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História Alma Sombria - Sapte


Escrita por: Dinny_Ives

Notas do Autor


Oi gente, pois é demorei. Tive alguns problemas com a minha inspiração. Mas vocês devem estar pensando "Jenifer como assim? A fic está ainda no início!" Mas antes que me atirem pedras :) descobri que a melhor coisa nesses momentos é escrever em um caderno do que digitar no PC.
Espero que gostem desse capítulo, pois a partir de agora as coisas só irão piorar, mas de uma maneira boa, se é que me entendem :D
Boa leitura *--*

Capítulo 7 - Sapte


Fanfic / Fanfiction Alma Sombria - Sapte

- Puxa, agora já sei porque você ficou daquele jeito perto da garota, a Roxana. – Kevin falou soltando o ar pela boca em forma de bico, parecendo bem perturbado. Ele segurava o volante do Jeep com as duas mãos tensas. Dirigiam de volta, para a Universidade à mais ou menos 10 minutos. – E aquele cara? Por que ele me bateu? Nossa ele era louco e talvez doente, tão pálido...

Adabeth não prestava atenção no que Kevin falava, só conseguia ficar pensando e lembrando da presença perversa de Cassiel e o quanto sentira-se amedrontada ao saber que Roxana também era vampira. Porque isso estava acontecendo com ela?

- Ada você está bem? – Perguntou Kevin finalmente olhando para o rosto dela, um misto de preocupação e curiosidade abalava suas feições.

- Hmm? Sim, estou. Desculpe, mas do que estava falando? – Disse ela sentindo-se culpada por não ouvi-lo.

- Não, eu que te peço desculpas por ficar falando destas coisas para você. A festa deveria ter sido divertida e aquele drogado estragou tudo, principalmente nosso beijo. – Ele dizia calmamente, mostrando certo pesar em suas palavras, mas ao mesmo tempo mostrando que não estava aborrecido de verdade.

Adabeth o observou com ternura, Kevin era uma pessoa tão amável, mas por sua culpa ele quase morrera, algo que ainda poderia acontecer se permanecesse em sua vida, talvez a única solução seja afastar-se dele.

Ela sentiu uma pequena pontada em sua cabeça. Não estava mais tão leviana quanto na festa. Não sentia-se tão tonta ou engraçada. Acreditava que conforme o tempo passava, mais coerentes seus pensamentos estavam e também, graças a mordida de Cassiel, grande parte do álcool em seu sangue havia saído, o que explicava a sua rápida recuperação com a lucidez.

Mas ainda assim sentia-se cansada, não conseguia raciocinar direito devido a isso. Só queria chegar em seu quarto, tomar um bom banho e capotar em sua cama. Não gostaria ter que resolver as coisas agora com Kevin.

- Ele estragou mesmo. – Concordou ela, tentando sorrir para conforta-lo de que estava tudo bem.

Os olhos do garoto brilharam com alegria renovada ao perceber que Adabeth estava tranquila com o assunto.

- Sabe, nós poderíamos reparar isso, tomando um sorvete amanhã à tarde, próximo ao museu contemporâneo, o que acha? – Kevin lhe perguntou entusiasmado. Ela podia notar o talento que Kevin tinha com as pessoas. Com apenas aquela pergunta, ele conseguira deixar o ambiente ao seu redor amistoso, esquecendo dos ocorridos da festa.

Ele queria uma resposta, mas Adabeth não queria ter de lidar com decisões naquele momento. Observou o rosto sorridente dele e percebeu que a bochecha direita estava avermelhada, iniciando um tom roxo. Era o lado que Cassiel esbofeteara. Ela entristeceu-se, culpa dela. Consequentemente lembrou do ódio que o vampiro sentira por Kevin.

Adabeth sabia que se ele perguntasse no outro dia, ela aceitaria o convite para sair. Torcia para que ele não voltasse a tocar no assunto. Ela tinha de se afastar dele. “Droga! Recém o conheci. O primeiro cara legal de minha vida e terei de rejeitá-lo. Maldito vampiro!”

- Então Kevin... Eu ainda não consegui arrumar todos meus pertences no quarto. Sinto muito, mas não poderei ir. – Adabeth disse um pouco sem jeito. Odiava dizer “não” para as pessoas.

- Ah entendo, pois é, ainda bem que você lembrou-me disso. Também tenho que terminar de desempacotar algumas coisas. Deixa pra outra hora então. – Ele não ficara chateado. Estava até sorrindo tranquilamente.

Adabeth começara a refletir o quanto a vida era injusta enquanto movia todo seu cabelo para um único lado do ombro para sentir-se mais confortável.

