História All Sides Of Life - Da saída de casa, ao desfile

- e a que horas você volta querida? - me interrogou a minha mãe pela milésima vez só aquele dia. Outro no meu lugar imaginaria que ela sofrera de amnésia. Mas não... É apenas um pouquinho da demonstração afetuosa de mãe que ela tem, perguntar até dozentas vezes para ter a certeza daquilo.
- ai mãe... Já lhe disse, chego até as 22 o desfile não será muito longo, a Amanda vai precisar de mim lá! - respondi pacientemente também pela milésima vez. Não, eu não sou louca ou algo assim, sou hiperbólica mesmo.
Tinha alguns trabalhos da faculdade para entregar amanhã, mas eu não podera recusar o convite da Amanda em ir assistir aquele desfile, a galera comentou que iria ser show, por que eu perderia? Esses deveres eu poderia fazer depois que chegasse, ou até mesmo amanhã cedo.
   
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- amiga, por que demorou tanto? Cheguei a imaginar que não viria mais - Carolina fez bico logo me puxando para dentro daquele lugar lotadíssimo de gente - é sua chance de desencalhar de uma vez - rio ela.
- Me desculpa Carol, eu estive ocupada o dia todo, além do que, saí de casa deixando alguns daqueles trabalhos da facul para fazer. Não, eu gosto de ser livre, meus objetivos são outros e não penso em mudar isso tão cedo - observei aquele lugar, da mesma forma que aquele lugar me observou.
Eu um dia irei compreender qual o problema da sociedade comigo. Eu ser morena? Ter o cabelo completamente encaracolado? Medir um metro e sessenta e cinco? Não possuir lá tantas curvas?
Puff...
Tenho pena das pessoas que enxergam apenas aquilo que não existe, ou apenas aquilo que elas mesmas inventam. Minha mãe me ensinou desde muito nova a nunca julgar ninguém por aparência, reconhecer que o caráter é a base de um ser humano, que sem isso, maravilhoso aparente seja ele, todavia não valerá nada! E assim como ela me ensinou a não apontar o dedo, também ensinou a não absorver para sí mesmo comentários ofensivos, pois seria o que menos faltaria, cada um olhara para um diferente e procuraria nele seu pior defeito, se não encontrasse inventaria. Não me abato, nunca me abati e nunca vou me deixar abater por motivos tão toscos como o preconceito de infelizes que procuram em cada canto do seu corpo uma razão para destruir o seu auto-estima, e sabe por que? Sim, orgulho não, amor próprio, porque quando você passa a se amar, as pessoas te amarão sem medidas, nunca mudar por ninguém... Se aceitar, cada um é diferente e cada um é formado por dons diferentes, a beleza vem do interior, vem da alma, ser justo consigo mesmo.