História All Love - Club

Brooklyn Sofie P. O. V

Hoje era o último dia de "férias" amanhã teria a primeira experiência de estudar como uma pessoa normal, não sabia definir os meus sentimentos era uma mistura de ansiedade e medo. Durante essa semana sai várias vezes com Kate, aquela menina não tem parada não consegue ficar um dia sem sair: até hoje me pergunto de onde vem tal energia. 

Obviamente que em uma dessas nossas saídas encontramos o seu tal amigo Justin, e claro, ele continua o garoto fútil e com uma menina de cada lado o que Katherine tinha de festeira Justin tinha de mulherengo. Não julgo as meninas ao seu lado, afinal, quem conseguria restir aqueles olhos castanhos mel? 

Afasto tal pensamento e concentrei em me arrumar. 

Até uma hora atrás eu não sabia que a Universidade tinha um club aqui perto, obviamente Kate sabia e hoje rolaria uma party; por ser uma festa durante a tarde imagino que não role tantas drogas, ainda mais por ter piscina é extremamente perigoso. Despi-me rapidamente e coloquei meu biquíni verde piscina e por cima optei por um shorts jeans e uma blusinha larga e bem ventilada, calcei uma rasteirinha. 

Sai do banheiro e encontrei minha colega de quarto já devidamente arrumada com vestido de malha que ia até um pouco a cima da metade de sua coxa. 

- Pronta? - Me encarou de cima a baixo - Gostei da roupa

- Sim, obrigada - Não sabia reagir a elogios mesmo quando se tratava de minhas vestes. 

- Vamos, meu amigo está nos esperando lá embaixo. 

Concordei com a cabeça peguei minha bolsa sai do quarto juntamente a morena e tranquei a porta, descemos as escadas conversando assuntos aleatórios. Chegamos ao saguão do prédio e pela porta de vidro vi uma ferrari azul, soltei a respiração que ao menos sabia que tinha prendido, já sabia o motivo do alívio, meu medo era que esse tal amigo que nos levaria fosse Justin, porém, esse carro não era dele e sim do Chaz. 

Katherine abriu a porta de vidro e deu passagem para mim passar e em poucos segundos atravessei tal porta em grande estilo, ao estilo Brooklyn Sofie, tropecei nos meus próprios pés e cai de joelhos, aquilo não podia ser mais constrangedor. 

- Sempre vamos nos encontrar com você caindo aos meus pés? - Reconheceria essa voz rouca em qualquer lugar, praguejei até sua última geração. Claro que tinha como ficar pior. 

- Cala a boca e me ajuda a levantar ela, Justin - Kate tentava inutilmente segurar a risada. 

Eu só queria enfiar minha cara no meio do chão. 

Katherine juntamente ao Bieber me ajudaram a levantar, não falei nada desde a minha entrada no carro até a chegada no Club, não me ousaria a tanto e com certeza uma piadinha de Justin me aguardava. Preferi não dar esse gostinho, apenas fingi que nada havia acontecido. 

Desci do carro com toda calma só para não ter o risco de levar outro tombo. 

- Acho melhor a sua amiga andar com alguns travesseiros presos no corpo, a garota é um desastre ambulante - Justin debochou da minha cara

- HAHA que engraçado, fez cursinho na onde? - O encarei

- Calma docinho - Deslizou seus dedos sobre meu rosto

Revirei os olhos e sai em direção a portaria do Club, era um lugar lindo e enorme, já estava lotado de pessoas. Fiquei uns cinco minutos admirando o local e acabei me perdendo de Katherine, parabéns! Olhei desesperada para todos os lados e não achei rostos conhecidos. 

- Adivinha quem é - Senti grandes mãos tamparem minha visão 

Tatei os braços e os longos dedos da pessoa misteriosa. 

- Desculpa, mas não sei quem é 

- Que isso loirinha, sou eu, Chaz

Me virei e abri um grande sorriso, finalmente alguém conhecido. 

O abracei, durante esses dias de festas e curtição me aproximei muito dele, agora eu sei como é ter um amigo homem e cara é a melhor coisa! 

