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História Almas Trigêmeas - Showboys (parte 2)


Escrita por: jord73

Notas do Autor


Bem, a conclusão do caso. Desculpem a demora, mas meu computador deu pau e estava no conserto.

Espero que gostem. A música é Rhythm is a dancer, de Snap e o link está nas notas.

Capítulo 15 - Showboys (parte 2)


Fanfic / Fanfiction Almas Trigêmeas - Showboys (parte 2)

Anteriormente:

– Você... quer mais? Olha, foi muito bom, mas... eu preciso de um tempo pra me recuperar.

– Estou satisfeita nessa parte, mas agora eu tenho que satisfazer outro tipo de apetite.

Nisso, aquela maravilhosa mulher se transformou num ser monstruoso com um rosto feminino e seios, mas cheio de penas por todo o corpo, grandes asas, uma crista marrom no alto da cabeça, olhos marrons, orelhas pontudas, garras nas mãos e dentes afiados.

Sidney deu um pavoroso grito. A horrível criatura se debruçou violenta sobre ele com grande força e começou a atacá-lo.

(...)

– Pelo o que você me disse... deve ser uma harpia.

– Uma harpia? Tipo, aquelas com asas e garras?

– Isso. Eu acho até... que pode se tratar da mesma harpia que eu cheguei a perseguir, mas não consegui matar.

– Você... não conseguiu matar um monstro? – Vic estava incrédula.

– Ora, menina, ninguém é infalível… e nem o único caso em que falhei. Foi há muitos anos, nos meus primeiros tempos como caçador. Eu persegui uma harpia numa cidade mais ou menos perto aí de Las Vegas.

– Certo. Que mais precisamos saber?

– Elas hibernam por um período de trinta anos. Depois, elas têm que se alimentar de, pelo menos, quatro homens antes de voltarem ao próximo período de hibernação.

– Por que homens?

– Elas precisam copular. Você sabe... em algumas culturas e religiões o sexo é considerado uma espécie de energia renovadora. E o falo masculino na Grécia antiga era o símbolo da fertilidade. Por isso, que após transarem com a vítima, elas devoram seus órgãos genitais, além dos braços e das pernas. Mas elas adoram apreciar a comida antes de partir para o ataque, deve ser por isso a escolha de um clube de strippers masculinos.

– E como matamos uma harpia?

– Essa parte é mais fácil. Pode ser com qualquer objeto cortante feito de bronze. Mas você só pode matar uma harpia de duas maneiras: se ela estiver copulando ou se for pelas mãos de um homem muito apaixonado.

(...)

– E com vocês a nova sensação do clube: o nosso estreante da noite, Dean Winchester como Indiana Jones.

Ao ouvir o nome de seu colega, Vic se esqueceu da estranha mulher que procurava e seus olhos se voltaram para o palco.

Uma música ecoou enquanto Dean entrava fantasiado do lendário aventureiro.

Capítulo 14

 Showboys (2ª parte) - Final

As luzes no clube piscavam e rodavam, destacando na pista a figura de Dean. A música embalava o ambiente e enlouquecia as mulheres. Dean apanhou o chicote pendurado na calça e rodopiou-o no ar com postura de homem destemido. Vic, que ficou tensa por alguns instantes ao ver o Winchester dar sua entrada, achou graça, mas prendeu o riso.

 

Rhythm is a dancer

O ritmo está na dança

 It's a soul's companion

É um companheiro da alma

 You can feel it everywhere

Você pode senti-lo em toda parte

Depois de se exibir com o chicote, o caçador o jogou para o lado. Deu alguns passos a frente como se fosse o próprio Indiana. As mulheres vibravam sem parar. Ele enterrou o chapéu mais na testa e começou a rebolar num ritmo frenético. Nessa hora, Victoria não conteve a gargalhada.

Lift your hands and voices

Levantem suas mãos e vozes

 Free your mind and join us

Liberte sua mente e junte-se a nós

You can feel it in the air

Você pode senti-lo no ar

Dean empinou a bunda para trás, colocou os dois braços no alto da cabeça e acelerou o ritmo de seu rebolado. A mulherada queria avançar no Winchester para tocá-lo! Mas nem mesmo aquilo impediu Victoria de encostar-se à parede de tanto que ria.

Ooh, it's a passion

Ooh, é uma paixão 

Ooh, you can feel it in the air...

Ooh, você pode senti-lo no ar... 

Ooh, it's a passion

Ooh, é uma paixão 

Ooh, ooh, ooh, oh

Dean parou um instante para apanhar o chapéu e também jogá-lo em qualquer canto da pista. Deu alguns pulinhos em sequência para frente com a pélvis para frente. Meu Deus, que era aquilo? Vic colocou a as mãos na barriga.

Rhythm is a dancer

O ritmo está na dança 

It's a soul's companion

É um companheiro da alma 

You can feel it everywhere

Você pode senti-lo em toda parte

Algumas mulheres sentadas à mesa perto de Victoria olharam feio para ela, tal o volume de suas risadas, porém a caçadora não conseguia se conter. Já a mulherada próxima à pista de dança não prestava atenção aos risos de Collins, entretanto, o Winchester sim escutou o som dos risos e, num átimo, virou a cabeça na direção em que vinham.

