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História Almas Trigêmeas - Otelo (parte 2)


Escrita por: jord73

Notas do Autor


Olá, pessoal! Voltei após uma eternidade! Sei que deveria ter postado esse capítulo há dois meses, mas novamente surgiram coisas para resolver.

Bem, não deu pra terminar este caso neste capítulo conforme planejei, já estava muito grande. Só daqui a dois capítulos pelo que estou vendo.

E conforme avisei, tem hentai (duas cenas). Portanto, quem fica constrangido é melhor pular essas partes. E pra quem adora, bom procurei detalhar e caprichar o máximo que pude sem ser muito chulo.

Enfim, divirtam-se!

Capítulo 34 - Otelo (parte 2)


Fanfic / Fanfiction Almas Trigêmeas - Otelo (parte 2)

Anteriormente:

– O que há com você e Dean? – perguntou Ellen enquanto caminhava com Sam – Foi difícil não notar como as coisas andam ruins para vocês dois.

Sam não respondeu. Ellen continuou:

– Está difícil, não é? Vocês andam brigando por alguma garota?

(...)

Victoria parou no meio do cruzamento dos dois caminhos. Olhou para os dois lados: à direita, vinha o Loirão, e à esquerda, o Gigante. Ainda estavam longe, porém, ambos a viram também. Vic olhava ora para um, ora para outro com um crescente terror. Estava abismada! Aquilo era simplesmente inadmissível! Os dois... juntos! Não poderiam aparecer ali! Eles nunca apareciam juntos nos sonhos dela. Por que desta vez aquilo acontecia? Olhou para a muralha à sua frente, pois não tinha mais coragem de encará-los. Um medo tomou conta da moça, uma espécie de aflição que lhe fez ter a sensação de algo que já havia ocorrido antes e que ela não queria que acontecesse novamente.

(...)

E se aproximou do moreno colocando os braços em torno do seu pescoço. Deu-lhe um beijo para provocar o loiro e mostrar o quanto estava satisfeita com seu Gigante. O moreno não pôde evitar corresponder tal foi a surpresa. Porém, desvencilhou-se rapidamente antes daquele beijo se aprofundar ao ver o outro Winchester cruzar os braços com expressão assassina.

– Vic, olha, isso não tá certo... - o moreno parecia constrangido e tentava se explicar

– Sam, não dê ideia pro seu irmão. Ele que está sobrando aqui - voltou-se vitoriosa para o loiro - Se está incomodado, então se retire. Sam e eu queremos ter uma manhã cheia de paixão e você está nos atrapalhando.

– Eu iria, Victoria, com muito gosto se você fosse qualquer outra mulher - o loiro respondeu com um sorriso forçado - Só que tem dois pequenos detalhes. Primeiro: você não é qualquer outra mulher, é minha namorada. E segundo: esse aí não é o Sam, quer dizer, eu. Esse aí é o Dean.

(...)

Sam olhou de Meg para Dean com certa confusão. O loiro tentou explicar:

– Olhe, Sam, juro que não aconteceu nada...

– Não, apenas um beijo que você não resistiu em me dar. Ou melhor, na Victoria. – provocou a demônio. Os olhos do loiro queriam saltar das órbitas sobre ela. Sam engoliu em seco. - Você sabia que seu irmão está apaixonado por sua namorada?

(...)

– Certo – Sam se levantou e apontou o dedo para ele – Mas esta já é a segunda vez que você beija a minha namorada. Sei que não foi... por sua iniciativa. Mas se fizer isso de uma próxima vez seja por engano ou qualquer outro motivo, eu juro que quebro a sua cara.

(...)

– Ca... cara... você é louco... – disse quase sem fôlego

– Da próxima vez que olhar pra minha mulher daquela forma, eu te mato – disse num tom baixo e raivoso imprensando o rosto do sujeito entre as mãos. O homem arregalou os olhos. Teve a certeza que Sam não blefava. – E acho melhor você não contar para ninguém sobre a nossa conversa. Isso acabaria chegando aos ouvidos de sua acompanhante e ela, imagino, ficaria muito zangada. E acho que você também não vai querer me ver zangado.

Ele largou o sujeito que permaneceu paralisado com as costas na parede. Sam deu alguns passos para trás antes de se virar e sair. Foi um custo para ele não acabar ali mesmo com aquele homem que representava uma ameaça à sua relação com Victoria.

Ninguém tiraria Vic dele. Ninguém.

Capítulo 33

Otelo (2ª parte)

O chalé era bem aconchegante e agradável, apesar da simplicidade dos móveis e da decoração. Era composto por uma sala com chaminé, um quarto de casal, um único banheiro e uma minicozinha.

– Obrigada – disse Vic ao funcionário que havia trazido as malas.

Ele acenou com a cabeça e saiu. Ela deu uma boa olhada nos cômodos do chalé. O lugar a agradava.

Voltou para a sala e encostou o corpo de lado no arco da entrada entre a sala e o minúsculo corredor que se ligava ao quarto. Olhou para as malas, mas não se animava a desfazê-las ainda. Depois, olhou para a lareira, sem enxergá-la de fato. Suspirou. Queria conversar com Sam de uma vez e esclarecer as coisas.

Mal teve esse pensamento, ele entrou no chalé. Os olhos dele brilharam ao vê-la encostada no arco. Reparou em sua postura reflexiva.
 

– Em que pensava? – indagou com meio sorriso um pouco intrigado.

– Em que mais? Em você. – ela também sorriu

– Ainda bem – retrucou. Vic teve impressão de notar certo alívio na voz dele. Sam lhe dirigiu um olhar malicioso e foi se aproximando. - Sabe que você está muito sexy nessa posição?

