História All Love - O início

Brooklyn Sofie P. O. V

Acreditem ou não, ter pais famosos é a pior coisa, minha infância não foi como de uma criança normal, passei minha vida inteira bisbilhotando pela enorme janela do meu quarto meus vizinhos brincando dia e noite em seu quintal. Nunca entendi o porque de não poder me juntar a eles, afinal, eu era uma criança como eles, tinha sonhos e muita energia para compartilhar. 

Mamãe e papai sempre me negaram isso, e sempre com a mesma desculpa "Existem pessoas más la fora, querida". Mas agora com 18 anos, estou determinada a mudar o rumo de minha vida, eu tomaria as rédeas. 

Entro no escritório do meu pai e o vejo conversando com o seu empresário. 

- Oi vovô - Sorrio abertamente e deposito um beijo em sua testa

- Olá princesa - Vovô se levanta rapidamente e me da um breve abraço.

- Brooklyn, o que faz aqui?  - Papai questiona. 

- Preciso conversar com o senhor - Respondo firme

- Ih, já vi que o clima não está dos melhores - Vovô se levanta e anda em minha direção - Vou indo, não quero estar envolvido nessa guerra - Solta uma leve risada

- De um beijo na vovó - O abraço forte - E fale que irei lá amanhã, quero aquele bolo de cenoura com cobertura de chocolate que só ela sabe fazer. 

- Tudo bem, querida - Retribui o meu abraço - Tchau Matthew, boa sorte com essa pequena - A ponta para mim

- Tchau Bill, obrigado - Diz contrariado - Acho que vou precisar. 

Vovô sai rapidamente pela porta do escritório e escuto de longe a voz dele e de mamãe. 

- O que você quer? - Indaga

- Você sabe muito bem - O analiso - Quero ir pra faculdade em Los Angeles. - E você já sabe a minha resposta - Abre um sorriso cínico. 

- Não vou aceitar um não como resposta - Cruzo meus braços - Passei minha vida inteira trancada nessa casa, só sai de Sidney pra ir nas premiações com você e a mamãe, passei minha adolescência inteira sem contato com alguém da minha idade. Nunca reclamei, sempre respeitei os limites que vocês impõem, mas a questão é que agora eu tenho dezoito anos e está na hora de eu viver a minha vida. 

- Brook, meu amor, você sabe que isso é para o seu bem, faço tudo pensando em você. Eu te amo tanto, e o mundo está muito perigoso para uma pessoa inocente como você. 

- Por favor, pai, isso é muito importante para mim - Choramingo

- Já disse que não, e não há nada nesse mundo que me faça mudar de idéia. Você não vai para a faculdade, Brooklyn. 

- Eu te odeio - Já podia sentir as lágrima escorrendo pelo meu rosto - Odeio o fato de ser sua filha, odeio ficar presa aqui feito um animal. Odeio a minha vida. - Saio correndo pra fora do escritório e acabo esbarrando em minha mãe. 

- O que aconteceu meu amor? - Me prende em um abraço o qual eu tento fugir mas aos poucos vou me rendendo - Brigou com o seu pai de novo? 

Balanço minha cabeça em confirmação. 

- Eu o odeio - Resmungo em meio aos soluços 

- Shh - Mamãe passa levemente suas mãos em meu cabelo - Se acalme Brook, não diga essas coisas com a cabeça quente. Vem, vamos para o seu quarto. 

Em passos lentos subimos a escada e andamos pelo longo corredor até virarmos a direita e andarmos mais um pouco e entrarmos na última porta do pequeno corredor. Adentramos no quarto mamãe sentou-se na beira da cama e bateu com suas mãos em seu colo. 

- Está muito velha para um colo de mãe? - Me pergunta, seu olhar era de esperança, esperança de  que eu negasse e me rendesse ao seu colo e foi exatamente o que eu fiz. 

- Porque ele não me deixa ir? - Pergunto enquanto tento limpar falhamente as lágrimas que desciam descontroladamente. 

