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História All you need is love. - Capitulo 03


Escrita por: Br4

Notas do Autor


Desculpem a demora. :(
Obrigada pelos comentários, favoritos e aos que estão acompanhando.
Não tive tempo de revisar, então, perdoem qualquer erro.
Espero que gostem.
Boa leitura.

Capítulo 3 - Capitulo 03


Emma POV

Quando chegamos ao Rabbit Hole o lugar já estava lotado. O burburinho de pessoas falando e uma musica ao fundo eram possíveis de se ouvir da esquina. Não que isso fosse uma surpresa, afinal o Rabbit Hole e o Granny’s, lanchonete da avó de Ruby, eram meio que os pontos de encontro na cidade e em especial aqui, o movimento era ainda maior nas quintas.

Por que as quintas? Bom... Eu e meu irmão tocávamos aqui a cerca de quatro meses e creio que estávamos agradando, afinal nossa presença ainda era aceita até hoje. Como eu disse, nosso pai era musico e fanático por todo e qualquer tipo de instrumento. James tocava vários e desde cedo nos ensinou a amar e respeitar a musica. Quando eu tinha sete anos e Graham nove, ele nos presenteou, em nosso aniversario, com uma gaita e um violão, respectivamente.

Não demorou muito tempo e tomamos gosto pela paixão de papai. Aprendi a tocar gaita, meu primeiro instrumento e em seguida migrei para o violão. Tocar era como uma espécie de terapia para mim e especialmente naquela época, alguns anos antes de mamãe engravidar, a musica foi muito importante para que eu não enlouquecesse e apesar do tempo que passou e de já ter superado em grande parte meus antigos problemas, o sentimento de refugio que eu encontrava em algumas notas musicais, ainda perdura até hoje.

O dono do Rabbit Hole conhecia nosso pai e sabia bem que nós tocávamos. James tinha o costume de acampar e Joe, o dono do bar, era um dos seus companheiros nessas saídas. Graham e eu costumávamos o acompanhar na maioria das vezes e sempre costumávamos fazer rodas em torno de uma fogueira e virar a noite tocando das mais variadas canções.

Quando perdemos nossos pais, ele ofereceu um espaço no pequeno palco do bar para que pudéssemos ganhar algum dinheiro a mais, afinal ele sabia o quão difícil as coisas estavam para nós. Porém, inicialmente ficamos um pouco relutantes, pois havia Henry e diariamente nós já o deixamos com a avó de Ruby devido a nossas ocupações, e não queríamos lhe dar mais trabalho.

Mesmo assim, Joe insistiu para que tocássemos uma noite, apenas uma noite para ver se agradávamos ao publico. Aceitamos sua proposta, afinal não tínhamos nada a perder. Então, em uma noite de quinta fizemos nossa pequena primeira apresentação e para nossa surpresa tudo foi absolutamente um sucesso.

Naquele mesmo dia, Joe nos pagou e o dinheiro que arrecadamos foi de grande ajuda. Então, como toda ajuda era bem vinda, combinamos de tocar apenas uma vez na semana, para que pudéssemos ficar mais tempo com Henry, e ele de bom grado aceitou.

- Emma! Graham! – Joe nos chama, ou melhor, grita, assim que pisamos no estabelecimento.

Sinto uma de suas mãos me apertar o ombro, enquanto ele exclama em animação:

- Espero que estejam inspirados hoje.

Um pequeno sorriso se desenha em meu rosto.

- Claro.

- Ótimo. Vão lá! – Joe dá alguns "leves" tapinhas em minhas costas, o que sinceramente me preocupava bastante sempre que ele fazia isso, já que eu temia seriamente que meus pulmões se manchassem com a força que ele aplicava. Solto um bufo irritada. Ele não perdia aquela mania.

Ouço meu irmão soltar uma risada e lhe dou um beliscão nas costelas.

- Ai Emma! Se te serve de consolo, também estou com um pulmão comprometido.

- Obrigada. – respondo abrindo um sorriso. Tinha certeza que ele havia revirado os olhos.

- Oh droga! – Graham soltou enquanto se afastava de mim.

- O que foi?

- Esqueci o violão no carro. Espere aqui, volto em um minuto.

Solto uma risada com a falta de atenção do meu irmão. Porém, fecho a expressão quando sinto alguém esbarrar em mim. Não demora muito e novamente outro esbarrão, dessa vez mais forte. Me apoio como posso em minha bengala e endireito meus óculos.

