História All Love - Festa

Brooklyn Sofie P. O. V

A festa não era bem em um quarto, mas sim em um terraço, perdi as contas de quantos lances de escada tive que subir, estava com as costas apoiada na parede recuperando o fôlego. 

- Brooklyn, você só enrola - Kate já estava impaciente. 

- Calma, não é todo dia que eu subo tudo isso de escada - Respiro e inspiro diversas vezes - Pronto, vamos. 

Empurramos uma enorme porta e já podíamos sentir o calor humano emanando pelo ar, aquilo era insano, nem de longe imaginei algo parecido. Estava cheio, pessoas se beijavam, outras bebiam, algumas dançavam sozinhas ou com algum parceiro(a) e quase todas tinham um cigarro em mãos. 

- Bem vinda ao meu mundo - Kate gruda em meu braço e sai me puxando pela multidão - Vamos beber, vai querer o que? 

Olho rapidamente para o barzinho improvisado a minha frente, tinha tantas bebidas, vidros de vários tamanhos e cores. Estreitei os olhos, como escolheria algo que nunca havia provado. 

- Eu não sei

- Deixa que eu escolho então - Kate se virou e começou a conversar com o barmen

Me virei pra multidão, luzes coloridas pulsavam em cima e dos lados dando um efeito muito legal, tinha uma luz negra o que deixava tudo mais insano e maneiro, Kate tinha razão aqui estava cheio de caras bonitos. 

- Aqui Brookzinha, não é tão forte e é doce, um ótimo começo - Me entregou uma bebida rosa 

- Obrigada - Pego o copo e viro o líquido lentamente, era um gosto diferente, mas era bom, muito bom - Quero mais 

- Já bebeu?  - Pergunta espantada - Pra quem nunca bebeu até que foi rápida hein, só ir até o barmen e pedir a bebida de morango. 

- Tudo bem

- Vou ir dançar um pouco - Mesmo eu que não sou experiente nessas coisas sabia que ela estava de olho em alguém, só pela maneira de como colocava o canudinho da bebida em sua boca e fixava o olhar em um só lugar. 

- Tá - Me viro e dou alguns passos até o balcão, me sento em um dos bancos

- O que a moça bonita quer? - Um cara alto pergunta

- Quero a bebida de morango - Falo animada 

- Sim senhorita

Fico ali girando no banco enquanto o cara faz a minha bebida. 

- Posso saber o que uma moça tão bonita está sozinha em um bar? - Um cara tanto quanto bebado falava meio enrolado.

- Aqui é uma festa, festa tem bebidas e eu vim pegar a minha - Levanto o copo que o barmen havia acabado de dar - E não, eu não estou sozinha. Ta vendo aquela morena chamando atenção no meio da pista? - Espero o cara olhar para poder prosseguir - Estou com ela. 

Com um pouco de dificuldade desço do banco e desvio do homem e vou em direção a Kate que requebrava até o chão. 

Viro o resto do líquido rosa e uma sensação diferente invade o meu corpo, era uma alegria misturada com euforia, minha mente estava girando por um momento achei que beijaria o chão. Coloquei minha mão no ombro de Kate que se virou na mesma hora, ela estava muito louca, a maquiagem estava borrada em sua boca não havia mais batom e no meio de seus dedos tinha um baseado de maconha. Isso tudo em menos de meia hora, essa garota não para. 

- O que aconteceu com você? - Perguntei aterrorizada e com uma inexplicável vontade de rir - Por que eu acho graça em tudo? 

- Isso se chama aproveitar, não se controle apenas se solte. - Jogou as mãos para o alto e começou a gritar enquanto descia até o chão de forma desengonçada. 

Ok, Brooklyn, ao menos uma vez na sua vida deixe os limites e as regras para trás. 

Deixe para trás 

Deixe para trás 

Repetia como um mantra na intenção de me encorajar, e por um milagre aquilo realmente estava funcionando, lentamente fui me soltando e deixando meu corpo acompanhar a música agitada, pulei, gritei, desci até o chão junto a Kate, dancei junto a um garoto que roubou um beijo meu. Aquilo era tão divertido. 

- Quero ficar aqui pra sempre - Naquele ponto da noite eu já não sabia o que estava fazendo muito menos falando. 

- Eu também - Kate não sabia falar apenas gritar e aquilo era muito engraçado. - Preciso de mais um baseado. 

- Tudo bem, maconheira

Voltei a dançar sozinha, não durou muito tempo logo Katherine havia se juntado a mim com o seu querido amigo verdinho.  

- Quer tragar? - Esticou o baseado pra mim. 

Eu queria, queria muito, mas algo dentro de mim insistia em falar que isso era errado. Foda-se, pensei. Vou é curtir. 

