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História Almas Trigêmeas - Na Companhia do Medo (parte 2)


Escrita por: jord73

Notas do Autor


A conclusão do caso do capítulo anterior. E obviamente, o fim está radicalmente modificado. Acho que algumas de vcs vão querer me matar no fim dele, mas sinto que já estava na hora de dar uma reviravolta. A música que coloquei é Lanterna dos Afogados, dos Paralamas. Adoro essa música!

Divirtam-se!

Capítulo 46 - Na Companhia do Medo (parte 2)


Fanfic / Fanfiction Almas Trigêmeas - Na Companhia do Medo (parte 2)

Anteriormente:

– Deve haver outro jeito – balançou a cabeça

– Assim eu pensava. Eu era arrogante. Nunca pensei que eu ia perder. Mas estava errado. Estava errado – lamentava – Eu te imploro. Diga "sim".

Dean estava reticente com aquele pedido do seu Eu futuro. Sua postura era de resistência, contudo, surpreendeu-se com as palavras seguintes do outro e com uma expressão de grande dor que se revelou naquele olhar frio:

– Eu te imploro, Dean! Volte e diga "sim"! Salve a todos! E... salve ela! Não a deixe morrer! Não a deixe morrer! – gritou e bateu as duas mãos na mesa entre eles em que estavam apoiados seus braços

– O quê? – piscou várias vezes tentando entender o que acabara de ouvir.

– Nada – o outro fechou os olhos e abaixou a cabeça como se estivesse arrependido de ter falado algo proibido – Esqueça.

– Não, peraí... do que você está falando? – insistiu Dean – Ou melhor, de quem está falando? Você disse "Salve ela. Não a deixe morrer." Quem é...

– Ninguém! – vociferou o outro e levantou o rosto. Havia uma fúria em seu olhar mesclada com dor – Já disse pra esquecer! Não importa – sua expressão voltou a assumir um ar de neutralidade – De qualquer jeito, você não vai dizer mesmo.

(...)

– Acho que... você devia ficar mesmo com meu irmão.

– Você acha? – ela se admirou – Mas eu pensei que...

– Se é sobre esses dias em que eu fiquei um pouco empolgado demais com você, não esquenta.

– Dean...

– Não nego que você me atrai, mas... eu ia acabar te magoando como as outras – era quase a mesma coisa que dissera para Sam.

– É mesmo?

–É, eu sou assim. Não consigo me amarrar a ninguém.

– E todo aquele papo de que você desejava ter mais do que uma mulher diferente por noite? De que queria alguém para compartilhar suas experiências? – ela estava indignada, mas sabia que não tinha direito de estar.

– É, eu... – ele deu uma risadinha curta – Eu disse isso, mas... só que eu nem sabia o que dizia direito naquele momento. Acho que... só estava querendo te seduzir.

(...)

– Você é potencialmente o homem mais perigoso pra se envolver com minha sobrinha – Sam ia retrucar, mas Bobby fez gesto para se calar – Já se esqueceu de que Lúcifer quer usar você?

– Eu não me esqueci, Bobby. Mas eu não pretendo dizer ”sim” para ele.

–Eu espero que não. Mas certamente ele vai tentar fazer de tudo pra te obrigar. E vai usar quem for pra isso. Ele usaria Dean se pudesse, mas seu irmão tem certa proteção do Miguel e dos anjos, então por isso ele tem uma chance. – fez uma pausa – Só que a Vic não! Ela vai acabar se ferrando nessa história por sua causa!

(...)

– Eu sei que o fim do mundo está vindo nos assombrar – disse Sam meio sem jeito – Sei que eu sou o homem mais perigoso pra a humanidade porque sou o recipiente de Lúcifer... mas mesmo assim... eu ainda quero ter esperança... eu quero acreditar que vamos conseguir superar tudo isso.

– Sam... – Vic estava com a voz embargada de emoção

– Então, eu pergunto: com tudo isso em cima de nós... Victoria Collins, você é louca o suficiente pra se casar comigo?

Vic não respondeu, apenas se abaixou à altura dele e jogou-se em seus braços, apertando-o forte. Sam a estreitou nos braços e levantou ambos.

(...)

– O que você quer? – insistiu Collins ignorando o comentário

– Sem rodeios? Ótimo, aprecio isso. Vim apenas lhe dar um aviso. – fez uma longa pausa bem calculada como se quisesse despertar certa agonia em Victoria. Ela permaneceu calada, mas não lhe fez perguntas para não demonstrar ansiedade. – Para seu bem, se afaste de Sam Winchester assim que você acordar.

– Senão...? – Vic levantou o queixo em sinal de desafio, aguardando o resto da ameaça implícita.

– Quer mesmo que eu diga?

– Não gosto de recados dados pela metade.

– Oh, minha querida, você honra a sua reputação, apesar de tudo – ele alargou o sorriso cínico – Bem, senão serei obrigado a tomar atitudes mais drásticas.

(...)

– Abra seu coração para ela, Dean. Para a Victoria.

Ele a olhou pasmo, mas tentou desconversar.

– Não sei do que está falando.

– Eu vi o que acontece com vocês dois, caso você se negue a Miguel.

O Winchester engoliu em seco, mas nada disse.

– Vi vocês dois casados – tornou a moça – O seu irmão tomado pelo Diabo e matando Victoria.

– Ele não vai fazer isso – Dean balançou a cabeça para os lados – Vic se tornou uma forte razão pro Sam não se entregar a Lúcifer.

– Se tem tanta certeza disso, então por que perdeu a fé no seu irmão?

Mais uma vez, Dean não conseguiu argumentar.

– A convença de todo o jeito a se afastar pelo bem de todos, Dean. Se preciso for, abra seu coração pra ela e conte sobre essa viagem no tempo que você fez.

Capítulo 45

Na Companhia do Medo (2ª parte)

Vic estava parada na varanda do motel em que ela e os Winchesters estavam hospedados. Seus braços estavam escorados sobre um balcão de madeira. Ao avistar Dean, endireitou o corpo.

Ao vê-la de longe, o Winchester se empertigou. Sentiu o coração saltar. Não sabia o que fazer, se deveria seguir o conselho de Leah ou ficar calado. Ao colocar o pé no primeiro degrau da varanda, decidiu-se pela segunda opção.

– E o Sam? – foi logo perguntando

– Ele... foi no bar do Paul. – ela abaixou o rosto

– Você não quis ir com ele?

– Disse pra ele que eu estava com dor de cabeça e que ia tirar uma soneca – levantou a cabeça – Eu menti.

– Ah, é? – Dean a olhou curioso e aproximou-se colocando as mãos no bolso – E se pode saber o motivo?

– Eu... precisava falar com você, Dean. Esclarecer melhor a decisão de Sam e eu, de querermos nos casar.

Dean engoliu em seco.

– Não a nada pra se esclarecer – retrucou seco – Vocês são crescidinhos e sabem muito bem o que fazem.

– Mas você não concorda com a ideia.

– Só não acho que seja um bom momento pra isso – deu de ombros – Mas vai... isso não é da minha conta. Vocês é que têm que resolver.

– Dean....

– Sério, Vic, não tem que me dizer nada.

Ela o encarou. Sua expressão dizia que o assunto estava encerrado. Ela suspirou.

– Tudo bem, Dean. Se quer assim....

