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História Almas Trigêmeas - True Lies (parte 1)


Escrita por: jord73

Notas do Autor


Este capítulo contém partes do episódio 20, "O demônio conhecido"

E já no início, temos um momento hentai entre Vic e Sam. É, e como sabem, não sou nada sutil em minhas descrições. Por isso, quem não gosta dessas partes, pule.

Ah, sim, mesmo para quem gosta de ir direto ao ponto e não aprecia reler os trechos de alguns capítulos anteriores relacionados aos que posto, é importante que leiam, não só para relembrar certos fatos importantes como também por às vezes eu colocar também partes de episódios de temporadas anteriores. Coloquei neste um trecho de um episódio da segunda temporada e do episódio 4 da quinta, "O Fim", o qual não reproduzi totalmente. OK?

No mais, boa leitura!

Capítulo 53 - True Lies (parte 1)


Fanfic / Fanfiction Almas Trigêmeas - True Lies (parte 1)

Anteriormente:

– O que está havendo lá, Dean? – perguntou Sam

– Cara, eu não sei. – disse impaciente – Eu pareço Chuck Heston em A última esperança da Terra? O sargento foi o único cara são que achei. Com o que estamos lidando? Você sabe?

– Sei. A doutora acha que é um vírus.

– OK? O que você acha?

– Que ela está certa.

– Sério?

– É. E eu acho que os infectados tentam infectar outros com o contato direto do sangue. E tem mais. O vírus deixa vestígios de enxofre no sangue.

– Um vírus demoníaco?

(...)

– Vírus Croatoan, certo? É a cartada final deles? – indagou Dean ao seu Eu futuro

– É eficiente, incurável, e dá muito medo. – confirmou o Dean futuro – Transforma gente em monstro. Começou a se espalhar nas grandes cidades há uns dois anos. O mundo foi para os cucuias depois disso.

(...)

– Lúcifer não é um demônio, lembra? Ele é um anjo famoso por ter ódio pela humanidade. Para ele, vocês são só sacos de pus – ele se virou de costas por um breve momento ao encher um copo de uísque enquanto Dean observava a arma deixada no móvel – Se é isso o que ele pensa de vocês, imaginem o que ele pensa de nós.

Bebericou o uísque e voltou a encarar os caçadores.

– Mas ele criou vocês – tornou Sam

– Para ele, somos só servos. Bolas de canhão. Se Lúcifer conseguir exterminar a humanidade, nós seremos os próximos. Então... ajudem-me. Vamos todos voltar a tempos melhores! De volta a quando podíamos seguir nossos instintos. Eu faço pactos, caramba! O que acham? E se... eu lhes der esta coisa... – estendeu a Colt –... e vocês matam o diabo?

Os caçadores hesitaram como se esperassem algum truque do sujeito. Por fim, Sam tomou a arma.

– Está bem – disse.

– Ótimo.

– Por acaso, você sabe onde o diabo está?

– É quinta-feira, não é? Um passarinho verde me contou que ele tem um encontro em Carthage, Missouri.

(...)

Eles assentiram. Voltaram-se para a criatura que os observava. Ocupava o corpo de um homem alto e negro de olhos verdes. Antes que qualquer um deles dissesse algo ou fizesse algum movimento para ataca-lo, ele disse:

– Não precisam agradecer. – fez uma rápida continência – Com os cumprimentos de Crowley.

E logo também saiu do corpo numa nuvem preta.

(...)

– Eu sei que o fim do mundo está vindo nos assombrar – disse Sam meio sem jeito – Sei que eu sou o homem mais perigoso para a humanidade porque sou o recipiente de Lúcifer... mas mesmo assim... eu ainda quero ter esperança... eu quero acreditar que vamos conseguir superar tudo isso.

– Sam... – Vic estava com a voz embargada de emoção

– Então, eu pergunto: com tudo isso em cima de nós... Victoria Collins, você é louca o suficiente pra se casar comigo?

Vic não respondeu, apenas se abaixou na altura dele e jogou-se em seus braços, apertando-o forte. Sam a estreitou nos braços e levantou ambos.

(...)

– Sem mim, de volta à estaca zero para matar Lúcifer. Desculpa. Mas vocês podem pegá-lo. – os três ficaram mais atentos. O arcanjo se sentou – A jaula de onde Lúcifer saiu ainda está lá embaixo. E, quem sabe, vocês podem trancá-lo de volta. Não será fácil. Vocês têm que abrir a jaula, atrair meu irmão de volta e... ah, é, evitar Miguel e o esquadrão de Deus. Detalhes, não é? Eis o grande segredo. Nem Lúcifer sabe. Mas a chave da jaula está por aí. – ele fez um movimento giratório com o indicador – Aliás, “chaves” no plural. Quatro chaves. Quatro anéis dos cavaleiros. Se pegarem todos, vocês abrem a jaula. Não vou dizer que aposto em vocês, caras, mas, ei, eu já perdi antes.

