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História Almas Nuas - Cada um tem um fardo para carregar


Escrita por: arielethereal

Notas do Autor


Perdoem a demora, estava enrolada aqui por conta de provas e concursos (e também bloqueio mental não é legal pra ninguém né mores?). Mas tomem esse capítulo. Desculpa se eu alternei entre partes depressivas e partes polêmicas, eu sigo o ritmo das músicas.

Capítulo 2 - Cada um tem um fardo para carregar


- Bom dia, Kasper. Já soube da palestra? – ela respondeu, sem dar muita importância à piadinha dele.
    - Já, e como sei que você ama política, esse vai ser o tema.
    - Obrigada por perguntar se eu concordo com tal escolha. 
    - Por nada. Podemos nos encontrar depois da escola na minha casa? – Kasper perguntou, dando um sorriso sínico pela reação de Ariel.
    - Na sua casa? Saímos para um restaurante e quase caímos na porrada, quem dirá na sua casa.
   - Se não quiser na minha, pode ser na sua mesmo. 
   - Qual é a tara de um visitar a casa do outro? – ela perguntou na esperança que Kasper fosse minimamente educado e sugerisse outro lugar.
   - Na sua casa ou na minha? – ele respondeu, sorrindo do nervosismo de sua colega.
   - Cacete... Na sua.
   - Esteja lá às 17 horas. Tchau, até mais.
   Ela ficou na sala dos professores por bastante tempo. Deveria estar corrigindo suas provas, mas estava formulando possíveis respostas para opiniões disfarçadas de preconceitos de Kasper. Certamente entraria em pauta assuntos como femismo, feminismo e machismo; aborto; religião e homossexualidade. Ficou por mais de 4 horas na sala fazendo vários e vários relatórios. Em sua visão, cada um estava melhor do que o outro, só faltava complementos orais, mas isso ela resolvia, sempre falou bem. Mas sabia que, na visão de Kasper, estariam todos vitimistas e “esquerdistas demais”. Ainda assim, tinha esperanças de que fosse mudar o pensamento dele em relação a tudo, ou quase tudo.
   Já marcava 14 horas em seu relógio e ainda se encontrava na mesma sala, fazendo os mesmos relatórios e pesquisas adicionais como forma de provar o seu ponto de vista. Ela até ficaria mais tempo, mas precisava comer e se arrumar para uma tarde inteira de monólogos. Despediu-se de todos os funcionários, quando foi barrada pela coordenadora.
   - Você já corrigiu as provas? Vou lançar as notas hoje. – perguntou a coordenadora como se fosse fácil corrigir mais de 60 provas em 4 horas.
   - Vou corrigir em casa, juro que te mando por e-mail até às 20 horas. 
   - Não esqueça.

[...]


   Ariel chegou na porta da casa de Kasper e ouviu a voz dele em tom alto, como se estivesse brigando com alguém. Chutaria ser ele e a mãe, já que a relação de ambos não era exemplar, mas só ouvia a voz de Kasper e respostas breves e baixas de outro homem. Ficou parada na porta decidindo o que iria fazer, se iria embora e ligasse depois falando que passou mal, se entrava como se fosse da família, ou se fazia a linha educada e simplesmente batesse à porta. Mas decidiu ficar apenas escutando a briga. Se tratava, basicamente, de Kasper chamando o outro indivíduo de sequelado e retardado.
    Tais ofensas deixaram Ariel pasma e enojada de seu colega de trabalho. Pelo bem do “Outro Indivíduo” e de seus ouvidos, resolveu tocar à campainha, nesse momento, todos as ofensas e gritos de Kasper cessaram.
   - Você está parada aqui a muito tempo? – perguntou Kasper, receoso de que ela tivesse ouvido alguma coisa.
   - Acabei de chegar. 
   - Ouviu alguma coisa?
   - Ouvi o quê? – ela respondeu, praticamente se fingindo de desentendida.
   - Enfim... Tire os calçados para entrar na minha casa.
   Adentrando à casa de Kasper, sentiu-se maravilhada! Tinha duas estantes cheias de livros... “Irônico o fato dele ter incontáveis livros e pensar desse jeito” – pensou Ariel, tentando conter a alegria por estar rodeada de livros. Havia uma terceira presença, um homem, máximo de 25 anos, relativamente alto e magro. 
   - Esse é meu irmão mais novo. Chama-se JaeBum  – disse Kasper amargamente, olhando com ódio para seu irmão. – Ignore-o.
   - Prazer em conhecê-lo. 
   Ariel até cogitou em perguntar o porquê da aversão de Kasper a JaeBum, mas seria antiético de sua parte fazê-la na frente do mesmo. Mas não podia deixar de notar a tristeza sucumbida no mais novo, era bem visível, por mais simpático que ele tentasse parecer.
   - Podemos fazer o trabalho no meu escritório. Lá é melhor.
   Ambos seguiram até o escritório, a fim de terminar o mais rápido possível a palestra. Apesar de tudo, foi um dia bom para ela... Até agora. Soube que seu colega de trabalho tem vários anjos literários e tem a oportunidade de convertê-lo a um pensamento menos conservador e respeitador; soube que ele tem um irmão mais novo e também que, aparentemente, ambos têm paixão por gatos.
   - Posso te fazer uma pergunta pessoal? – ela perguntou.
   - Depende da pergunta.
   - Por que a grosseria com seu irmão?
   - Ele é sequelado. Tem depressão que, pra mim, é uma frescura e retardo mental.
   - Tá, e só por isso ele merece ser tratado com repúdio e ojeriza? Como se fosse um pedaço de merda?
   - Ele é um pedaço de merda. 
   Ela sabia que um simples debate não resolveria tal questão afinal, não era formada no assunto. Depois dessa, acho que qualquer um teria nojo de Kasper, não respeitava nem o próprio irmão, que tinha doenças sérias e necessitava de um tratamento urgente. Mas, para evitar mais discussões, ela apenas sussurrou um leve “então tá” e mudou para o assunto que realmente os interessava: política.

 

 

 


Notas Finais


É isso gente, prometo que o próximo capítulo será longo (longo mesmo). Qualquer erro me avisem. Obrigada aos que leram <3


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