Kevin lhe observava discretamente. Como gostaria de sair com ela, sair mesmo, como em um encontro. Sentiu-se tentado a conhece-la desde o primeiro momento que a vira entrar correndo no bloco de artes da Universidade. Mentira para ela agora, sobre seu quarto apenas para não deixa-la  desconfortável, vira a expressão no rosto dela, algo a incomodava. Ele esperava não ter sido precipitado em suas atitudes, principalmente com o beijo. Não queria avançar tão rapidamente, o beijo aconteceu daquela forma porque havia se passado na bebida. Ela parecia ter gostado, mas agora estava até cautelosa. “Talvez eu tenha me precipitado ou ela pode estar cansada demais com tudo que aconteceu e...”

Kevin parou seu raciocínio de imediato ao notar algo no pescoço dela.

- Meu Deus! – Ele disse arregalando os olhos, freiou o carro no mesmo instante. Estavam quase chegando a Universidade.

- O que houve?! – Adabeth ficou alarmada olhando para todas as direções, esperando ver Cassiel novamente, mas não enxergou nada suspeito.

- O seu pescoço... – Kevin arfou em um quase sussurro preocupado.

Ela levou sua mão até o local e congelou de dor. “A mordida!” Havia algo úmido e viscoso, ao afastar a mão viu que era sangue.

- Foi ele, não é? – Kevin perguntou  sério, seus lábios formavam uma linha reta. A seriedade tornando-se em aborrecimento.

Adabeth temia que ele desconfiasse ou descobrisse a verdade por trás de Cassiel.

- Sim, mas era apenas um drogado, foi tudo tão rápido que nem notei. – Ela disse nervosa, mas tentando acalmar-se a si e a Kevin.

- Nós precisamos ir a um hospital e você precisa denuncia-lo! Vamos, eu te levo. – Ele havia dado a meia volta com o carro retornando para o centro da cidade. Sua expressão era rígida.

- Kevin não! – Adabeth falou desesperada. – Quero apenas ir para meu quarto!

- Por Deus Adabeth! O homem lhe mordeu! E não foi uma mordidinha, está horrível! Precisamos denuncia-lo! – Kevin parou o carro apenas para encara-la furioso. Precisava ver com os próprios olhos que Adabeth não estava ficando louca, não podia acreditar no que ela dizia.

- Não! Por favor! Os policiais vão notificar meus pais, e eles me farão ir embora para casa! – Adabeth quase o suplicou. Era verdade, seus pais já eram superprotetores sem necessidade, se soubessem algo dessa magnitude, ela poderia dizer adeus ao seu sonho de se formar.

Kevin ainda a observava rígido, estava pesando sua escolha, relutava por fazer a coisa certa. Adabeth estava machucada e isso o enfurecia. O cara que fizera isso com ela, estava a solta e poderia repetir o ato com outras pessoas. Em contra partida, ele não queria que Adabeth fosse embora e muito menos que ficasse chateada com ele por aborrecer seus pais. Talvez eles não retornassem mais a ver o imbecil drogado.

- Puta merda. – Ele sussurrou frustrado. – Ok, vou te levar de volta a republica, mas te juro que se eu voltar a vê-lo, quebrarei a cara dele. – Kevin realmente ficara aborrecido com o ocorrido.

“Se ele realmente soubesse o que acontecera...” No entanto estava grata por ele se preocupar com ela.

 

Kevin estacionou o Jeep na frente da Republica Feminina.

- Aqui estamos nós. – Disse ele mais calmo, suas feições suaves.

- Obrigada Kevin. – Adabeth disse abrindo a porta do Jeep. – Olha lamento de verdade por não poder ir amanhã.

Kevin sorriu radiante.

- Não se preocupe, haverá outras oportunidades. – Ele falou ligando o carro novamente. – Boa noite.

- Boa noite. – Ela disse observando-o partir para longe. “Duvido que haja mais oportunidades.” Ela pensou abrindo a porta da republica.

Subia as escadas no corredor indo para o andar de seu quarto. Não via a hora de descansar e... “Oh merda!” Não poderia dormir, não queria encontra-lo nessa noite. Ele a atormentaria novamente.

Adabeth recordava vivamente da lembrança de Cassiel. Aquilo havia sido algo muito estranho. Mas ela temia a conversa que a tal criadora, Saoirse, tivera com ele.

“Nascida e não transformada.” As palavras repetiam-se na mente dela. Adabeth não era vampira e pelo o que saiba, muito menos sua família. Saoirse também dissera que o destino de Cassiel e o de Adabeth estavam interligados. Mas porque? Uma coisa era certa, ele queria transforma-la.

Com este último pensamento Adabeth soltou o ar de seus pulmões e em seguida um gemido de reclamação fazendo careta, começou a se arrastar para o banheiro.