– Sam... – ela soltou um curto riso e cruzou os braços – Você está tão estranho hoje... quer dizer, não só hoje, mas.... está diferente do que estava antes... – ela não sabia o que dizer. Estava confusa com a mudança drástica de seu comportamento. Se não o conhecesse, diria que Sam era bipolar.

Ele a interrompeu tomando seu rosto entre as mãos. Ela se arrepiou com seu toque. Sempre se arrepiava.

– Sam... olha... precisamos conversar – ela tentava manter o foco – Você me prometeu que me explicaria a sua atitude comigo nesses dias em que ficou livre... – parou de falar assim que ele deslizou as mãos para seu pescoço, aproximou a boca e mordiscou-o. Ela arfou.

– Conversamos depois... Vic – sussurrou com a voz rouca de desejo – Eu preciso de você... agora.

Subiu a boca para a dela e beijou-a intensamente como se quisesse sugar toda a sua essência. Collins não resistiu e deixou-se envolver pelos lábios dele e por sua língua quente e exigente. Os braços dela se enroscaram em seu pescoço.

Ah! Era muito bom poder sentir o corpo másculo de Sam novamente! O cheiro, o gosto dele e o contato de suas mãos.

Eles se queriam com ânsia! Os dias em que ficaram sem se tocar intensificava seu desejo. Suas mãos percorriam o corpo um do outro numa urgência por cima de suas roupas. O beijo ficava mais ardente e deixava-os sem fôlego. A respiração de ambos era forte e entrecortada.

A mão de Sam levantou a barra da saia de Victoria e agarrou suas nádegas com propriedade, alisando a textura de sua pele, sentindo a maciez enquanto sua boca voltava a mordiscar toda a extensão do pescoço. Os gemidos dela aumentaram e sua fome por ele explodiu. Agarrou as abas do terno dele, afastou-o um pouco de si e arrancou os botões da camisa por baixo da vestimenta, expondo seu peito másculo. O Winchester arfou e sorriu de satisfação. Vic deslizou as mãos sobre aquela superfície macia, apreciando o contato com os mamilos e a rigidez do abdômen. Arranhou levemente a pele fazendo-o gemer.

Ele tirou o terno e a camisa com rapidez e prensou Victoria contra a parede. Foi sua vez de arrancar com violência os botões da camisa dela e expor o sutiã preto.

Suas mãos envolveram os seios dela e apertou-os. Victoria mordeu os lábios. Em seguida, ele abaixou o bojo que cobria os mamilos e agarrou com a boca um deles. Collins soltou um gritinho de prazer. Sam ficou mais excitado e sugou com vontade o seio. Depois, sua língua deslizou para o outro seio e tomou-o com a boca enquanto a mão envolvia o que tinha largado. A cabeça de Vic estava erguida, pressionada contra a parede e seu rosto se contorcia de prazer. Sam conseguia enlouquecê-la como ninguém!

Sam queria mais! Ele precisava tê-los inteiros em sua boca. Suas mãos subiram para os ombros dela, tiraram rapidamente a camisa e o blazer que ela vestia. Collins o ajudou ansiosa para se ver livre daquelas roupas e expor-se por completo a ele. As peças foram jogadas ao chão. Vic desabotoou o fecho do sutiã e Sam deslizou as alças. O tecido caiu aos pés dela. Novamente, a boca do moço voltou a encontrar os seios de Victoria e deliciar-se neles com a língua, os dentes e as mãos. Ele adorava tocá-los, sentir a rigidez dos mamilos.

Seus lábios foram descendo pelo corpo dela, encontraram o ventre, beijaram o umbigo e migraram para a cavidade ainda coberta pela saia. Sam a retirou e, depois, os sapatos de salto alto que Victoria calçava. Deixou-a apenas de calcinha. Ele beijou a pequena peça e, com delicadeza, desceu-a. Seus sentidos se nublaram ao ver a intimidade exposta da namorada.

Vic tremeu de expectativa pelo o que ele iria fazer. Teve seu desejo satisfeito ao sentir a língua e a boca de Sam dentro dela, estimulando sua cavidade, provocando sensações únicas. As mãos dela agarradas na parede, foram para a cabeça dele e pressionou-a. Era um incentivo para que continuasse aquela deliciosa operação. Ele aumentou a intensidade dos movimentos de sua língua, subiu a mão e agarrou um dos seios, fazendo-a gemer cada vez mais forte, cada vez mais alto.

Ela começou a sentir os músculos de sua intimidade se contraírem, estava prestes a se transportar para as alturas. Porém, Sam interrompeu o que fazia e subiu os lábios e mãos pelo corpo dela até chegar em sua boca e beijá-la ardentemente. Não. Embora quisesse lhe proporcionar o máximo de prazer, ele não a deixaria ir sozinha para aquele lugar tão maravilhoso.

Em resposta, Victoria o agarrou pelos ombros, virou a ambos e empurrou-o contra a parede. Com voracidade, começou a atacar com mordidas seu pescoço, ombros e orelha, como se quisesse castigá-lo por interromper o prazer intenso que havia começado a sentir. Foi a vez dela de enlouquecê-lo ao beijar, lamber e mordiscar seu peito e envolver um dos mamilos com a boca. Sam urrou.

Vic deslizou os lábios mais para baixo e encontrou o zíper de sua calça. Abriu, desceu a roupa e tirou-a junto com os sapatos dele. A mão dela envolveu o membro dele encoberto pela cueca e fê-lo gemer alto. Estimulou-o, provocou-o, deixando-o à sua mercê. Logo, tirou a peça com lentidão. O membro dele estava rígido. Sorriu maliciosa e até orgulhosa, pois era ela que o fazia ficar daquele jeito.

Collins o fez urrar ao colocar o órgão em sua boca. A mente de Sam viajou para longe. Nenhuma mulher conseguia enlouquecê-lo tanto como Victoria. Os movimentos dela quase o transportaram para longe. Quase.