Ela não insistiria em lhe explicar. Por outro lado, o que deveria dizer a ele? Que sabia que ele sentia algo por ela e se lamentava por estar lhe magoando mesmo sem querer? Que estava apaixonada por ele, mas amava mais a Sam? Não. Realmente não havia sentido naquela conversa.

– Bem, vou para o quarto. – continuou ela – Sam deve chegar daqui a pouco

Ela lhe deu as costas e colocou a mão na maçaneta.

– Vic... – ele a chamou

– Sim? – ela se voltou para ele

No olhar do Winchester, havia grande expectativa.

Fale pra ela.

Seu inconsciente lhe ordenava. Devia seguir o conselho de Leah e proteger Vic. Mas isso implicava revelar seus sentimentos mais profundos e ele não estava pronto.

– Nada... er… só desejo que você e Sam possam ser felizes.

Mentira. Vic sabia. Não era aquilo que ele queria lhe dizer. Contudo, não o pressionaria.

– Obrigada, Dean.

Ela forçou um sorriso, virou-se e entrou.

Dean apertou os olhos com frustração. Pensou em entrar em seu quarto, mas desistiu. Resolveu que precisava dar uma volta para arejar as ideias.

– 0 –

Boa parte da população da cidade se encontrava no amplo salão da igreja preparando mais armas. Leah irrompeu no lugar parecendo bastante transtornada.

– Leah, qual é o problema? – inquiriu o pastor assustado

– Papai, podemos conversar um segundo?

– É claro. – ele se aproximou. A moça começou a chorar. Todos começaram a observar, entre eles Rob e Jane – Leah, filha, o que houve?

– Desculpe. Desculpe. Eles estão com raiva.

– Quem está com raiva?

– Os anjos.

Dessa vez, todos largaram o que faziam para prestar mais atenção. Jane e outros que estavam sentados, puseram-se de pé.

– Por que estão com raiva? – interpelou Jane

– Eles disseram... que nós não vamos para o paraíso.

– O quê? Mas estamos fazendo tudo o que mandam.

– Eles dizem que os mandamentos são claros. Mas algumas pessoas não estão seguindo.

– Quem, Leah? – foi Rob quem perguntou ao se levantar

– 0 –

Vic estava sentada na cama com as costas inclinadas sobre a cabeceira pensando em Dean quando Sam entrou no quarto.

– E então, amor? Bebeu o suficiente por nós dois? – ela o indagou procurando afastar a imagem do cunhado da cabeça

– É, bebi e conversei com o Paul – ele se aproximou e sentou na beira da cama. Deu um selinho na namorada – E a sua cabeça?

– Melhor – ela sentiu uma pontinha de culpa por inventar aquela dor, mas ignorou – E o que você conversou com ele?

– Comentamos sobre o negócio das proibições da “turma da Leah” – Sam enfatizou a expressão mexendo os indicadores no alto – O bar está um deserto. Não tinha ninguém lá a não ser eu. O Paul até me ofereceu o resto do estoque que havia.

– Nossa, o pessoal realmente está levando isso a sério.

– O Paul acha todos uns hipócritas. Disse que todos costumavam ir todos os dias lá encher a cara e.... transar com todas as mulheres que viam.

– Ele não parece muito satisfeito. Tive a impressão na igreja que não tem levado muito a sério as coisas que a Leah anda dizendo.

– É um cara fiel a suas ideias. Disse que não reza e não vai começar agora. Prefere ir para o inferno, mas sendo honesto.

– Duvido que alguém como ele iria. Deus olha muito o coração. – Sam sorriu e balançou a cabeça. – O que foi?

– Você. Acreditar ainda mesmo depois do que contamos sobre a mensagem do Joshua.

– Sam, se tem uma coisa da qual não abro mão é da minha fé. Se não fosse por ela, eu não teria aguentado metade das coisas pelas quais passei. É preciso mais do que um anjo que se diz mensageiro de Deus me convencer do contrário.

– No momento, eu só consigo ter fé em você e no Dean – o tom de Sam era sereno – Sei que ele está meio confuso com tudo isso, mas ainda assim continuo acreditando nele. Nós vamos superar mais essa do Apocalipse.

– Vamos. Com certeza.

– Por falar em Dean, bati na porta do quarto dele, mas parece que não estava. Será que ainda está na igreja?

– Não, eu o vi voltar de lá. Só se ele saiu de novo.

– Você o viu?

– Sim, eu... fiquei um pouco lá fora pra tomar um ar e ver se a dor passava. Conversamos um pouco.

– E como ele estava?

– Normal – ela mentiu. Não queria revelar que Dean parecia confuso e perdido, ainda mais por Sam afirmar que tinha fé no irmão – Ele até desejou felicidades no nosso casamento.

– Sério?

– Sim.

Ela não pretendia revelar mais da conversa. Não havia mesmo nada a acrescentar.

– E que mais você e Paul conversaram? – ela indagou querendo desviar do assunto.

– Nada demais. Ele só me contou que viveu aqui toda sua infância e me contou alguns fatos engraçados. Não deu pra gastar o estoque dele, eu teria bebido até mais, mas tinha toque de recolher.

– Hum... ainda bem que você não bebeu muito. – ela enroscou os braços no pescoço dele – Quero você bastante sóbrio.

– Victoria Collins, o que a senhorita tem em mente? – ele sorriu com malícia – Lembre-se que sexo antes do casamento está na lista de proibições dos anjos.

– Tudo o que é proibido é mais gostoso.

Riram.

– Você soube que cortaram os celulares? – comentou Sam passando os lábios suavemente sobre o rosto dela.

– Reparei. – ela estremeceu com o toque e respondeu numa voz rouca – Estamos sem TV a cabo e internet.

– É, totalmente fora da corrupção do mundo exterior – ele mordiscou seu queixo. Sua voz também estava rouca

– Mas não da corrupção daqui de dentro – sorriu e mordeu o lóbulo da orelha de Sam. Ele gemeu – Quero te corromper agora, Sam Winchester.

– Estou ansioso pra isso...

As mãos dele ergueram a blusa que Collins vestia, deixando o sutiã à mostra. Em seguida, eles se beijaram com desejo e começaram a se acariciar.

– Hum-hum... Desculpe... por interromper.

Ambos tomaram um susto ao ouvir a voz grave de Castiel. Ficaram constrangidos e Vic tratou de vestir a blusa rapidamente.

– Podia ao menos bater na porta – reclamou ela.

– Não faz... bem meu estilo – respondeu secamente e fitou Sam – Eu recebi seu recado.

Os dois se levantaram e observaram mais detalhadamente a postura do anjo. Ele estava cambaleante e apoiava-se na grade de ferro da entrada do quarto.

– Era longo. Seu recado. – falava num tom monótono e nasalado – Eu acho o som de sua voz irritante.

– Cass... você está estranho – Vic o olhou tão confusa quanto Sam

– Qual é o seu problema? – indagou Sam. O anjo não respondeu. – Você...

–... bebeu? – completou Vic com expressão de pasmo

– Não. – replicou Cass com veemência. Em seguida, deu passos vacilantes até os dois. Notou que eles não acreditaram em sua negação. – Sim.

– O que foi que aconteceu com você? – tornou Sam

– Eu achei uma loja de bebidas – ele recostou a cabeça na grade

– E?

– E eu a bebi.

– Bebeu a loja inteira? – indagou Victoria.