True Lies (1ª parte)

Victoria acordou sobressaltada. Não viu Sam ao seu lado na cama e afligiu-se. Mas logo a sensação se dissipou ao se virar de lado e vê-lo parado de frente para a janela do motel, contemplando a vista. Ou assim parecia ser.

Ela havia sonhado com algo, mas não se lembrava exatamente o que era. Não tinha certeza se foi um pesadelo ou não, mas se lhe causava uma sensação estranha, também não poderia dizer que foi um bom sonho. A sensação que experimentava não era nem boa, nem ruim. Era mais... estranha. Talvez um pressentimento. Mas de quê?

Tentou se recordar. Mas nada de concreto lhe vinha a mente. Sonhou com Sam? Não tinha certeza. Tentou se concentrar. Algo lhe veio a mente. Sim, o sonho implicava seu namorado de alguma forma, mas não sabia como.

Ah! Teve uma certeza. Dean também estava nele. Na verdade, pensando bem, era mais forte a sensação de ter sonhado com ele. Não o sonho que teve da última vez, bem vívido, a “transa onírica” ou mesmo aqueles que tinha antes de conhecê-lo. Mas ele estava nesse sonho. Isso podia afirmar.

E Sam? Realmente estava nesse sonho ou era mais algo referente a ele? Talvez fosse isso. Talvez fosse mais a ausência de Sam. E era por isso que ela acordou daquele jeito e inquietou-se por não vê-lo logo ao seu lado.

Bem, ele estava ali naquele cômodo, realmente. Foi só um sonho, não era algo para se preocupar. Se assim fosse, ela se recordaria.

Voltou sua atenção ao momento presente. Sam não parecia ter notado sua agitação, posto que continuava fitando o exterior e de costas para ela.

Um nó se formou em sua garganta. Sam estava completamente nu. Podia vislumbrar seu corpo forte e másculo e sua bunda dura que ela adorava apalpar quando faziam amor. Ah, ele era tão lindo e maravilhoso! E era só seu! Às vezes não acreditava na sua sorte.

Como se percebesse o olhar da namorada sobre si, o Winchester se virou de frente para ela. Ainda era de madrugada, mas uma tênue luz incidia sobre o rosto e o corpo dele. Vic suspirou. Como ainda era possível se fascinar com a beleza da nudez desse homem se já o tinha visto sem roupa uma centena de vezes? E ter as mesmas sensações sempre que faziam amor – como há poucas horas – tal e qual a primeira vez?

– Oi. – foi tudo o que ele disse com um singelo sorriso

Um sorriso que não alcançava seus olhos. Apesar do olhar fascinado dele ao contemplá-la também em sua nudez, havia um leve indício de tensão. Ou tristeza. Vic não saberia dizer. Seja como for, notava (ou assim lhe parecia) que Sam tentava lhe ocultar algo.

Aquilo vinha preocupando Collins. Não era a primeira vez que Sam tentava aparentar uma alegria e tranquilidade que não sentia há quase uma semana... desde a revelação de Gabriel sobre as chaves que prenderiam Lúcifer novamente em sua prisão.

Sim, havia dois problemas naquela equação: achar os outros dois cavaleiros para destruí-los e arrancar seus anéis e a forma como atrairiam o Diabo até sua gaiola.

Mas tirando esses “detalhes” já tinham a solução. Mesmo Dean sendo o mais pessimista do grupo, parecia um pouco mais aliviado.

Só que Sam... ela não conseguia compreender porque justo ele era o mais desanimado da equipe. Deveria estar alegre ou pelo menos mais tranquilo.

Até Dean havia notado e comentou a respeito com ela num momento a sós. E ela não soube responder. Perguntou ao namorado, claro, mas este desconversou.

Tinha certeza que o problema não era com ela. Ao contrário, estava mais carinhoso, atencioso e ardente em suas relações, bem mais do que na ocasião em que...

De repente, lhe veio um medo.

– O que foi? – perguntou Sam interrompendo seus pensamentos.

– Sam... você não está pensando em me deixar? Está? – inquiriu ela se sentando repentinamente na cama com uma perna sobre a outra

Notou por um instante uma hesitação no olhar do namorado, bem curta e imperceptível, mas notou. Contudo, ele se aproximou com expressão de estranheza e a contestou:

– Claro que não, Vic. De onde você tirou essa ideia?