- Oh, me desculpe babe, estava nervosa nem se fosse meu pai conseguiria saber

- Posso saber o que está te deixando nervosa? Talvez possa te ajudar 

- Me perdi de Kate e não conheço ninguém aqui, já estava tentando lembrar o caminho pra Universidade. Hoje não é o meu dia 

- Kate, sempre deixando os amigos pra trás. Va se acostumando, aquela menina em festa é um furacão 

- Já percebi - Reviro os olhos - Nunca vi alguém gostar tanto de festas. 

- Vem, vamos ir la com os meninos. 

Chaz envolveu sua enorme mão na minha, uma brisa leve batia de encontro ao meu rosto fazendo com que meus cabelos voassem de um lado para o outro, o club era bem legal, com várias piscinas de diversos tamanhos assim como as pessoas ali. De longe avistei um grupo de garotos sentados nas espreguiçadeiras com algumas garotas no colo, entrelacei meus dedos e torci mentalmente para que aqueles não fossem os meninos. 

- O que você disse? - Perguntou distraido

- Hm? - O encarei

- Você sussurrou alguma coisa e eu não entendi - Suas sobrancelhas estavam elevadas

- Ah, não é nada - Abri um sorriso sem graça. 

Um dos meus maiores defeitos - tirando o de tropeçar em qualquer coisa - era o de pensar alto, meus pensamentos vão tão longe que nem percebo quando os solto pela boca. 

- E ae bro - Vozes grossas começaram a ecoar, todas com a mesma expressão ou parecidas como "E ae dude". 

- Quem é a garota? - Um cara alto com o cabelo claro assim como os olhos perguntou, seu nome era Chris, eu acho. 

- Essa é a Brooklyn - Chaz me apresentou a todos - Ela é nova por aqui, então tenham respeito. 

Minhas bochechas já estavam pegando fogo, odiava o fato de transparecer tanto minha timidez. 

- Brook, vou ir pegar uma bebida quer alguma coisa? 

- Quero refrigerante

Ouvi algumas risadas atrás de mim me causando ainda mais vergonha. 

- Uma água talvez? - Chaz tentou me ajudar. 

- Isso, uma água. 

Antes de me sentar tirei a camiseta e a guardei na bolsa, me recostei na espreguiçadeira colocando o óculos de sol. Hoje finalmente ficaria com aquela marquinha de verão. 

- Te conheço de algum lugar - Uma voz enjoada entoou 

Abri meus olhos e abaixei o rayban encarando uma ruiva mascando o chiclete enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo, ela era só mais uma das garotas que estavam ali acompanhando os garotos. 

- Eu? - Perguntei, antes prevenir do que passar vergonha como diz minha mãe. 

- Não, o papa atrás de você. 

Okay, tudo bem, mantenha a calma. 

Levantei o óculos e a encarei como se aquele ato fosse o último da minha vida. 

- Talvez você tenha me visto em alguma capa de revista - Sorri cínica. 

Não sou a favor de mulheres brigarem, muito pelo contrário, sempre achei que umas tinham que ajudar a outra. Mas ninguém tem sangue de barata, se tem uma coisa que meus pais me ensinaram é nunca abaixar a cabeça para pessoas impetulantes. 

- Não sabia que tinha catálogos para piranhas - Fez uma espécie de hi-5 com a garota ao lado. 

Qual é, uma das primeiras experiências em festas e já me deparo com isso. Não vou arrumar briga por isso. 

- Olha me recuso a ficar aqui e ouvir coisas do tipo - Juntei minhas coisas pronta pra sair. 

- Vai dizer que não está acompanhando o Chaz - Nolan debochou

Meu rosto estava fervendo mas dessa vez não era de vergonha e sim de raiva. 

- Não, eu não sou acompanhante do Chaz, ele é meu amigo. Nos conhecemos na Universidade. - Um gritinho ecoou por minha garganta. 

- Calma estressadinha, foi só uma pergunta - Suas mãos estavam levantadas em sinal de rendição. 

- Tudo bem garotinho, dessa vez eu deixo passar - Brinquei - Mas da próxima não será perdoado. 