– É... é... – respondeu impaciente e apontou para a janela com o dedo trêmulo – Seu carro... está lá fora... como me pediram.

– Mesmo? – Vic ficou aliviada – Está inteiro?

– Pareço... um mecânico alado? Não entendo nada... de carros. Sugiro que vá verificar.

– Ahm... talvez depois – Vic trocou um olhar com Sam, escandalizada com a resposta irônica de Castiel. Ele bêbado parecia não ter papas na língua. - Obrigada

– Por que me ligaram? – continuou ele e deu um passo trôpego quase caindo. Tanto Sam como Vic o ampararam e colocaram-no de pé.

– Calma – disse Sam – Você está bem?

Cass não respondeu de imediato. Ao invés disso, aproximou os lábios do ouvido de Sam, mas alto o suficiente para que Collins também ouvisse.

– Não me faça perguntas idiotas – replicou. Sam piscou os olhos e Vic abriu a boca. Cass se afastou – Digam o que precisam.

– São os ataques de demônios. Em massa. Bem no limite da cidade.

– E nós não sabemos por que eles... – interrompeu Vic

– Algum sinal de anjos? – cortou Castiel

– Mais ou menos – retomou Sam – Eles estão falando com um profeta.

– Quem?

– Uma garota, Leah Gideon.

– Ela não é profeta.

– Há! – exclamou Vic num tom convencido e balançou a cabeça em sinal positivo satisfeita com seus instintos.

– Eu acho que ela é – insistiu Sam – Visões. Dores de cabeça. O pacote completo.

– Os nomes de todos os profetas estão selados no meu cérebro. – esclareceu o anjo – Leah Gideon não é um deles.

– Eu sabia! – Vic bateu as palmas de uma só vez – Bem que senti que tinha algo de errado com ela.

– Então, ela é o quê? – inquiriu Sam

– 0 –

Dean caminhava pelos arredores do bar de Paul quando ouviu vozes nervosas e barulho de garrafas quebradas vindo do local.

– Precisa ir embora. Eu lhe disse...

Imediatamente, dirigiu-se até o estabelecimento.

– Por favor, caras. Caras... – uma voz suplicava como se quisesse acalmar os ânimos

– Eu não vou repetir!

Dean viu o pastor tentando separar Paul e Rob que brigavam com o balcão entre eles. Havia outras pessoas ao redor.

– Podem parar, vocês dois! – ordenava o pastor

– Estão na minha propriedade! – reclamava Paul

– Desculpe, Paul! Não tem outro jeito! – declarou Rob

– Por quê? Que país é este?

Por fim, o pastor conseguiu separá-los.

– Quer ajuda, padre? – interveio Dean

– Quero que todos se acalmem um minuto! – pediu o religioso

– Acalmar? Meus amigos estão tentando me expulsar da cidade – informou Paul

– Desculpe, Paul, não é escolha nossa. – tornou Rob

– Fala sério... a idiotice... – fechou os olhos exasperado

– Você tem que ir para o bem de todos.

– Nós crescemos juntos. Eu fui ao seu casamento.

– É. Você foi. Mas já faz tempo. – Jane apoiava o marido – Agora você se afastou do rebanho.

– Não é verdade. Eu luto com vocês.

– Esta é uma cidade de crentes, Paul. Você não é um crente.

– Não torne isto mais difícil para nós. – pediu Rob

– Difícil para vocês? – encarou o amigo como se ele fosse outra pessoa. Recuou e caminhou alguns passos para frente do balcão com desafio – Não. Este é o meu lar. Vocês querem me expulsar? Me arrastem.

Rob fez menção de avançar, mas foi segurado por Dean.

– Não precisa fazer isto, amigo – disse ele

– Cai fora.

Dean o socou, derrubando-o no chão. Rob quis revidar, mas o Winchester o imobilizou por trás. Outras pessoas queriam avançar no caçador, porém, o pastor tentava segurá-las. Súbito, ouviu-se um disparo. Paul caiu com as costas estatelando no balcão. Jane havia disparado um tiro em seu peito.

– Ninguém vai me impedir de ver meu filho de novo. – disse ela segurando um revólver e com os dentes rangendo como uma leoa disposta a defender sua cria.

Imediatamente, Dean e o pastor foram acudir Paul.

– Paul? – o pastor tentou reanimá-lo, mas era inútil. Ele estava morto.

Tanto eles como o próprio Rob olharam perplexos para a mulher.

– 0 –

Já era a manhã do dia seguinte quando Dean retornava ao seu quarto. Viu que Sam e Victoria o aguardavam do lado de fora.

– A gente já ia procurar... – começou Sam, porém, deteve-se preocupado ao ver sangue nas mãos do irmão. Vic também ficou em estado de alerta– Você está bem?

– Estou. Não é meu sangue – informou Dean – Paul está morto.

– O quê?

– Jane o matou.

– Meu Deus! – exclamou Vic abismada

– Recuperou seu carro? – Dean notou o Impala de Victoria estacionado a certa distância

– Sim, Cass está no nosso quarto e tem novidades – declarou Vic e fez gesto para que entrassem – Vamos.

Castiel estava sentado num sofá e, assim que viu Dean, foi logo dizendo:

– Está começando.

– O que está começando? – inquiriu Dean olhando com estranheza o jeito do anjo – Onde você estava?

– Bebendo.

– Ele disse... – Dean ficou com expressão abobada – Você disse “bebendo”?

– É. Ele ainda está de ressaca – explicou Sam

– Isto não importa – tornou o anjo – Temos que falar sobre o que está acontecendo aqui.

– Sou todo ouvidos – Dean foi lavar o sangue das mãos na pia do quarto.

– Para começar, Leah não é uma profeta – adiantou Victoria enquanto se sentava com Sam ao lado de Castiel – Eu estava certa em desconfiar dela.

– Certo. – Dean se virou intrigado para seus companheiros – E o que ela é exatamente?

– Prostituta. – informou Castiel

– Cass, isso é o que você acha?

– Ela aparece quando Lúcifer corre a Terra. – o anjo apontou um versículo de uma Bíblia ilustrada – “E ela virá, trazendo falsas profecias.” Esta criatura tem o poder de tomar a forma humana e ler mentes. O livro do Apocalipse a chama de Prostituta da Babilônia.

– Que atraente – comentou Dean ao se sentar numa cadeira e observar o desenho que Castiel mostrava de uma mulher bem enfeitada e montada numa besta de sete cabeças

– A verdadeira Leah deve estar morta há meses. – observou Sam

– E os demônios atacando a cidade?

– São controlados por ela.

– Mas eles tentaram me matar... quer dizer, nos matar – informou Victoria.

– Tudo parte da encenação. Sabiam que vocês viriam de algum jeito – esclareceu Cass e olhou intrigado para Collins. Ela parecia aliviada por alguma coisa.

– E o exorcismo enoquiano? – continuou Dean

– Falso. Na verdade, quer dizer: “Você que foi gerado na boca de um bode.” – ele sorriu. Viu que os caçadores o olharam sem entender a piada – Tem mais graça em enoquiano.

– Então, detonar os demônios é só armação? Por quê? Qual é a meta do jogo?

– O que você viu. Derramar sangue inocente em nome de Deus.

– Você ouviu aquele papo celestial. Ela manipula as pessoas – disse Sam

– Para abater e matar, enquanto canta os hinos – completou Dean e levantou-se. Andou até se escorar na pia.