Creio que eu estava em uma zona mais movimentada do bar, então a passos calculados caminho até um local mais tranquilo. Eu odiava quando isso acontecia, odiava esbarrar nas pessoas. Embora eu estivesse, provavelmente, barrando o trajeto de alguém, as pessoas pareciam fazer questão de não desviar e simplesmente se jogar para cima de mim.

Encontro uma parede e lá me apoio até Graham fazer o favor de me agraciar com sua presença. No entanto, meu sossego não dura muito, pois no segundo seguinte sinto meus óculos serem arrancados de minha face. Tampo meus olhos com uma de minhas mãos e dou um passo à frente procurando o futuro defunto.

- HEY! – reclamei.

- Oi loirinha! – a voz de Ruby chega aos meus ouvidos. Eu odiava quando ela fazia isso.

- Pode, por favor, devolver meus óculos. – digo, estendo minha mão em sua direção.

- Não, você fica bem melhor sem eles.

- Ruby!

- Ruby! – ela me imita em uma voz fina e irritante.

- Sabe que eu não gosto de ficar sem eles. – digo cansada.

- Emma... Não há nada demais em ficar sem essa coisa preta no seu rosto.

- Não me sinto confortável Ruby.

Ela passa um de seus braços por meus ombros e se encosta a parede junto a mim.

- Loirinha, você não precisa ter vergonha de quem você é.

Solto um suspiro cansado.

- Eu sei... Mas... – não continuo devido ao nó que se forma em minha garganta.

Ruby me aperta em um abraço lateral e pousa um beijo em minha cabeça. Ela deposita os óculos em minha mão e eu sei que, pelo menos agora, ela não insistiria nesse assunto. Os devolvo ao meu rosto e ficamos um tempo nessa posição até que Graham chega até nós.

- Ruby... – ele diz com uma voz contida e eu reprimo um sorriso.

- Acho que vocês devem começar a apresentação. Joe já está chamando ali do outro lado. – ela o interrompe. Reviro os olhos com o jeito de minha amiga. Sempre era assim quando eles brigavam. Meu irmão vinha todo arrependido e ela se fazia de difícil até enquanto fosse possivel.

Mas de qualquer forma as coisas sempre terminavam do mesmo jeito: Os dois se agarrando em algum canto.

- É... Vamos Emma. – meu irmão me chama, já me puxando para o seu lado.

Enlaço meu braço ao dele e subimos no pequeno palco que havia ali. Nossa apresentação não era algo extraordinário, era um simples show acústico e nos revezávamos no vocal.

Andei até um dos banquinhos que sempre havia ali e peguei o violão. Testei rapidamente para ver se a afinação estava em dia e fiz sinal ao meu irmão de que estava pronta.

- Boa noite pessoal. – ouço Graham falar ao microfone, tendo como resposta gritos vindos de todas as direções. – Obrigado por estarem aqui mais uma vez e espero que vocês se divirtam.

- 1, 2, 3...

...

Terceira Pessoa POV

Algumas horas antes.

- Regina o que? – o grito ecoou por toda a mansão Mills.

Daniel que estava à frente do seu sogro, se encolheu um pouco com a nítida irritação no tom de voz do homem. Agora, já não tinha ideia se a opção de vir conversar com Gold sobre a viagem surpresa de sua noiva havia sido algo inteligente.

- Como assim ela viajou? Viajou para onde?

- Gold, por favor, se acalme. – Cora tentava fazer o marido voltar à razão, porém sua irritação já estava muito grande para ouvir tais conselhos.

- Não irei me acalmar coisa alguma Cora. Sua filha é o ser humano mais irresponsável que existe na face da terra! Como ela viaja e ao menos tem o trabalho de nos avisar? – indagou retoricamente, andando de um lado para outro na imensa sala de estar.

- Gold... Nossa filha já é bem grandinha, não cabe a nós decidir se viajar ou não é uma boa opção para ela. – tentava contornar um pouco a situação, mas na verdade também estava um pouco chateada com sua filha devido a tamanha atitude desnaturada.

- Não venha defender sua filha Cora. Sua insistência em acobertar todas as vontades de Regina a transformaram na rebeldia em pessoa. – diz fazendo a mulher revirar os olhos com o assunto repetitivo.

Durante toda sua vida a mãe de Regina foi obrigada a ouvir tais comentários sem fundamento do marido. Gold desde sempre teve um gênio forte e controlador. Sua mania de querer tudo perfeitamente aos seus moldes foi algo com o qual ela teve que aprender a conviver e com o tempo se adaptar a ele. Porém, com Regina as coisas foram um pouco diferentes.