– Daquela vez antes... de você e Dean terem ido para o céu – replicou. Não gostava de se lembrar desse episódio, embora Sam e Dean estivessem bem. – Você pretendia terminar comigo... e estava assim.

– Assim como? – ele se sentou na beira da cama com o corpo voltado para ela.

– Como se quisesse se despedir de mim. – viu um estranhamento no olhar de Sam. Mas não foi algo natural... era mais algo estudado, como se previsse as reações dela para fingir – Sim, Sam, você estava agindo dessa mesma forma comigo... tenso, distante... e estava mais carinhoso e fogoso também. Era como se quisesse me tomar por inteiro antes de dar o fim definitivo. – Sam riu como se desdenhasse a ideia – Por favor, não ria. Estou falando sério.

– Desculpe, amor... mas a forma como você colocou as coisas soa paranoico e dramático. Por Deus, de onde você tirou essa ideia?

– Sam, não finja comigo. Conheço você melhor do que pensa. Sei que está tenso por algo e mesmo não sendo exatamente por minha causa, não quer dizer que o problema não me envolva. – colocou a mão em seu ombro – Por favor, Sam, pode me falar, eu aguento... o que está acontecendo?

Sam não respondeu. Apenas a fitou. Ela não conseguiu detectar nada em seu olhar... a não ser um intenso amor. Súbito, o Winchester a puxou para si e beijou-a com voracidade e paixão. Pega de surpresa, Collins nada fez, envolvida pela tão conhecida e inebriante sensação de arrebatamento que experimentava toda vez que seu namorado a beijava.

Em seguida, Sam se virou totalmente e jogou seu corpo contra o dela na cama, de uma forma abrupta, mas não rude. Não deixou que as bocas e as línguas se de desgrudassem nem por um segundo. Vic sentia as mãos dele percorrendo todas as curvas de seu corpo enquanto ela o retribuía da mesma forma.

Quando ambos estavam sem fôlego por causa do beijo, Sam desgrudou os lábios apenas para dizer com a respiração acelerada, voz rouca e sussurrada e os olhos semicerrados:

– O que está acontecendo é que você me deixa louco a cada dia... Acha que eu conseguiria te abandonar? Eu não consegui daquela vez e nem agora. Não posso viver sem você.

E voltou a beijá-la sem esperar resposta. A intensidade do movimento das mãos no corpo um do outro se intensificou.

Vic pretendia girar seu corpo sobre o de Sam e enchê-lo de beijos, carícias, lambidas e mordidas e inundá-lo de intensas sensações e prazer – como o fez mais cedo à noite – porém, ele não deixou. Ao invés disso, o Winchester parou momentaneamente de percorrer suas curvas apenas para segurar os braços dela e levá-los até o topo de sua cabeça. Ali, prendeu-os apenas com uma mão e com a outra, voltou a deslizar pelo corpo da namorada.

– Sam... – Vic quis dizer algo em meio à pausa de um beijo para puxar o alento, mas Sam voltou a cobrir sua boca.

– Shhhh – ele disse após deixa-la mais uma vez sem fôlego – Só eu que vou te tocar, Vic. Agora você é só minha. Está à minha mercê.

Collins riu, mas logo parou quando a mão de Sam escorregou para o seio esquerdo. Nele, começou a beliscar levemente o mamilo, puxá-lo, acaricia-lo, cobri-lo por completo e massageá-lo com a mão. Collins fechou os olhos para saborear as sensações. Suspirava sem parar.

A outra mão de Sam que segurava as mãos de Vic deslizou do rosto dela até chegar no seio direito. Ali, fez o mesmo com o outro. Agora, ambas as mãos masculinas cobriam e estimulavam aquela região erógena de Victoria.

– Ah, Sam... – ela gemia inebriada

Após um bom tempo, Sam percorreu as outras curvas de seu corpo sem nenhuma pressa, com firmeza, mas bastante cuidado e ternura, como se apreciasse algo de muito sagrado. Apalpou as pernas de Vic, deslizou sobre elas num movimento constante e repetitivo. Os gemidos dela aumentaram, ansiava que ele chegasse num lugar definido, no meio de suas pernas. Já estava molhada, quente, à espera.

O Winchester satisfez sua ânsia. Uma mão foi até seu ponto íntimo e lá iniciou o conhecido ritual esperado por Vic. Ela sabia que ele começava com a mão; depois vinha um dedo; em seguida, outro e, por último, um terceiro, este que esfregava seu clitóris enquanto os outros dois trabalhavam no interior de sua intimidade. Ela previa tais movimentos; foi o que aconteceu pouco a pouco. Sua respiração até falhou por instantes ao se iniciar. Por mais que soubesse o que vinha, nunca deixava de se surpreender e sentir o corpo invadido pela esmagadora agonia que antecipava o orgasmo.