– Vadia. – xingou Collins

Dean assentiu.

– A meta dela é mandar o maior número possível de almas para o inferno. – prosseguiu Cass – E isto é só o começo. Ela está a caminho de mandar a cidade inteira para a cova.

– Muito bem. Como nós vamos livrar a Babilônia da vadia? – questionou Dean

Cass trocou olhares com Sam e Vic, ergueu-se ainda cambaleante e tirou uma estaca do sobretudo. Colocou-a sobre a mesinha.

– A vadia pode ser morta com isso – informou. Dean a pegou. – É uma estaca feita de cipreste da Babilônia

– Ótimo. Vamos acabar com ela.

– Não é assim tão fácil.

– É claro que não.

– A Prostituta só pode ser morta por um leal servo do Céu.

– Servo, tipo...

– Nem você... nem eu. Sam, claro, é uma abominação.

Sam o olhou com enfado.

– A Vic... então.

– Sem chance. Sou leal a Deus, mas não aos babacas lá de cima.

– E de qualquer jeito, tem que ser um homem – esclareceu Cass.

Dean olhou de um para o outro.

– Concordo – Vic acenou com a cabeça – Machista.

– Nós temos que achar outra pessoa – o anjo pegou um copo d’água para melhorar a ressaca

– 0 –

Em outra parte da cidade, o pastor caminhava cabisbaixo. O vento soprava forte. Não. Ele não podia acreditar que anjos estavam mandando matar pessoas. Como se não bastasse a morte de Paul, Leah parecia querer incitar uma verdadeira “caça às bruxas” pela cidade.

Segundo suas palavras durante a última reunião coletiva na igreja, naquela mesma noite às doze horas, viria o julgamento final sobre todos e que eles eram “os eleitos”. Todavia, afirmou que ainda havia alguns pecadores que precisavam ser eliminados. Ele tentou impedi-la de dizer tais coisas, mas, além de não ser atendido, foi ameaçado por sua própria filha de ela o citar na lista.

Como podia ser isso? Ele acreditava em Deus e nos anjos, nunca duvidou ou questionou sua fé, mas também sempre procurou ser racional e justo. Era difícil aceitar que os seres celestiais pudessem ser tão duros. Mas quem era ele para debater?

De repente, sentiu que alguém o seguia. Virou-se, mas não viu nada. Retomou seu caminho meio inseguro. Teve a mesma sensação de ser vigiado e tornou a se virar. Dessa vez, deparou-se com Castiel atrás de si.

– Pastor David Gideon? – perguntou Cass

– Sim. Quem é você? – indagou precavido

– Eu sou um anjo do Senhor.

– É claro – ele lhe deu as costas pensando se tratar de algum maluco ou bêbado

Antes que desse algum passo, Castiel pôs a mão em seu ombro e desapareceram dali. Surgiram no quarto de Sam e Vic. Dean também estava ali. O homem quase desmaiou de susto ao se ver de repente num outro lugar.

– O que foi isso? – inquiriu confuso a Castiel

– Ele não mentiu sobre o lance de anjo – declarou Dean imaginando a dúvida do pastor. Caminhou até ele – Sente-se, padre. Temos que conversar.

O pastor ouviu as explicações deles, mas custava a acreditar, mesmo com tudo o que havia presenciado durante todo aquele tempo.

– Não. Ela é minha filha – balançou a cabeça se recusando a aceitar a missão de destruir a falsa Leah

– Desculpe, mas não é – garantiu Dean – Ela é a coisa que matou sua filha.

– Isso é impossível.

– Mas é verdade e, no fundo, você sabe. – Sam tentou convencê-lo

– Sua filha mandaria essas pessoas matarem umas às outras? – interveio Victoria

David permaneceu calado. Seu silêncio dizia tudo.

– Ouça. Nós sabemos. Isto é demais. Mas se não fizer isto... ela vai matar muita gente... e arrastar todos para o inferno.

– Só que... – a voz de David se embargou. Dean estendeu a estaca para ele – Por que tem que ser eu?

– Você é um servo do Céu. – explicou Castiel

– E você é um anjo – virou-se para Cass

– Péssimo exemplo de um.

Por fim, o pastor concordou com relutância. Ele quis ir embora, porém, tanto os caçadores como Castiel aconselharam que ele esperasse ali mesmo. Não seria seguro se ele voltasse a encontrar a falsa Leah que poderia ler seus pensamentos. A morte da Prostituta deveria acabar naquela mesma noite.

De novo, o pastor não se opôs, mas ficou recolhido num mutismo a um canto da janela. Sam e Vic permaneceram com ele no quarto enquanto Dean foi dar uma olhada em seu carro acompanhado por Cass.

Dean verificou as armas no porta-malas e, em seguida, tirou de dentro da bolsa no banco do motorista um vidro cheio de analgésicos.

– Tome aqui. – jogou-o para Castiel que estava sentado num banco da varanda. Ele agarrou

– Quantos eu devo tomar? – perguntou o anjo cabisbaixo

– Você? É melhor tomar o vidro inteiro.

– Obrigado.

– Ah, de nada. É. Eu sei como é. Sou perito em pais alienados. – fez uma pausa – É. Eu sei bem. Eu sei como se sente.

– Como você lida com isto?

– Num dia bom, eu mato a prostituta.

– 0 –

Rob, Jane e várias pessoas capturaram um grupo que Leah apontou como “infiéis” e mandou que os trancasse no depósito do salão da igreja. As súplicas dos capturados foram ignoradas.

– Pegue o querosene – ordenou Leah para Jane

A mulher ficou parada com ar de perplexidade. Vendo que não foi atendida, Leah se voltou para ela.

– O que é?

– Tem crianças lá – disse Jane com um resquício de consciência

– Os anjos os nomearam por uma razão. – aproximou-se da outra – Jane... seu filho quer que você faça isto.

Jane não questionou e resolveu obedecer. Rob ainda olhou a moça com dúvida por alguns instantes, porém, seguiu a esposa.

Depois de preparar mais algumas coisas, Leah entrou sozinha no gabinete do pastor com ar de satisfação. Aproximou-se do armário que estava com a porta aberta. Pendurado sobre a porta, havia um crucifixo. A imagem da Prostituta se revelou num rosto grotesco ao ver o objeto. Todavia, ela não se incomodou e apenas fechou a porta.

Assustou-se ao se deparar com Castiel. Ele a girou e imobilizou-a pelos braços. O pastor entrou munido da estaca.

– Papai, não me machuque! – ela implorou

David hesitou.

– Gideon, agora! – mandou Sam que entrou com Dean e Vic por outra porta

A Prostituta pronunciou algumas palavras que fizeram Cass soltá-la e contorcer-se de dor. Em seguida, com um movimento das mãos livres, jogou o pastor contra uma parede e os caçadores contra outra sem tocá-los. Aproveitou para fugir da sala.

David, refeito do golpe, pegou a estaca e foi atrás dela.

– Gideon, espere! – gritou Sam, mas sem ser atendido. – Não.

Ele, Dean e Vic se levantaram. Os rapazes correram na mesma direção.

– Cass! – gritou Vic e foi tentar socorrê-lo – Cass, o que você tem?

– Uma... uma espécie... de praga – disse ele com dificuldade se contorcendo no chão – Não... se... preocupe comigo... Vá...

