História All Love - Tesouro secreto

***LEIAM AS NOTAS INICIAIS***

Brooklyn Sofie P. O. V

Não sabia ao certo onde estavamos indo, minha mãe comentou sobre ir ao karaokê e relembrar os velhos momentos, que segundo ela nem sempre foram bons, meu pai não falou nada, provavelmente envolva o passado que eles guardam a sete chaves.

- Quanto tempo não venho aqui - Tia Ju exclama ao descermos do carro.

- Esse negócio existe a quanto tempo? - Pergunto

- Nós vinhamos aqui quando tinhamos a sua idade, querida - Tia Liza me envolve em seus braços.

- Nossa! - Kate, de boca aberta analisa o local - Passou por uma enorme reforma, não parece ser velho.

- Ei - Todos os "senhores" (as) presentes reclamam.

- Katherine, eles não são velhos - Explico - Só possuem muita experiência. 

No fim acabo recebendo um peteleco na cabeça do tio Cam, resultando em todos rindo. Antes de adentrarmos no local envolvo minha mão na de Justin que me olha alegre e surpreso, talvez ter um namorado não seja ruim, não quando essa pessoa é o seu melhor amigo.

O local era enorme com um palco ao centro, em volta mesas que já estavam ocupadas, não deu tempo de contar até três para alguns fãs eufóricos nos avistar e vir correndo para tirar fotos, cutuquei Kate e puxei Justin para uma escada próxima dali, como o imaginado a escada dava acesso a parte superior onde tinha mesas vazias, juntamos três para que coubesse todos, nos acomodamos alguém cantava la embaixo uma música desconhecida por mim, mas todos na mesa cantarolavam. Aos poucos meus tios foram subindo, um por um até finalmente meus pais chegarem e se acomodarem com todos nós.

- Já pediram a comida? - Perguntei

- Claro - Mamãe respondeu - Estou azul de fome.

Meus pais estavam abraçados e carinhosos um com o outro, havia uma história por de trás desse karaokê que estava me deixando curiosa, mas isso seria assunto para outra hora. Justin e eu brincavamos de queda de dedão enquanto a comida não chegava, era uma ótima maneira para me distrair e não deixar o mau humor vir a tona.

- Vai cantar? - O encarei

- Acho que não - Respondeu, concentrado na brincadeira.

- Canta, por favor, adoro ouvir a sua voz.

Justin pausou a brincadeira e envolveu seu olhar ao meu, o mundo a minha volta havia parado como se naquele momento só existisse nós dois, sempre li essas coisas em livros românticos, jamais pensei em algum dia viver algo tão forte e puro, seus lábios tocaram os meus com cuidado mas fomos interrompidos por meu tio Nash que me puxou pela mão para um espaço vazio onde algumas pessoas dançavam.

Sua mão envolveu minha cintura e com a outra pegou a minha mão livre, começamos a nos movimentar conforme o ritmo da música pedia.

- O que foi isso? - O encaro

- Não posso dançar com a minha sobrinha? - Pergunta, onfendido. 

- Claro que pode, tio - Gargalho - Mas tenho certeza que tem dedo do meu pai ai.

- E por que você acha isso?

- Por que você apareceu do nada bem na hora que Justin resolveu me beijar, coincidência né? - Pergunto de forma irônica

- Parabéns sobrinha, você deduziu muito bem.

- Meu pai é muito previsível - Rolo os olhos

- Ele só está cuidando de você, meu bem

- Eu sei.

Encosto minha cabeça em seu ombro e o deixo me conduzir, sempre reclamei da minha vida mas olhando todos sentados a mesa rindo, conversando, brincando... Eu vejo o quão sortuda eu sou por ter todos a minha volta e principalmente por saber que eles se preocupam comigo tanto quanto eu com eles. Estranhei quando meu tio me empurrou lentamente e outra pessoa me tomou em seus braços, com firmeza e ardor, não precisava nem ver o rosto para saber que era Justin, meu corpo sempre se arrepiava ao seu toque.

- Me concede está dança? - Peguntou, formalmente, algo que não fazia nem um pouco seu estilo, mas que naquele momento foi maravilhoso.

- Não só essa, como todas - Selo nossos lábios lentamente.

Embalo seu pescoço em meus braços dançando ao ritmo da música que era lento, Justin me conduzia majestosamente e realizavamos passos como se treinassemos em casa. Essa proeza era unicamente pela nossa ligação e cumplicidade.

