História All You Need Is Love - O Início

Estacionei o carro emprestado pela clínica no local indicado pela pequena placa e suspirei. Hoje era meu primeiro dia como residente e eu realmente não tinha a minima ideia do que fazer. Eu estava muito nervosa, isso não tinha nem como disfarçar, mas eu realmente precisava me sair bem. Não por mim ou pelas minhas notas, e sim pelas pessoas que estavam aqui para minha ajuda. Como eu havia descoberto duas semanas antes eram 6, mas eu ainda não havia tido contato com nenhum deles e nem ao menos sabia seus nomes. O choque da primeira impressão seria dado hoje, e se Deus quiser tudo iria se sair muito bem.

Peguei meu café no banco do lado e saí. Rapidamente fui até a porta traseira e peguei minha mochila lá. Dentro estavam meu jaleco, uma agenda que usaria para anotar algumas coisas, remédios de ansiedade e meu notebook; precisaria de tudo hoje para ao menos parecer uma profissional.

Tranquei o carro e me dirigi a recepção dos funcionários. Enquanto caminhava tinha a certeza que apesar da pouca idade, isso era o que eu realmente queria fazer, ajudar os outros a superar pelos mesmos problemas que passei. Eu sabia que não ia ser nada fácil, afinal nem todo mundo é parecido, mas iria dar o meu melhor para pelo menos tentar. Assim que cheguei à recepção, a dona no local, Senhora Rodriguez, veio me abraçar.

— Gabi! — Ela disse com sua voz estridente e seu sotaque forte — Que bom que chegou querida, e bem mais cedo do que o esperado. Como se sente, hm? Ansiosa pela sua primeiríssima turma?

Forcei um sorriso simpático — pois não queria deixá-la preocupada com nada e concordei — Estava estampado na minha cara que eu estava nervosa, mas não queria deixar transparecer assim.

— Fique tranquila minha querida, pois tudo dará muito certo. O Professor Smith irá lhe acompanhar nessa primeira sessão. Sei que bom, vocês dois não se dão muito bem, mas ele era o único disponível nesse horário.

— Ah sim, tudo bem… — Respondi quase num sussurro. A única pessoa do planeta que eu realmente não gostava muito iria estar ali torcendo que tudo desse errado pra mim. — Não tem problema ele ficar, contando que não se intrometa tanto entre mim e eles.

— É só essa vez, querida. — Ela sorriu — Nas suas próximas sessões você já vai estar sozinha. Agora, vá se trocar — Rodriguez me disse enquanto olhava o relógio. — Seus pacientes já devem estar se dirigindo para a sala e Smith está vindo lhe acompanhar.

Fui até um pequeno armário e guardei minha mochila ali, tirando de dentro todo conteúdo. Eu sabia que em breve teria meu próprio consultório, mas infelizmente a sala escolhida estava em reforma. Teria que me contentar com isso por enquanto. Assim que vesti meu jaleco, e fui em direção ao banheiro para tentar dar um jeito no meu cabelo, ouvi a voz irritante de Smith enquanto ele entrava porta a dentro da recepção.

— Onde ela está? — Ele já disse praticamente gritando — Os pacientes já estão esperando, e Deus sabe como aqueles dois odeiam esperar.

— Ela já chegou Leonardo, calma. É o primeiro dia da garota, não tente estragar tudo.

O ouvi resmungar algo e sorri. Lavei meu rosto com a água gelada da pia e me encarei no espelho. Não estava 100%, mas pelo menos estava apresentável.

Saí do banheiro e logo fui obrigada a acompanhá-lo, com seus passos largos a quase um metro da minha frente. Meu cabelo preso em um rabo de cavalo ia de lá pra cá, enquanto andava depressa e carregava os objetos em minhas mãos. Logo, Smith parou em frente a enorme porta do ginásio e se virou para mim.

— Muito bem, Senhorita Kenway — Ele exibia um sorriso cínico nos lábios. — Espero que esteja com sorte, porque esses aqui são mais fodidos que você.

Dizendo isso e sem nem esperar a minha reação, ele abriu a porta e entrou. Um pouco em choque e meio abalada com o que ele disse, o segui rapidamente para dentro, e só assim pude ver os meus primeiros pacientes.

Sentados em cadeiras distribuídas quase como um semicírculo, estavam 3 mulheres e 3 homens. Uma delas, a primeira da ponta, era negra, baixinha, e tinha um cartão colado em sua roupa que indicava seu nome: Melanie. A segunda era alta, completamente loira e não parecia ter mais que uns 15 anos; seu nome era Lívia. A terceira mulher, era aparentemente de descendência latina, uma senhora, e seu nome era Aurie. Em seguida vinham os homens, o primeiro que estava sentado ao lado de Aurie era jovem, em torno dos seus vinte e poucos anos e tinha o nome de John. Ao seu lado, um moço jovem, visivelmente sarado e seu nome era… Cristiano Ronaldo? Ainda sem entender e imaginando que se tratava de uma brincadeira ou pegadinha de péssimo gosto, desviei minha atenção para o homem que estava ao seu lado e minha boca caiu. Alto, magro, e visivelmente inquieto, estava Michael Phelps.

Deixando meu copo café cair estrondosamente da minha mão, virei-me para Smih que ainda estava parado ao meu lado nem assim minha ficha caiu. Eu sei que aqui é uma clínica de reabilitação pra pessoas que estão psicologicamente ferradas,  mas o que diabos Cristiano Ronaldo e Michael Phelps estavam fazendo sentados ali?