Com o resto de controle que possuía, afastou com delicadeza a cabeça de Victoria, abaixou-se, agarrou-a pelas nádegas e levantou-a de uma vez. As pernas dela envolveram seu tronco. Ela enterrou o rosto no ombro dele enquanto ele a carregava até o tapete que havia na sala defronte à lareira e mordiscava sua orelha. Abaixou-se devagar e colocou-a com suavidade no artefato. Ajoelhado, ele contemplou o corpo dela, uma bela visão para seus olhos. Não importava o número de vezes que havia olhado.

– Você é tão linda... –sussurrou quase com adoração – E é só minha.

Victoria sorriu sentindo-se quente com suas palavras. Quente e linda como só ele conseguia fazê-la se sentir.

Sam inclinou-se sobre ela e encaixou seus corpos, posicionando-se por cima.

As bocas se juntaram, suas línguas se encontraram, seus corpos se friccionavam com força e suas mãos se acariciavam sem parar. Tudo era perfeito entre eles!

A boca do Winchester e suas mãos fizeram mais um passeio pelo corpo de Victoria, não deixando de tocar nenhuma parte, nenhuma curva. Chegou a virá-la só para mordiscar suas costas e as belas e macias nádegas. Vic sentia tremores em cada centímetro seu que era tocado.

Sam a virou outra vez e sua mão encontrou a cavidade dela. Estava úmida, pronta para ele. Mas Sam estava sendo mau; ele queria torturá-la por completo. E assim o fez com os dedos, inicialmente e, depois os substituiu pela boca.

– Ah, Sam... Sam... – ela gemia por ele, chamava-o implorando para que intensificasse as carícias em sua intimidade. Queria que a aliviasse daquela agonia tão prazerosa.

Sam queria prolongar o prazer dela, mas não se aguentava mais de tanta excitação. Ele parou os movimentos em sua intimidade, sentou-se no tapete com as pernas abertas e entrelaçou-as com as dela. Puxou o tronco de Vic pelos braços e encaixou seus corpos. Os dois gemeram juntos pelo contato repentino de seus sexos.

A respiração de ambos estava cada vez mais forte e descontrolada, a temperatura corporal mais intensa. As mãos de Victoria se seguraram nos ombros de Sam e as dele em seu quadril. Ele começou a remexer seus corpos. Ela o acompanhou e foi quem deu continuidade em seus movimentos.

Ela descia e subia num ritmo cadenciado que foi se acelerando aos poucos. Descia e subia. Logo, o descontrole tomou conta de suas mentes e corpos.

Suavam. Tremiam. Gemiam.

Eram um só. Seus olhares se encontraram. Eles se pertenciam e sabiam disso.

E aquela sensação tão conhecida e, ao mesmo tempo, tão surpreendente de que o paraíso estava próximo deles invadiu seus corpos, suas mentes e suas almas.

Vic foi a primeira a chegar naquele lugar e depois voltar. Um gemido prolongado seguido de um grito indicou que a “viagem” dela havia terminado. Sam foi o próximo. Com um urro alto, ele também terminou aquela passagem.

Os dois se abraçaram ainda sentados. Ela encostou a face no ombro dele; ele mergulhou o rosto no cabelo dela. A respiração deles estava acelerada e podiam sentir o coração um do outro bater no mesmo compasso.

Ficaram sem se mexer bruscamente como se o tempo tivesse parado.

As mãos de Sam alisaram as costas de Vic e ele sussurrou baixinho mais para si do que para ela:

– Minha. Só minha. Sempre.

– 0 –

– Então você conhecia o casal... Roxanne? – Dean pronunciou o nome de sua interlocutora num ritmo lento e intencional que exprimia sensualidade como se saboreasse o nome dela

– Sim... agente – ela sibilou a palavra com o mesmo tom e mesma intenção. Era uma bela morena clara de olhos azuis com uma mecha branca entre os cabelos que lhe dava um toque exótico – E também eu conhecia o Christian, vizinho deles.

Ela passou a mão no cabelo provocando Dean. Ele inclinou o corpo para ela com seu olhar fatal e um sorriso malicioso.

– Você me parece o tipo de mulher bastante observadora e inteligente... e se me permite dizer, muito bonita... – aproximou mais ligeiramente o rosto do dela. Ela nada disse, mas mostrou uma fileira de dentes perfeitos num sorriso convencido. Dean procurou manter a postura profissional, apesar do flerte – Pode me dizer o que pode ter provocado esse surto do marido? Alguma coisa estranha que notou?

Ela desviou os olhos para baixo por um momento e franziu a testa como se lembrasse de algo.

– Olha, pelo que sei... nenhum motivo. Eu não era muito próxima a eles como os Mulder, por exemplo. – apontou uma casa vizinha – Mas eu sei que o Jerry e a Lily pareciam um casal feliz e apaixonado, como é difícil de encontrar hoje em dia.

– Certo – Dean a incentivou a continuar

– Só que o Jerry sempre me pareceu um pouco protetor demais em relação a ela, mas nada fora do normal.

– Você quer dizer... possessivo? Ciumento?

– Algo assim, mas ele nunca fez nenhuma cena. É só... mesmo a forma como ele olhava para outros caras que ficavam secando demais a Lily. Não sei por que, ela não era tão atraente assim – deu de ombros, mas não conseguiu disfarçar seu tom de despeito. Dean sorriu.

– E o amigo deles? Houve algo mesmo entre a esposa do Jerry e ele?

– A Lily e o Christian? – Roxanne deu um riso curto – Tá de brincadeira? Só se o Christian tivesse resolvido desvirar a mão.

– Peraí... Está dizendo que esse Christian era gay?

– Totalmente. Até morou com um cara aqui por um tempo. Ele era discreto, mas todo mundo já tinha sacado que eram companheiros.

– Então por que o Jerry cismou que a esposa o traía com seu melhor amigo?