- Decidiu se vai cantar?

- Não sei, tenho vergonha dos meus pais?

- Dos meus pais? - Paro de dançar e encaro todos na mesa, meu pai tinha duas batatas fritas no nariz.

- Okay, talvez não tenha tanta vergonha assim

- Então canta, por mim e pela peça que foi um sucesso - Selo nossos lábios - E pelo que pode acontecer depois daqui... - Falo com a voz repleta de malícia

- Eu teria cantado na primeira vez que você pediu, mas é bom ter um incentivo como esse - Com um sorriso malicioso aproxima sua boca da minha e puxa meu lábio inferior.

- Brook, nós vamos ir la embaixo pra cantar, vamos? - Chris, se aproximou de mãos dadas com a Gabrielle a menina que estava ficando.

- Opa, na hora certa - Abro um sorriso - Vamos, Jus - O puxo pela mão.

Descemos as escadas com cuidado e nos posicionamos na fila, tinha apenas duas pessoas a nossa frente que fariam um dueto. Deu uma pequena confusão em relação quem iria cantar primeiro, de início seria Kate, mas depois mudou para mim e de mim foi pra Ryan no final decidimos que todas as meninas cantariamos juntas,  ou seja, um trio, depois de nós Ry iria cantar e logo apos daria o lugar para Justin. Subimos ao palco, a música seria Slow Down.

As batidas começaram a luz do palco ficou mais escura dando lugar a um show de dança das luzes neons, a primeira parte ficou pra Kate, a segunda com a Gabi e a terceira para mim. Kate já estava posicionada iniciando a música.

- Now that I have captured your attention I wanna steal you for a rhythm intervention, Mr. C, I'm ready for inspection - Não pude deixar de sorrir ao notar que ela havia trocado o "Mr. T" por "Mr. C", Chaz com certeza estava cheio de si - Sh-sh-show me how you make a first impression. 

Kate deu espaço a Gabrielle, que se aproximou da beira do palco mexendo no cabelo e o quadril. 

- Oh, oh, can we take it nice and slow, slow break it down and drop it low, low 'Cause I just wanna party all night in the neon lights 'til you can't let me go - Gabi tinha a voz aguda e muito bonita, Christian precisava mais que tudo de um pano para secar a baba.

Meu coração batia rápido, sempre gostei de cantar mas sempre no banheiro geralmente de baixo do chuveiro, minha única plateia sempre foram os shampoos, condicionador ou coisas do tipo.

- I just wanna feel your body right next to mine - As primeiras palavras sairam tremidas, mas ao encontrar os olhos de Justin focados em mim me encorajando, uma onda de confiança me invadiu - All night long - Mexia meu corpo lentamente - Baby, slow down the song and when it's coming closer to the end hit "rewind" - Os olhos de Justin assumiram um castanho escuro e sua expressão era de surpresa - All night long, baby, slow down the song - Antes de acabar a minha parte mando uma piscada e volto a ficar do lado das garotas.

-  Oh, oh, oh, oh, yeah, baby, slow down the song, oh, oh, oh, oh, yeah, baby, slow down the song - Cantamos juntas o refrão, nossos corpos estavam em fileiras quase esbarrando uma na outra ao dançarmos sensualmente. 

Cantamos do mesmo jeito, repartindo em várias partes e em alguns momentos cantando juntas, a musica finalmente chegou ao fim descemos do palco dando lugar a Ry que cantaria uma música do Ed Sheeran.

- Não sabia que você cantava bem - Justin me surpreende ao chegar por trás e envolver minha cintura em seus braços.

- Nunca tive a oportunidade de falar - Dou um sorriso, mesmo sabendo que ele não poderia ver - Nem os meus pais sabem que eu canto, só minhas coisas no banheiro.

- Vai ter que cantar para mim mais tarde.

- Pensei que fossemos fazer outra coisa mais tarde.

- Depois disso, é claro - Com toda artimanha Justin chupa meu pescoço me causando um extenso arrepio.

- Justin, é a sua vez de cantar - Saio dos seus braços - Vai cantar qual música? 

- Presta atenção, ela é pra você - Sela nossos lábios rapidamente e sobe no palco.

Justin ajusta o microfone a sua altura e começa a cantar suavemente, a música era do The Weeknd.