Lift your hands and voices

Levantem suas mãos e vozes 

Free your mind and join us

Liberte sua mente e junte-se a nós 

You can feel it in the air

Você pode senti-lo no ar

Ele parou por segundos a dança e ficou constrangido ao ver que a única que não estava nada impressionada com seu desempenho era justamente a mulher a quem queria conquistar. Ao contrário, ela se divertia às suas custas.

Ooh, it's a passion

Ooh, é uma paixão 

Ooh, you can feel it in the air...

Ooh, você pode senti-lo no ar... 

Ooh, it's a passion

Ooh, é uma paixão 

Ooh, ooh, ooh, oh

 

As mulheres chamaram sua atenção gritando seu nome e palavras como “Lindo!”, “Tesão!”, “Gostoso!”, “Rebola mais!” e aumentavam as palmas. Ele sorriu meio sem graça e voltou a dançar, mas dando menos ênfase ao rebolado. Voltou seu olhar para Vic. Ela continuava a rir, embora estivesse se acalmando aos poucos. Aquilo o irritou. Pois bem! Mostraria para ela quem ri por último.

Rhythm...

O ritmo... 

You can feel it…

Você pode senti-lo...

You can feel it…

Você pode senti-lo...

Rhythm...

O ritmo...

Rhythm is a dancer

O ritmo está na dança

Vic percebeu o olhar do loiro se prender nela. Queimava. Um arrepio percorreu o corpo de Collins e, de repente, ela já não ria. O Winchester sorriu de modo enigmático.

Rhythm...

O ritmo... 

You can feel it…

Você pode senti-lo...

You can feel it…

Você pode senti-lo...

Rhythm...

O ritmo...

Rhythm is a dancer

O ritmo está na dança

Sem perder o contato visual com Victoria, o moço começou a tirar a jaqueta que vestia num ritmo nem lento, nem rápido, mas num modo sensual e que demonstrava que se despia ali somente para Collins. Jogou a vestimenta de lado. E foi desabotoando a camisa da mesma maneira. Logo estava com o peito nu com destaque para a tatuagem do lado esquerdo de seu peito. A caçadora começou a transpirar; seu olhar estava como que hipnotizado pelo de Dean e por seu corpo.

Let the rhythm ride you, guide you

Deixe o ritmo viajar em você, guiar você 

Sneak inside you, set your mind to

Introduzir-se dentro de você, para definir sua mente 

Move to it's pulsation, bass vibration, synth sensation

Mexa-se nessa pulsação, grave vibração, sinta a sensação 

Pause, it's not in place, see

Pausa, não está no lugar, veja 

Mind and body must be free to...

Mente e corpo devem ser livres para... 

Please take it all in...

Por favor, tome tudo isso em... 

Nothing to lose, everything to

Nada a perder, tudo a 

Win, but it controls you

Ganhar, mas ele controla você 

Holds you, molds you, back to older

Detém você, molda você, volta para o mais antigo

Ele correu as mãos sobre a própria região peitoral imaginando que eram as mãos de Collins. Transmitiu isso em seu olhar. A caçadora parecia captar aquelas sensações. A luxúria pairava entre eles só com a comunicação entre seus olhos.

New, touch it, taste it

Novo, toque-o, experimente-o 

Free your soul and let it face you

Liberte sua alma e deixe sua face 

Got the beat what you wanna

Tenho a batida que você quer 

If the groove don't get ya the rifle's gonna

Se não conseguir o encaixe você perde o rifle 

I'm serious as cancer when I say: "Rhythm is a dancer"

Sou sério como câncer quando eu digo: "O ritmo está na dança"

Dean pousou uma das mãos em seu membro por cima da calça e fez um movimento contínuo de balançar sua pélvis para frente e para trás, só que dessa vez de maneira cadenciada, sensual, como se estivesse conduzindo seu corpo dentro dela. As mãos de Collins suaram.

O Winchester desceu as mãos até suas botas e tirou cada uma sem dificuldade. Em seguida, suas mãos foram até a calça e desceram o zíper. Nessa hora, Vic deu uma leve mordida no lábio sem perceber. O loiro esboçou um sorriso safado.

Rhythm is a dancer

O ritmo está na dança 

It's a soul's companion

É um companheiro da alma 

You can feel it everywhere

Você pode senti-lo em toda parte

Ele desceu as calças e exibiu seu belo corpo; ficou só de cueca. As mulheres estavam loucas! Mas nenhuma tanto quanto Vic, embora ela não externasse, porém, Dean sabia do efeito que provocava nela. A caçadora apertou as mãos meio que esfregando as unhas nas palmas.

Lift your hands and voices

Levantem suas mãos e vozes 

Free your mind and join us

Liberte sua mente e junte-se a nós 

You can feel it in the air

Você pode senti-lo no ar

Dean foi até a barra que havia na parte mais larga da pista. Embora olhasse vez ou outra para a mulherada, não perdia Collins de vista.

Ooh, it's a passion

Ooh, é uma paixão 

Ooh, you can feel it in the air...

Ooh, você pode senti-lo no ar... 

Ooh, it's a passion

Ooh, é uma paixão 

Ooh, ooh, ooh, oh

Agarrou a barra e deslizou até embaixo com as mãos sobre ela, como se tocasse num corpo de mulher. Era essa sensação que procurava transmitir na troca de olhares com Victoria. Ela envolveu os próprios ombros com ambos os braços com uma sensação crescente de calor que a arrepiava.

Rhythm...

O ritmo... 

You can feel it…

Você pode senti-lo...

You can feel it…

Você pode senti-lo...

