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História Alma - Linha sete


Escrita por: kroth e Xiuminusy

Notas do Autor


Eu nunca sei como começar isso. Bem, alô galero, tudo de boas? giro? bem, esta seria uma fanfic para um projeto, mas eu e Karen tivemos algumas alterações e acabamos fazendo de outra forma, então ela é livre mesmo. Tivemos um longo processo criativo e um total de 8 plots que poderíamos desenvolver aqui, porém, demos destaque a "Alma" por ser o que mais se distanciou de tudo o que já escrevemos antes. Realmente ficamos contentes com o resultado que estamos conseguindo. Deixo fixado que não será uma oneshot e sim uma shortfic e que o ritmo dela é lento de modo proposital.
Beijinhos e caso alguém siga, boa leitura

Capítulo 1 - Linha sete



Quantas vezes na vida nós podemos tentar consertar nossos erros? Mudar nossas palavras, sentir coisas novas? Quantas vezes você vai estar ao pé da escada e ter a oportunidade de voltar no tempo e dizer tudo o que faltou? E quantos dias, VOCÊ, vai ter para agradecer quem está ao seu lado por tudo?


Eu poderia morrer amanhã ou daqui a dez anos, e ainda assim não teria dito tudo o que precisava.


Eram meados de 1999 quando, recém formado, Jongdae decidiu que continuaria ao meu lado. Haviam-se passado alguns poucos anos de amizade, e entre folhas sem espaço, trabalhos e noites em claro, eu decobri que havia feito um amigo para toda a vida. Kim Jongdae era agora formado em jornalismo - embora mantivesse a tendência do apego pela antiga vida policial -, tinha cabelos castanhos sempre partidos ao meio, olhos brilhantes e os lábios com cantos virados para cima, o que era seu chame. Ele era curioso e atento a tudo, o que me acabou sendo bastante util enquanto escrevia meu primeiro livro. Eu, um escritor recém-formado que tentava a sorte com ajuda de um rapaz com idéias ágeis e mãos firmes. Jongdae era um grande colega, e logo tornara-se um bom amigo para dividir o valor da casa, além de um grande contador de piadas e cantor de karaokê aos domingos.

Nós moravamos agora em uma área pouco afastada da cidade, o que me permitia silêncio para escrever minhas obras sem tremer a caneta com o som de furadeiras, e durante a noite nós ligavamos em qualquer canal. Mas ao fim, sempre assistíamos aquele filme chato que ele tanto gostava e vestíamos suéters surrados pelos anos. E foi em uma dessas noites que bufei, puxando o controle de suas mãos.

- Me devolve isso, Junma!


- Não enquanto não trocar de canal.

Jongdae puxava a barra da minha camisa e ficara sobre mim no sofá, tentando alcançar o controle preso entre meus dedos. E eu apenas ria de si e seu jeito infantil de conseguir as coisas.


- Você sabe muito bem que o final desse filme te faz chorar - Alertei, pressionando meus joelhos em sua barriga. - E você fica bem feio quando chora.


- Não ligo, eu gosto.


Eu encarava os olhos de Jongdae tão de perto que, as vezes, eu não resistia a suas vontades.


Empurrei-o com as pernas e suspirei, sentando outra vez no sofá enquanto o via trocando de canal, voltando ao filme que tanto gostava. Mas no fim, recostei a cabeça em seu colo, sentindo o cheiro vindo do balde de pipocas cheio que havíamos feito enquanto esperávamos as pizzas. Meus dedos estavam gelados, e vez ou outra eu esfregava um pé contra o outro, esperando pela parte final do filme, que veio repleta de lágrimas de Kim Jongdae.


- Eu avisei.


- Cala a boca. - ele soluçou, secando as lágrimas com o punho fechado e levantando do sofá em seguida.


Levantei e levei as caixas vazias ao lixo, batendo propositalmente meu ombro contra o de Jongdae ao passar pela pia, onde ele lavava as mãos e nossa pouca louça suja.


- Então quer dizer que o senhor gosta de filme de moça - Cutuquei, ao que Jongdae secou as mãos em um pano de prato e me encarou com a sobrancelha arqueada.