– Hum... Pelo o que eu sei, Christian e Lily eram amigos desde a infância. Christian conheceu o Jerry na empresa em que trabalham, também ficaram amigos e foi ele que o apresentou a Lily. A amizade entre os três tem anos. Por isso, estamos chocados até agora com o que aconteceu. Não faz sentido.

– É, não faz mesmo – Dean coçou a cabeça.

– A não ser que no fundo o Jerry sentisse ciúmes dessa amizade mais longa que a Lily tinha com o Christian. – concluiu a moça – E vai ver que ele estivesse mal da cabeça há algum tempo e de repente... surtou. As pessoas costumam guardar coisas dentro delas que por algum motivo bobo, acabam subindo à tona e cometem besteiras... Bem, algumas, aquelas que a gente menos espera.

Dean assentiu pensativo.

– Mais alguma coisa?

– Hum... não. – ela disse meio insegura

– Tem certeza? Pode ser qualquer coisa, por mais insignificante que pareça.

– Não... Bem... É que... como te falei o Jerry sempre foi protetor com a Lily e também romântico. Mas sempre foi discreto. Só que de uns dias pra cá, ele parecia...mais ainda.

– Como assim? Alguma atitude exagerada?

– Nossa! E como! – ela disse com as sobrancelhas arqueadas – Por três vezes, ele beijou a Lily na frente de todos no portão da casa dele. Mas não um beijo suave... foi tipo aqueles beijos de quem deseja iniciar uma relação sexual... se é que você me entende.

– Claro – ele a olhou com segundas intenções. Roxanne devolveu o olhar

– Também mandou fazer serenata, carro de som... enfim, atitudes pouco habituais da personalidade dele – continuou a moça.

– Você disse que de uns dias pra cá que ele começou a ter essas atitudes... Sabe dizer, assim, quantos dias exatamente?

– Uma semana ou um pouco mais que isso.

– Quem encontrou os corpos?

– Uma faxineira que de vez em quando limpava a casa do Christian e também a casa do Jerry e da Lily.

– Ela trabalhava há muito tempo por aqui?

– Tem só uns quinze dias. Ela veio recomendada pela firma Alliance Empreendimentos. É uma firma nova na cidade responsável por recrutar profissionais da área de limpeza e manda seus funcionários trabalharem em casas ou em outras empresas se forem solicitados.

– Há quanto tempo essa firma está na cidade? – o caçador, de repente, ficou bastante interessado

– Quase uns nove meses.

Ele nada disse. Seu rosto assumiu uma atitude pensativa.

– Mais alguma coisa que queira saber? - ela interrompeu a linha de pensamento dele

– Não – balançou a cabeça. Olhou para o relógio de pulso. Eram quase nove horas da noite. Talvez devesse contatar Victoria e Sam e trocar informações. Eles deviam ter também algo para compartilhar – É o suficiente para mim.

– Tem certeza? Não deseja mais nada? – o tom de voz dela era bem sugestivo.

Dean abaixou o seu bloco de anotações e aproximou de Roxanne mais ainda. Seus corpos quase se encostavam.

Talvez não precisasse encontrar seus companheiros imediatamente. Poderiam não ter nada ainda. Afinal, não haviam mandado notícias.

– OK. Está livre agora? – abriu seu sorriso sacana

– 0 –

Sam e Vic tomavam juntos seu banho matinal.

Desde a tarde do dia anterior, eles não saíram do quarto; fizeram amor quase o tempo todo. Victoria se sentia um pouco culpada porque deveriam estar investigando os assassinatos ocorridos ali, mas estava tão bom que ela resolveu aproveitar.

Sam sempre foi carinhoso e atencioso, mas naquelas horas juntos, estava mais ainda, como se quisesse compensá-la pelos dias em que ficou distante.

Estavam com as testas encostadas deixando que a água quente caísse sobre seus corpos e os relaxasse. Então Sam se afastou uns centímetros dela só para pegar o sabonete líquido em cima da beirada da pequena janela e encher a palma da mão.

Ele passou a esfregar o sabonete em todo o corpo dela. Collins vibrou com cada toque de suas mãos. Ele se demorou propositadamente em seus seios e em sua cavidade, fazendo-a suspirar e revirar os olhos. Em seguida, virou-a e ensaboou suas costas e nádegas.

Vic sabia que ele a estava provocando, que queria enlouquecê-la. Bem, dois podiam jogar aquele jogo. Ela deixou que ele terminasse de ensaboá-la e, em seguida, também pegou a vasilha, encheu as mãos com sabonete líquido e passou a ensaboar o corpo do namorado. Rodeou-o e suas mãos começaram pelas costas dele e migraram para a bunda. Ela apertou com gosto. Adorava a bunda de Sam. Era empinada e firme. Ele sorriu.

Os movimentos dela subiram para os ombros. Ela contornou o corpo dele novamente e começou a esfregar seu peito. Sorriu com satisfação quando Sam arfou ao sentir seu toque cadenciado nos mamilos. Desceu para o abdômen firme e chegou ao membro.

Sam fechou os olhos para apreciar o toque dela, a forma como manipulava seu órgão, como “brincava” com ele. Sentiu um latejar, aquela sensação gostosa. Ela aproveitou para beijá-lo. O ritmo da língua dela em sua boca era o mesmo com que puxava seu membro.

Ele sentiu que ia à loucura, que ia perder a consciência, mas não era o que queria. Não ainda. Sem desgrudar suas bocas, agarrou os braços de Vic e virou-a de uma vez de costas para ele. Ela arfou com o movimento repentino.

Sam começou a deslizar suas mãos em sua pele enquanto a água tirava um pouco do sabão do corpo dela. Massageou o pescoço e, de vez em quando, dava beijos naquela parte. Começou a mordiscar ali enquanto suas mãos desciam para os ombros e destes para os seios.