- I'mma care for you. I'mma care for you, you, you, you - Seu olhar estava preso ao meu - You make it look like it's magic. Cause I see nobody, nobody but you, you, you, I'm never confused, hey hey and I'm so used to being used - Algumas vezes fechava os olhos, mas logo estavam abertos me encarando como um predador olha para a sua presa - So I love when you call unexpected cause I hate when the moment's expected, so I'mma care for you, you, you, I'mma care for you, you, you, you, yeah - Algumas garotas próximas a mim suspiravam e o elogiavam, nunca tive contado com o meu lado ciumenta, porém, agora ele estava vindo a tona - Cause, girl, you're perfect, you're always worth it and you deserve it. The way you work it - Assim que os últimos acordes foram tocados olhei pra trás e as meninas ainda babavam.

- Cuidado - Avisei, me aproximando - Fiquei sabendo que ele é gay.

A cara de decepção foi o melhor, me segurei tanto para não rir que provavelmente meu rosto estava em chamas. Justin aproximou-se lentamente, ele sabia o efeito que tinha sobre mim e o usava a seu favor.

- O que você estava falando com as garotas? - Questionou

- Nada não, só comentamos o quanto você arrasa no palco - Entrelaço nossas mãos - Vamos voltar lá pra cima.

Sem contrariar Justin sobe os degrais junto a mim, algumas vezes paradas foram necessárias quando nossos beijos ficavam mais agitados, nas melhores partes sempre aparecia alguém. Chegamos ao andar e fomos recepcionados com uma salva de palmas da minha família.

- O que aconteceu? - A curiosidade estava bordada na minha testa.

- Não sabia que você cantava bem, meu bebê - Papai me envolve em um abraço apertado e logo minha mãe se junta - E você garotão - Abraça Justin e da uns tapinhas em sua costas - Sabia que você tinha talento pra alguma coisa, tem pinta de galã.

E pela primeira vez no ano vejo Justin constrangido, era uma imagem para se guardar pro resto da vida, as bochechas rosadas eram a coisa mais fofa do mundo.

- O que acha de eu te patrocinar?

Meu coração acelerou, a imagem de noites atrás de eu fazendo o cadastramento para o concurso rodou em minha cabeça com uma música de terror, só agora eu percebi que não queria dividir o Justin, me sinto previlegiada de tê-lo cantando só para mim.

- Não é momento de tratar de negócios, se comporte pai, fora que Justin não gosta dessas coisas - Falo ao lembrar de suas palavras quando o perguntei do porque de não investir em sua carreira.

- É..  - Justin resmunga contrariado - Na verdade, nunca pensei em tal possibilidade.

Merda.

Mil vezes merda.

- Vai ter um programa para descobrirmos novos talentos, deveria ter se inscrito, os nomes e as cartas seram enviadas amanhã.

Se antes meu coração estava acelerado, agora ele nem batia mais.

- Quem sabe ano que vem, uhn?

- Como quiser, meu rapaz

Meu pai pisca, como se estivesse diante de uma jóia rara, ele adorava ajudar os outros a subirem em ascenção, segundo ele o amor das fãs cura qualquer coisa, e que todos ao menos uma vez na vida deveriam passar por essa experiência.

- Jus, eu quero ir embora - Falo, próximo ao seu ouvido.

- Mas ainda está cedo, amor.

- É que eu tenho planos melhores do que ficar sentada aqui.

Justin me encara com a sobrancelha levantada, sorrio travessa e é o suficiente para ele entender o recado.

- Tchau gente - Justin se levanta rapidamente.

- Já vai? - Tia Nick pergunta.

- Eu vou ir junto também - Aviso - Justin comeu algo que não o fez bem, vamos passar no hospital.

Todos nos olham desconfiados, mas o único que não percebe a mentira é o meu pai que se levanta rapidamente e abraça Justin.

- Melhoras - Se vira para mim e aponta seu enorme dedo - Cuide dele, viu mocinha.

- Pode deixar pai, irei cuidar muito bem. - Pisco.

Todos da mesa soltam uma risada e papai os encara curioso, antes que ele entenda a referência me despeço de todos e saio lado a lado com Justin.

- Meu pai te adora - Reviro os olhos

- E quem não?

- Mas tu é convencido hein.

Fomos o caminho inteiro brincando e relembrando alguns fatos da noite, mas hora ou outra meu coração dava um salto ao lembrar do programa e do convite do meu pai. Não queria perder Justin, de modo algum, ele era o meu tesouro secreto.