Meri's pov.
Deixei Toni em casa e voltei para o Covil. Eu não iria me permitir chorar. Ele era só mais um alemão idiota - mas eu não conseguia parar de pensar em nosso beijo.
Eu não podia negar, estava realmente bem preocupada com Toni. Ele querendo ou não, estava na mira do meu primo. Assim que Lewan o achar, o matará. Eu não posso deixar que isso aconteça. Toni é uma pessoa boa, apesar de ser um idiota, e não merece morrer por algo que eu causei.
Robert me ligou, me tirando dos pensamentos. Aceitei a ligação e ajeitei meu cabelo. Uma tela com um Robert Lewandowski sorridente surgiu.
- olá Meri. Tudo bem?
- oi Robb. Tudo bem sim, e aí na Polônia?
- tudo ótimo. Alguma novidade?
- não...
- certeza? - ele estava me pressionando. Com certeza ele sabia sobre Toni e queria ouvir seu nome saindo de minha boca.
- sim. E você? Novidades? - dei um sorriso falso. Robert era uma pessoa legal, eu em parte o adorava. Mas na maioria das vezes ele era irritante, além de ser uma pessoa ruim, que gostava de matar e queimar alemães por diversão.
- não, nenhuma... Você não tem vontade de voltar para a Polônia, Meri?
- não. Eu gosto daqui.
- por que? Algum alemão em seu coração?
- o que? Não, óbvio que não. Alemães são idiotas.
- é... Ok então. Mas me conte como estão as coisas.
Conversamos um pouco sobre a guerra, mas logo o assunto mudou para coisas aleatórias. Robert não tocou mais no assunto do alemão, mas eu sabia que ele estava desconfiado.
Robert precisou desligar e eu fiquei ali, no silêncio. Normalmente eu não me importaria, mas agora sinto falta da voz de Toni.
Resolvi sair um pouco, o silêncio estava me matando.
Entrei na lanchonete perto do Covil. Eu tinha esperanças de ver Toni novamente, apesar dele ser um idiota.
Ironicamente, o vi sentado numa mesa com dois amigos. Deviam ser todos alemães, então resolvi ficar em meu canto.
Até que ele me viu.
Trocamos um olhar rápido, que pareceu durar minutos. Mas ele desviou o olhar, talvez por causa dos amigos, talvez porque simplesmente eu não era importante. Me senti mal por isso.
Fiquei algum tempo ali, tentando ao máximo evitar Toni, até que resolvi sair. Infelizmente, trombei com um alemão. Ele murmurou algo em sua língua - que eu não entendi - e me encarou. Ele era lindo. Loiro dos olhos castanho-esverdeados, o reconheci. Era um dos amigos de Toni.
- tudo bem, não foi nada. - dei um sorriso amarelo.
- você não é daqui? - ele perguntou em inglês.
- não.
- ah... Legal. Sou o Marco - ele estendeu a mão para mim.
- sou Meredith. - dei outro sorriso amarelo. Não quero envolver mais ninguém nos "assuntos" de meu primo.
- muito prazer. Você por acaso é da Grécia?
- não... Por que?
- ah ta, é que você é uma deusa grega. - corei. Minha vontade era de sumir naquele instante.
- obrigado...
- estou falando sério. Você é maravilhosa, Meredith. Preciso ir agora, mas... Podemos nos encontrar qualquer dia desses?
- ahn...
- amanhã, aqui, as 19:00? Pode ser?
- pode. - mordi o lábio em seguida. Por que eu aceitara?
- ok. Nos vemos amanhã, gatinha. - ele piscou e se afastou, sorrindo. Eu devia estar vermelha de vergonha.
E ainda tinha Toni. Será que ele vira? Eu torcia para que não.
Resolvi voltar para o Covil. Marco me deixara desconfortável, eu não gostava disso.
Alguns minutos depois, alguém bateu na porta. Estranhei, e olhei a câmera. Era Toni. Ele não sorria.
Abri a porta e o permiti entrar. Ele se sentou no sofá e encarou o chão. Ficamos em silêncio.
- o que veio fazer aqui? - perguntei após um tempo.
- vim me desculpar. Eu fui meio idiota...
- meio?
- me desculpe. Eu não devia ter dito aquilo.
- ok, eu te perdôo. - sorri. Ele também sorriu.
- obrigado. Por que você estava falando com o Marco?
- ele estava dando em cima de mim. Não é minha culpa.
- ah... Entendo. Não conte a ele que me conhece.