Rhythm...

O ritmo...

Rhythm is a dancer

O ritmo está na dança

Dean se dirigiu a um canto da pista e abaixou o corpo até o chão. Permitiu que algumas clientes colocassem notas de dinheiro nas beiradas da cueca boxer brilhante que vestia. Algumas mais ousadas alisaram o peito dele. Só nesse momento, ele desviou seu olhar de Vic, mas estava com um sorriso superior e sacana. Collins estreitou os olhos.

Rhythm...

O ritmo...

 

You can feel it…

Você pode senti-lo...

You can feel it…

Você pode senti-lo...

Rhythm...

O ritmo...

Rhythm is a dancer

O ritmo está na dança

A música acabou e Dean se levantou rápido. Algumas mulheres, que não tiveram oportunidade de tocar seu lindo corpo, protestaram. O Wincehster procurou Victoria com os olhos, mas não a encontrou. Aquilo o preocupou. Será que tinha exagerado na dose? O público bateu palmas pela sua atuação. Ele agradeceu com sorrisos, jogou beijos e saiu correndo da pista.

– 0 –

Quem aquele Winchester achava que era?

Collins esmurrou a parede do banheiro feminino onde entrou. Por pouco não quebra o espelho diante de si. A raiva tomava conta ao ver aquele monte de vagabundas tocando em Dean! Precisava explodir!

E estava com raiva por se sentir tão incomodada, tão enciumada daquele filho da mãe! Que ódio! Só de lembrar o sorriso superior do sacana ao perceber o efeito que tinha sobre ela, dava-lhe nos nervos! Maldito fosse!

Abriu a torneira e lavou o rosto com a água. Aquele peito másculo com aquela tatuagem contra possessão! Aqueles braços fortes! Aquelas pernas de atleta! E aquela bunda!

Deus, como estava excitada! Se Dean entrasse por aquela porta àquela hora, Vic seria capaz de se jogar sobre ele e agarrá-lo, mandando à merda todo seu autocontrole e dignidade.

A culpa era toda sua. Não tinha nada que ficar espiando a exibição do safado. Aliás, o que ela foi fazer ali mesmo no interior do clube?

Ah, sim! Estava procurando a estranha mulher vestida dos pés à cabeça. Isso que dava se render às emoções e sensações! Esquecia-se de fazer o seu trabalho!

Bem, ia se concentrar em procurar a estranha. E que Dean Winchester fosse para o inferno de novo de onde nunca devia ter saído!

Victoria saiu do sanitário feminino. Por reflexo, olhou para a pista onde momentos antes o loiro dançou. Ótimo! Nem sinal dele. Era outro stripper que se exibia para as desvairadas.

A raiva e a excitação começaram a voltar a nublar sua mente. Antes que seus pensamentos se concentrassem no loiro, Victoria tentou procurar seu alvo.

Entretanto, quando se virou, trombou com o garçom.

– Desculpe, eu... – Vic perdeu a fala ao ver com quem havia topado.

Era Sam. E estava vestido apenas de gravata borboleta ... e cueca boxer. Pelo impacto, Victoria colocou as mãos em seu peito.

– Sam... – falou num fio de voz. Seu olhar estava preso no dele. Suas mãos tremiam.

– Er... oi, Vic... – ele também falou num fio de voz. E com as mãos de Collins em seu peito, aquela eletricidade era mais intensa. A pele formigava. E ardia.

Silêncio. A respiração de ambos acelerou; mal conseguiam tragar o ar. O pequeno espaço entre eles estava sufocante demais. Eles se olhavam e olhavam para a boca um do outro. Estavam presos numa espécie de embriaguez, algo que os impedia de raciocinar que já deviam ter se afastado após o baque. As mãos de Sam tocavam de leve a cintura de Collins.

– Por que você... está vestido assim? – Vic tentava não olhar para baixo, embora sua visão periférica captasse a quase nudez do homem.

– É assim... que os garçons daqui trabalham. – respondeu meio constrangido

– Garçons... strippers?

– É... por assim dizer – tentou sorrir, mas engoliu em seco

Seu olhar se prendeu no de Collins. Deveria estar com vergonha pela situação – e estava – mas, ao mesmo tempo, a atmosfera do momento o envolvia. Collins inspirava à sexualidade, à luxúria, sem ter intenção de fazê-lo. Ela era capaz de enlouquecê-lo apenas com um simples olhar, um simples toque e as mãos dela em seu peito despertavam nele seus desejos mais primitivos. Victoria também se deixou captar por aquele olhar de Sam. E mirava a boca dele. Nunca viu um homem com uma boca tão bonita! Vic mordeu os próprios lábios. Sam apertou mais ainda a cintura dela, fazendo-a suspirar.

– Ei, garçom! Dá pra parar de namorar e trazer o meu pedido? – uma mulher mal-humorada e com cara de maracujá azedo reclamou

– Ah... desculpe – Sam virou a cabeça em direção à cliente – Seu pedido já vai sair –voltou-se para Collins e, com relutância, distanciou seu corpo do dela aos poucos – Desculpe... eu tenho que ir.

– Tá... – estava trêmula.

Ficaram alguns instantes se encarando até que ele esboçou um leve sorriso constrangido e afastou-se. Assim que o Winchester saiu, Collins ferveu de novo.

Tinha que ir no banheiro outra vez!

