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História Alma de Dragão - II - O primeiro dia


Escrita por: JonathanJLGomes

Capítulo 3 - II - O primeiro dia


Fanfic / Fanfiction Alma de Dragão - II - O primeiro dia

Segundo dia do ano 853.

Aquela manhã ensolarada trazendo os ventos do sul, demonstrava que os seis meses frios haviam acabado, era um novo ano. Nathan ainda se lembrava do Festival de Renovação da Vida, quando os Coran's que moravam além da ponte se misturavam com as pequenas famílias de Patriw's ao sul dela, todos reunidos na Velha Árvore Ribeira para celebrarem o fim do mês da Serpente e o início do mês da Luz juntamente com a família imperial.

Naquele dia, o garoto acordou em um susto, sentindo-se despertado pelo azar, levantou atordoado, tomou um banho rápido, se vestiu e lembrou das palavras de seu avô quando lhe mostrou o colégio na noite do festival.

- É Nate, esse ano você terá grandes aventuras. – disse Oliver apontando rumo à Montanha do Anoitecer Agradável

As palavras dele foram de encontro às dúvidas de Nathan, parecia até que tinha lido seus pensamentos sobre o colégio.

- É lá que fica o novo colégio... – respondeu o garoto, desanimado.

- Colégio? – retrucou Oliver, espantado. – Não Nate, estava falando das garotas ali, viu?

Ele sorriu com a lembrança, da mesma forma que riu naquela noite. Aquilo o fez, por um pequeno momento, ver seu primeiro dia de aula com outros olhos. Mas ao olhar o relógio da sala voltou a se afligir. Segundo I'Fidden as aulas começavam nas primeiras horas da manhã, os ponteiros já se encaminhavam para a metade delas e, mesmo que agora fosse cavalgando, ainda assim chegaria com atraso.

Assim que pegou sua bolsa, correu para ir ao abrigo de Bounce. Ainda tenho que selá-lo, resmungou ao sair pela porta.

- Ei, Nate, para onde vai com tanta pressa? – perguntou Oliver vindo da selaria.

- Oi vovô, - respondeu Nate calçando as botas. – estou indo selar Bounce, hoje é meu primeiro dia de aula. E o senhor, o que faz acordado?

- Quem dorme muito, perde a vida. – rebateu Oliver desaprovando a pergunta. – Bounce já está selado, fui com ele ao padeiro, está atado na frente da selaria.

- Que ótimo vovô, estou atrasado. – o alivio ficou claro nas palavras do garoto.

- Espere garoto, não comeu nada, - mesmo demonstrando ser um homem carrancudo algumas vezes por ter seus princípios e valores, Oliver sempre se importou muito com o bem estar de sua família. – a primeira refeição é a mais importante do dia. Venha tenho café, leite e pão na selaria.

- Sinto muito vovô, mas não tenho tempo. Já devia ter ido.

- Não despreze o alimento que eu trouxe, garoto. Sabe que não gosto de ver nenhum desta casa com fome, deixei meus vícios por causa desta família. – ele pegou Nathan pelo o ombro e o foi levando para comer. – Já contei sobre o dia em que deixe de tomar vinmel?

- Várias vezes vovô, o senhor saiu para comprar vinmel com os únicos laures que tinha e quando viu que o preço de uma garrafa era o mesmo preço do pão, decidiu nunca mais beber. – Nathan foi falando juntamente com Oliver enquanto ele repetia a história.

- Isso mesmo, agora sente-se aí e coma a primeira refeição.

- Comerei no caminho, prometo. – Nathan pegou um dos pequenos pães e já foi indo até Bounce.

- Espere, espere. – Oliver foi até um dos armários em que guardava suas ferramentas e trouxe um embrulho. – Eu achei que acordaria mais tarde, fiz isto para você, para comemorar sua nova aventura.

- Nossa, vovô... – Nathan já foi retirando o embrulho. – não precisava. É uma bela jaqueta de couro.

- Fiz o acabamento hoje, mais cedo, confesso que foi complicado fazer o entalhe do dragão frente a lua, mas acho que ficou bom.

Está ótimo, vovô! – Nathan o abraçou e colocou a jaqueta. – Queria poder agradecê-lo por mais tempo, mas realmente devo ir.

- Vá, não se esqueça de se alimentar e não corra muito, Bounce já não é tão jovem. – alertou Oliver assim que Nathan partiu rumo ao Colégio Novo Amanhecer.