- Oh, muito obrigado 

Voltei a tomar um "banho de sol" e a conversar com os meninos, Chaz já havia chegado com a minha garrafinha de água, e eu a tomava enquanto os garotos fumavam narguile e bebiam shot de vodka. Minha percepção sobre uma festa na piscina era totalmente diferente da realidade, todos estavam loucos em volta da mesma e alguns dentro dela, pulavam de um lado ao outro, gritavam, vários casais se pegando sem pudor algum. 

E Kate não havia aparecido até agora, espero que não tenha se metido em confusão, outra pessoa que não tinha aparecido e eu estava dando graças era o Justin. 

Uma sombra se fez em mim me obrigando a abrir os olhos e me deparar com um ser. Sabe aquele ditado "só falar no diabo que ele mostra o rabo"? Não é apenas um ditado, é algo real, bem verídico. 

- Você está me atrapalhando - Reclamei

- E você está no meu lugar - Retrucou

- Não lembro de ter uma placa que avisa-se que estava reservado ao senhor babaca - Cruzei os braços - Agora se me der licença quero voltar ao meu banho. 

Justin envolveu suas mãos em meu braço e em um golpe rápido me levantou. O encarei incrédula de sua ação de segundos atrás. 

- Você é louco? 

- Não madame, só que eu já estou indo embora e você também. 

- Eu vou ir com a Kate 

Já estava prestes a me sentar quando meu querido amigo -sintam a ironia - saiu me arrastando pelo local. 

- Vou falar só uma vez - Resmungou durante o trajeto - Katherine foi pra casa de um carinha e infelizmente me encarregou de levar a criança pra casa. 

Já estavamos no estacionamento, mais precisamente de frente a seu bugatti o qual abriu a porta e me enfiou. 

- Não sou criança, só pra deixar claro - Minhas palavras ficaram soltas pelo ar. 

O caminho inteiro foi em um silêncio tedioso, eu não sabia qual era a dele pra me odiar tanto, eu particularmente não tenho nada. Tudo bem que ele quase me matou no meu primeiro dia na universidade, mas prefiro pensar que não foi proposital. 

Liguei o rádio e começou a tocar uma música agitada, porém, não consegui identificar qual. 

- Quem te deu a permissão de ligar o MEU rádio? - Agora sua atenção era dividida entre mim e o trânsito. 

- Não estava mais aguentando aquele silêncio ensurdecedor - Me encolho no banco. 

- Você é muito curiosa

- E você muito mandão - Retruco

Ele me encarou por longos segundos suficientes para me dar medo dele fazer algo comigo ou com nós dois, caso batesse o carro. 

- JUSTIN OLHA PRA FRENTE - Gritei desesperada 

Um carro havia freiado bruscamente se Justin não tivesse feito o mesmo agora estaríamos praticamente dentro do outro carro. Meu coração batia mais alto que uma escola de samba, minha boca estava seca e a respiração entre cortada, já Justin, bom, ele estava normal como se vivenciasse isso diariamente. 

- Qual o seu problema? - Algumas lágrimas teimosas dançavam sobre o meu rosto - O que eu te fiz pra me odiar tanto? 

Ele me encarava como se não soubesse a resposta e nem sabia o que fazer por eu estar chorando, aquilo estava me irritando, ele me encarando sem falar nada e eu chorando feito uma criança. Talvez vir pra faculdade não tenha sido uma das minhas melhores ideias. 

- Quer saber? - Sequei bruscamente as lagrimas com as costas das minhas mãos - Não sou obrigada a ficar aqui. 

Soltei o cinto agarrei a minha bolsa e abri a porta do carro, estava prestes a sair mas Justin não deixou, segurou meu braço com uma mão e com a outra puxou a porta. 

- Não da pra sair agora, madame - Sua voz saia baixa - O trânsito já voltou ao normal, a não ser que queira ser atropelada. 

Não respondi, apenas fiquei ali encarando o vidro ao meu lado como se fosse algo muito importante e precioso, por precaução coloquei o cinto novamente e juro que ouvi uma risada abafada vinda do garoto ao meu lado. Justin ligou o rádio, o encarei curiosa e em respostas ele deu de ombros, nessa confusão toda nem tinha percebido que o rádio tinha desligado. 