Vic gemeu alto quando sentiu os mamilos serem apertados e beliscados pelos dedos dele. Sam demorou um bom tempo concentrando suas carícias neles. Suas mãos desceram lentamente. Ela arfou quando teve sua intimidade invadida pelos dedos dele. A mão de Collins subiu até a cabeça dele como um incentivo para que prosseguisse.

Ele intensificou a entrada e saída dos dedos sem piedade. Victoria se contorcia de prazer, arqueava suas costas no corpo dele.

– Ah, Sam.... – gemia quase sem fôlego – Sam...

Havia um tom de súplica em sua voz para que ele fosse mais rápido e mais fundo e a aliviasse daquela agonia. Sam, enlouquecido pelo prazer dela e por sua própria excitação, tirou os dedos de sua cavidade e empurrou Vic suavemente contra a parede, colocando os braços dela para que se apoiasse. Mesmo estando de costas para ele, Victoria sentiu sua cavidade sendo envolvida pelo membro dele e gemeu.

Sam estava eufórico! Possuir Victoria daquele jeito o deixava louco! E ouvir os gemidos altos dela o enlouqueciam mais ainda.

O êxtase os esmagou por completo! Quase chegaram juntos. A cabeça de Vic se apoiou na parede para aguentar o abalo que sentiu. Se Sam pretendia deixá-la mais louca por ele do que nunca, estava se saindo muito bem. O Winchester encostou seu corpo no dela e prensou-a mais na parede. Ficaram ali um bom tempo até se recuperarem.

Após o refrescante e luxurioso banho, enxugaram-se, vestiram seus roupões e foram para a sala.

Sam havia pedido por telefone o café da manhã à recepção do hotel e improvisou um piquenique no meio da sala com Victoria.

Estavam sentados no tapete de sala de frente um para o outro saboreando a refeição que consistia em croissants, pãezinhos, geleia, ovos com bacon, suco de caju, banana, uvas e morango. Sam brincava de “dar comida” na boca de Vic. Ela se divertia ao mesmo tempo em que se excitava. Estava adorando todos aqueles mimos.

– Olha o aviãozinho – disse o Winchester rodopiando um morango com os dedos antes de depositá-lo na boca de Victoria. Ela o tomou com os dentes mordendo levemente a ponta do indicador e do polegar dele e engoliu a fruta – Isso. Boa menina.

Vic quase engasgou ao gargalhar.

– Sam... Só você mesmo... – disse

– Não está gostando? – indagou um pouco receoso

– Ao contrário, estou adorando! – ela exclamou e beijou-o suavemente nos lábios

– Que bom... Mas você fala como se eu nunca tivesse feito algo assim.

– Não é isso, mas é que... depois desses dias... – ela pretendia iniciar a conversa que estavam adiando, porém, Sam tapou seus lábios.

– Vic, esqueça esses dias. Eu estava confuso por bobagens... mas já passou. – disse firme e imperioso – Nada nem ninguém vai ficar entre nós.

Algo no olhar dele a fez estremecer, mas não de excitação. Havia um brilho estranho em seus olhos que ela não podia definir. Ou não queria. Resolveu não insistir naquele assunto.

– Er... acabou que nem tivemos tempo de investigar o nosso caso aqui – mudou de assunto – Acho melhor nos vestirmos e...

– Pra quê? – ele se acercou e ajoelhou-se diante dela. Tomou o seu rosto entre as mãos – Não está bom aqui comigo?

– Está, Sam... claro. Mas temos deveres a cumprir. – ela o estranhava

– Deveres, pois sim! – o tom dele foi ríspido, o que a surpreendeu – Eu estou cansado de ter que lutar por essas pessoas, lutar contra esses demônios, monstros, anjos e qualquer outra coisa que perturbe a nossa relação – abrandou o tom de voz – Não gostaria de esquecer tudo isso e se concentrar somente em nós?

– Sam... você sabe que não é bem assim... – falava as palavras com cuidado. Ele estava começando a assustá-la – Se não lutarmos, não haverá nada no mundo para podermos desfrutar da nossa relação.

Ele suspirou como se contivesse a impaciência, mas abriu um sorriso forçado.

– Você tem razão. Eu apenas... estou cansado disso. Queria poder ficar mais tempo com você.

– Er... eu também – ela lhe sorriu de volta, com um sorriso meio sem graça. Abaixou o rosto evitando o olhar dele – Talvez seja melhor ligarmos para o Dean. Ele deve...

Grande erro. Sam se levantou de uma vez exasperado.

– Mas que droga, Vic! – colocou as mãos na cabeça – Como o Dean foi parar no meio da nossa conversa?

– Sam, o que está acontecendo com você? – ela elevou o tom de voz sem querer – Qual o seu problema? Num minuto, você está carinhoso e amoroso comigo e depois... sem nenhum motivo começa a se irritar!

– O meu problema é que na maioria das nossas conversas você sempre arruma algum pretexto... algum gancho pra mencionar o Dean. E isso me mata por dentro!

Ela o fitou surpreendida.

– Sam... – não sabia o que dizer. Estava boquiaberta. – Eu nunca reparei nisso... Eu...

– Esquece – ele colocou as mãos no rosto com os olhos fechados – Me desculpe.

O silêncio entre eles era pesado. Vic começava a enxergar algo em Sam que nunca havia reparado antes. Por outro lado, tentava negar a ideia.

O som do celular do Winchester quebrou aquela atmosfera tensa. Mesmo assim, ele demorou uns instantes para atender. Por fim, foi até uma das bolsas da bagagem que ainda não haviam guardado e tirou o aparelho de seu interior.

– Fala, Dean – respondeu com azedume. Antes mesmo de atender, sabia que a possibilidade de ser outra pessoa além de seu irmão era difícil.