Collins assentiu e correu para ajudar seus companheiros

– Socorro! É um demônio! – gritou a Prostituta ao correr de volta ao salão.

Todos se espantaram com sua chegada e mais ainda ao verem o pastor correndo atrás dela. Dois homens o agarraram e um terceiro o derrubou no chão com um soco e continuou a esmurra-lo no chão. Leah aproveitou a confusão para se dirigir a Jane e a Rob:

– Ateie fogo ao querosene.

Sam e Dean chegaram e derrubaram os homens que golpeavam David.

– Vamos, vamos! – ordenou Dean levantando Gideon

Rob pegou o isqueiro e acendeu-o pronto para queimar as pessoas do depósito. Sam viu e empurrou-o contra a parede. Começou a soca-lo. Jane pulou no pescoço do Winchester para impedi-lo, porém, Victoria chegou e puxou-a pelos cabelos, obrigando-a a parar. A mulher gritou de dor. Outras quatro pessoas interviram se jogando sobre os dois.

A Prostituta aproveitou um momento de distração de Dean e derrubou-o com a mão sem encostar. Ela se sentou sobre ele e começou a apertar seu pescoço. Com uma mão, o Winchester tentou deter o aperto e, com a outra, tentava alcançar a estaca caída a poucos centímetros dele.

– Ora, até parece que você é um servo do Céu. – zombou a criatura

– Larga de mim! – gritava Jane segurada por Sam. Vic tentava impedir Rob e outras duas pessoas de se aproximarem da porta do depósito.

– Por isso é que meu time vai vencer – gabava-se a Prostituta para Dean – Você é a grande casca? Você é patético, infeliz e sem fé. Isto é o fim do mundo... e você vai sentar e deixar acontecer – Dean estava quase sem forças. Leah riu e aproximou mais seu rosto de Dean – E vai assistir sua namoradinha morrer. Deveria ter me ouvido, Dean. Deveria ter feito o que eu disse pra convencê-la a se afastar. Lúcifer está na cola dela e você vai ser o responsável quando ele possuir seu irmão e arrancar o coração dela.

Essas últimas palavras foram o que deram força ao Winchester e fê-lo agarrar com fúria a estaca e acertá-la no rosto da criatura. E logo enfiou a arma em seu peito. Surpresa, ela gemeu de dor.

– Não é bem assim, vadia.

Empurrou-a para o chão e debruçou-se sobre ela. Enterrou a arma mais fundo.

Jane e os outros pararam de se debater ao ver a falsa Leah derrotada e a fumaça negra que começava a sair de seu corpo. Todos no salão, incluindo os caçadores, observaram a fumaça da criatura se tornar maior e ela se contorcer de agonia. Até que uma chama alta de fogo se esvaiu pelo teto, destruindo a Prostituta definitivamente. O cheiro do cadáver era desagradável.

Os habitantes da cidade que estavam ali ficaram perplexos.

– Mas eu não entendo – declarou Jane – Como vamos chegar ao paraíso agora?

– Desculpe – falou Dean – Eu acho que você pegou o caminho errado.

Gideon gemia de dor. Sam o ergueu.

– Pronto.

O pobre homem fitava com desalento o cadáver daquela que fora sua filha antes de ser possuída.

– Vou pegar o Cass – anunciou Vic quebrando o silêncio mortal no salão

– Vou com você – disse Dean.

O anjo já não se contorcia de dor, mas estava abatido pela violência do feitiço sofrido. Dean e Vic o ampararam cada um de um lado. Em seguida, saíram da igreja juntamente com Sam que carregava Guideon de um lado. Não olharam para trás, para o choque e amarga desilusão estampados nos rostos dos cidadãos. Sobretudo, nos de Jane e Rob.

– Dean, como você fez aquilo? – inquiriu Sam com dificuldade ao se locomover com Guideon pendurado.

– O quê?

– Matá-la?

– Foi um golpe de sorte, eu acho.

– Pelo que eu sei, ela só poderia ser morta por um servo do céu.

– Ora, o que você quer que eu diga? Eu tive chance e mandei ver.

Victoria não disse nada, mas ficou bastante pensativa.

– Dean, leve o Cass para seu carro – disse ela tirando o peso do corpo do anjo de si – Sam e eu levaremos o Guideon no meu carro.

Assim que colocou David no Impala de Vic, Sam se aproximou de Dean antes deste dar a partida.

– Você vai fazer alguma coisa estúpida? – perguntou

– Como o quê?

– Como dizer sim ao Miguel?

– Qualé, Sam? Dá um tempo. – ele deu partida e esperou o irmão se afastar.

Sam entrou no carro de Vic e os dois carros saíram. Chegaram ao motel e alojaram-se no quarto do casal.

Dean deitou Castiel na cama e Vic tratou de cuidar do nariz dele que escorria sangue. Sam, por sua vez, providenciou um saco de gelo para amenizar o galo na cabeça de Guideon (que o segurou), deu-lhe um analgésico e enfaixava seu braço que tinha um corte.

– Como vai a cabeça? – perguntou Dean ao pastor sem sair perto de Cass e Victoria.

– Estou vendo dobrado. Mas deve ser o analgésico. – retrucou David

– Você vai ficar bem.

– Não. – seu tom de voz não escondeu a angústia e dor que havia dentro de si.

Dean assentiu. Virou-se para Victoria. Ela havia terminado de colocar uma gaze no nariz de Cass.

– Pronto – ela disse ao anjo – Você vai sobreviver. O seu toque especial seria bem útil agora.

– Minhas baterias não estão muito boas. Esse feitiço da Prostituta me esgotou.

– Certo. Então descanse

Vic alisou a cabeça do anjo com um carinho fraternal. Cass ficou surpreso, mas nada disse. Em poucos segundos, fechou os olhos. Ao levantar a vista do anjo para Dean, notou que este a observava profundamente. Havia algo em seu olhar. Perturbador. Intenso. Ele desviou os olhos constrangido. Não tencionava ser flagrado, mas era tarde. Ela estremeceu por dentro, havia notado um quê de desespero e, ao mesmo tempo, convicção no olhar dele, além de outros sentimentos. Pesar. Despedida.

Collins intuía o que se passava em seu íntimo. Aliás, desde antes de chegar naquela cidade notava uma tensão crescente em Dean. Ele parecia um homem prestes a se jogar de um precipício.

– Bem, parece que Cass vai dormir com vocês – comentou Dean se aproximando de Sam e Guideon. Queria despistar Vic. Ele percebeu que havia se revelado sem querer, não foi sua intenção. Apenas quis contemplar Victoria como se quisesse gravar a imagem dela. – Pastor, acho que o senhor não deveria ir para casa hoje, se me permite dizer. Não com tudo o que aconteceu.

– Concordo. Lá na igreja deve estar uma confusão e o pessoal também... talvez até queiram me procurar pra alguma explicação, algum consolo. Não tenho cabeça pra isso, não hoje... Acho que vou alugar um quarto por aqui.

– Não, de maneira nenhuma. Faço questão de dividir o meu quarto com o senhor. É o mínimo que podemos fazer. – disse despreocupadamente.

O homem assentiu. Sam não desconfiou de suas palavras, apesar do que lhe disse anteriormente sobre Miguel. Contudo, Vic o observou com atenção. A ela, ele não conseguiu enganar.