O fim do caminho foi normal e menos constrangedor devido a música de fundo. Justin estacionou o carro a meio fio na frente do meu prédio e ficou encarando a frente, já tinha percebido que ele não iria se despedir porque se eu estivesse em seu lugar também não o faria, mas como eu não quero confusão com ninguém decido manter meu orgulho de lado. Soltei o cinto e me estiquei e depositei um beijo em sua bochecha, Justin recuou e me encarou confuso. 

- Não sei o que eu te fiz pra me odiar tanto, mas espero que consiga superar, não quero começar uma nova etapa em minha vida em meio a brigas. 

Saio do carro e vou pro hall de entrada no prédio, antes de subir as escadas acenei para o Justin que respondeu um tchauzinho sem graça. 

Subi as escadas correndo até chegar no andar do meu meu apê, andei calmamente pelo corredor aproveitei pra procurar a chave, um desespero começou a me consumir pelo fato de não estar achando a chave, um rápido flashback me atingiu. Merda, bati a mão em minha testa ao lembrar que havia deixado minha chave com a Katherine, ótimo agora vou ter que esperar ela voltar, se ela voltar hoje. Encosto minhas costas na parede e  deslizo até o chão, largo minha bolsa ao meu lado e praguejo até a última geração da Kate. Aproveitei pra cantarolar algumas músicas aleatórias, joguei alguns jogos no celular, mexi no cabelo prendi e soltei diversas vezes e nada da minha amiga chegar. 

Ouvi alguns passos na escada e dei graças a Deus, só podia ser a Katherine, fiquei ali sentada esperando a belezinha chegar, mas não foi isso que aconteceu ao invés de uma morena apareceu um loiro, o encarei confusa. 

- Katherine não está aqui - O avisei

- Por isso mesmo estou aqui - Ele parecia estar cansado como se tivesse corrido uma maratona, enfiou a mão no bolso e de lá tirou uma chave com um chaveiro de unicórnio - Tcharam. 

- Minha chave

Me levanto animada e a puxo de sua mão, abri a porta e adentrei dando espaço para ele entrar. 

- Aliás, o que você estava fazendo com a chave? - Me jogo em minha cama 

- Quando Kate pediu para eu te trazer pra cá me entregou a chave, mas acabei esquecendo de te entregar 

Eu não podia ver o seu rosto mas podia jurar que ele estava com um sorriso sacana. 

- E me deixou pra fora durante duas horas? Sério? - Me sentei para ter a visão completa do seu rosto. 

- Juro que não foi porque eu quis - Levantou as mãos para cima - Eu realmente esqueci. 

- Tudo bem, isso acontece - Prendi meu cabelo em um coque bagunçado - O que importa é que você lembrou e trouxe. 

- Antes tarde do que nunca - Brincou

Soltei uma risada que se misturou junto a dele, não sabia exatamente do que estavamos rindo e tenho uma leve impressão que ele também não. Justin estava totalmente diferente, não estava sendo chato ou irritante, é como se ele tivesse tirado a máscara de marrento e demonstrasse seu verdadeiro eu, e isso me deixou animada pois acredito que não são todas as pessoas que tem a sorte de conhecer esse lado. 

- Me desculpa por ter sido um babaca, arrogante.. 

- Chato - Completei

- E chato - Acrescentou - Não faço isso por maldade, é só o meu jeito, e não é que eu te odeie só não sei tratar as pessoas bem. 

Okay, aquilo me surpreendeu, não esperava que ele fosse se "abrir" tão fácil, mas agradeci por isso. 

- Então agora somos amigos? - Perguntei 

- Sim, somos amigos - Respondeu com um sorriso divertido. 

Estico meu dedo mindinho e recebo um olhar confuso. 

- Você tem que enroscar seu dedinho no meu - Explico - É só pra selar nossa amizade. 

Meio relutante Justin enrosca seu dedinho ao meu. E aquilo pra alguns podia ser apenas dedinhos entrelaçados, e de fato era, mas não para mim, aquilo era muito mais que dedinhos juntos, era a nossa amizade.