- Ele só quer o seu bem, querida - Fala em tom baixo e continua a fazer um carinho gostoso em meu cabelo

- Se ele realmente me quer bem deveria me deixar ir, é o meu sonho sair de casa, conhecer pessoas novas, ter uma melhor amiga, curtir, quebrar o coração de algum garoto, quero ser amada, quero brigar com a minha melhor amiga e depois pedir desculpas e dar risada da situação. Eu quero viver. 

- Você realmente quer isso? 

- Nunca quis algo como eu quero agora - Respondo com toda sinceridade. 

- Hoje foi um dia estressante, durma um pouco. 

Concordo com a cabeça e por um minuto

Tento limpar minha mente para que o sono consiga vir, em poucos minutos sinto o sono chegando e as pálpebras ficando cada vez mais pesadas. 

Samantha Espinosa P. O. V

Vejo que a minha pequena Brooklyn havia pegado no sono, deposito calmamente um beijo em sua testa, com todo cuidado tiro sua cabeça de minhas pernas e me levanto ando em direção a porta antes de sair e fecha-la dou uma última olhada e a vejo dormir serenamente. Abro um sorriso.

- Boa noite, querida Brooklyn -Falo baixo e fecho a porta. 

Ando pela pequena parte e viro a direita me deparando com um extenso corredor, caminho rapidamente e desço a escada no mesmo ritmo, vou direto ao escritório de Matt o qual entro sem bater na porta. Matthew estava sentado em sua cadeira virada pra janela, com passos calmos e silenciosos me aproximo e o vejo massageando suas têmporas dava para sentir seu stress de longe, sem aviso prévio me sento em seu colo e dou um beijo na ponta de seu nariz.

- Você sabe que ela não vai desistir, não é mesmo? - Pergunto calmamente. 

Solta o ar que estava prendendo e bufa, lentamente envolve minha cintura em seus braços. 

- Sei - Fala pensativo olhando pela janela - Ela é teimosa igual a mãe. 

- Ei - O repreendo com o olhar

- Vai dizer que é mentira? - Eleva uma de suas sobrancelhas 

Apenas dou de ombros, preferia não responder. 

- Matthew, eu sei que ela é a sua princesinha, mas está na hora de você ver que ela cresceu. Ela já tem dezoito anos, já está na idade de começar a dar um rumo na vida, você não pode a proteger sempre, mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer. Meu amor. - O encarava e vez ou outra passava meus dedos por seu rosto. 

- Ela é tão preciosa, Brook tem um olhar tão doce e inocente, eu não consigo imagina-la longe de mim. Ainda mais lá em Los Angeles, nós concordamos de sair de lá pra ela ficar longe de toda aquela agitação, não me parece certo deixá-la ir morar sozinha. 

- Esse é o sonho dela, pense bem antes de tomar qualquer atitude definitiva. Eu sei que você só quer o bem dela, apenas reflita se a deixar presa aqui é pro bem dela ou para o seu. - Selo nossos lábios com carinho - Vou ver se a América está dormindo, te encontro no quarto. 

- Tudo bem, daqui a pouco eu subo. 

Saio de seu colo em um movimento rápido, calmamente vou até a porta, antes de sair do escritório o chamo:

- Matt

Ele vira lentamente a cadeira em minha direção. 

- Hum? 

- Pensa com carinho, tá? 

Apenas balança a cabeça confirmando. 

Brooklyn Sofie P.O.V

Acordei com Luiza abrindo as cortinas do meu quarto de início puxei o edredom para cima da minha cabeça e soltei uns gemidos de reclamação. 

- Brook, seus pais estão te esperando lá embaixo para que tomem o café da manhã juntos. 

- Não quero ir - Falo manhosa

- Seu vô também está lá, veio te buscar se não me engano

Jogo o edredom para o lado rapidamente e a encaro.

- Isso não é só mais um dos seus truques para me tirar da cama, né? - A olho desconfiada. 

- Juro que não - Solta uma risada baixa - Agora levanta logo mocinha, estão te esperando - Dita

- Sim senhora - Em um rápido movimento já estava levantada e batia continência. 

- Cheia das graças 

Dou um leve sorriso e vou até o meu banheiro, faço minha higiene matinal como escovar meus dentes, pentear o cabelo e todas essas coisas. Rapidamente vou para o meu closet e pego a primeira roupa a minha frente uma jardineira jeans e um cropped listrado preto e branco, no pé opto por uma sandalinha. 