Nathan correu com toda a velocidade que Bounce conseguia alcançar, agoniava-se ao lembrar sobre seu atraso, já imaginava que os garotos agora também lhe dariam o título de atrasado, como se já não bastasse o de descendente do esquecido, mas então olhou para a jaqueta de couro que vestia, era de uma cor marrom-escuro quase preto, Oliver entalhara em suas costas um símbolo de um dragão frente a uma lua, ele entendeu que era para lembrar que não era descendente de Sidrake, O esquecido, mas de Sidrake, Aquele que ajudou o Dragão.

Enquanto corria, observava as ruas para que não fosse surpreendido pela Milícia, era proibido correr pelas estreitas principais ao sul da ponte e mesmo nas largas ao norte dela. Por onde passava, as pessoas reclamavam e ameaçavam chamar a Milícia, mas ele continuava a correr. A angustia em ser taxado como atrasado era maior que qualquer outra naquele momento.

Na Província Sul, apenas o Mox Jyor D'Vian possuía um carro com motor a vapor, os Coran's ainda andavam a cavalo e charretes, as pequenas famílias de Patriw's quando possuíam ao menos um cavalo já eram tidas como agraciadas, pois até mesmo mercantes simples que viviam de suas próprias plantações ainda empurravam seus carros de vendas. I'Fidden agradecia aos Grandes Seres por ser servo-acolhido de Coran Ojuar, tudo era mais difícil para um Patriw não era acolhido de um Coran.

O Mercado Popular do Sul era o maior da cidade, haviam comerciantes vendendo desde alimentos a vestuários e ficava bem ao lado da ponte, separado somente por poucas arvores. Assim que Nathan passou por ela, olhou para o mercado se perguntando se Ferdinand já estaria trabalhando, voltou-se para trás e pensou em Milou, entristeceu-se por sair sem se despedir e então sorrio por lembrar que aquilo seria motivo de sermões quando voltasse.

Logo após a ponte estava as linhas de ferro por onde passava o trem, Bounce pulou por sobre elas e o garoto sentiu-se como um soldado da Milícia perseguindo um foragido. O sorriso estampado em seu rosto e a velocidade com que estava cavalgando espantava os habitantes de além da ponte.

No centro, após as linhas de ferro, situava-se os prédios governamentais, de empresas dos poderosos Coran's e fábricas de produção, dentre eles o mais antigo era a Corte da Justiça, no início da base da montanha. Era alto, com três pisos além do térreo, tinha uma abóboda na frente e um misto de cores salmão com pedras esbranquiçadas.

Enquanto o garoto forçava o cavalo a subir a ladeira íngreme, de longe pôde ver os muros altos do colégio e o grande portão. "Aquilo é mesmo o colégio?", se questionou ao ver as quatro estátuas em cima dos pilares ligados ao muro, que mais pareciam uma muralha quando ele parou em frente ao grande portão.

- Instituto Novo Amanhecer. – leu a placa que ficava abaixo do símbolo do colégio de um sol por detrás de uma montanha, como se precisasse se convencer de que realmente estava no lugar certo.

Desceu do cavalo e atravessou o portão alto e de portas largas, de dentro olhou de relance as estátuas nos pilares próximos do portão, em uma um guerreiro com uma lança e na outra a sua direita uma arqueira.

- Quem são esses? – se perguntou, agora procurando um lugar para atar Bounce. – Só me faltava ter sido matriculado em um colégio militar, isso seria engraçado, mamãe iria a loucura. – riu enquanto amarrava o cavalo próximo de uma arvore. – Para onde devo ir? Não vejo ninguém, será que já estão em sala? Realmente me atrasei.

Ele entrou no prédio em sua frente, que mais parecia um templo de adoração aos Grandes Seres.

- Olá? – perguntou alto, tentando chamar a atenção de alguém que poderia estar naquele salão. – Estranho, se estou no lugar certo, onde estão os outros alunos? – ninguém apareceu, nem mesmo a atendente que deveria estar na mesa da recepção à sua frente. Ele observava os detalhes das paredes em madeira, havia uma escada a sua frente por detrás da mesa da recepção que descia para o subsolo e outras duas ao lado desta que leva aos pisos de cima, olhou para cima da porta por onde entrara e viu um relógio grande, branco-marfim com detalhes dourados e surpreendeu-se.