Os dedos de Sam intensificaram o movimento em sua cavidade, os gemidos e os suspiros de Collins se elevaram, suas mãos se agarravam com força no tecido do lençol; ela estava fora de controle, já podia sentir as contrações que a transportariam longe. Porém, assim que sentiu uma fagulha do que estava por vir, seu namorado cessou os movimentos.

Victoria gemeu de frustração. Sim, às vezes, ele fazia isso. E ela nunca previa quando.

– Sam, não... – reclamou alucinada, mas num tom baixo, quase sem fôlego.

– Não se preocupe, Vic – ele sussurrou em seu ouvido com a voz rouca, a respiração quente – Eu vou te dar prazer.

E com a mesma boca que lhe prometia, usou-a para mordiscar o lóbulo de sua orelha e com a língua, acariciar o interior. Em seguida, salpicou o rosto dela com rápidos e calmos beijos e espalhou-os pelo pescoço. Victoria soltou um grunhido de aprovação quando Sam lambeu e mordeu cada centímetro daquela parte.

Os lábios dele desceram até seu colo e percorreram o vale dos seios, até abocanhar um deles. Vic soltou um gritinho rápido. As mãos dela agarraram o cabelo de Sam, bagunçavam-no enquanto ele se detinha em explorar seus seios com a boca, a língua e os dentes, causando-lhe espasmos.

O Winchester desceu por seu ventre, umbigo, mordiscou cada perna até chegar novamente em sua intimidade. Victoria agarrou as barras de ferro da cabeceira da cama para suportar a agonia prazerosa da língua de Sam invadi-la por dentro.

Oh, por favor, não pare. Não pare.

Ela pedia mentalmente. Ele não parou; intensificou mais sua investida. Só parou mesmo ao sentir o gozo da namorada, seu estremecimento e seu grito alto e prolongado ecoar pelo quarto.

A pausa demorou poucos segundos.

Logo o Winchester tratou de virar Collins de costas para ele e deixá-la de quatro. Deslizou a boca por suas costas e nádegas. A mão dele tocou novamente em sua cavidade e a estimulou. Vic tremeu.

– Oh, Sam... – mal se aguentava naquela posição, os braços e as pernas que a sustentavam estavam trêmulos, ainda sob o efeito do orgasmo.

– Ah, Vic! – urrou ele quando substituiu a mão pelo membro, penetrando-a naquela posição.

Os gemidos de ambos se misturaram. Os dois começaram a galgar juntos as alturas, porém, Sam se segurou mais um pouco; queria prolongar o êxtase da namorada.

Victoria achou que fosse morrer de prazer! Ela contemplou o paraíso pela segunda vez.

Quando achou que já tinha terminado, Sam rodopiou seu corpo. Deitou-a de costas no colchão com o corpo por cima do dela.

Sam a invadiu mais uma vez e fê-la sentir uma sucessão de choques explodir em seu interior.

Vic sentiu seu corpo derreter. Havia tido orgasmos múltiplos! Não era a primeira vez que acontecia aquilo, mas com certeza era uma das poucas vezes. E mesmo assim, apenas Sam lhe proporcionava tal experiência.

Ao sentir a namorada plenamente satisfeita, Sam se permitiu atingir o êxtase.

Mesmo exausta, Collins fez questão de permanecer com os olhos bem abertos e atenta aos movimentos do amante.

Adorava vê-lo estremecer como se uma corrente elétrica o percorresse, o modo como jogava a cabeça para trás, os olhos que ele revirava e apertava forte, os gemidos e o grito final que soltava. Contemplar Sam enlouquecido pelo clímax era quase tão maravilhoso quanto experimentar a mesma sensação! Ela sentia da mesma forma que eles eram um só.

Sam caiu com o corpo inerte sobre o dela. Sentiu a respiração quente sobre seu pescoço. E o último sussurro dele antes de adormecerem novamente:

– Nunca vou te deixar, Vic... Eu não suportaria.

Dizem que os homens ficam mais à mercê de uma mulher depois que fazem amor ou até durante. Às vezem, podem até falar a verdade. Mas mesmo com essa declaração, uma leve incerteza ainda perscrutava o íntimo de Victoria.

– 0 –

– Vic... Vic...

Acordou com a mão do namorando lhe acariciando o rosto e com o leve murmúrio de seu nome. O quarto estava suficientemente claro. Era de manhã.