– Andou comendo limão, Sam? – indagou Dean

– Quê? Por que você está perguntando isso?

– Você tá com uma voz de quem comeu e não gostou – o outro tornou brincalhão

Sam revirou os olhos.

– Fala. O que você quer?

– Você e a Vic podem me encontrar lá pela uma hora numa lanchonete no centro da cidade?

O mais novo suspirou antes de responder:

– Podemos. Espera que vou pegar um papel e anotar o endereço.

Vic se adiantou, levantou-se, tirou um bloco de papel e caneta da bolsa e passou para ele.

– Certo. Pode falar. – começou a escrever – Tudo bem. Lá pela uma, estamos aí.

– Sam... Algum problema? – dessa vez, Dean perguntava sério. O tom de voz de Sam o alarmou.

– Nenhum. – suspirou impaciente – Vamos estar lá.

Como Dean não dissesse mais nada, Sam desligou o celular.

– Ele já encontrou pistas? – inquiriu Victoria.

– Parece que sim – disse Sam.

Olhou-a longamente de maneira enigmática. Vic evitava seu olhar. Havia algo de sombrio nele.

– Acho que devíamos fazer o mesmo – falou decidida – Não fizemos isso até agora.

– Talvez depois que encontrarmos com Dean – disse Sam mais carinhoso e aproximou-se de Vic. Colocou as mãos em seu rosto.

– Mas, Sam, nós temos...

– Shhh, Vic, por favor. Nós perdemos um bom tempo esses dias depois que fiquei livre do sangue demoníaco. Vamos aproveitar... só um pouco mais. Quero compensá-la pelo tempo perdido.

Collins fitou os olhos de Sam. Havia tanta adoração, tanto desejo que ela não conseguia resistir. Como aquele homem conseguia ter tanto efeito sobre ela?

– Está bem.

Resolveu ceder a ele e esquecer sua estranha atitude de minutos atrás.

– 0 –

Dean estava sentado numa pequena mesa metálica com quatro cadeiras no meio do andar inferior de uma lanchonete Mc Donald’s. Sam e Vic o localizaram assim que entraram no estabelecimento.

– Dean – Vic o cumprimentou com um leve beijo no rosto.

Sam estreitou os olhos e apertou os punhos com o gesto da namorada, porém, controlou-se. De qualquer jeito, não pôde esconder sua expressão de contrariedade assim que Dean se voltou para ele.

– Sam? – ele o chamou fitando-o com estranheza.

– Oi, Dean – Sam ignorou a expressão do outro – O que é tão importante pra você ter nos chamado?

Dean olhou confuso para seu irmão notando uma amargura evidente no tom de voz dele. Olhou para Victoria, mas esta deu de ombros e desviou seu olhar. Sam notou a comunicação muda entre eles.

– Er... algumas coisas bem interessantes que descobri ontem – disse Dean e fez gesto para que os dois se sentassem.

Eles puxaram as cadeiras e acomodaram-se. Sam fez questão de juntar sua cadeira com a da Victoria e pegar em sua cintura com possessividade como se marcasse território. Sua atitude não passou despercebida pela namorada – que se sentiu meio desconfortável – e muito menos, por Dean.

Uma garçonete se aproximou e perguntou se desejavam algo. Após anotar os pedidos e afastar-se, Dean relatou suas descobertas começando a contar sobre o caso de Jerry e Lily.

– Então... pelo o que você contou, não havia possibilidade de Jerry estar sendo traído pela esposa? – inquiriu Collins

– Não. E pelo que investiguei em outro caso antes deste, um de um tal de Michael que matou a noiva e o irmão por achar que eles tinham um caso, também não havia nada de concreto.

– Curioso.

– Sabem o que é mais curioso? Quem achou os corpos dos três na casa do Christian foi uma faxineira que trabalhava de vez em quando pra ele e também pro casal. E o outro caso, os corpos do Michael, do irmão dele e da noiva também foram achados na casa do Michael por um faxineiro que trabalhava pra ele fazia um mês.

– E daí? - foi a vez de Sam inquirir

– Os dois funcionários trabalham pra firma Alliance Empreendimentos, uma firma nova que está aqui há meses... pouco antes de Lúcifer ser libertado.

– Então você acha...?

– Não acho que seja só coincidência. Sinto dedo de Tormento por trás disso.

– Ele deve estar agindo através desses faxineiros pra liberar sua energia e influenciar as pessoas para as quais são contratados.

– É verdade – tornou Victoria – Foi assim que o último Tormento agiu. Ele usava todos os terapeutas e psicólogos de Chicago.

A chegada da garçonete com os pedidos dos três interrompeu momentaneamente a conversa deles. Vic revirou os olhos ao notar o quanto a moça se derretia por Dean e o charme que ele jogava para ela.

– Por que está revirando os olhos? – indagou Sam baixinho. Seu rosto exprimia desagrado.

– Eu? Não revirei os olhos. – ela negou surpresa por ele ter notado

– Revirou sim. Não minta pra mim – seu tom de voz reprimia uma irritação

Victoria não retrucou. Apenas continuou fitando-o incrédula. Começava a se questionar sobre o que estava acontecendo com seu namorado. Dean interrompeu sua reflexão ao perguntar assim que a garçonete se distanciou:

– E vocês? Descobriram alguma coisa?

– Ah... não muito... – Vic não tinha coragem de encarar Dean

– Não tivemos tempo – declarou Sam sereno – Estávamos ocupados.

– Com o quê? – ele arqueou a sobrancelha. Mas entendeu ao ver a expressão culpada no rosto de Victoria e o sorriso malicioso do irmão – Ahm... certo.

O silêncio tomou conta deles. Dean procurou disfarçar a irritação. Enquanto ele se matava de trabalhar para desenvolver o caso, o casal vinte relaxava? Tudo bem que ele também aproveitou um tempo com Roxanne, mas já havia feito seu dever de casa.

