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História All We Know - Arriscado


Escrita por: HPaga

Capítulo 5 - Arriscado


Fanfic / Fanfiction All We Know - Arriscado

Quando Natsu terminou de apresentar todo o Instituto a Erza e Lucy, eles voltaram à sala de estar, que por surpresa era onde Jellal estava, sentando no braço do sofá, enquanto conversava com uma garota dos cabelos morenos. Sorria de canto e até mesmo de forma maliciosa enquanto conversava com a garota que estava próxima o suficiente dele para beija-lo ali mesmo, mas que claramente não faria.

- Lucy, não se parece com Ultear…? – A ruiva perguntou e a amiga pareceu analisar a garota até ter de concordar com a cabeça. – Ultear…?

Erza a chamou pelo nome e teve certeza quando viu a morena virar-se quase que institivamente para onde a chamaram. Ela abriu um sorriso icônico caminhando até as duas. Enquanto isso Jellal permaneceu no mesmo lugar da mesma forma desajeitada.

- Oque estão fazendo aqui? – Perguntou Ultear ao se aproximar de Lucy e Erza que estavam sentadas no sofá de couro marrom.

- Estamos acompanhando Mavis para a assinatura dos acordos… - Lucy respondeu por Erza e prosseguiu. – E oque você está fazendo aqui?

- Nada de mais… Jellal é meu… - Ela parecia procurar as palavras de forma engasgada enquanto era pressionada com o olhar de Erza e Lucy que desconfiavam.

- Somos amigos. – Falou ele surgindo atrás da morena que pareceu se assustar um pouco, mas que logo se tranquilizou. Aquilo não pareceu convencer nenhuma das duas, mas ele não pareceu se importar com isso.

- É mesmo? Que legal… - Falou Lucy de forma irônica enquanto lançava um olhar malicioso à garota morena.

Jellal se distanciou das três e foi até a cozinha onde poderia ter uma visão afastada delas, embora não deu muita bola pra isso, pegando morangos na geladeira. Sentando-se no balcão para poder comê-los.

- São mais que amigos… - Falou Lucy curiosa sobre a relação entre Ultear e Jellal. – Estão ficando. – Concluiu a loira antes que a garota pudesse dizer qualquer coisa.

- Uhg… que mau gosto Ultear. – Erza concluiu cruzando as pernas e os braços.

- Nem o conhece direito Erza… - Ultear respondeu de forma seca e a ruiva pareceu se surpreender. – Sim nós ficamos, mas é só por diversão. É uma amizade longa e aberta.

Lucy pareceu sorrir de forma maliciosa, e também satisfeita por desconfiar e no fim das contas estar certa sobre as suspeitas.

- Então já se conhecem ha muito tempo? – Perguntou Lucy curiosa pra saber mais.

- Desde pequenos, nossos pais foram mortos pelo mesmo homem, estávamos lá quando tudo aconteceu… - Erza percebera que a tristeza invadira a morena, mas que pareceu ser trancada de volta no fundo do próprio coração às pressas e à força. – Bom… se me dão licença, ainda tenho assuntos a tratar com ele.

A morena se retirou do local e caminhou até o azulado tirando um morango da mão dele, mordendo e rindo da cara que ele fazia. As duas podiam ver a naturalidade que aquela amizade tinha, embora caminhasse por uma estrada um pouco complicada e confusa. Qualquer passo em falso e um dos dois poderiam se apaixonar, era um caminho arriscado, pensou Erza.

A ruiva sabia um pouco do quão perturbado fora a infância de Ultear, foram um trio por algum tempo atrás, e já tinha encontrado registros do antigo líder relatando a noite em que os pais dela foram mortos, era extremamente assustador apenas de se ler. E pensar que ele também estava lá quando tudo isso aconteceu… talvez explicasse porque se tornaram o assassino que é. Pelo que soube, não desejaria que isso tivesse acontecido nem mesmo a ele.

Erza desviou o olhar percebendo que o rapaz virou-se para olha-las e depois voltar a Ultear com algumas risadinhas, a morena pareceu repreendê-lo com um soco fraco no peito.

- São um casal bonito… embora não sejam um casal. – Lucy comentou olhando para Erza.

A ruiva desconfiava que as risadinhas vieram dela, ou de Lucy e ela teve vontade de fazê-lo engolir todos aqueles morangos de uma vez só. Mas é claro não o fizera, até porque viu Mavis vir em sua direção, com um sorriso alegre no rosto.

Elas não sabiam se a líder estava feliz pelos acordos ou se estava bêbada por conta do vinho, nunca tinha visto Mavis beber antes, e ela parecia incrivelmente fraca pra esse tipo de coisa, oque apenas se concretizou com a voz mole dela.