– Hum... Já está na hora? – ela ronronou e espreguiçou-se como um gato. Abriu os olhos e viu Sam sentado na beira da cama, usando apenas um calção – Dean já está nos chamando?

– Não, ainda faltam umas duas horas pra sairmos. – respondeu Sam com a cabeça baixa – É que... eu queria te dar uma coisa.

– O quê? – Victoria perguntou curiosa. Sentou sobre o colchão, cobrindo-se com a colcha

Sam não respondeu, apenas tomou sua mão direita e enfiou um pequeno anel no dedo anelar. Ele tinha uma pequena pedra no centro.

– Sam... Você comprou... pra mim? – Vic ergueu a mão e contemplou o anel emocionada.

– Não deve chegar nem perto das joias que você deve ter ganhado quando...morava com seus pais ou que você tem condições de comprar – procurou se explicar sem olhar para ela com certo receio – É um anel simples, o brilhante nem deve ser verdadeiro e foi comprado com um cartão de crédito falsificado, mas...

Não terminou porque Vic o silenciou com um beijo. Depois, acariciou o rosto dele.

– Eu adorei. – afirmou com sinceridade quase com lágrimas – Você me deu e esse valor... joia nenhuma no mundo pode alcançar.

– Que bom que você gostou – ele abriu um largo sorriso. Em seguida, fechou o rosto. Estava sério – Vic, eu quero me casar com você.

– Eu sei, você já me pediu e eu disse sim – ela sorriu – Só faltava o anel. Agora tenho um.

– Não. Eu... eu quero me casar com você logo. Não quero esperar pra depois que acabarmos com o Apocalipse.

Vic ficou sem fala, estava surpresa com a proposta.

– Por que essa pressa agora? – indagou, por fim

– Não vejo motivo pra esperar. A gente... praticamente vive como um casal. – ele mordeu os lábios – Na verdade, eu apenas quero ter mais um motivo pra lutar.

– Pra lutar?

– Sim. Por você, por mim, pelo Dean... pelo mundo. Nós estamos juntos nessa, Vic. Mas eu quero que estejamos mais unidos do que nunca. – suspirou – Olha, sei que parece meio de repente, mas eu quero que você seja logo minha esposa... nem que seja apenas no civil. Depois que resolvermos toda essa confusão com o Diabo, se você quiser podemos casar no religioso. – ele a fitou com olhos de um garoto ansioso por um doce – Por favor, Victoria Collins, seja a minha senhora Winchester.

Vic permaneceu alguns instantes sem responder. Uma leve desconfiança lhe inquietava por dentro. Não entendia aquela precipitação de Sam. Por outro lado, no olhar dele não havia o menor traço de hesitação.

– Era por isso que você estava tenso esses dias? – resolveu experimentá-lo ao perguntar.

– É... eu estava com medo de te propor isso e você não aceitar. Mas resolvi me arriscar.

Não detectou nenhum vestígio de mentira. Ainda assim, algo lhe dizia que havia algum engano naquilo.

Deixe de ser paranoica. Que engano pode ter?, sua mente lhe recriminou.Sam não é esse tipo de homem que propõe casamento a uma mulher se não tiver intenção de se casar. Ele já lhe provou isso.

– É, tem razão – sem querer, Vic argumentou consigo mesma em voz alta.

– Tenho razão? – Sam franziu a testa sem entender.

– Desculpe, amor. Eu... estava pensando em voz alta.

– E então? –perguntou ansioso – O que você me diz?

Vic abaixou o rosto com um sorriso tímido. Sentia-se como uma adolescente.

– Hein, Vic? – Sam insistia. Notava-se sua impaciência por uma resposta – Eu... não quero te pressionar. Se você quiser esperar....

– Aceito. – ela levantou o rosto divertida. Queria apenas fazer suspense – Podemos nos casar quando você quiser, Sam Winchester. Até hoje se quiser.

O rosto de Sam transpareceu alívio. Ele a abraçou emocionado.

– Obrigado, meu amor – disse – Não sabe como isso é importante para mim.

Collins sentiu um aperto no coração com aquelas palavras. Não soube explicar o motivo, mas sentiu. Procurou ignorar a estranha sensação, repetindo para si mesma que era paranoia. Não ia estragar aquele momento.

–Mas e aí? – indagou ela após desfazerem o abraço – Pra quando você quer casar? Hoje?

– Hoje seria perfeito – respondeu ele – Mas... vamos primeiro nos concentrar em pegar os anéis dos cavaleiros. Tenho a impressão que essa vai ser a parte mais fácil.