– 0 –

Depois de mais um turno no Eye of the Tiger, altas horas da madrugada, David ia embora. Estava parado sozinho no ponto de ônibus e escutou uma voz suave e melodiosa:

– Oi, gato. Quer me fazer companhia pra esta noite?

– 0 –

Entraram no apartamento emprestado por Robin. Era um duplex com a decoração num estilo moderno e elegante.

Victoria subia as escadas sem sequer dar boa noite aos seus companheiros.

– Vic? – Sam a chamou quando ela estava no meio dos degraus

– O que foi? – ela respondeu ríspida.

– É que... você está estranha com a gente desde que saímos do clube.

Vic olhou para Sam. Ainda se lembrava do choque com ele, de suas mãos em seu peito... e do clima que pairou entre eles. Desviou os olhos extremamente embaraçada.

– Não é nada, Sam. Eu só estou... muito cansada. E também meio frustrada porque não conseguimos até agora achar a harpia.

– É só isso mesmo? – inquiriu Dean

Collins o encarou. No olhar do Winchester mais velho, ela não via mais aquele ar de satisfação ou mesmo de deboche que ele sustentou ao se exibir na pista. Ele parecia... preocupado.

– É só. Boa noite – terminou de subir.

– Boa noite – disseram ambos.

Dean coçou a cabeça. De fato, estava preocupado. Será que bancou o idiota com aquele seu joguinho de sedução? Não havia como negar que funcionou, mas meio que quis troçar do efeito que provocou nela. E se Vic passasse a ignorá-lo de novo por causa disso?

– Muito bem, Dean, o que você aprontou pra Vic? – Sam se virou pra ele

– Quê?

– É isso mesmo o que você ouviu. O que você aprontou?

– Ah, então quer dizer que sempre que a Vic ficar estranha, a culpa vai ser minha?

– Não se faça de besta. Eu te conheço, você tira qualquer um do sério.

– Ah, é. Pois eu também notei que ela não quis puxar nenhuma conversa com você. Se o problema fosse só eu, ela estaria estranha só comigo. Então eu é que pergunto: o que você aprontou?

– Er... nada. – Sam ruborizou. - Jamais faria nada que a chateasse

Não fizera nada realmente, apenas quase se deixou levar por seus instintos. Mesmo assim, temia que houvesse assustado Collins com o que aconteceu no clube, a “trombada” entre eles.

– Eu muito menos – garantiu Dean.

– Ótimo. Então... vou dormir.

– É... eu também.

E subiram a escada calados até o quarto; encaravam-se como se um quisesse acusar o outro pela reação de Victoria, embora cada qual suspeitasse que era o responsável

– 0 -

Robin telefonou para uma cansada Collins que havia passado uma noite mal dormida devido aos seus dilemas com os Winchesters.

– David morreu! Meu David, um dos favoritos do clube está morto! E vocês não moveram uma palha para impedir isso! – berrou o homem no ouvido de Victoria – Venham já aqui agora!

Péssima ideia de Robin ligar para Victoria, acordá-la e falar-lhe como quem se acha com autoridade. Ainda mais com o humor que ela estava.

– Escute aqui, Sr. Kevin Smith... – ela começou a falar no mesmo tom

– Já disse que é Rob...

– Uma ova! E vou me dirigir a você da maneira que me der na telha! Nunca mais se atreva a me ligar de manhã pra berrar no meu ouvido. Meu ouvido não é pinico. E se o senhor se lembra, estávamos ocupados em te ajudar com seu “negocinho” de strippers. Tentamos ficar de olhos abertos! Mas a gente também não é infalível! Ficamos cansados pelo trabalho e como não aconteceu nada de especial à noite, achamos que a harpia não atacou. E outra: não sou obrigada a ir até aí na hora que vossa majestade ordenar. Ouviu bem?

Robin ficou em silêncio do outro lado da linha. O tom de Collins o assustou.

– Be... bem – ele disse mais calmo e temeroso – Foi... mal. Mas... é que eu perdi mais um dos meus garotos e foi um choque pra mim. Não... tem como vocês virem agora pra cá? – fez uma pausa. Suspirou – Por favor...

Vic também se acalmou.

– Está melhor assim. Podemos ir, mas vou tomar meu café primeiro e falarei com os rapazes. Assim que der, estaremos aí.

– Mas...

– E é só. Passe bem – ela desligou.

– 0 -

Ela contou a conversa que teve com Robin pelo telefone assim que os rapazes chegaram na cozinha pra tomar café. Ainda estavam constrangidos em se falarem, mas disfarçavam.

– Droga! Logo o David? – exclamou Dean – Aquele era um bom sujeito.

Os três se aprontaram e foram até o clube. Encontraram Robin no escritório mais uma vez bastante agitado. Entretanto, ele se conteve por causa de Collins. Definitivamente, aquela mulher assustava qualquer um quando queria.

– Pois é... O David acabou igual aos outros. Usado, mutilado... e morto – disse em tom lamurioso – Vocês... têm certeza que é mesmo uma harpia que está atacando?

– Sim. – respondeu Victoria após um suspiro de impaciência

– Oh, Deus! E esse monstro misturado entre minhas clientes e atacando meus rapazes!

– Não se preocupe, vamos redobrar nossa vigilância. Dean vai continuar agindo como stripper e vigiar os outros – disse a caçadora com uma nota de desgosto em sua voz – Sam também vai continuar como garçom. E eu... no caixa.

– Vocês suspeitam de alguma mulher?