– 0 –

A uma distância considerável, ocultos pela noite dentro de uma velha camionete, duas figuras espreitavam o motel em que estavam hospedados os caçadores. Uma delas – um homem loiro de óculos – segurava numa mão um binóculo com o qual observava o movimento no local e, na outra, uma espécie de controle.

– Por que simplesmente não chegamos até ela de novo e fazemos o serviço? – indagou uma mulher morena. Tomou o binóculo de seu companheiro para ela mesmo ver o que acontecia.

– Porque não vai ser tão fácil atingi-la diretamente. Não com aqueles dois de guarda-costas. Os outros falharam da última vez. Além disso, esse método vai ser mais eficiente, ela não vai sobreviver. Só temos que esperar que ela fique sozinha no carro. Foi uma sorte ela ter deixado a lata velha lá onde foram atacados.

– Sua ideia foi muito boa, por sinal.

– Eu só sou do tipo que vejo uma oportunidade em tudo.

– Mas será que ela não verificou que tinha algo implantado no carro?

– O dispositivo está muito bem escondido e é tão pequeno quanto um besouro. Nem o melhor dos mecânicos descobriria.

– E tem certeza que ela vai estar sozinha em algum momento?

– Pelo o que os outros têm observado, Sam tem viajado mais no carro de Dean.

– Pois é, se não fosse por isso, seria interessante também se pudéssemos fazer o mesmo no carro daquele Dean. Só assim pra deixar o Sam livre pra Lúcifer.

– Não. As ordens são claras. – o outro falou em tom repressivo – Dean Winchester também ter que ser poupado até que nosso Pai decida o contrário. O nosso alvo é só Victoria Collins. Ou você quer enfrentar a ira Dele?

– Não, claro que não. Foi só uma ideia – acrescentou a moça com enfado. Apontou o controle que seu companheiro carregava – Vem cá, esse troço funciona mesmo?

– É claro que funciona. A vantagem de você possuir o corpo de um cientista brilhante é que você pode usar o que ele sabe para criar coisas bem interessantes... e maquiavélicas. – sorriu maldosamente e seus olhos enegreceram

– Mal posso esperar pra ver. – ela também sorriu maldosamente

– 0 –

Na madrugada do dia seguinte, umas quatro horas, Dean saiu de mansinho do quarto, tomando cuidado para não acordar David. Foi uma boa ideia oferecer o cômodo ao pastor para dividirem, a fim de não despertar suspeitas em Sam ou em Vic. Eles não poderiam saber de sua verdadeira intenção.

Sim. Seu irmão estava certo, ele pretendia mesmo se entregar a Miguel. Já estava farto de tudo, não havia mais esperanças e ele tinha que fazer alguma coisa a respeito. Só lhe restava aquela alternativa, embora não estivesse nem um pouco ansioso em realiza-la.

Queria ter partido na noite anterior, só não o fez porque assim que zarpasse com seu carro, Victoria e Sam poderiam alcança-lo facilmente no Impala da caçadora. Resolveu esperar pelas primeiras horas da madrugada quando tudo estivesse silencioso.

Do lado de fora, ele localizou seu carro a poucos metros e preparava-se para entrar e abandonar seus companheiros. Aproximou-se da porta e destrancou-a.

– Vai a algum lugar?

Ele se virou surpreso. Vic surgiu de perto da porta do quarto dela. Caminhou depressa até ele.

– Ah... er... bom dia, Vic. Eu... só ia procurar alguma lanchonete pra tomar café – tentou colocar firmeza na voz, mas falhou.

– Dean, pare. – disse ela se aproximando – Não tente me enganar. Sei bem o que está acontecendo com você e o que pretende.

– Não sei do que está falando – engoliu em seco

– Sabe, sim. E ontem quando você matou aquela falsa profetisa, eu tive certeza. Até o Sam percebeu. Só estava esperando você sair, fiquei vigiando ali da janela do quarto.

Ele abaixou o rosto e não respondeu.

– Dean, por favor, não faça isso.

Ele levantou os olhos para ela, mas permaneceu calado. Apenas suspirou.

– Vamos conversar – disse ela decidida – Num lugar mais tranquilo.

Ele apenas assentiu.

Caminharam em silêncio lado a lado, mas não se afastaram muito do motel. Foram para uma praça que ficava ali perto. Não se via muita gente àquela hora; era como se a cidade estivesse mergulhada num luto silencioso pelos recentes acontecimentos.

– Acho que aqui está bom – disse Vic ao se aproximarem de um coreto no meio da praça. Subiram uma pequena escada, ela à frente. Recostou-se na grade de ferro e virou-se para o Winchester – Muito bem, Dean. Antes que você decida fazer qualquer tipo de estupidez, eu só vou dizer uma coisa: desista. Eu não vou deixar.

Dean riu. Um riso amargo.

– Dean, estou falando sério. Não pode fazer isso, se entregar a Miguel. Não depois de tudo o que já passamos.

– Você não entende, Vic. Eu não tenho escolha.

– Sempre há uma escolha. E não essa que você acha ser a melhor.

– O que acho não vem ao caso. Quer saber se eu continuo achando esses caras um bando de otários alados? É claro que continuo. Mas querendo ou não são nosso último recurso.

– Dean, nós lutamos contra todos eles!

– Como diz a frase. Se não pode vencê-los, junte-se a eles. – sorriu com amargura.

– Você pretende abandonar o barco? Vai fugir como um rato e optar pelo caminho mais rápido?

– Da mesma forma que os anjos. Eles estão pegando os únicos salva-vidas do Titanic.

– Pare com isso, Dean! Eu não estou te reconhecendo! Nós salvamos pessoas!

– Sim, era para fazermos isso. E nós não temos como. Não mais.

– Não faça isso, Dean. – ela balançou a cabeça incrédula – Não com Sam.

– Já me decidi.

– Já se esqueceu que eles estão contra o Sam? E só porque ele é o recipiente que Lúcifer quer possuir.

– E é esse justamente o problema. Lúcifer quer Sam e de um jeito ou de outro, ele vai conseguir.

– Sam nunca...

– Sim, ele vai. – disse com firmeza – Eu não sei o que vai empurrá-lo para isso, mas acredite em mim. Ele vai.

– Meu Deus, Dean, você quer mudar o disco? Até quando vai jogar na cara o que Sam te fez há meses por causa da Ruby? Ele lamenta até hoje! Será que não pode perdoá-lo?

– Não se trata mais disso, Vic. Sam vai fraquejar, eu sei!

– É claro que não sabe! Sam é forte e se ele tiver você e eu ao lado dele...

– Eu sei que ele vai falhar, Vic! Eu sei! – ele elevou o tom de voz, assustando-a. Definitivamente, Dean tomou uma resolução – Sei disso porque eu vejo o que acontece no futuro. Sam é possuído por Lúcifer e te mata!

– O quê? – Vic pensou ter ouvido mal

– Foi uma viagem que eu fiz pro futuro. Zacarias me enviou daqui a cinco anos. E nessa viagem, Sam e eu estamos afastados, ele diz Sim ao Diabo... e depois te mata.

Victoria ficou boquiaberta. Por uns instantes, não soube o que dizer. Dean a observou, ponderando se revelava o resto do que sabia sobre eles no futuro.

– Você... deve estar enganado. – ela retrucou – Zacarias te enganou, tentou te manipular.