- Ainda não está nas primeiras horas da manhã?! – indignou-se. – Não pode ser, cheguei cedo demais, por isso ainda não há ninguém. – ele saiu novamente e só então notou um aviso no mural da entrada, "A cerimônia de boas-vindas será na segunda hora da manhã. Atenciosamente Conselho do Instituto Novo Amanhecer." – Falta uma hora, o que eu vou ficar fazendo nesse tempo todo? – reclamou caminhando para onde estava Bounce, chutando os pedregulhos que via. – Mas que ódio! Eu sou um imbecil, Bounce, devia ter notado que mamãe ainda não havia acordado, ela não me deixaria vir sem tomar café, ainda bem que trouxe o pão que vovô mandou.

Enquanto comia, observava o espaço e as estruturas do local. Onde estava era um belo jardim com flores plantadas em círculos e desenhos espirais, o templo em que entrou era misto de madeira com tijolos largos, ao lado dele haviam dois caminhos que levavam a prédios mais ao fundo, subindo a montanha.

- Esse colégio de filho de Coran's e do Mox faz jus a eles, é melhor e superior em tudo comparado com o que estudei. - Nathan se recostou na árvore e fechou seus olhos, ouviu o som das folhas e galhos, mas acreditou ser o vento e foi surpreendido com um garoto surgindo ao seu lado.

- Ei, está acordado? – perguntou o garoto moreno de cabelos castanho avermelhados presos a uma faixa verde-musgo, olhos castanho-claros, vestido com uma camisa azul com as mangas dobradas até o cotovelo e uma bermuda longa até os joelhos.

- Tá maluco, idiota?! – respondeu Nathan, zangado, pelo garoto ter tentado abrir seus olhos.

- Calma, amigo. – ele sorria como se não desse a mínima importância para a voracidade de Nathan. – Eu sou Nicholas Salazarys, mais conhecido por Monkey, e você? – estendeu a mão em cumprimento e como apoio para ajudar Nathan a levantar.

Ao se levantar, ele viu várias crianças, algumas da mesma idade que a sua, outros mais novos e poucos jovens.

- Por quanto tempo eu cochilei?

- Como? – retrucou Monkey.

- Nada, pensei em voz alta. Você disse Salazarys, é filho do Mercante do Rio Estreito?

- Era meu avô. – respondeu novamente sorrindo. – E você, ainda não me disse seu nome?

- Eu sou Nathan Sidrake. – disse rispidamente esperando ouvir uma piada sobre seu pós-nome.

- Sidrake? Você é da linhagem de Sidrake, Aquele que ajudou o Dragão? Isso é muito legal, meu tio sempre me contava sobre a lenda de sua família, agora entendi o porquê do símbolo atrás de sua jaqueta. – o garoto de madeixas avermelhadas estava realmente empolgado. – Faz bastante tempo que não ouço falar sobre sua linhagem, meu tio disse que foram embora da Ilha Extensa há um bom tempo.

- Onze anos, para ser mais exato. – Nathan virou as costas para Monkey, fugindo do assunto, indo até Bounce. Sentiu-se aliviado por não ser lembrado como descendente do Esquecido, mas falar de sua linhagem não lhe fazia bem.

- Belo cavalo, tem nome? – Monkey acariciou a crina de Bounce.

- Você é bem curioso para um filho de Coran. – diz Nathan o afastando.

- Fala como se não fosse do norte da ponte, mas possui um cavalo com uma sela dos Braggen, Os Bela Selas. – incitou o pequeno Coran Salazarys.

- E não sou. – Nathan o olhou fixamente. – Sou do sul da ponte, Oliver Braggen é meu avô.

- Está mentindo? – Monkey o segura pelos ombros. – Você é um Sidrake e parente dos Bela Selas, foi realmente agraciado pelos Grandes Seres.

- Se você diz. – desdenhou.

- Você também é novato, dá pra ver que sim. – apontou para as roupas de Nathan, que diferente de outros mais velhos, não possuía a farda do instituto. - Deixe seu cavalo sem nome aí, a cerimônia de boas-vindas está para começar, devemos nos apressar.

- Tem razão. – Nathan acochou mais o nó das rédeas a árvore e acompanhou Monkey. – E o nome dele é Bounce.

- Parece que agora começamos a nos entender. – rio Monkey, pegando um pequeno embrulho em sua bolsa. – Não comi nada até agora, aceita?

Nathan negou com a cabeça, imaginando o quão importuno era Nicholas "Monkey" Salazarys, seu jeito sempre alegre como se não se importasse com o resto e ainda era curioso, aquilo para ele não lembrava em nada os filhos de Coran's que conhecera, aqueles eram mesquinhos e não se misturavam com as pequenas famílias.