– Ontem vi uma mulher toda coberta dos pés à cabeça. Até os olhos ela escondia com uns óculos de fundo de garrafa. Só que eu... a perdi de vista. Já tinha visto ela também na noite que chegamos aqui.

Collins teve a ligeira impressão de que Robin ficou apreensivo ao ser mencionada a estranha figura, porém, ele apenas disse:

– Ahm... OK... Certo. Er... mais alguém?

– Por hora não. Mas ficaremos mais atentos hoje à noite.

– Certo. Podem se retirar – disse com um gesto de dispensa, mas ao ver a expressão irritada de Vic, o empresário consertou – Quer dizer, vão descansar um pouco... vocês merecem... pra de noite estarem bem dispostos.

– 0 –

Vic estava de volta à bilheteria do clube. E muito inquieta, mas não era por causa de nenhuma harpia ou qualquer outro ser sobrenatural. Era por causa de dois homens comuns de carne e osso.

Mentira. Comum não era uma palavra que pudesse designar os Winchesters. Eles podiam ser tudo, menos comuns, caso contrário, não seriam capazes de perturbar sua sanidade.

Estava meio que evitando ficar na presença deles. Os dois até questionaram se haviam feito alguma coisa, mas ela negava. Dizia que estava apenas tensa por causa do caso. Claro que não os convenceu, porém, não insistiram.

A verdade é que Vic estava com medo. E raiva também, não propriamente deles, mas de si mesma. Aquilo a incomodava bastante; durante muito tempo, conseguiu manter o controle de suas emoções. E aqueles homens, aqueles dois simplesmente estavam fazendo com que ela perdesse as rédeas. E a assustava. Invadia sua zona de conforto, que com tanto empenho construiu em torno de si.

Droga! Pare de pensar nesses dois, Victoria. Concentre sua mente.

Ela se forçou a focar seus pensamentos no lugar onde estava. A mulher coberta ainda não tinha dado as caras.

O plano deles em matar a fera não era dos melhores; implicava em descobrir a mulher estonteante, vê-la com um dos strippers, segui-los com cuidado e dar um jeito em atingir o monstro com uma lança de bronze no exato momento em que ela estivesse copulando com sua vítima. Todos os seus movimentos requeriam precisão. E muita sorte.

Victoria só revelou essa instrução para seus colegas. Por um estranho motivo que ela não entendia, não contou sobre a outra possibilidade, a de um homem apaixonado matar a fera. Talvez porque nunca se poderia saber quem realmente tinha tal sentimento.

Suspirou.

– Tensa? – perguntou Sue

– É... um pouco.

– Imagino. Mudar os horários do nosso relógio biológico no começo é desgastante. A gente estranha. Eu, por exemplo, só fui me acostumar depois de cinco dias.

– É, é isso mesmo – Vic concordou com ela, embora não fosse esse o motivo de sua tensão – Você está aqui... há quantos dias mesmo?

– Tem quase duas semanas.

A caçadora assentiu. Súbito, da janelinha da bilheteria, vislumbrou a mulher coberta que naquele exato momento entregava seu bilhete ao porteiro.

– Ah, Sue... eu preciso ir só um momento ao banheiro.

– Tudo bem. Eu cuido daqui.

Victoria correu para a porta. Dessa vez, não perderia a mulher de vista.

– 0 –

Sam estava no depósito do clube para apanhar mais bebidas no freezer.

Victoria, Victoria.

Ela o estava evitando. E ele sabia a razão. Aquele pequeno interlúdio entre eles na noite passada. Vic estava com medo. Bem, não era só aquilo, havia também todos aqueles dias de aproximação entre eles e suas investidas nela.

Será que devia conversar com ela a respeito? Ou devia dar um pouco mais de espaço? Lidar com Vic requeria um cuidado maior em se tratando de questões sentimentais. Não queria afastá-la dele por um impulso ansioso.

Às vezes pensava em ser mais direto e revelar a ela suas intenções de um relacionamento sério. OK, era um pouco careta e talvez fora de moda um homem pedir uma mulher em namoro sem nem terem “ficado” nenhuma vez, porém, Sam costumava ser assim.

No seu primeiro encontro com Jess, assim que se beijaram, ele já foi revelando o quanto queria firmar uma relação com ela. Também tinha sido dessa forma com outras duas moças com quem se relacionou. Só não duraram mais do que três meses esses namoros de adolescente por causa da vida nômade e de perigos que tinha com o pai e o irmão.

Há muito que ele não sabia o que era aquela sensação de borboletas em seu estômago. Também estava de celibato há oito meses. A última mulher com quem teve relações sexuais foi a doutora Cara Roberts, que o ajudou no caso da sereia. Depois dela, não dormiu com mais ninguém, nem mesmo com Ruby com quem transou várias vezes antes para compensar sua carência e dor por Dean estar no inferno.

E ele queria tudo com Victoria. Um romance intenso, com direito a flores, bombons, muitos encontros... e sexo. E até mesmo encarar um Bobby contrariado e ciumento e ter sua aprovação para namorar sua sobrinha. Um namoro do qual Singer se declarou contra a possibilidade de ocorrer.

Mergulhado em seus pensamentos, Sam alçou distraído a vista para a janela à sua frente e viu uma mulher parada do lado de fora. Uma mulher linda e loira que o encarava com intensidade. Ela estava nos fundos do clube.

