Meri's pov.
Enquanto Toni e seu amigo que eu não conhecia entraram no Covil onde Robert estava, fiquei no carro com Leon.
- então, Leon. - comecei a conversar com ele, para distrai-lo, pois ele não parava de olhar para o Covil. - como vai seu papai?
- o papai ta bem. Eu gosto muito dele! Hoje ele me deixou faltar na escola e foi jogar bola comigo! Ele é muito legal!
- sério? - acabei rindo. Toni era realmente muito irresponsável. - então, você mora com sua mamãe?
- isso. E com meu papai.
- sério? E eles brigam?
- não! Eles nunca brigam!
- nunca? Sério?
- não! Por que? Seu papai e sua mamãe brigavam?
- as vezes. - fiz carinho nele. Leon não precisava saber que minha mãe estava morta no momento e meu pai havia me abandonado quando eu era pequena.
Então Toni e a mãe do Leon não estavam brigados. Ele havia mentido... Mas por que?
- e seu pai gosta da sua mamãe? - perguntei, fingindo inocência.
- o papai sempre diz que ama muito a mamãe. - Leon. - e a mamãe diz que ama ele também.
- entendi...
Respirei fundo. Vi algo no chão, perto da entrada do Covil, e saí do carro com Leon para ver o que era. Era um celular. Pelo fundo de tela, concluí que era de Toni. Vi que haviam algumas mensagens de uma tal de Jessy, provavelmente a mulher dele. Ela dizia coisas como "meu amor, onde você está?" e "eu te amo, por favor, me responde".
Então Toni estava muito bem com ela. Ele a amava. E eu o amava também. Mas ele a escolheu. E estava mentindo para mim, e mentindo para ela. Resumindo, ele era um ridículo.
Ouvi barulhos de tiro vindos do Covil e resolvi ir lá ver. Mas Toni e o amigo dele passaram por mim sendo segurados por soldados de Robert. Eles se debatiam. Eu soluçava. Toni me encarou, desesperado. Respirei fundo. Deixei que meu primo levasse os dois.
- vocês vão junto com eles? - perguntei.
- eu preciso ir. - Robert. - Marco, você pode escolher.
- ah, eu vou, mas só se a Meri for... - ele comentou, me fazendo corar.
- ok.... Então eu vou. - sorri. - não tenho nada pra fazer aqui mesmo.
- vamos no meu carro, então. - Robert.
Fomos até o carro de Robert. Ele dirigiu até um pequeno aeroporto. Pegamos um jatinho até a Varsóvia. Depois fomos para o lugar onde Robert guardava os prisioneiros - um outro Covil, bem maior que os outros. A maioria das cidades era cheias disso hoje em dia.
Parte de mim estava perdidamente arrependida. Eu amava Toni, não podia deixá-lo nas mãos Robert. Prometi que iria protege-lo. E eu sempre cumpro minhas promessas.
Então eu teria que pensar num jeito de tirá-lo de lá. Mas enquanto isso não acontecer, ele até que merecia sofrer um pouco. Só para aprender a não mentir...
Toni's pov.
O caminhão se mexia muito. Eu e Mario estávamos cada vez apavorados. Ele roía as unhas e chorava. Eu respirava fundo várias vezes e soluçava sem parar.
- Marco nos traiu! - ele praticamente gritou, com voz de choro. - ele nos traiu...
- não entendo. - pensei alto, encarando o nada. Meredith não havia feito nada para nos ajudar... E eu tinha quase certeza de que Marco tinha um dedo nisso. Será que ela sabia sobre ele? E não me contara?
- eu achava que ele era meu amigo. - murmurou Mario.
- eu também achei.
- estávamos enganados.
O caminhão finalmente parou. Os soldados de Lewandowski nos agarraram e nos jogaram num avião. Voamos por algum tempo em um quartinho apertado até a Varsóvia. Depois, os mesmos soldados nos levaram até um outro lugar, onde nos jogaram em uma cela apertada e suja.
- vamos ficar aqui pra sempre? - perguntou Mario.
- óbvio que não. - eu.
- tem razão, eles vão nos matar em uma semana.
- não vão, relaxa... Vamos fugir daqui antes.
- confio em você.
Marco e Lewandowski vieram até nós após um tempo. Eles sorriam. Ridículos...
- como vão? - perguntou Marco, sorridente. Dei o dedo do meio pra ele, que apenas riu.
- você nos traiu! - gritou Mario, ameaçando chorar novamente.
- não é minha culpa que os poloneses são melhores, Mario. Sinto muito. - Marco.
- seu ridículo! - eu.
- eu? - Marco, ainda rindo. - não, não sou.
- eu confiei em você,
Marco... - Mario.
- sou o mesmo de sempre, Mario...
- vocês estão muito dramáticos - comentou Lewandowski. Eu tinha nojo desse homem.
- vai se... - Mario.
- calma, Mariozinho. - Marco. - você vai ver que Robert é legal.
- claro, ele é super legal, só mata alemães por diversão! - eu.
- vocês vão ver. Ele é muito gente boa.
- sou mesmo. Obrigado, Marco. - Robert.
- ei, vocês dois aí, onde está meu filho? - perguntei.
- aqui. - Meri apareceu, segurando o Leon.
- Leon! - gritei.
- papai!
Fiquei apenas encarando Meri. Nem percebi quando Marco e Lewandowski deixaram a sala.
- por que? - perguntei. - por que, Meredith?
- você mentiu pra mim, Toni. Seu casamento não estava acabado coisa nenhuma! E agora a Jessy está desesperada atrás de você. - ela.
- Meri... Eu...
- eu te amo, Toni. Mas assim não da! Ou você fica com ela, ou comigo.
- Meri...
- cala a boca.
- eu também te amo, ok? Eu te amo, muito.
Ela apenas me encarou alguns minutos. Depois saiu, levando Leon consigo. Desabei no chão, segurando o choro. Eu estava na Polônia, Jessy estava preocupada comigo e com Leon, Meri estava brava... Merda.
Respirei fundo e tentei ficar calmo. Eu precisava sair dali, e precisaria do perdão de Meri primeiro para isso. E isso seria difícil de conseguir.
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