Regina nasceu com a mesma personalidade do pai, claro que sua filha quase sempre era coerente com suas atitudes e para Cora aquilo desde cedo era algo bem claro. Ao contrario de sua mãe a morena não aceitava muito as imposições do pai. De inicio, talvez pela pouca idade ou falta de maturidade, ainda tentava agradar a Gold, porém quando chegou na fase dos hormônios e ebulição, Regina pareceu ter se cansado das imposições do pai.

Por muitas vezes Cora tentava reverter a situação, amenizar para ambos os lados, no entanto a maioria das vezes não conseguia evitar as brigas e discussões entre os dois. O casamento com Daniel foi uma das poucas atitudes da morena que o pai acatou e aceitou de boa fé, afinal, o rapaz era herdeiro de uma das maiores marcas esportivas do país e na visão de Gold aquele casamento poderia lhe render bons frutos.

Porém, na visão do homem, nada daquilo lhe servia agora, pois aquela viajem de Regina em meio aos preparativos do casamento, apenas provava que seu interesse em casar-se era mínimo.

- Para onde ela foi rapaz? – indagou, voltando sua atenção para Daniel.

- Eu não sei senhor, ela não quis me dizer. – respondeu meio hesitante.

Gold solta uma risada sarcástica e encara incrédulo o mais novo.

- Quer dizer que sua noiva sai, viaja para sabe lá Deus onde e você ao menos insiste em saber o destino? Inacreditável. – apoia as mãos a cintura, negando com a cabeça.

Cora solta um suspiro cansado e resolve se aproximar do marido.

- Daniel, ela ao menos disse quando volta?

O rapaz para alguns instantes, pensando se realmente deveria informar aquilo. Ele sabia que a relação de Regina com o pai não era muito boa, porém o fato da morena o deixar tão perdido daquela maneira ao sair de um jeito tão inesperado, o fez crer que talvez os pais dela soubessem ao menos para onde ela ia.

- Não senhora.

Cora fechou os olhos e deu as costas ao marido, apertando a ponte do nariz entre os dedos. Gold solta uma risada irônica, tirando um maço de cigarros do bolso do seu blazer.

- Claro que ela não disse. – fez uma pausa acendendo o cigarro. – Daniel, obrigada por ter vindo até aqui. Mas, como você viu estamos no mesmo barco, a irresponsável da minha filha também não nos informou absolutamente nada. – deixou que a fumaça saísse por entre os lábios – Bom... Eu vou me recolher, estou cansado demais para as maluquices de Regina. Boa noite.

Deu as costas e caminhou em direção as escadas. Cora observou todo o trajeto do marido até que ele sumisse de seu campo de visão. Vendo que provavelmente ele já devia ter chegado ao quarto, a mulher se aproximou do noivo de sua filha.

- Obrigada por ter vindo até aqui Daniel. Realmente nós não sabíamos dessa viagem e se você não tivesse vindo até aqui, provavelmente não saberíamos disso tão cedo.

- Não sei se foi uma boa ideia ter vindo. – enfiou as mãos nos bolsos da calça. – Não queria piorar a situação de Regina com o pai. Eu só fiquei preocupado com ela. - Cora solta uma risada cansada e apoia uma das mãos nos ombros do rapaz.

- Acredite meu caro, Gold e Regina não precisam de sua ajuda para se estranharem. E eu entendo sua preocupação, mas Regina sabe se cuidar muito bem.

- É eu sei.

Cora oferta um sorriso amigável para o rapaz. De longe era nítido que Daniel gostava bastante de sua filha, arriscaria dizer que ele realmente a amava. Porém, a mulher não notava o mesmo sentimento no olhar e nas ações de Regina e por mais que ela estivesse noiva, Cora sabia que as coisas não seriam tão fáceis assim.

- Fique tranquilo Daniel, ligarei para ela e assim que tiver alguma nova informação, lhe avisarei. Pode ir para casa.

Deixando os ombros caírem um pouco, ele encarou sua sogra com um sorriso triste.

- Tudo bem. Boa noite Sra. Mills.

- Boa noite rapaz. – respondeu enquanto o via caminhar até a porta.

Ao ver a porta se fechar, Cora se permitiu soltar um suspiro cansado.

- Olha o que você me arranjou Regina. – falou consigo mesma, enquanto vasculhava pela sala em busca de seu celular.


Notas Finais


Até o próximo. :)


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