Entrou com ele no salão principal do prédio que lembrava um templo. Ele se parece bem mais com alguém do sul da ponte do que eu, pensou ao vê-lo comendo um pequeno pão recheado.

- Você é realmente filho do Coran Salazarys? – perguntou desacreditado.

- Sim, sou, por que? – respondeu Monkey com a boca cheia.

- Você é bem esquisito para um filho de Coran.

- Por que diz isso? – ele agora limpava as migalhas de sua camisa.

- Esqueça, creio que não adiantaria lhe explicar. – Nathan sinalizou a boca para Monkey.

- Obrigado. – disse limpando os restos de sua boca. – Sai tão apressado que não tive tempo de tomar café, tive que trazer pra cá.

- Conheço essa história. – resmungou Nathan, Monkey novamente não o ouviu e lhe perguntou o que havia dito, mas ele continuou calado seguindo os demais estudantes.

Todos subiam as escadas para o próximo piso e deste para um superior onde entraram em um auditório. Vários estudantes, divididos entre novatos e veteranos fardados, já estavam esperando pelo início da cerimônia, Nathan observava os veteranos fixamente, o que instigou a curiosidade de Monkey.

- Em que alfaiate mandou fazer a sua?

- Minha o que? – perguntou enquanto sentavam entre os novatos.

- Sua farda, o que mais seria? – Monkey apontou os veteranos. – Aqueles nas primeiras filas com fardamento totalmente branco, são os concluintes. Os outros possuem detalhes em cor diferente conforme seu nível, como por exemplo os sentados atrás deles, a cor preta nos ombros e torso indicam o sexto e aqueles com a cor vermelha são do quinto, com o laranja somente nos ombros são do quarto nível, bem como os com azul do terceiro e os em verde do segundo.

- Tem certeza que é novato, Coran Salazarys? – questionou Nathan com sarcasmo.

- Por favor, me chame de Monkey. – rio inocente. – Sim, sou novo aqui mas meu tio já foi um concluinte, por isso sei tantas coisas.

- E que cor nós, novatos, teremos? – Nathan pareceu receoso para Monkey.

- Amarelo, deveria saber disso, que cor mandou seu alfaiate fazer? – perguntou preocupado.

- De novo essa conversa de alfaiate? Já falei, não sou filho de Coran, sou de uma pequena família Patriw do sul da ponte e não mandei fazer meu fardamento por que nem se quer sabia que deveria usar um. – ele trancou os dentes e ficou sério com o olhar fixo no palco do auditório.

- Calma amigo, não precisa se envergonhar por ser de uma pequena família.

- Não estou envergonhado, Sr. Monkey, tenho orgulho de minha família. – Nathan cruzou os braços e olhou de relance ao redor. – Só sinto que a cada momento que eu passo aqui, tenho mais certeza de que não deveria ter vindo.

Monkey se calou, não entendia os motivos do garoto estar tão irritado, mas viu que o melhor seria não instiga-lo naquele momento. Após todos os estudantes sentarem, oito pessoas subiram ao palco, quatro homens e quatro mulheres, sete tomaram assento enquanto um homem foi até o púlpito. Ele gesticulou para que as portas fossem fechadas e arrumou os papeis que trazia, era alto, forte e de cabeça raspada, usava pequenos óculos e tinha uma aparência firme, porém simpática.

- Bom dia a todos, é com um enorme prazer que as dou boas-vindas a todos vocês, concluintes e novatos. – expressou, arrumando em seguida o microfone preso ao púlpito. – Para aqueles que estão ingressando agora e não me conhecem, eu sou o Moustre em táticas, Rouma, nos encontraremos em breve nas salas. Mas não estou aqui para falar de mim, nesta cerimônia de abertura quero que vocês, novatos, conheçam o Instituto Novo Amanhecer, o colégio que mudará a sua visão de mundo e os trará para a realidade.

- O que ele quis dizer com visão de mundo? – sussurrou Nathan para Monkey, mas ele se fez que não ouviu. - Ei, Monkey, sei que esse é um colégio para filhos de Coran's e do Mox, mas há outros na cidade, por que você veio estudar aqui?

- O que? – ele olhava atento para o discurso do Moustre.

- Por que veio pra cá? – insistiu Nathan.

- Quero me tornar mais forte. – respondeu com um sorriso.