Sam não pensou em mais nada. Nem mesmo em Vic. E nem parou para refletir que aquela podia ser a harpia que tanto procuravam.

Como se estivesse hipnotizado, ele largou o que estava fazendo, vestiu-se rápido com as suas roupas que estavam penduradas ali mesmo e saiu para encontrar com a loira.

– 0 –

Collins tentou localizar a mulher dentro do clube, porém, ela não estava. Raios! Como alguém desaparecia assim? Só se ela realmente fosse uma harpia. Rápida e mortal.

Alguém estava se apresentando no show de strip-tease. Vic nem levantou o olhar com medo de ser Dean e presenciar aquela visão perturbadora outra vez. Se bem que só de lembrar, já lhe causava arrepios.

– Vic – ouviu a voz rouca do caçador perto de si.

Era só falar no diabo que ele aparecia. Ele estava perto dela apenas com uma mesa entre eles. E vestido.

– Dean... – sussurrou tentando manter a voz firme

– O que você faz aqui?

Collins notou que havia outra interrogação implícita atrás da pergunta. Na verdade, ele queria saber se ela estava ali para ver mais uma performance dele. Um imperceptível sorriso malicioso no rosto de Dean revelava a insinuação.

Estreitou os olhos, porém, manteve a firmeza na voz:

– Vi aquela mulher toda vestida de que falei entrar aqui outra vez, mas... não a acho em parte alguma.

O caçador assentiu.

– E você? O que faz aqui? Não devia estar no camarim vigiando seus colegas?

– Pedi pra me apresentar por último. E decidi... dar uma espiada por aqui pra ver se achava essa mulher.

– E você a viu?

Ele balançou a cabeça para os lados.

– Não vamos ficar aqui parados, né? Me ajude a procurá-la. Se ela não está aqui, onde pode estar?

– Dá uma olhada no banheiro feminino que vou olhar no masculino. Se a gente não achar nada, vamos nos encontrar aqui.

– E se eu ver que a mulher é a harpia?

– Atire, ora.

– Ah, tá. Pra todo mundo escutar e entrar em pânico?

– Melhor do que deixarmos ela escapar e fazer sua provável última vítima – o Winchester já foi se encaminhando ao banheiro.

– OK – concordou Victoria e foi verificar o local destinado a ela.

– 0 –

– Oi – disse Sam para a loira, deslumbrado com sua beleza.

– Oi. Estou sozinha. Gostaria de me fazer companhia? – perguntou numa voz sensual enquanto seus braços alcançavam os ombros do Winchester.

Alguma coisa na mente de Sam tentou alertá-lo de que aquilo não estava bem. Uma lembrança de Victoria lhe contando algo. Uma informação muito importante que deveria se lembrar. A beleza extraordinária da mulher e sua sensualidade fez a lembrança sumir, até mesmo a figura de Victoria.

– Por que não? – foi a resposta de Sam

– 0 –

Dean e Vic haviam percorrido todos os cantos da discoteca. Só faltavam o depósito de bebidas nos fundos e o escritório de Robin. Decidiram ir primeiro no local de trabalho do empresário.

O Winchester tentou abrir a maçaneta, mas estava trancada.

– Droga! – praguejou ele

– Dean, está escutando? – Vic chamou a atenção do loiro

Ouviam-se gemidos vindos de dentro do recinto.

Os dois se entreolharam. Será que a harpia estava atacando... Robin?

Sem pensar, o Winchester jogou todo o corpo sobre a porta e arrombou-a.

– Ahhhhh!

Uma mulher de longos cabelos pretos e de meia-idade havia gritado. Ela estava só de sutiã e calcinha e agarrada... com o Robin. Ele estava somente de cuecas.

Os dois olhavam constrangidos para os caçadores.

– Como vocês se atrevem a entrar assim dessa maneira!? – berrou o empresário tratando de pegar as roupas para se vestir assim como sua companheira.

– Desculpe, Robin, é que nos vimos aquela mulher... – Vic parou de se explicar ao ver que a tal senhora estava se cobrindo com as roupas com que viu a estranha entrar – Ela que é a mulher coberta?

– Pra mim chega, Robin! – exclamou a senhora antes que o homem respondesse – Nunca mais apareço aqui! Se quiser realizar suas fantasias comigo, que seja em outro lugar!

– Espere, Susan! Não vá!

Entretanto, a mulher não deu ouvidos e saiu irritada do escritório tão logo terminou de se vestir.

– Susan! Susan! – foi até a porta, mas ela já havia ido. Voltou-se irado para Vic e Dean – Satisfeitos com o que fizeram?

– Ei, espera um momento aí! Você pega mulheres? – perguntou Dean espantado

– E... qual o problema?

– Seu filho da puta! – Dean o encostou na parede – Você se finge de gay?

– É... é, me finjo sim. Como você acha que cheguei onde estou? O mundo do entretenimento é um lugar onde os gays têm muita voz!

– E você teve coragem de pegar no meu traseiro? – o loiro estava a ponto de bater em Robin – Uma coisa é um cara ser gay e dar de cima de mim... eu posso até tolerar. Mas não tolero que um cara se finja de gay pro meu lado e se atreva a tocar na minha bunda.

– Dean, pare com isso... – disse Vic com tédio – Deixa pra lá. Já vimos que foi alarme falso. A tal mulher não passa de amante dele.

– Shhh! Cuidado com o que diz – Robin pôs o dedo na boca e livrou-se do aperto de Dean – Ela não é só minha amante, é... minha patrocinadora de longos anos.