– Pode ser, mas também existe uma grande chance de ser verdade.

– Sam não me machucaria – ela negou – E jamais diria sim para Lúcifer sabendo que ele poderia me machucar.

– O Diabo sabe como a cabeça do Sam funciona. Sabe o quanto você é importante pra ele. Dará um jeito de te pegar e chantagear Sam pra se apossar dele. E quando isto acontecer, não há garantias de que vá te poupar.

– Vai deixar que o futuro decida o que você faz no presente? Somos nós quem decidimos, Dean.

– Será? O que passamos lá com nossos pais em 1978, tentando evitar o que aconteceu mostra o contrário.

– Mas aquilo é diferente. É passado! É algo que não podemos mudar. Se você viu o que acontece no futuro, significa que pode mudar. Você fez... não disse que tinha deixado Sam nessa sua visão? Agora você está aqui com ele.

– Eu mudei apenas uma variável. Não quer dizer que possa mudar o todo.

– Seja como for, você tem que ter um pouco mais de fé no seu irmão, não importa o quê! Eu acredito nele, você também deveria!

– Não dá mais, Vic. Eu tentei.

– Então você simplesmente vai se entregar? Dizer sim ao Miguel?

– Vou. Sinto muito, Vic.

– Não diga uma coisa dessas, não você! – ela se acercou mais a ele e quase pegou em seu rosto. Quase. Conteve-se a tempo – Você é um homem forte! Sobreviveu ao inferno, é claro que pode aguentar tudo isso.

– Não! Não quando há outras pessoas no meio disso. Eu vou dizer sim ao Miguel, mas não sem antes ele me garantir a segurança de algumas pessoas, o Bobby, o Cass, alguns bons caçadores e uns amigos de que me lembro. – fez uma pausa olhando bem no fundo dos olhos dela – E principalmente a sua segurança.

– Pare de se preocupar comigo! – esbravejou ela como se falasse com um menino – Pare de querer me proteger! Eu vou ficar bem! Lúcifer ou os demônios não vão chegar até mim.

Uma vozinha interior lhe gritou Mentirosa ao se recordar do sonho que teve com o Diabo, de suas ameaças, do atentado no restaurante e do que os demônios haviam lhe dito. Mas ela ignorou. Não ia mencionar aquilo para Dean, principalmente naquele momento em que precisava fazê-lo desistir de sua louca ideia.

– Dean, reflita melhor – ela encurtou mais a distância entre eles e enlaçou a mão dele na sua. Ambos sentiram a corrente elétrica, mas procuraram se focar na conversa – Não faça isso. Você fala como se carregasse o peso do mundo sozinho. Mas você não está sozinho. Eu estou aqui.

Dean a fitou intensamente. Vic procurou ignorar as batidas do coração. Precisava convencê-lo de qualquer jeito.

– Por quanto tempo? Vic, se algo acontecer a você sendo que eu sei que poderia evitar, nunca vou me perdoar. – Collins arfou e sentiu a boca seca. Quis soltar a mão, mas ele a reteve. Ela não protestou. – Sabe, nesse futuro que presenciei, você já estava morta, mas falavam muito de você.

– É? – ela engoliu em seco

– É. Você... era minha esposa.

Dessa vez, Collins fez força para soltar a mão da do Winchester. Ele não a impediu. Victoria não sabia mais para onde olhar se para ele ou para os lados. Dean prosseguiu:

– Eu vi a mim mesmo no futuro. Eu era... outra pessoa. Um cara vazio, frio, sem se importar com nada. E isso tudo porque ele estava sem Sam... e sem você, Vic. Eu não quero me tornar aquele cara!

– Dean... – ela o fitou trêmula e quis interrompê-lo, mas ele fez um gesto para que o deixasse continuar. Agora que havia se enchido de coragem não ia parar.

– Olhe, eu não tenho ilusões, sabe? Eu sei a vida que levamos... e sei qual pode ser o nosso fim...

Collins não retrucou. Estava presa à intensidade do olhar dele.

– Tudo bem. Tanto faz para mim... – suspirou forte – Mas eu quero que você saiba... que a minha ideia de felicidade... é com você. – ele sussurrou com voz rouca a última parte

O coração de Victoria se acelerou. Ela quis abrir a boca, mas não conseguiu emitir nenhum som.

– Não precisa dizer nada – ele continuou – Eu só queria, eu... precisava que você soubesse. Talvez essa seja a única oportunidade que eu tenha pra te falar isso.

Vic estava muda. Não conseguia pensar em nada e por mais que quisesse não conseguia desviar os olhos dos de Dean.

O Winchester se viu preso no olhar daquela mulher que tanto mexia com ele. E sabia que era errado o que pretendia fazer, mas dessa vez, foi mais forte do que ele. Quando percebeu, já tinha agarrado o rosto dela com ambas as mãos e beijou-a com toda a vontade e intensidade que havia dentro dele.

Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar

Sentir os lábios dela, sua maciez, foi o toque mais sublime que sentiu a vida toda. Queria se esquecer de sua angústia, seus dilemas e dor e mergulhar naquela boca. Porém, ainda com um mínimo de consciência, não aprofundou o beijo, talvez esperando que ela resistisse e se afastasse. Mas ela não o fez.

Há uma luz no túnel 
Dos desesperados
Há um cais de porto
Pra quem precisa chegar

Victoria estava confusa, estática, inebriada, não sabia como agir. Sua parte racional tentava lutar contra sua parte emocional. Talvez ela esperasse que Dean a afastasse porque ela não conseguia achar forças. Porém, tampouco o Winchester.

Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar

Percebendo que ela não se distanciava, ele a estreitou em seus braços, enlaçando a cintura com uma de suas mãos e, com a outra, segurou o rosto dela com mais força e aprofundou o beijo.

Ah! Foi o êxtase para ele! Foi como provar do manjar dos deuses! Algo indescritível! Nunca em toda sua vida sentiu algo assim! Havia beijado inúmeras mulheres, mas nenhuma havia conseguido atingir o mais íntimo de seu ser com um único beijo.

Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar

Embora não fosse a primeira vez que provava dos lábios de Vic, com certeza aquele sim era o primeiro beijo deles. Não havia enganos, como da vez em que ela o beijou no corpo do irmão, pensando se tratar deste. Ou quando ele beijou Meg no corpo dela. E não era um beijo de sonhos. Era real, palpável. Um beijo que ia além dos limites físicos, chegava até a alma.

Rendida, as mãos de Victoria enlaçaram o pescoço de Dean e o puxaram mais para si, como se fosse possível se acercarem mais. A mão com que ele segurava seu rosto desceu para as costas.

E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar

As línguas se enroscavam numa velocidade e fúria insaciáveis; as respirações se aceleraram e, de instante a instante, renovavam-se quando minimamente, afastavam as bocas em busca de ar; a temperatura de seus corpos se elevava.

Agonia, amor êxtase, desespero, felicidade, angústia. Sentiam tudo ao mesmo tempo. Era como sentir o Céu e o inferno ao mesmo tempo.

Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar

Em dado momento, Dean prensou o corpo de Vic numa viga de ferro que sustentava a cobertura do coreto. O beijo se intensificava mais, o mundo ao redor havia desaparecido para eles.... Quanto tempo tinha se passado? Não saberiam dizer.