– É. O mais difícil vai ser apanhar Lúcifer.

– Isso mesmo – disse ele desviando o olhar. Parecia um pouco perturbado – E... imagino que vai levar dias até encontrarmos alguma solução. Só que não vou querer esperar até lá. Assim que tivermos os anéis, nos casamos de imediato. No civil... pelo menos.

– Bem, como não sabemos exatamente quando vamos ter os anéis, o melhor seria eu preparar minha documentação pra quando a gente decidir na hora.

– Boa. Ia te sugerir isso. Vou fazer o mesmo. – assentiu – Aliás... vai ser sua documentação como Victoria Collins ou...

– Victoria Collins, óbvio. Lembre-se que Sara Blackwell está morta e eu não pretendo ressuscitá-la.

– Ótimo. Agora só falta contar pro Dean e.... – suspirou –... pedir sua mão para o Bobby.

– É mesmo, sabe? – Vic riu – Nós nem tivemos tempo de contar pra ele quando estivemos lá pela última vez.

– Com aquela confusão com o Dean e o Adam, era meio difícil. Mas vou marcar com ele de irmos lá por esses dias e aí... falamos pessoalmente.

– Tenho certeza que ele vai surtar.

– Eu também – Sam riu – Mas acho que vai acabar concordando...

– Eu também. Aquele lá só faz pinta de durão, mas acaba amolecendo.

Riram juntos. Em seguida, Sam se aproximou dela e começou a mordiscar seu pescoço.

– Sam Winchester... – Vic suspirou – Não basta ontem à noite, hoje de madrugada.... e você ainda quer mais?

– Ainda. – replicou com voz rouca – Sempre vou querer mais de você, Victoria Collins.

– 0 –

– Deixa eu ver se entendi... – começou Dean com voz monótona e fechando os olhos para absorver a informação. Estava sentado numa cadeira de frente para seus parceiros no quarto destes. Ambos estavam sentados lado a lado na cama – Querem adiantar o casório pra antes do combate com Satã? Assim que tivermos os anéis?

– Foi ideia do Sam... Mas eu concordei – respondeu Vic

– Uau. – Dean arregalou os olhos, mas não disse mais nada. Fez uma longa pausa.

– Só isso que tem pra falar?

– E o que mais eu poderia dizer?

– Não sei... Da vez que contamos que queríamos nos casar, você quase teve um ataque.

– Aquelas eram outras circunstâncias – replicou com tranquilidade – Eu estava com a cabeça fora do lugar.

– Estava? Pensei que você sempre esteve com ela fora do lugar. Mais a cabeça de baixo, propriamente falando. – implicou Vic. Sam lhe deu uma leve cotovelada, mas segurou o riso.

– Há-há. – Dean revirou os olhos – As duas estão no lugar, pode crer.

– Então... você está mesmo de boa com isso? – foi a vez de Sam questionar.

– Claro – deu de ombros. – Só não entendo a pressa... Que diferença faz vocês casarem agora ou depois do Armagedon?

– Eu... Porque queremos – por um momento nem Vic soube responder.

– Porque desejamos o quanto antes estarmos unidos oficialmente como marido e mulher – respondeu Sam decidido.

Dean notou algo no irmão que o intrigou. Pressentiu que havia uma determinação muito além do que simplesmente a pressa em querer se tornar marido de Vic. Contudo, achou prudente não comentar. Pelo menos não na presença de Victoria.

– Certo. Se vocês querem... – sua postura era indiferente. Não estava incomodado, pelo menos não muito. Já havia aceitado que a união de Sam e Vic era um fato e podia lidar com isso. Contanto que conseguissem se livrar do Apocalipse, ele ficaria sinceramente contente de ver as duas pessoas que mais amava juntas e felizes. – Só quero ver o que vão dizer para o Bobby – balançou o dedo em riste com um sorriso malicioso – E por falar em Bobby... será que podemos agora voltar ao trabalho? Temos que ir na cidade que ele indicou.

– Mais um surto de epidemia. –suspirou Vic – Será que nesta vamos ter algum indício do Croatoan?

– Isso é o de menos.... – replicou ele – Tudo parece indicar que o tal Peste está mesmo na área, e se a gente topar com ele, mais um anel para roubar. E aí... só fica faltando o anel da Morte.

– Verdade. – concordou Sam ao se levantar e dirigiu um último olhar à namorada – E mais depressa sai o nosso casamento. Então... vamos à caça!

– 0 –

Numa pequena cidade, foram investigar um surto de epidemia. Para isso, disfarçaram-se de agentes da saúde e foram a um centro médico. Uma médica responsável pelo local os conduzia. Era baixa, magra e morena clara. Disfarçadamente, Dean a secava com o olhar.