Uma garota sentada a frente deles, com mechas no cabelo em cor azul-escuro pediu silêncio e se voltou ao Moustre, Nathan então se calou, mas a resposta dada por Monkey o fez se questionar em como uma criança da idade deles poderiam ficar mais fortes em um colégio? Se referir a inteligência seria mais sensato do que a força.

- Há seis séculos passados, houve o que todos chamamos de A Grande Guerra e nela lutaram vários guerreiros em busca da liberdade do povo e em defesa de nossa paz. No fim somente sete guerreiros foram capazes de sobreviver. – dizia o Moustre e sete quadros grandes surgiram atrás do dele com a pintura do rosto dos guerreiros. – Zygriff, Duplo Corte. Kalldorf, A Lâmina Maior. Melyne, Olhos do Fim. Baygror, O Cinzento. Alanys, A Mistica. Kayus, Lanceiro e Lyns, Invocadora de Mil Lâminas. Os Sete Lendários, como ficaram conhecidos na história após A Grande Guerra, fundaram uma instituição para treinar e formar novos guerreiro, ensinando todas as suas habilidades e técnicas que conheciam, para que no futuro eles pudessem lutar pela paz novamente. Hoje, esta instituição é conhecida como Novo Amanhecer.

- É pior do que eu temia. – Nathan sussurrava os pensamentos. – Esse é realmente um colégio militar. Tenho que sair daqui.

- Esses guerreiros que aqui se formam recebem o título de Septo. – continuava o Moustre Rouma enquanto um novo quadro surgia acima dos Sete Lendários. Era de um indivíduo com a cabeça envolta em um capuz branco e usando uma máscara de mesma cor com a abertura para os olhos finas e negras. – Hoje, todos os novatos farão o juramento de nunca, jamais contar a ninguém sobre o que verão e aprenderão daqui para frente. O novo mundo que vocês conhecerão, nenhum outro habitante conhece senão aqueles que são ou já foram um Septo.

Nathan olhou para Monkey, que sorria com os olhos brilhantes e fixos nos quadros. Todos os que estavam ali agiam como se fosse normal para eles, o que foi irreal para Nathan, que olhava para os lados, com a respiração profunda e angustiante, buscando uma saída.

- Para aqueles que não se acharem dignos ou mesmo aptos para ser um Septo, desistam agora e saiam desta instituição. – Nathan se levantou no mesmo instante e todos os novatos próximos e mesmo os Moustres o olharam com reprovação, mas sem se importar ele caminhou até a porta do auditório e quando a abriu ouviu o Moustre dizer. – Porém, saibam que após passarem pelo grande portão da muralha esquecerão tudo que viram e ouviram neste auditório.

Nathan parou por um segundo, duvidou de sua decisão, mas mesmo assim saiu, desceu as escadas murmurando por I'Fidden tê-lo colocado naquele lugar e por tudo mais que havia sentido e o que aconteceu desde então. Quando chegou ao salão da recepção esbarrou-se em uma lixeira, o que chamou a atenção da recepcionista, que ficou mais surpresa ainda em ter visto um novato descendo as escadas.

- Está tudo bem, posso ajudar em algo?

- Não, obrigado. Tudo que quero está além daquele grande portão. – respondeu bruscamente.

Quando saiu pela porta o brilho do sol embaraçou sua vista por um momento, ele parou e esfregou os olhos e quando os abria foi puxado para longe da vista da porta.

- Ei, cuidado! – expressou ele quando notou três garotos que sorriam com malícia. – Quem são vocês?

Como resposta ele recebe um soco no rosto e cai de bruços no chão, sentia como se tivesse apanhado de um adulto, mas os vendo imaginou que seriam mais velhos que ele em no máximo dois anos.

- Vamos, levem-no para a sombra da árvore. – disse o que lhe acertara, socando a própria mão. – Não podemos deixar que nos vejam.

Todos os três usavam os cabelos penteados para cima, o que o socou tinha os cabelos negros escuros, imaginou que seria da Província Sul, o que segurava o seu braço esquerdo tinha os cabelos em cor amadeirada e o da direita havia pintado os cabelos de vermelho com madeixas laranjas.

- Esperem, o que estão fazendo? – questionou Nathan, assustado, enquanto o arrastavam para a árvore em que Bounce estava preso.

- Calma novato, não vamos matá-lo! – disse o que lhe batera. – Só viemos lhe dar as boas-vindas. – ele levantou a cabeça de Nathan o segurando pelos cabelos e o socou no estômago.

- Seja bem-vindo a Instituto Novo Amanhecer.


Notas Finais


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