Continuaram sem nada dizer, apenas saboreavam seu lanche. Vic se sentia sufocada por aquela tensão. Não entendia e incomodava-lhe o comportamento de Sam e também a reprovação oculta no modo como Dean os olhava. Em dado momento, ela pediu licença para ir ao banheiro. Assim que se viu a sós com o irmão, Dean o interpelou:

– Que raios você e a Vic andaram fazendo?

– Você não ouviu? – disse Sam num tom falsamente calmo traído apenas pelo brilho mortal em seus olhos – Estávamos ocupados.

– Sim, eu entendi muito bem com “o quê” vocês estavam ocupados, mas aí é que está. Vocês não costumam agir assim, aliás, quem é tachado de irresponsável aqui sou eu.

– Qual o problema, Dean? Por acaso está com ciúmes?

– Há! Por favor... – abriu um largo sorriso amarelo.

Era verdade que ainda sentia ciúmes ao ver Sam e Vic juntos, entretanto, não era algo que o incomodasse tanto como antes. Além disso, não era a questão no momento.

– Não precisa tentar me enganar, Dean – retrucou Sam com desdém – Eu sei que você não suporta nos ver juntos.

– Não sei do que está falando – ele tentou despistar

– Eu não sou burro, Dean. Fingi que nunca reparei, mas sei que você a quer, que você deseja a Victoria.

– Não, eu... – ele tentou negar

– Mas fique sabendo que ela é minha, ouviu? – Sam esbravejou e apontou o dedo quase enfiando-o no rosto do irmão. Algumas pessoas da lanchonete olharam para eles. Sam as ignorou e manteve o tom de voz baixo e raivoso – Eu vou lhe dar um aviso, Dean. Tenho tolerado suas brincadeiras com a minha namorada, suas conversas em particular com ela e... até o tempo em que vocês estiveram sozinhos enquanto eu estava trancafiado, mas isso acaba agora. Eu não quero mais saber de você com tanta intimidade com ela.

– Sam... – o outro balançava a cabeça pasmo com o que ouvia

– Você só vai falar com a Victoria o estritamente necessário e mesmo assim só quando eu estiver por perto. Entendeu?

Dean não respondeu. Aquele homem definitivamente não era seu irmão. Agia como se fosse outra pessoa, como se estivesse possuído. Um estalo ecoou na mente de Dean. Será que...?

– Vou ao banheiro rapidamente. Volto já – disse Sam deixando-o entregue a seus pensamentos.

Uns minutos após a saída de Sam, Vic regressou. Encontrou Dean pensativo.

– Dean? – ela o chamou intrigada enquanto se sentava.

– Oi?

– Você está bem? – olhou para os lados – E cadê o Sam?

– Foi ao banheiro – respondeu e debruçou-se sobre a mesa se aproximando mais de Vic. – Você notou algo diferente no Sam?

– Sim – ela admitiu entrelaçando as mãos – Desde ontem que chegamos nesta cidade.

– O que de diferente você reparou nele?

–Ele está muito... controlador. E tem me dado muita atenção... uma atenção bastante exagerada pra falar a verdade.

– Está te sufocando?

– Bem...sim.... – suspirou – E pensar que até ontem de manhã, andava me tratando com a maior indiferença e frieza e eu quase implorei para que parasse com isso. – sorriu com ironia – É, não posso reclamar agora.

– Mais alguma coisa?

Vic hesitou, porém, resolveu abrir o jogo.

– Ele agiu com hostilidade quando mencionei seu nome... ao falar desse novo caso que pegamos.

Dean não respondeu, apenas assentiu.

– Nesse tempo em que namoro o Sam, eu nunca reparei, mas... ele é bipolar por acaso?

– Não.

– Então por que tem agido assim? Primeiro, frio e distante e agora muito intenso e parece que vai explodir de raiva a qualquer momento só pelo fato de eu olhar pra você.

– Sobre antes eu não sei... mas sobre agora... – fez uma curta pausa – Acho que tenho uma ideia do que pode estar acontecendo.

Antes que abrisse a boca para expor sua teoria, Sam os interrompeu:

– Posso saber o que vocês tanto conversam?

Ambos se assustaram com a aproximação repentina de Sam. Dean se afastou alguns centímetros de Vic.

– Vic, vamos embora – disse Sam num tom que não admitia ser contrariado. Ele tremia de raiva

– Sam, calma, vamos conversar – ela percebeu assustada sua reação.

– Vamos agora! – ele gritou sem se importar com todos da lanchonete que pararam o que faziam para observar a cena.

– Sam, não precisa falar assim com ela! – Dean não podia tolerar que seu irmão tratasse Victoria daquele jeito.

Sam quase avançou em Dean que se levantou surpreso. Victoria ficou entre eles. Sua mão espalmava o peito do namorado.

– Chega, Sam. Vamos embora – seu tom era de aflição – Vamos voltar para o hotel.

– Não, não ainda. – protestou Dean – Nós temos que conversar, Sam

Ele tentou colocar a mão no ombro do irmão para acalmá-lo, mas este o empurrou com um dos braços.

– Sam! – Vic gritou apavorada tentando agarrá-lo pela camisa.

– Não se meta entre nós! – esbravejou Sam

– Qualé, Sam? – Dean tentava acalmar o irmão que estava a ponto de se descontrolar

– É o meu último aviso, Dean! Eu não quero você perto da Victoria! Não quero nem que olhe pra ela.

– Algum problema por aqui? – o gerente do estabelecimento surgiu e parou a um metro de distância deles.

– Nenhum – disse Sam mais calmo – Já estamos de saída.

Agarrou o braço de Victoria e puxou-a para fora da lanchonete. Ela se deixou levar e seus olhos se voltaram por breves instantes para trás olhando um Dean tão pasmo e confuso quanto ela.