- Me dá - Estiquei minha mão e peguei o cigarro de maconha. - Como funciona? 

- É assim, suga a fumaça prende a respiração e aos poucos vai soltando a fumaça. 

Fiz o que ela tinha me instruído, comecei a tossir descontroladamente. Eca, que coisa ruim. 

- Eu... v-ou.. morrer - Palavras aleatorias saiam de minha boca em meio a tosse. 

- No início é assim mesmo, tente de novo

Olhei para o cigarro e torci o nariz. 

- Vai logo, Brooklyn! 

Antes mesmo de eu tentar dar outra tragada Kate tinha feito o favor de vomitar nos meus sapatos. 

- Me desculpe - Limpou a boca com as costas de sua mão - Eu não to me sentindo bem. 

- Tudo bem, coloque seu braço em volta do meu pescoço 

Kate fez exatamente como havia mandado, fui me distanciando lentamente da multidão desci as escadas com Katherine se escorando em mim, agora eu sabia quantos lances de escada eu tinha subido porque agora tive que desce-los com um peso extra, ao total eram seis lances de escadas. Finalmente consegui descer e sair do prédio, a cada segundo Kate piorava, estava entrando em desespero. Como alguém podia vomitar tanto? 

- Sente-se aqui 

- To com sono - Sentou em um banco ao lado do prédio 

- Katherine, você está proibida de dormir! - Um grito estridente ecoou por minha garganta - Eu não sei o que fazer, me desculpa! - Um enorme nó já se formava em minha garganta

- Brook, fique calma - Kate falava com os olhos fechados e com a cabeça encostada na parede - Vá la dentro e me traga um copo d'água, certo? 

- Certo, já volto. 

Justin Bieber P. O. V

A festa dos calouros já estava rolando, Chaz não parava de me mandar mensagens falando sobre as garotas e me perguntando a onde eu estava. Qualquer um sabe que a festa só fica boa na metado pro fim, por qual motivo iria antes? 

Meu bloco era o 1, fui andando lentamente até o prédio que estava rolando a festa. Já estava adentrando no local quando ouvi gemidos de dor, segui o barulho e encontrei uma morena sentada em um banco, me aproximei rapidamente apoiei minhas mãos em seus ombros e a levantei. Ao abrir os olhos a reconheci. 

- Katherine? - Perguntei assustado. 

Brooklyn Sofie P. O. V

Corri rapidamente para dentro do prédio, olhei em volta na esperança de encontrar um bebedouro, suspirei aliviada ao ver uma placa indicando o bebedouro no final do pequeno corredor. Sem pensar duas vezes corri pelo corredor peguei um copo descartável e o enchi de água e com cuidado sai do prédio e o contornei. Levei um susto ao ver um garoto pegando Kate no colo. 

- EI - Gritei 

Em um ato sem pensar sai correndo em direção aos dois, o garoto colocou Katherine de volta ao banco, me olhou, suas sobrancelhas estavam franzidas, não consegui ver seu rosto direito por conta da sombra que cobria boa parte dele. Sem pensar duas vezes joguei a água em seu rosto. 

- Fique longe da minha amiga, seu louco!

- QUEM VOCÊ PENSA QUE É? - O garoto deu um passo a frente revelando seu rosto, não me era estranho, desisti de tentar lembrar quem era quando senti suas mãos entrando em contato com os meus braços e começando a me chacoalhar. - Vadia. 

- Tire suas mãos nojentas de mim - Falei desesperada, sabia que se ele continuasse meus seguranças iriam avançar - Agora me de licença, preciso cuidar da minha amiga antes que outro maniaco igual a você a ataque de novo. 

- Maníaco? Eu? - Gargalhou - Gatinha, você não me conhece então tome muito cuidado antes de fazer falsas acusações. Katherine é como uma irmã mais nova, estava levando ela para o seu apartamento antes de ser atacado por uma idiota. - Pegou Katherine em seu colo e saiu andando para o bloco 2, eu acho. 

Bufei e corri até eles. 

- Ela não tem que voltar pro nosso quarto e sim para um hospital, olha o estado dela. 

- Kate sempre faz isso, amanhã ela vai estar melhor - Deu de ombros - Agora se puder fechar a boca ficarei muito contente, não aguento mais ouvir sua voz. 

- Grosso

Apenas me ignorou e continuou o seu caminho, foi bem difícil manter o ritmo, um passo dele era dois meu. Podia jurar que ele estava se divertindo com a situação, já estavamos de frente a porta do meu quarto. 

- Não vai abrir? 

- Ah, claro... eu só... deixe quieto - Apenas abro a porta e dou espaço para que ele entrasse. 

- Temos que dar um banho nela, olha só o estado tá toda suja de vômito. 