 

Dessa vez não estava atrasada. Mas em compensação, a dor de cabeça era de matar, claro que já havia tomado analgésicos, remédios para o fígado e para o estômago. Prometera que de agora em diante, nunca mais beberia novamente, não nascera para isso. Não dormira o resto da noite, seu corpo só estava em pé graças ao café preto que tomara e o energético que tirara de uma daquelas máquinas de refrigerante no corredor da republica.

Adabeth vestia uma regata preta e um saião vermelho escuro comprido. Usava uma gargantilha colada na pele como as que os góticos usavam, apenas para tapar a marca de sua mordida. Lembrava ainda do susto que levara ao ver a marca diante do espelho. Não era nem um pouco parecida com as dos filmes e nem de longe eram dois furinhos. Era uma mordida mesmo, aparecia as marcas de todos os dentes, mas as dos incisivos laterais e das presas, eram mais profundas que as outras. Ela teve de limpar muito bem para não infeccionar e fazer um pequeno curativo com anti-inflamatórios.

Prendeu o cabelo em um coque que deixava as pontas soltas e espetadas para todas as direções. Pôs suas sandálias rasteiras, pegou sua bolsa mochila e antes que saísse pela porta, deu uma olhada em seu reflexo no espelho.

Havia feito uma maquiagem forte para que ninguém percebesse sua cara abatida, afinal não dormira e ainda por cima perdera um bocado de sangue. Provavelmente sem a maquiagem estaria muito pálida e com olheiras, aí sim poderiam chama-la de vampira.

Passara pó branco no rosto, os olhos ela contornara de preto e os sombreara também de preto por toda sua extensão, os lábios pintara da cor bombom. Certo, parecia uma gótica, mas não deu muita importância.

Andava pelo campus tranquilamente, aproveitando a manhã abafada. Quando começou a perceber o burburinho agitado e incomum das pessoas. Ela ouvia cochichos e perguntava-se se o motivo daquilo tudo era sua roupa. Mas ao notar melhor as pessoas que cochichavam vinham de uma única direção, a grande maioria tinha o rosto espantado.

A curiosidade a encheu por dentro e resolveu ir naquela direção. O grupo de pessoas crescia cada vez mais conforme Adabeth se aproximava, todas inquietas. Então o agregamento de pessoas estava tão grande que ela tinha que empurrar e pedir licença para passar. Andava cada vez mais rápido, pressentia algo de errado. Queria alcançar o centro da multidão, onde havia mais pessoas, mas também algo d qual eles rondavam.

Estava perto, muito perto, então uma cabeça com cabelos vermelhos a alguns metros a sua frente chamou sua atenção. Sabia que era Kevin. Adabeth lhe encostou o braço. Ele virou-se vagarosamente na direção de Adabeth, sua pele estava pálida, seus olhos muito abertos com lágrimas acumuladas ali, seus lábios levemente afastados.

O coração de Adabeth bateu forte apenas uma vez por presenciar o terror na expressão facial do rapaz. Ele olhava agora para o chão, o tal lugar que todos rodeavam e que Adabeth queria tanto ver.

Adabeth seguiu o olhar de Kevin sem entender e então seus olhos arregalaram-se freneticamente, as lágrimas vieram sem esforços, ela estava horrorizada.

Amber, amiga de Kevin que divertira Adabeth na festa, estava deitada no chão em um ângulo impossivel, como uma boneca com movimentos grosseiros. Seus olhos azuis estavam arregalados e vidrados em algo que não estava mais lá. Seus cabelos loiros agora soltos, espalhados no chão. Seus lábios abertos em um grito mudo. Sua pele bronzeada, agora pálida e cheia de marcas de mordidas por toda sua extensão. No entanto, Adabeth não conseguia tirar os olhos da garganta dilacerada da moça por onde escorria e escorrera sangue em abundancia. Uma poça gigante do liquido vermelho encontrava-se abaixo do corpo de Amber, atingia até seus cabelos claros os manchando. Mas a pior parte era o pescoço quebrado que fazia a cabeça ficar virada ao contrário, o rosto virado para as costas enquanto o corpo todo estava para a frente.

Adabeth estava enjoada, seu estômago protestava contra aquela visão grotesca. A essa altura podia ouvir as sirenes da polícia e da ambulância. Ela voltou seu olhar aterrorizado para Kevin. Ele fixava seus olhos no pescoço de Adabeth e ela já sabia o porque. “Maldição!”

- São iguais a sua. – Kevin disse com a voz desolada e profundamente melancólica. O olhar dele demonstrava mágoa.

“Minha culpa.” Adabeth pensou ao mesmo tempo em que suas lágrimas chegaram ao chão. 


Notas Finais


Então galera o que estão achando? comentem! ^ ^

PS.: Queria também avisar que irei atualizar a fic uma vez por semana ou de 4 em 4 dias, pois tenho que voltar a atualizar urgentemente as outras que também escrevo. Espero que possam me entender.

Bjão gente!


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