- Vamos pra casa meninas. – Erza suspirou um pouco cansada daquele dia que fora de fato estressante. Ajudou a pequena líder a voltar para o carro. Esta apagou assim que apoiou a cabeça no banco. O silêncio durante todo o caminho não representava nada além do cansaço das duas.

***

O sol já tinha nascido em Londres, mesmo com os raios ensolarados continuava fria, a neve da noite anterior estava alta nas calçadas e ruas, e o vento ainda estava cortante como uma faca. Jellal estava no carro junto com Natsu, dirigiam-se para o prédio da organização de Mavis como Makarov tinha solicitado que fizessem. Conversariam com a garota, e ela passaria suas próximas missões.

O azulado não estava nada feliz, era um saco ter que obedecer a ordens de quem ele nem mesmo conhecia. Entretanto Natsu parecia tranquilo quanto a isso… parecia ter mudado de ideia quanto não respeitar Mavis, e o Jellal não sabia exatamente o porquê.

- Está todo animadinho… oque aconteceu? – O azulado perguntou sem desviar o olhar para olha-lo, continuando a encarar a paisagem lá fora.

- Animadinho? Estou normal… - Jellal o olhou seriamente como se conhece Natsu inteiramente, como se pudesse enxerga-lo por dentro. – Só quero voltar ao trabalho Jellal… Independente de quem nos mande fazer. De uma chance a ela, se ficar a testando ela pegará raiva de você como todas as pessoas que te rodeiam.

Jellal apenas suspirou e apoiou o rosto sobre a mão, observando a rua quieta lá fora.  Assim que chegaram se deparara com prédio alto e moderno, muito diferente do Instituto. Era revestido por vidro escuro, incapaz de ver oque se passava lá dentro pelo lado de fora.

Eles desceram e foram acompanhados por uma garota qualquer que prometeu leva-los até a sala de Mavis. Tiveram de pegar o elevador, e subir até o ultimo andar, onde a garota provavelmente estava. A menina que os acompanharam deu dois toques na porta de vidro fumê, e logo depois abriu, lá estava ela, sentada atrás de uma mesa de vidro, digitando algo no notebook, mas parou ao vê-los e sorriu gentilmente logo em seguida.

- Sentem-se, por favor… - Jellal e Natsu sentaram-se educadamente pela poltrona branca. – São mais pontuais que minhas meninas… - Comentou ela sem formalidade.

- Somos extremamente pontuais, não nos verá atrasar. – O azulado comentou tranquilamente, pela primeira vez sem rispidez, apenas um comentário respeitoso.

- Isso é bom, obrigada por se esforçarem a… - Ela continuaria, mas interrompeu-se ao ver a porta atrás dos dois rapazes se abrir, e de lá entrar as duas garotas já familiares aos olhos dos dois.

As duas caminharam para mais próximo à mesa e Jellal e Natsu se levantaram cedendo o próprio lugar. Elas os encaravam surpresas, e sentaram-se de forma hesitante, enquanto Mavis pareceu nem perceber enquanto vasculhava entre os próprios papeis oque precisava.

- Achei. – Falou ela sorridente, e então tirou de lá quatro papeis entregando-os aos quatro. – Vão para Manchester. Descobri recentemente um informante que está disposto a colaborar conosco. Os detalhes estão no papel, onde terão de se encontrar, o nome do informante e outras coisas. Sejam cuidadosos, Manchester está infestada de espiões inimigos. Se os pegarem irão tortura-los até contarem.

A ideia de serem torturados causou arrepios em Erza e a fez encolher. Oque não passou despercebido por Jellal, que ficou se perguntando se a garota era fraca demais para aguentar a tortura. A ideia não lhe causava boas sensações, mas não era algo a qual não estava acostumado, era um risco que sempre corriam.

- Ele mencionou sobre oque são as informações? Seria patético viajarmos até lá apenas para descobrirmos oque já sabemos. – Jellal falou normalmente apoiando-se na mesma poltrona em que Erza estava sentada, e ela pode sentir o perfume francês que a pele dele exalava.

- Segundo ele são informações desconhecidas por qualquer organização, só saberemos se for verdade se formos verificar… é um risco que corremos. – Mavis respondeu olhando fixamente para o rapaz que suspirou e tirou os cabelos que caiam nos olhos. – O jatinho está os esperando é melhor irem antes que percam o horário.

Os quatro concordaram com a cabeça saindo logo depois, foram levados até um aeroporto privado, e lá havia um avião pequeno. Os pilotos não demoraram para decolar pelos céus de Londres em direção a Manchester.