Saio do meu quarto e vou correndo pelo corredor e desço a escada. 

- Brooklyn Sofie, não desça a escada correndo - Mamãe me repreende 

- Me desculpa - Reviro os olhos 

- Brook - Vejo uma pequena criatura correndo em minha direção com os braços abertos. 

- Nenêm - Abaixo e fico quase na mesma altura que a pequena criatura, abro meus braços e sinto seu pequeno corpo se chocar com o meu, a abraço com força tomando cuidado para não a machucar - Dormiu bem, chuchu? 

- Sim e você? - América era a coisa mais linda desse mundo, tinha enormes bochechas rosas, os olhos eram iguais aos de papai num tom castanho mel e seu cabelo era liso num tom castanho, iguais ao de mamãe. 

- Melhor impossível - Dou um beijo Demorado em sua bochecha. 

Com ela em meu colo vou para cozinha econtrando todos sentados a mesa, cumprimentei todos exceto pelo meu pai, coloquei Amy sentada em sua cadeira e voltei para a minha. 

...

Estava na casa dos meus avós junto com Amy, estavamos comendo o famoso bolo de cenoura da vovó. 

- Como foi a entrevista semana passada? - Vovó perguntou enquanto levava um pequeno pedaço do bolo em direção a boca da América.  

- Foi normal, como todas as outras. Eu e Amy temos que ficar quietas enquanto mamãe e papai dão a entrevista. 

- Entendi, mas e você? 

- Eu o que? - A encaro 

- Como está? 

- Não sei, não aguento mais brigar com o meu pai para conseguir o que quero, mas não tem outro jeito. Ele não entende. 

- Tudo tem seu tempo, querida - Vovó coloca uma mexa de meu cabelo atrás da orelha. 

- Acho que escuto isso desde a barriga da minha mãe - Bufo. 

Depois de algumas horas meu pai chegou para nos buscar. 

- Tchau vó - A abracei - De um abraço no vô por mim

- Pode deixar, amor

- Tchau vovó - Amy falou já dentro do carro em sua cadeirinha. 

Adentrei no carro sem cumprimentar meu pai. O mesmo deu partida no carro e em alguns momentos sentia seu olhar em mim, apenas ignorava. 

- Brook - Me chamou

- Hum? 

- Abaixe esse negócio para se proteger do sol - Apontou pro negócio que ficava no teto do carro. 

Bufei e revirei os olhos. 

Fala sério, pra que tanto cuidado? 

Pra evitar confusão apenas fiz o que ele havia mandando. 

Puxei como havia me instruído e levei um susto ao ver um negócio caindo do lugar, era um envelope, olhei para o meu pai e peguei o papel e o levantei. 

- O que é isso? - Perguntei

- Não sei, pode abrir e ver o que é? Por favor, depois me fale do que se trata. 

- Tudo bem - Dei de ombros

Abri o envelope peguei o papel que se encontrava todo dobrado, desdobrei com cuidado e comecei a ler as primeiras linhas

27. 06. 2017

Brooklyn Sofie Espinosa

Los Angeles, Califórnia

É com grande prazer que nós da UCLA (Universidade da Califórnia Los Angeles), aceitamos Brooklyn Espinosa para cursar Teatro e Artes Cênicas... 

Eu não conseguia mais ler, meu corpo estava em combustão de tanta felicidade era como se estivessem explodido uma bomba de felicidade dentro de mim, meus olhos já estavam marejados, mas dessa vez era de felicidade. 

- Isso é sério? - Minha voz saia a meio fio

- O que? - Me pergunta se fazendo de desentendido. 

- Você realmente deixou? - Pergunto 

- Acho que você merece, vou te dar essa chance. Não me decepcione. 

- Pode deixar - Sorrio em meio ao choro de felicidade - Obrigada, obrigada mesmo - Dou um abraço desajeitado já que ele estava dirigindo. 

- Eu te amo, princesa! 

- Também te amo, pai!

Alguma coisa dentro de mim tinha a certeza de que minha vida nunca mais seria a mesma.