- Pode deixar que eu dou - Falo baixo - Já pode ir curtir a festa - Estava encostada na porta e o fitava a meio fio.  

- Eu adoraria ir pra festa e aproveitar todas aquelas bebidas e as garotas que me esperam, mas infelizmente minha melhor amiga está desmaiada em meus braços - Torceu o nariz - Então não a nada que você faça ou diga que irá me fazer ir embora. 

Bati a porta e encostei a cabeça na mesma. 

Mantenha a calma, Brooklyn, conte até 3. 

- Tudo bem, já vi que não vai nos deixar tão cedo. - Desencostei da porta e o encarei - Precisa de ajuda? 

- Não, já estou acostumado a dar banho nas mulheres - Deu um sorriso malicioso - Você é um nojento - Reviro os olhos 

Vejo o cara entrando no banheiro e fechando a porta, olho pras minhas botas e suspiro ao vê-las sujas. 

- Ah Kate, como você da trabalho. 

Tiro meus sapatos e os deixo em um canto, vou até o meu guarda roupa e separo meu pijama, tiro o cropped que estava sujo também, me jogo na cama e fico encarando o teto, em menos de 24 horas minha vida não era mais a mesma, não chegava nem perto, céus, quando falam que a vida muda de um dia para o outro não estavam brincando. E agora um completo estranho estava dentro do meu banheiro dando banho em uma garota que supostamente é minha amiga. 

- Você pode separar a roupa da Kat.. - O garoto parou bruscamente e me analisou - Belos pares de seios, gatinha. O olho rapidamente visto a camiseta do meu pijama. Já podia sentir a ardência em minhas bochechas. 

- Brooklyn, meu nome é Brooklyn e não gatinha - Rolo os olhos. 

- Que seja, só quero uma roupa seca para Katherine. 

Grosso. 

- Tá - Balbucio

Me direciono para as coisas de Kate e pego uma roupa confortável e peças íntimas. 

Enfio minha cabeça dentro do banheiro e vejo Kate deitada na banheira apenas com uma lingerie rosa claro. 

- Quer que eu a vista? - Pergunto 

- Por favor - Se levantou me dando espaço. Me sento apoiada na ponta da banheira começo a tirar o sutiã. 

- Olhe para o lado, agora! 

- Sim senhora. 

Termino de tirar suas peças íntimas e as troco pelas secas, com certa dificuldade visto-a com uma camisola azul marinho. 

- Pronto. 

Justin Bieber P. O. V

Katherine sempre se metia nessas coisas, meu número já estava salvo na lista de emergências em seu celular. Sempre que acontecia algo, algum estranho me ligava pra avisar o que a desajeitada havia feito. Me surpreendi quando vi que essa garota sentada a minha frente trocando minha quase irmã se preocupa realmente com ela. 

Sua beleza era fora do normal, seus cabelos longos, seus olhos verdes e penetrantes, sua boca era tão convidativa e o seu corpo era de deixar qualquer um maluco. 

- Pronto - Anuncia após ter terminado - Pode levá-la até a cama? Por favor. 

Não respondi, aproximei-me da banheira e com cuidado tomei Kate em meu colo, sai do banheiro e fui até as camas tentando descobrir qual era a dela. 

- É essa daqui - respondeu como se tivesse lido meus pensamentos

Deitei-a sobre a primeira cama e a cobri. 

Observei Katherine dormir por alguns segundos, rodei pelo calcanhar e encarei a garota de grandes olhos verdes. 

- Já vou indo - Avisei

- Ah, claro - Andou rapidamente até a porta e a abriu

Já estava saindo quando sinto uma pequena mão em meu braço a encaro curioso. 

- Obrigada - Me da um abraço repentino - E me desculpa por ter jogado água em sua cara. 

- Tudo bem, Kate é como uma irmã pra mim - Retribui o abraço desajeitadamente - É minha obrigação. - De qualquer jeito, obrigada! - Saiu do abraço e abriu um sorriso lindo - A propósito, posso saber o nome do garoto que quase me atropelou? 

Gargalhei, então era ela a garota que ficou parada no meio da rua. 

- Justin, na próxima se mantenha na calçada. Talvez não tenha tanta sorte da próxima.

- Não tenho culpa se você é um péssimo motorista - Estala a língua no céu da boca

Oh essa garota não tem noção do perigo

Brooklyn Sofie P. O. V

Justin junta as sobrancelhas e as levanta em sinal de surpresa, abre e fecha a boca duas vezes como se escolhesse as palavras com cuidado. 