– 0 –

Assim que Vic deixou o carro no estacionamento do hotel, desceu e começou a andar na frente sem dirigir uma palavra a Sam. Eles não tinham conversado durante o caminho.

– Vic! Vic! – ele a chamou. Irritado por ela não responder, puxou-a pelo braço obrigando-a a encará-lo – Ei, estou falando com você!

– Me larga, Sam! – ela soltou o braço – Eu não quero falar com você agora. Estou muito brava!

– Você está furiosa comigo? – ele riu com sarcasmo – Você fica de segredinhos com Dean e você que fica furiosa?

– Eu não estava de segredinhos com Dean! – ela suspirou longamente lutando para se manter calma. – Nós estávamos falando sobre você, de quanto estamos preocupados.

– Preocupados comigo? Ah, por favor!

– É verdade, sim! Sam, o que está acontecendo com você? Você não é assim! De uma hora pra outra você está agindo como um louco!

– É, estou louco, sim! E estou farto de ter que aturar todos os homens olhando pra você, desejando você e um deles ser meu irmão!

– Sam... que isso que você está dizendo?

– E não se faça de boba. Você sabe o quanto é bonita, o quanto é atraente e chama a atenção.

– Deus, não acredito que estou ouvindo isso – ela tapou o rosto com a mão numa atitude de incredulidade

– E tem esse tal de Matt também. Quem é esse cara?

– Eu já disse que ele é só um amigo. Um... contato.

– É claro que não é! Tenho certeza de que ele é seu amante! Ou pelo menos foi!

Victoria abriu a boca para responder, mas ficou tão aturdida com aquela acusação que deu as costas para o Winchester. Tremia de raiva e mágoa. Não queria uma cena naquele lugar. Pelo menos estava vazio no momento.

– Vic, espere... – Sam a chamou. Dessa vez, seu tom era mais leve.

Ela fingiu não escutar. Sam a alcançou e interceptou seu caminho, postando-se à frente dela.

– Vic, me desculpe.

– Sam... – ela levantou as duas mãos pedindo que ele se afastasse.

– Vic, me desculpe, por favor – ele abaixou os braços dela com delicadeza e os segurou, ignorando a tentativa dela de se soltar – Eu não queria te magoar. É só... que tenho medo de te perder. Eu te amo!

– Sam... você não vai me perder – ela o fitou um pouco mais calma – De onde você tirou essa ideia? Se estou com você é porque eu também te amo.

Ele puxou o rosto dela e beijou-a com urgência como se ela fosse o último alento que pudesse ter. A contragosto, Vic se deixou envolver apesar de ainda estar chateada e confusa com o comportamento dele.

Eles se agarraram com mais força e desejo. Victoria, com o fio de consciência que lhe restava, se deu conta de que estavam em local público e desgrudou seus lábios por uns instantes.

– É melhor voltarmos para o chalé.

– 0 –

Finalmente, Sam dormia a sono solto na cama. Vic deslizou com cuidado para fora do colchão sem se preocupar em cobrir seu corpo nu. Temia que algum movimento seu acordasse o Winchester num raro momento em que podia fazer algo sem que ele estivesse por perto.

Sam “a prendeu” no chalé o restante do dia, enchendo-a de cuidados e atenções e fazendo amor com ela.

Não foi ruim, mas aquilo a estava assustando. E sufocando. Ela tinha certeza de que havia algo errado com Sam. Ele era atencioso, carinhoso e surpreendia-a, mas era equilibrado. E sabia separar as coisas: se tinham um caso a resolver, dedicaria um tempo a isso. Mas não era o que estava fazendo.

E havia algo de insano em seu olhar. Além da reação exagerada que teve com Dean. Tudo isso a fez refletir.

Pegou o celular em cima da cômoda e de fininho, entrou no banheiro e trancou-se. Acendeu a luz, sentou-se no vaso sanitário, ativou a tela do aparelho, procurou pelo número de Dean e enviou-lhe uma rápida mensagem:

DEAN, PRECISO FALAR COM VC URGENTE. ACHO QUE SEI O QUE VC QUERIA ME FALAR SOBRE SAM. VOU TENTAR SAIR RAPIDAMENTE PARA CONVERSAR COM VC. QUE TAL ME ENCONTRAR ÀS 9HS NO SAGUÃO DO HOTEL AMANHÃ? MAS TEM QUE SER UMA CONVERSA RÁPIDA.

Ela clicou em “Enviar” e esperou. Talvez não obtivesse a resposta imediatamente, mas não se arriscava a falar com Dean por telefone com medo de Sam escutar. Não precisou esperar muito. Uma resposta veio uns minutos depois:

OK. 9HS ESTAREI AÍ AMANHÃ. VC ESTÁ BEM?

Ela suspirou aliviada e mandou outra mensagem:

SIM. MAS ESTOU ASSUSTADA COM SAM. VOU DESLIGAR ANTES QUE ELE PERCEBA. ATÉ AMANHÃ.

Enviou a mensagem, levantou-se, fingiu usar o papel higiênico, deu descarga, lavou as mãos, pegou o celular outra vez e saiu do recinto. Mesmo com essas precauções, Sam parecia não ter notado sua ausência, pois estava deitado na mesma posição. Ela colocou o celular da mesma forma sobre a cômoda, deitou-se na cama novamente. Sam se virou e a aninhou nos braços sem abrir os olhos.

Ela prendeu a respiração com o movimento dele, mas depois sossegou. Amanhã ia confirmar com Dean sua teoria do que estava acontecendo com Sam sem que este desconfiasse.

Por sua vez, Sam abriu os olhos e viu o celular em cima da cômoda. Ele sabia que o aparelho não estava lá há alguns minutos antes.


Notas Finais


Bem, espero que vcs tenham gostado. Até a próxima.


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