Enquanto isso Jellal mexia no notebook, freneticamente, os olhos corriam pela tela, lendo vários textos, e vez ou outra Natsu ia pra próximo dele trocavam algumas palavras e voltavam oque estava fazendo.

- Oque está pesquisando? – Lucy perguntou se aproximando do azulado sentando-se na cadeira em frente a mesa em que ele estava.

- Pesquisando sobre a vida do nosso informante… - Ele respondeu sem tirar os olhos do computador.

- Mavis já nos passou tudo que precisamos, não precisa perder tempo com isso. – Erza falou provando que estava prestando atenção em tudo que acontecia ao seu redor.

- Está enganada ruivinha… - Ele falou em divertimento, com um sorriso de canto. – Precisamos sempre saber oque apenas nos dizem.

- Pra que precisa saber se o cara tem família, ou com oque trabalha? – Ela retrucou de forma seca e irônica esperando que ele se calasse, mas ele não o fez.

- Por quê? Assim sabemos onde são os lugares que mais frequenta, ou temos uma ideia de suas atitudes. Nunca se sabe se um informante realmente está com bom humor de te contar a verdade, ou se está sendo pago para te matar. – A voz de Jellal era firme e um pouco rígida.

- Não seja mal educado Jellal, elas não são como nós. – Natsu falou em um suspiro. – Sempre pesquisamos por precaução, da ultima vez um de nossos companheiros foi morto por incompetência e ingenuidade. – Jellal apertou a mão ao se lembrar. – Era nossa terceira missão sozinhos, precisávamos apenas pegar a informação e reportar a Makarov, não esperávamos que o homem esfaquearia um de…

- Não precisa contar tudo a elas Natsu! – A voz de Jellal saiu em tom ríspido e magoado. – Não sabíamos que seriamos atacados, éramos inexperientes. Não deixarei que nada do tipo aconteça mais.

Erza o observava, os olhos pareciam escurecer a cada comentário que o machucavam, as mãos fechadas contendo a própria raiva. E a forma que ele falava, carregando a culpa nos próprios ombros, a fazia pensar se fora culpa dele…

- Oque aconteceu com o informante depois que ele… matou um de seus companheiros? – Perguntou Lucy querendo saber o fim da história.

- Jellal o matou. – A neutralidade no timbre de voz de Natsu era estranhamente normal. – Uma facada bem na garganta. – Ele tocou a própria garganta mostrando o local.

- Está explicado porque se tornou um assassino a sangue frio… - Erza falou baixo enquanto olhava as nuvens claras e fofas do lado de fora.

***

Quando o avião pousou, os quatro já se encaminharam para o local de encontro com o informante. Ele era esperto… sabia que estaria mais seguro se estivesse em um local público. A praça que escolhera era perigosamente cheia, havia crianças correndo por todas as partes, idosos alimentando pombos e jogando xadrez, e adultos presos na própria tela do celular.

Manchester estava incrivelmente em um dia bonito, o céu estava limpo em um tom claro de azul, oque fazia que os olhos de Jellal puxassem do ver para um azul neutro.

O azulado parou em um banco observando ao redor junto com Erza, os quatro planejaram que apenas dois iram para negociar e pegar as informações, enquanto os outros dois dariam cobertura caso algo desse errado.

- Ele está atrasado… - Jellal comentou em tom baixo olhando para o relógio de prata no pulso e depois colocando as mãos de volta aos bolsos da calça.

- São só cinco minutos… - Ela falou tranquilamente sem receber nada como resposta. Perceberam que um homem de óculos escuros veio em direção a eles.

- São companheiros de Mavis? – Ele perguntou apressadamente.

- Sim, somos nós. – Jellal respondeu tirando um envelope do bolso e entregando ao homem, que sorriu ao ver várias notas de alto valor dentro do envelope. – Considere como um agrado de nossa líder. Agora… a informação.

O homem tirou do bolso do casaco um pen drive. E entregou a Erza que guardou rapidamente no bolso do sobre-tudo.

- Certo… o homem que procuram… chama-se Simon Mikazuchi. Será o novo primeiro ministro. Comprou a maioria dos votos a seu favor, será praticamente impossível que ele perca. – O homem limpou a garganta e olhou para os lados. – Este homem… é melhor terem cuidado, é tão louco quanto qualquer homem que está em um manicômio, este é só mais rico que todos os outros.

- Queremos saber sobre os planos dele. – Erza o pressionou com o olhar e recebeu em troca um olhar neutro de Jellal… como se ele tivesse aprovado.

- O-olha… não sei do plano, mas sei onde ele esconde algumas informações sobre isso. No fim de semana haverá uma festa, em um navio. Um de seus principais ajudantes estará lá… onde podem encontrar algo de importante. – O homem olhava ao redor de forma desesperadora.