- Defina, filme de moça.


- Clichê - Dei de ombros, explicando. - Onde a garotinha corre atrás do cara mal como se fosse comum na vida real.


Jongdae arqueou uma sobrancelha, rindo de canto.


- Na minha vida é bem comum.


- Não foi o que você me disse no auge da última ressaca.


Encostei os cotovelos no balcão da cozinha, esperando que Jongdae revidasse, mas nada saiu de seus lábios além de alguns balbucios nervosos. Nós dois sabíamos bem que quando alto, ele falava mais do que a língua aguentava.


Dei a volta e fui para a sala, puxando o controle para desligar a TV antes de deitar no sofá, mas ,de repente, algo me chamou a atenção.
No noticiário das nove, Mi Joon aparecia vestida em tons claros e com os cabelos presos em um coque. Jongdae, ao vê-la, tratou de jogar um pano em minha direção, sorrindo animado.


- O que está esperando para aumentar o volume?


Apontei o controle para a TV, primando consecutivas vezes sobre o botão de volume até que a sala se encheu pelo som do vento abafando a voz da jornalista e ex-namorada de Jongdae apontando para o trecho da estrada atrás de si.


"Nesta noite, fora confirmado o quinto sequestro cometido neste trecho da estrada que coliga a Seul. A polícia local vem estudando há alguns dias desde que a mãe da primeira vitima, Park Yeri, prestou depoimento e contou sobre a rotina da filha. Ao que tudo indica, um grupo de homens armados vêm fazendo vítimas nesse mesmo trecho, logo ali atrás, em horários distintos. A policia está montando um esquema para conseguir capturar os autores destes crimes que deve passar a ser posto em prática a partir da noite de amanhã. As vítimas, com os nomes de..."


Fui retirado daquele transe momentâneo em frente a TV quando Jongdae aproximou-se de mim, agarrando meus ombros e apoiando o queixo sobre um deles. Jongdae sorria, aquele sorriso que eu apenas via quando ele realmente se empolgava com alguma coisa.


- Nós não vamos. - Dei o ponto final antes que ele se pronunciasse. A voz de Mi joon ainda ecoava pela sala, distribuindo cada vez mais conteúdo aos ouvidos atentos de meu amigo.


- O que temos a perder indo até lá além de uma noite monótona naquela cama ruim? - Jongdae crispou os lábios, argumentando. - Imagine as vítimas que eles podem fazer até amanhã.


Fechei os olhos e removi suas mãos de meus ombros. Ao abri-los, corri ao quarto e puxei algumas roupas para vestir quando saísse do banho longo que pretendia tomar a fim de despistá-lo. Jongdae sabia o quanto eu gostava de me envolver em suas enrrascadas para relatar tudo em meus livros e, naquele momento, minhas mãos tremiam da forma que sempre acontecia quando eu tentava contrariar as minhas reais vontades.


- Se não fizer por uma estranha, o faça por mim. É o item sete. -  Em um estalo Jongdae surgiu, recostado ao batente da porta e me encarando.
Congelei por alguns instantes, encarando Jongdae.


- Está blefando. - Minha voz saiu em um sopro antes de Jongdae sentar na cama, retirando o papel dobrado do bolso da calça e o entregando a mim.

"07. Impedir a um crime."

 


Meus dedos apertavam o papel como se pudessem sufocá-lo. A lista de 80 itens que Jongdae levava consigo desde que saíra do hospital pedia apenas por quinze para ser finalizada, e aquele maldito número me havia condenado. Eu mesmo lhe havia prometido ajudar com cada item quando precisasse, e aquele era o momento de pagar por isso. Sentei na cama, sentindo Jongdae puxar o papel de minhas mãos e dobrá-lo, levando outra vez ao bolso. Meu olhar focado no armário cor de creme pouco dizia para mim, mas para Jongdae, gritava.


Eu aceitaria de qualquer jeito.


Notas Finais


Karen : "Coloca sei lá, apenas espero que tenham gostado"

Recortei e colei de propósito,Karen. Bjs


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