- Posso ser tudo, menos um péssimo motorista - Deu um passo quebrando toda a distância que existia entre nós - E posso lhe garantir que sou ótimo em outras coisas 

Lentamente enrola seu dedo indicador em uma mexa aleatória do meu cabelo, sua respiração batia de encontro ao meu rosto, todos os pelos do meu corpo se urissaram e minha respiração estava falha. Meu olhar dividia atenção entre seus olhos caramelos e sua boca umidecida e extremamente convidativa. O que era isso? 

Dei um passo para trás por reflexo e o encarei. 

- Tenha uma boa noite, Justin. 

Antes mesmo dele protestar fechei a porta e soltei o ar que até então estava preso. 

Minha boca estava seca, respiração desregulada e minhas pernas estavam bambas e ele ao menos havia encostado em mim. Não sou tão ingênua assim, já tinha ficado com outros caras em algumas premiações, obviamente escondida do meu pai e com ajuda de mamãe, e nem de longe havia sentido tal sensação. 

Respirei fundo e retomei a postura de uma garota normal, olhei a frente e vi uma Kate esparramada com a boca aberta, aquilo realmente era engraçado soltei uma risada fraca. Em passos leves cheguei a minha cama e me joguei. 

- Kate, Kate, olha no que você me meteu - Murmurei.

Já estava quase fechando os olhos e me rendendo ao sono quando ouvi o toque do meu celular, não vi quem, a essas horas só podia ser o meu pai. 

- Oi Pai 

- Oi querida, como você está? 

- Estou muito bem, melhor impossível - Olho para a minha amiga apagada por conta da bebida

- Te liguei mais cedo mas deu caixa postal 

- Fui em uma festa - Ok, eu deveria ter mentido, me esqueci que estava falando com o maniaco do meu pai. 

- FESTA? - Esbravejou - Achei que você tivesse ido pra faculdade na intenção de estudar e não ir em festinhas desses universitários pervertidos. 

- Pai, calma ai, daqui a pouco vai ter um ataque do coração, olha só a sua idade. Fora que já tenho 18 anos passei a vida inteira trancada em casa, nada mais justo do que curtir um pouco. 

- Eu não quero saber, se continuar a ir em festas vai voltar pra casa e ficar ao meu lado onde eu possa monitorar cada passo seu. 

- Eu não sou mais uma criança, quando é que vai perceber isso? - Bufo já irritada - Olha, da próxima pede pra minha mãe me ligar porque falar com você tá impossível. Tchau. 

Encerrei a ligação sem ao menos obter uma resposta, nunca fiz isso, vontade nunca faltou mas a coragem sim, talvez eu ainda esteja sob efeito do álcool. Mas sinceramente não ligo e não me sinto nem um pouco culpada. 

Aos poucos me rendi ao sono e fui me perdendo na escuridão e no mundo dos sonhos. 

... 

Acordei com alguém resmungando ao meu lado abri os olhos lentamente já que a claridade os irritava. 

- Fica quieta, Kate, quero voltar a dormir - Olhei a morena se revirando na cama. 

- Eu não a.c.r.e.d.i.t.o - Kate falava pausadamente - Meu cantor, meu amorzinho, meu biscoitinho vai fazer um show aqui perto mas os ingressos esgotaram.  

- Quem? - Perguntei mais por educação a única coisa que me interessava era o meu sono. 

- O Shawn - Cantarolou

Shawn... Shawn... Esse nome não me é estranho. 

- Ele não é novo, sabe? Mas a cada ano que passa ele fica ainda mais lindo, gato, gostoso... - A garota suspirava a cada palavra dita 

Da onde eu conheço esse nome? 

- Ele é tão fofo mas ao mesmo tempo sexy 

Odeio quando esqueço algo e não consigo lembrar depois

- Tem um charme e um sorriso que é unico e a voz dele é de deixar qualquer uma com a calcinha molhada

- SHAWN - Gritei ao finalmente lembrar quem era o tal cantor 

- Eu sei, da vontade de gritar, rasgar a roupa e fazer loucuras

- O que? Não, que nojo, ele é muito bonito mas também é velho - Torci o nariz - Ele é amigo do meu pai, bom eles eram né, hoje em dia não tem muito contato por ambas as agendas serem lotadas.. 

- Como eu esqueci? - A morena berra - Eles participavam de um grupo de viners chamado magcon, não é? 

- Acho que sim, não sei muito sobre isso - Assumo envergonhada - Mas eu posso conversar com a minha mãe e ver se ela consegue nos colocar la dentro

- Você faria isso por mim? - Seus olhos brilhavam igual a de uma criança ao ganhar seu doce preferido. 

- Claro - Sorri abertamente - Quando vai ser o show? 

- Daqui um mês 

- Tudo bem, vamos tomar o café da manhã e assim que voltarmos ligo pra ela. Ok? 

- Brooklyn, você é a melhor!