Ela e os caçadores usavam máscara que lhes cobria o nariz e a boca para protege-los de um contágio. Adentraram a sala de espera em que havia várias pessoas com acesso de tosse, espirro, febre alta, etc.

– Saca só. Pareço o rei do pop – zombou Dean aos sussurros para seus companheiros ao se referir à máscara. Riu, mas desfez o riso ao ver as expressões sérias de seus companheiros – Cedo demais?

– Cedo demais. – responderam Vic e Sam ao mesmo tempo

– Não me levem a mal. Acho bom o CDC estar aqui. – comentou a médica e voltou-se para eles – Mas precisamos da vacina.

– Com certeza. – replicou Dean

– Bem, notou alguma coisa incomum nessa estirpe? – Sam a interrogou

– Algum sinal de mudança de comportamento? – bombardeou Vic sem esperar resposta da doutora

– Como agressão, talvez? – tornou Sam

– Como? – a médica pareceu confusa, alternando o olhar para ambos

– As vítimas mostram tendências homicidas? – foi a vez de Dean

Ela encarou cada um dos três, como se achasse que fosse alguma brincadeira. Vendo suas expressões sérias, retrucou:

– Sintomaticamente falando... os casos de gripe suína são relativamente brandos. A pessoa fica uma mísera semana sem trabalhar.

– Então, nada de mais – retomou Dean

– Um dia e meio atrás, não tínhamos um único caso. – um médico se aproximou dela e entregou-lhe um relatório e uma caneta para que assinasse. Ela os apanhou e revisou os papéis – O equivalente a uma pequena bomba. Eu diria que é um pouco incomum.

– Um dia e meio – comentou Sam.

– Quando as estátuas começaram a chorar – refletiu Vic a respeito de um sinal do Apocalipse que testemunharam numa velha igreja.

– É – concordou Dean

– Desculpem. O quê? – estranhou a médica após assinar a papelada e entregar ao seu colega. Fitava Victoria

– O que o quê? – indagou a caçadora

– Disse que estátuas começaram a chorar?

– O quê? Quem... – Sam interveio

– Quem diria isso? – Dean completou – Só malucos.

– Exatamente – assentiu Collins várias vezes com a cabeça

– E isso, nós não somos. – falou Dean tentando parecer descontraído

– Não. – dessa vez, Victoria balançou a cabeça para os lados várias vezes

– Não mesmo. – afirmou Sam

– Apenas... consigam vacinas – pediu a médica, encarando-os com inquietação.

Os três assentiram. Ela trocou um rápido olhar com seu colega e ambos deixaram os caçadores ali parados.

Após constatarem que não havia mais nada a investigar naquela cidade, tomaram a estrada. Já era de noite quando saíram dali.

– Amor, liga pro tio para contar pra ele – sugeriu Vic – Ele deve ter coordenadas de outras cidades.

– Eu ia fazer isso mesmo – respondeu Sam e apanhou o aparelho no bolso da calça.

Dean riu. Intrigado, Sam perguntou:

– Que foi?

– Não é por mal, gente, mas mal posso esperar pra ver a cara do Bobby quando vocês contarem sobre o casório.

– No mínimo, ele vai achar que estou grávida por querer casar assim tão depressa – retrucou Vic

– E está? – indagou Dean com falsa expressão séria.

Vic revirou os olhos sem responder. O Winchester riu mais uma vez.

– Shhh... Está chamando na casa dele. Coloquei no viva-voz – advertiu Sam – Nenhuma palavra mais sobre o assunto.

Dean conteve a risada e fez um gesto de paz.

– Alô? – a voz de Bobby se fez ouvir

– Bobby, somos nós. – respondeu Sam – Estamos voltando da cidade que você nos indicou e...

– Vou adivinhar. – interrompeu Singer – Mais um monte de gripe fresquinha.

– É. – confirmou Dean

– Não faz sentido, Bobby. A Peste passou por aqui. – afirmou Sam – Certeza.

– Por que ele distribui gripe suína se tem o vírus croatoan? – indagou Vic – Estranho.

– É, também acho – tornou Dean – Não entendo.

– Não importa o que o infeliz esteja fazendo. – replicou Bobby do celular – O que importa é que esta é a terceira cidade que ele ataca. E ainda comemos a poeira dele. Descobriram algo? Alguma ideia do próximo alvo?

– Nem pensar, tio – replicou Victoria.

– Não vemos nenhum padrão – afiançou Sam

– Certo. Espere – pediu Bobby para verificar algum dado. Instantes depois, retornava – Pelo que posso ver, ele ainda está indo para leste. Então, vão para leste.