- nunca. Você é meu segredo.
Sorrimos. Toni se aproximou de mim e me beijou novamente. Retribuí. Suas mãos estavam em minha cintura, e o beijo estava cada vez mais profundo, até que meu celular tocou.
- pode atender. - ele sorriu, sem graça.
- obrigado.
Atendi. Era meu primo.
- Meri! Tudo bem?
- oi Robb, como vai?
- eu estava pensando... A guerra está cada vez mais perigosa. Você mora em Munique, a cidade que é o centro de tudo.
- é... - Toni me observava, curioso.
- que tal um guarda-costas? Assim você se sente mais segura.
- o que? Não, Robert, não creio que seja necessário...
- por que?
- sei me cuidar sozinha!
- eu envio o Milik, ele é um dos meus melhores homens.
- eu sei, não precisa. Obrigado, Robb. Mas não é necessário.
- por que? Só estou me preocupando com você, Meri.
- eu sei. Agradeço a preocupação. Mas sério, não precisa.
- ok... Qualquer coisa me liga então.
- ok, obrigada Robb.
Desliguei e contei a Toni. Ele disse que um guarda-costas seria bom, eu ficaria mais segura.
- não! Mas e quanto a você?
- não sei... Mas seu primo tem razão.
- meu primo é louco. Ele vai te matar assim que tiver chance. Você sabe disso.
- sei, mas...
- não quero um guarda-costas. Ponto.
- ok, Miss Independent...
Rimos e nos beijamos novamente. Ficamos trocando alguns mimos até o celular de Toni tocar.
- preciso ir... - ele disse, chateado. - os meninos estão sentindo minha falta e perguntando de mim.
- ah... Ok.
- até amanhã?
- ok. Nos encontramos na lanchonete?
- pode ser. Tchau, Meri. - ele me deu um selinho.
- tchau. - sorri e ele saiu.
Eu estava feliz que nós estávamos nos dando bem novamente. Toni era uma pessoa incrível, e eu realmente não me importava se ele era alemão.
Toni's pov.
Cheguei na casa de Mario, onde ele e Marco assistiam um filme abraçados. Eu já sabia da bissexualidade dos dois e não me importava. Dei um sorriso amarelo e me sentei na poltrona.
- onde estava, Toni? - perguntou Marco. Eu achava que ele não gostava muito de mim.
- caminhando. - menti.
- Jessy ligou.
- ela não ligou no meu celular?
- ligou. - Marco me encarou, desconfiado. - ela disse que você não atendeu.
- ah... Devia estar dirigindo.
- não, você não estava. Foi antes do Mario te ligar.
- ah... - mordi o lábio. - não devo ter ouvido.
- é, deve ter sido isso. - ele me observou. - liga pra ela, ela estava preocupada.
- preocupada? Nosso casamento está indo pro lixo...
- cara, sério, liga pra ela - Mario se intrometeu.
- ta... Ok.
Fui para o quarto e liguei para Jessy. Ela demorou para atender, achei até que tivesse desistido. Mas assim que atendeu, vi que estava realmente preocupada.
- o que houve? - perguntei.
- estou bem, obrigada. - ela revirou os olhos. - como vai aí?
- bem.
- Marco me contou que se machucou no futebol... Toni, eu sei que você mentiu. Fala, aconteceu algo aí?
Mordi o lábio. Merda. Marco realmente não acreditava nas minhas mentiras.
- eu me encontrei com alguns poloneses, nada demais. Mas porque você ligou?
- nada demais? Você poderia ter morrido!
- mas estou vivo e bem! Me fala o que houve, por favor?
- o Leon.
- o que tem ele?
- além de estar morrendo de saudades, se machucou hoje na escola.
- ele está bem?
- quebrou o braço... Eu fiquei super preocupada.
- ah, meu Deus... - pensei em Leon. Eu era um pai horrível, devia estar presente. Mas eu estava em Munique praticamente tendo um caso com Meredith. - mas ele ta bem?
- está de gesso, mas ainda reclama de dor. E que quer o pai dele.
- eu... Prometo voltar.
- quando, Toni Kroos?
- vou ficar aqui mais uma semana, no máximo.
- ok. O Leon está dormindo agora, então depois você fala com ele.
- ok... Obrigado.
- tchau, Toni.
- tchau, Jessy.
Ela desligou. Me senti mal por Leon. Eu devia estar lá com ele. Mas eu apenas pensei em Meredith e esqueci minha família. Eu era uma pessoa horrível.
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