- Não há nenhum perigo senhor. – Jellal falou de forma seria e desconfiada.

- Aqui peque este endereço… - Ele tirou um papel do bolso e esticou o braço a Erza, ela esticou a mão para pegar o papel, mas sentiu o pulso ser puxado. O homem a segurava contra si, de costas. Sentiu algo pressionar-se contra suas costelas, e ela olhou vendo a arma negra e pequena sendo pressionada contra si. – Eu lamento… eles disseram que me matariam.

A voz do homem era desesperada e a mão que segurava a pistola contra Erza tremia, enquanto a outra que segurava seu braço apertava com mais força, a machucando.

- Abaixe a arma… Não vai querer ferir ninguém nesse parque, nem mesmo minha companheira. – O olhar de Jellal se tornou completamente frio e Erza pode ver ao fundo deles nada além de uma barreira de dor.

- Eu lamento… não quero mata-la, mas eles me matariam, me obrigaram a vir aqui, contar essas informações a vocês, apenas para mata-lo depois.

- Não deixarei que toquem em você, me diga onde estão e eu me livrarei deles.

- Não pode… são muitos. Não daria conta… e no final estarei morto. – Jellal deu um passo a frente em direção ao homem e esse contraiu ainda mais a arma contra a costela de Erza. Ela podia sentir o cano da arma machucar sua pele e arranhar as costelas. – Não de nenhum passo a mais se não eu atirarei!

- Tudo bem… - Jellal levantou a mão se rendendo. Olhou ao redor discretamente, identificando alguns homens discretos e bem infiltrados, havia mais ou menos quatro deles. O azulado fez um sinal com os dedos indicando para que Natsu e Lucy agissem de forma rápida.

Os dois se dividiram discretamente, entre as arvores e arbustos do parque, e nocautearam os homens com dardos com um sonífero de alta concentração, poucos segundos depois os homens estavam apagados, mas o informante ainda ameaçava Erza com a arma, e as pessoas em volta pareceram não perceber.

- Olhe para os homens… estão apagados. – Jellal falou e o informante verificou com o olhar, encontrando no local dos homens disfarçados Natsu e Lucy com olhares massacrantes. – Não tem mais com oque se preocupar senhor.

- Oque você fez! Quando acordarem virão atrás de mim! Irão me matar! Puxarei o gatilho… - Ele destravou a arma, deixando-a pronta para puxar o tiro.

- Tudo bem… puxe o gatilho. – Os olhos de Erza se arregalaram, ele iria mesmo deixa-la morrer? A que ponto ele tinha ódio dela… a que ponto ele queria se livrar dela? – Mas eu lhe garanto que se esta bala encostar em um sequer fio de cabelo de minha parceira você desejará nunca ter trago uma arma consigo. Eu matarei todos que ama… começarei com seu filho, ele está no colégio agora, não está? Depois sua mulher… está gravida, é menino ou menina? E depois irei tortura-lo lentamente, apenas para ver suas expressões de dor, até que implore que eu dê um tiro em seu coração do mesmo jeito que pensa em fazer com ela…

O homem tinha um olhar apavorado, enquanto Jellal mantinha o vazio e a escuridão no próprio olhar, apenas para desvia-lo por alguns segundos a Erza e novamente ao homem. O azulado deu um passo à frente, abaixou o pulso do homem que apontava a arma a Erza e a puxou para perto, tirando-a do aperto dele.

- Pegue sua família… e vá embora da Inglaterra, não pise mais nesse solo, ou esses homens serão o menor de seus problemas. – O homem guardou a pistola no cinto escondido de forma tremula e deu meia volta caminhando rapidamente quase correndo.

Quando ele se afastou, Jellal suspirou aliviando a tensão da própria respiração. E então a olhou preocupado.

- Está bem? Ele a machucou? – Erza se livrou do braço dele que passava pelos seus ombros e que a trazia próxima a ele.

- Estou bem. – Ela respondeu sem olha-lo diretamente nos olhos.

- Que desgraçado! – Natsu falou se aproximando dos dois junto com Lucy em passos calmos. – Foi por pouco.

- Oque disse a ele Jellal? O homem tinha um olhar apavorado, como se tivesse visto um fantasma. – Perguntou Lucy colocando a mão sobre o homem da ruiva.

- Nada de mais, apenas pedi que ele abaixasse a arma… - Erza o olhou, sabia que estava longe do que ele havia dito, mas não falaria nada, a forma que ele falou assustaria até mesmo ela. A frieza nos olhos dele agora já não estava mais lá…



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