O professor havia dado o prazo até o final da aula para que decidissem porque precisavam apresentar um esboço do relatório e fazer a verificação de que, de fato, estavam progredindo.

O moreno continuava a encarar o espaço em branco e tamborilar os dedos na mesa, repassando mentalmente todas as melodias que lhe vinham à cabeça, se perguntando se alguma conseguiria passar a mensagem pretendida.

Faltavam três minutos para o horário acabar, mas tanto ele quanto Jaebum não tinham se manifestado nem debatido sobre o que fariam. Sequer tinham compartilhado suas seleções musicais. O mais velho estava ocupado demais encarando a janela para prestar atenção no ambiente; ele parecia extremamente distraído naquele dia, chegava a ser anormal, mas talvez fosse culpa dos remédios.

De certa forma, a culpa era sempre deles. Se Jaebum estava agitado demais, calmo demais, distraído demais, imerso demais… Era sempre um efeito colateral de todas aquelas pílulas que ele ingeria diariamente, as quais Youngjae ainda não sabia para quê serviam.

Às vezes parecia que o efeito causado era mais forte. Ou talvez ele fosse só porque ele tomava uma quantidade maior do que deveria.

Não era da sua conta, de qualquer forma. O que quer que Jaebum estivesse tentando prevenir, esperava que estivesse conseguindo.

Youngjae ponderou mais alguns segundos. Não importava o quanto tentasse procurar por outras, a única melodia que ecoava em sua cabeça era a da música que ele havia pedido para que o mais velho dançasse com ele no baile de formatura.

Bem, já fazia muito tempo. Talvez não fosse tão ruim assim.

 

- O que você acha de nós tocarmos Secret Smile?

 

Jaebum arregalou os olhos, como se aquela fosse a primeira informação que ele havia captado durante o dia inteiro. De uma hora para outra, ele percebeu onde se encontrava, com quem estava e o que estavam falando.

E isso pareceu alarmá-lo.

Ele não respondeu nada, só se levantou e foi embora numa velocidade que o mais novo sequer conseguiu calcular.

De madrugada, Mark recebeu uma ligação de Jinyoung e passou a noite fora.

Definitivamente não foi uma noite de amor.

Youngjae não soube dizer que tipo de noite era.

Jaebum não apareceu na aula na outra semana.

“Todo mundo tem dias ruins, alguns piores que outros”, Foi tudo o que Jinyoung respondeu quando Youngjae perguntou o que estava acontecendo.

Ele tinha olheiras enormes.


Notas Finais


Então, o que acharam? ;;

Sempre bom lembrar que se quiserem me seguir no tt pra eu ver vocês comentando sobre a fanfic, ou pra gente surtar juntas por outra fanfic, é https://twitter.com/jaebeomu

Beijos!!


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