Uma noite longa
Pra uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar

Vic sentiu o volume da calça de Dean se acentuar por entre suas pernas, mas isso não a afastou. Sentiu uma das mãos dele enfiar por debaixo de sua blusa e ousadamente apertar um dos seus seios, fazendo-a arfar. Isso também não a afastou.

Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Ôôôô

Ela sentia que nenhum homem com quem esteve fê-la ter aquelas sensações tão intensas. Nenhum homem... a não ser Sam. Esse pensamento fê-la abrir os olhos e dar-se conta de que não era seu namorado quem a beijava. Isso a afastou.

Empurrou Dean de forma abrupta. O Winchester a olhou surpreso.

– Vic... – ele sussurrou com voz rouca e respiração ofegante.

– Como... como você pôde fazer isso comigo? – ela elevou o tom de voz apesar de também estar ofegante.

Ele a olhou pasmo e, ao mesmo tempo, envergonhado. Num átimo, seu pensamento se deteve em Sam. Dera-se conta do erro que cometeu. Abriu a boca para se desculpar, mas não disse uma palavra. Não havia nada que pudesse dizer. Desviou os olhos do olhar acusador dela. Não importava se ela havia correspondido, o erro permanecia igual. Havia traído o irmão.

O barulho do celular de Vic quebrou o silêncio tenso e constrangedor entre eles. Collins não atendeu de imediato, ainda tentava processar o que havia acabado de acontecer. Foi só no quinto toque é que pegou o aparelho e apertou a tecla de resposta.

– Oi, meu amor – procurou imprimir o tom mais natural possível – Eu... estou perto daqui... na praça. Dean está comigo. – o Winchester a fitou ao ouvi-la pronunciar seu nome, mas ela o ignorou – Nós... estamos voltando

Collins guardou o celular no bolso e voltou-se para Dean com expressão contrariada:

– Vá na frente.... eu... vou logo depois – disse entre ríspida e constrangida.

Dean tentou dizer alguma coisa para dissipar o clima, mas ela levantou a mão entre eles para que se detivesse

– Não, Dean, por favor, não – fechou os olhos numa careta de desagrado e suspirou nervosa – Só vá na frente. Eu preciso ficar sozinha... não posso ver Sam agora. Vá.

Ao ouvir nome do irmão, Dean não retrucou. O sentimento de culpa o calou. Não achava palavras para argumentar.

Deu as costas a Victoria, desceu a escada do coreto e voltou para o motel.

Vic suspirou e não tentou alcançá-lo. Nem mesmo a iminência de ele repentinamente se decidir em pegar o Impala e partir para Miguel animou-a a segui-lo.

O que ela fez? Como pôde trair Sam daquele jeito? Foi Dean quem a beijou, porém, ela correspondeu. Como ela olharia o namorado dali em diante?

Por outro lado, o gosto de Dean e seu calor ainda estavam memorizados em sua pele e lábios. Ela tocou a boca com o dedo e recordou-se da sensação.

Imediatamente, afastou os pensamentos lascivos e procurou se dominar. Recriminou-se mais uma vez. Não adiantava ficar ali se remoendo. Tinha que voltar para o motel. Mas não sabia o que fazer. Talvez devesse contar a Sam.

Não! Isso ia ser desastroso! Causaria uma confusão maior entre os irmãos, tornaria a relação entre eles mais difícil. E depois, Sam nunca a perdoaria. Por outro lado, não queria mais mentiras e segredos entre eles, ainda mais agora que se casariam. Deus, o que ia fazer?

Reparou que o dia havia clareado. Será que perdeu a noção de tempo enquanto Dean a beijava? Com um suspiro, procurou tirar forças para voltar ao motel e encarar Sam

Ele estava na varanda quando ela chegou e olhou-a interrogativamente enquanto se aproximava.

– O que aconteceu, Vic? – perguntou quando ela estava ao lado dele

– Nada. – Vic evitou seu olhar. Foi o suficiente para deixa-lo desconfiado

– Como nada? – questionou. – Acabo de ver Dean. Ele estava estranho, mal me cumprimentou.

– Ele... entrou? – ela olhou em direção a porta do quarto de Dean

– Entrou. Vocês... estavam juntos. O que houve?

Vic suspirou. Resolveu contar parte da verdade.

– Eu o peguei indo embora, Sam. E o impedi.

– Embora?

– Sim, eu notei que esses dias ele estava estranho. E depois de ontem à noite, com o lance da Prostituta, eu tive certeza...

– Que ele pretende dizer sim a Miguel? – o semblante de Sam exprimia aflição

– Sim. Foi por isso que insisti pra dormir no sofá perto da janela e que você dormisse na cama com o Cass. Eu suspeitava que ele poderia nos deixar em algum momento e foi o que quase aconteceu.

– Vocês conversaram sobre isso?

– Conversamos. Ele tentou negar... mas no fim, admitiu que não está mais conosco.

– Droga! – praguejou Sam – Como ele pode fazer isso comigo?

– Vamos ter que vigiá-lo, Sam. Dia e noite. Você vai ter que ir no carro com ele como tem feito e talvez... até dividir o mesmo quarto.

–É, vai ter que ser assim – ele assentiu – Mas ele é esperto, vai tentar nos despistar de alguma forma. Será bom que peçamos ajuda ao Cass e até ao Bobby.

Vic não respondeu. Fitou Sam e recordou-se do beijo com Dean. A culpa a invadiu mais uma vez. Sem se conter, jogou-se nos braços do namorado.

– Sam, me abraça forte.

Ele a aninhou nos braços ao senti-la angustiada, mas concluiu que era pela decisão de Dean. O cerco estava se apertando sobre eles.

– Tudo bem, amor. Não se preocupe, nós vamos conseguir fazê-lo desistir dessa loucura. Vai dar tudo certo.

Ela não respondeu. Sentia-se mal e procurava conforto naquele abraço. Era muita coisa para sua cabeça e coração. As ameaças de Lúcifer, Dean desistindo da luta, a confirmação dos sentimentos dele por ela, a revelação sobre o futuro, o beijo entre eles, a traição a Sam, a dúvida em lhe contar a verdade.

O que ela faria?


Notas Finais


Eis o link da música:

https://www.youtube.com/watch?v=n7OZBeVfgbs

E aí, gente? O que acharam?

Sei que muitas que são team Sam, devem ter ficado decepcionadas com a Vic. Mas lembrem-se que avisei em algum capítulo lá atrás que ia rolar esse beijo entre ela e Dean. Mas isso não significa que eles vão começar a chifrar o Sam daqui pra frente. Mesmo porque não vejo nem ela e, muito menos o Dean, fazendo algo assim com Sam. Foi um momento de fraqueza deles.

Quanto à declaração de Dean, meio que usei algumas das palavras que ele disse pra Lisa na série porque não vejo Dean sendo muito meloso. Ele não é muito do tipo que diria "Eu te amo." E espero que a declaração não tenha destoado muito da personalidade dele.

Quanto ao final desse episódio, modifiquei por causa do próximo (acho que vcs já devem ter adivinhado o que vai acontecer), mas ainda vai ter Dean fugindo de seus companheiros para tentar se entregar a Miguel. O próximo capítulo (e sua continuação, se eu não conseguir fechar num só) será o último capítulo original da Temporada. Depois, haverá só adaptações do restante que falta para acabar.

Até a próxima (e logo com certeza)!


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