– E por que ela se cobre toda pra vir aqui?

– Ela é casada com uma figura pública, um alto político. Não pode ser vista de cara limpa em qualquer lugar. E espero que não saiam por aí comentando com ninguém.

Dean e Vic se entreolharam e reviraram os olhos.

– Senhor Robin! Senhor Robin! – o gerente do clube entrou às pressas no escritório.

– O que é? – perguntou ele com impaciência terminando de abotoar a camisa.

– Estamos com dois problemas. É que as duas moças da bilheteria não estão mais lá – parou ao ver Victoria – O que você está fazendo aqui? – esbravejou – Que ideia é essa de abandonar seu posto?

Antes que Collins replicasse, Robin respondeu:

– Fui eu que a chamei aqui... pra alguns assuntos urgentes. Você disse que a outra moça não está lá?

– Isso. Ela sumiu de repente tem uns quinze minutos. E o garçom novato que o senhor contratou também.

– Como? Sam sumiu? – indagou Collins preocupada.

– Sem avisar ninguém.

Aquilo era meio preocupante. Sam não era de sair assim sem explicação. De repente, algo estalou na mente de Victoria. Sue também havia sumido e fazia pouco tempo que ela trabalhava no clube, pouco antes das mortes das três vítimas.

Não, aquela não era uma simples coincidência.

– Dean, rápido! – gritou e correu em direção à porta – Sam está em perigo!

– 0 –

Abriram com estrondo a porta do quarto aos beijos. As mãos de Sam agarravam com propriedade as nádegas e o busto da loira. Fechou a porta com o pé sem se preocupar em trancá-la.

A mulher enlaçava Sam pelo pescoço nu e mordia-o na orelha. Com uma ânsia incontida, ela o jogou sobre a cama e sentou-se sobre a virilha dele. Arrancou a blusa dele e arranhou com força o peitoral. Ele urrou e não se aguentando, virou seus corpos rapidamente, com o dele sobre o dela. Sam lambeu e mordeu toda a extensão do pescoço da mulher que gemia.

Não se contendo mais, o Winchester rasgou o vestido da loira, revelando os seios. Tomou um deles com a boca, fazendo a mulher arquear o corpo. Enquanto Sam se detinha naquela parte, seus pensamentos começaram a se debater. A princípio, tentou ignorá-los, porém, se intensificaram.

Aquilo não era certo. Ele não queria estar ali, não com aquela mulher! Mas droga! Era homem! Estava sem sexo há meses! Só que não era ela quem ele queria. A loira podia ser a mulher mais linda do mundo, mas... não era Victoria.

O último pensamento fê-lo parar de súbito o que estava fazendo nos seios da mulher. Levantou o olhar para observá-la. Seus olhos se arregalaram com o que viu.

– 0 –

Dean e Vic chegaram ao motel mais próximo do clube. Foram no Impala preto.

Apesar de as três vítimas terem sido encontradas mortas em suas moradias, Collins deduziu que devido a Sam não estar de carro, não devia ter ido ao apartamento em que estavam hospedados.

Embora não fosse muito longe, a harpia, ou melhor, Sue devia estar ansiosa em fazer sua última vítima antes de sumir em definitivo. Vic esperava que sua intuição estivesse certa mais uma vez.

Não pretendiam, é claro, usar Sam como isca para tentar matar o monstro. Feririam a harpia e capturá-la-iam para depois achar um meio de destruí-la. Só de imaginar Sam copulando com. aquela coisa, Vic se sentia mal... e muito furiosa.

Dean e ela saíram do carro e o Winchester abriu o porta-malas. Tirou de lá de dentro, entre uma infinidade de armas, três arpões de bronze que haviam adquirido graças aos contatos de Robin com algum antiquário.

– Pegue, eu levo esses dois – Dean entregou um dos objetos para ela - Vou entregar um para o Sam... se der.

– Espero que Sam esteja bem – a apreensão tomava conta da caçadora.

– Claro que ele está. É um Winchester. – afirmou com determinação e fechou o porta-malas.

– 0 –

Sam via a harpia na sua forma verdadeira. Ele pulou para fora da cama, correu para uma cômoda e jogou um vaso que estava em cima na cabeça da criatura. Esta soltou um grito horripilante e, na mesma hora, ficou de pé sobre as duas patas com as garras. Olhava para Sam, pronta para o bote.

Estava indefeso, sem uma única arma. E maldizia-se por isso. Como pôde se deixar levar por aquele monstro, ciente de tudo o que Bobby havia relatado?

Sam estava sendo injusto consigo mesmo. A harpia, tal como as míticas sereias, encantava os homens e ludibriava seus sentidos. Porém, o feitiço sobre ele não durou muito devido ao sentimento por Collins. Foi o que o salvou até aquele momento.

A harpia avançou, mas o caçador se desviou a tempo graças aos seus reflexos. E, rapidamente, virou a cama contra a fera, como uma barreira. Inútil expediente, posto que o monstro partisse o móvel ao meio com um só golpe.

Sam estava encurralado num canto da parede a poucos centímetros da janela. Podia tentar sair por ela, entretanto, duvidava que, com a rapidez da harpia, ele conseguisse.

Engoliu em seco. Estava perdido.

Quando a harpia ia avançar, Dean arrombou a porta atraindo a atenção do monstro.

– Sam!

– Dean, cuidado!

Porém, a fera já saltava sobre o loiro. Este jogou uma das lanças no monstro, mas errou pelo ataque surpresa. Foi derrubado e bateu a cabeça no chão.

– Dean! – Collins gritou

Lançou o arpão sobre a harpia. O monstro soltou um urro de dor. A arma tinha provocado uma ferida enorme em seu peito, mas não foi capaz de matá-la. Apenas sob as condições que Bobby indicou.
A fera se voltou contra a caçadora; ia matá-la. Collins teve uma ideia absurda, mas não custava experimentar:

– Sue, não faça isso. Somos... colegas.

Por um momento, a criatura hesitou, entretanto, soltou uma gargalhada de gelar o coração.

– Adivinhou que era eu, hein? – ela falou numa voz grossa sem perder de vista a caçadora – Quem desconfiaria que uma pessoa tão insignificante pudesse ser ao mesmo tempo tão linda e tão assustadora? Consegui enganar vocês, mas vocês nunca conseguiram me enganar. Posso sentir o cheiro de um caçador a quilômetros... e eu adoro o gosto. É mais... saboroso.

– Não precisa terminar assim... – Vic tentou convencê-la sem sucesso.

– Precisa... e vai terminar.

A fera se preparou para saltar na jugular de Collins e matá-la num só golpe. Súbito, uma lança trespassou a harpia na altura do coração. Ela soltou um urro terrível e logo se desfez em cinzas. Sam a havia matado.

– Ai, ai – Dean gemia de dor e colocou a mão na cabeça no lugar em que thavia batido. Ele se sentou.

– Você está bem, Dean? – Sam se abaixou e colocou a mão num dos ombros do irmão.

– Depois que eu tomar um analgésico, te respondo.

– E com você, Vic? – ele se virou para Collins.

– Sim – respondeu ela

Seu coração disparava, mas não era pelo fato de quase ter sido morta por um monstro. Era pela certeza do sentimento que via nos olhos de Sam.

Ele estava apaixonado por ela.

– 0 –

–Tudo está bem quando acaba bem – comentou Robin

Ele foi chamado pelos caçadores para resolver um problema com o dono do motel que exigiu que pagassem pelo quarto parcialmente destruído onde Sam esteve com a harpia. O homem ameaçou chamar a polícia achando que eles fossem vândalos. Felizmente, Robin com sua influência, resolveu tudo.

– Já que terminamos nosso serviço aqui, vamos pegar estrada – declarou Collins

– Não, faço questão de que passem mais uma noite no apartamento. Está muito tarde para vocês viajarem.

– Obrigada. Então... boa noite.

– Esperem! – disse ele – Me prometam que não vão divulgar sobre... o que vocês viram aqui na minha sala. Não é só minha reputação que está em jogo.

– Pode deixar. Não vamos contar pra ninguém que você só está interpretando um papel – tornou Dean com sarcasmo – Aliás, melhor do que o verdadeiro Robin Williams na Gaiola das Loucas.

– Er... ótimo – disse constrangido – E deem lembranças minhas para o Bobby.

– 0 –

– Dá pra acreditar nesse cara? Como é que o Bobby conseguiu trabalhar com um tipo assim? – Dean fazia sua aposta numa máquina.

Apesar de ser de madrugada, convenceu Sam e Victoria de jogarem num local de caça-níqueis, pois logo pela manhã partiriam.

– Talvez por isso mesmo. Por ele ser bem convincente em enganar as pessoas – Vic também fazia sua jogada. Estava entre Sam e Dean.

– Só uma coisa que eu não entendo. O Bobby não disse que a harpia só podia ser morta se estivesse trepando num cara? Por que ela morreu quando o Sam a feriu?

– Ah... Sei lá... Pode ser que... talvez funcionasse com a presa que ela estivesse interessada – Victoria não tirou os olhos de sua máquina – O importante que tudo acabou.

Dean pareceu achar a explicação aceitável; já Sam olhou de lado para Collins com uma expressão nada convencida. Ela o sentiu, mas continuou de olho em seu jogo.

– Há-há! E o papai acerta mais uma rodada! – exclamou Dean. Era a terceira vez que ganhava. Notou que Vic também tinha ganho mais uma vez no caça-níqueis – Ei, Vic, você também é uma jogadora de mão cheia!

– É, eu adoro um desafio e jogos pra mim são muito estimulantes.

– Mais uma coisa que temos em comum – insinuou ele, porém, Collins nem respondeu.

– Hum, Sam, você não dá mesmo pra isso – Dean mal disfarçava sua satisfação em ver o fracasso do irmão

– Tudo bem. Azar no jogo, mas... sorte no amor – disse Sam com serenidade ao inverter o ditado e olhar com intensidade para Victoria.


Notas Finais


Eis o link da música:

http://www.youtube.com/watch?v=JYIaWeVL1JM

Espero que vcs tenham se divertido tanto quanto eu ao escrever. Ah! E no próximo capítulo... sai um BEIJO. E como lhes prometi vai ser AQUELE BEIJO. Com Dean ou com Sam? Ah, isso vcs vão ter que aguardar para saber.
E o capítulo retomará um dos episódios da série. Adivinha qual? Bom, uma dica: um personagem muito engraçado que já apareceu em outras temporadas vai voltar pra atormentar Dean e Sam... e vai sobrar também para Vic. Adivinharam? Se não, confiram no próximo capítulo.

Até a próxima.


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