– Leste? – indagaram os três

– Bobby, estamos em Nevada ocidental. Leste é todo o resto – informou Dean

– Então, é melhor pegar a estrada. – sentenciou o velho caçador. Desligou.

Os três suspiram cada qual em seu tempo com frustração.

– Ei. Eu tenho uma ideia. – uma voz diferente falou

Vic gritou e bateu a cabeça na janela da porta. Tomou um susto com a aparição repentina ao seu lado. Dean e Sam se assustaram com seu grito e o carro foi freado bruscamente. Os dois voltaram suas cabeças para trás alarmados.

Ao lado de Vic, estava ninguém menos que Crowley, o assim chamado Rei do inferno. Imediatamente, Sam pegou a faca especial e tratou de enfia-la no demônio, mas só acertou o assento vazio.

– Vic, ele te machucou? – perguntou Sam preocupado.

– Não... Foi só o susto – a caçadora cobriu o peito para acalmar as batidas do coração

– Pegou? – indagou Dean.

– Ele sumiu – respondeu Sam

Do lado de fora, Crowley deu batidinhas na janela da porta traseira à esquerda de Sam.

– Vamos fumar e bater um papo? – disse cínico.

Os três saíram imediatamente do Impala.

– Vocês conhecem esse sujeito? – indagou Victoria. Saiu pela porta do lado de Crowley, mas permaneceu encostada ao carro.

– É o maldito demônio que nos mandou pra aquela missão lá em Carthage! – esbravejou Sam

– Ah... Esse é o tal Crowley? – ela estreitou os olhos.

– É um prazer conhecê-la, querida – ele se curvou. – Não tivemos oportunidade de sermos apresentados, mas...

– O seu comitê de recepção me entreteve.

– Oh, queira desculpar os maus modos deles... Então você que é a famosa Indomável? – ele a analisou com olhar malicioso e fez menção de se aproximar

– Saia de perto dela! – Sam quase o atingiu com a lâmina.

– Ei! Estão bravos. Vamos conversar. – Crowley sabiamente se afastou de costas contornando o carro – Não aqui, mas...

– Quer conversar? Depois do que fez? – Sam foi se aproximando, louco para matá-lo.

– Depois do que eu fiz com você? Eu lhe dei a Colt. – Crowley se afastou mais

– É, sabendo que não funcionaria contra o diabo!

– Nunca.

– Você armou para nós. Perdemos gente naquela operação suicida. Gente boa.

– Quem você leva consigo é problema seu! Tudo continua igual. – colocou-se numa posição em que podia ter Dean e Vic em seu campo de visão. Esboçou um sorriso conciliador –Ainda estamos juntos nessa.

– Claro que sim. Uh! – Sam quis acertá-lo, porém, tudo que atingiu foi o vácuo.

– Sam, calma! – Vic se aproximou do namorado e colocou a mão em seu ombro

– Isso, calma... – disse Crowley ressurgindo atrás dele a uma considerável distância – Amanse esse seu cachorro. Segurem ele.

Sam ia tentar atingi-lo outra vez, contudo, Dean também o deteve.

– Nos dê uma boa razão – advertiu o loiro apontando o dedo.

– Posso lhes dar o Peste. – afirmou o demônio

– O que sabe sobre ele?

– Sei como pegá-lo. – Vic e Dean prestaram mais atenção. Crowley alternou o olhar para ambos com um largo sorriso – Ficaram interessados, né?

Sam dirigiu um olhar de desprezo para Crowley e voltou-se para seus parceiros. Ao fitar as expressões de ambos, encarou-os com perplexidade.

– Estão dando ouvidos a ele? – indagou

– Sam... – Vic tentou apaziguar

– Vocês são loucos?

– Cale-se um segundo! – ordenou Dean

– Calem a boca vocês! – foi Crowley que ergueu a voz. Os três o encararam. O demônio dirigiu um olhar de desculpas para Victoria – Você não, querida.... São esses dois... Eles deixam qualquer um louco.

– Não me chame de querida – sibilou Victoria. – Eu também te culpo pela morte da Jo e da Ellen Harvelle.

– OK... – suspirou Crowley erguendo os braços em sinal de trégua – Ouçam todos... Juro que achei que a Colt funcionaria. Foi um erro honesto. E parte do aprendizado. Mas nada mudou. Ainda quero o diabo morto. – fez uma pausa – Bem, uma coisa mudou. Agora, ele sabe que o quero morto. O que faz de mim o filho mais desgraçado do universo.

– Que peninha! – zombou Vic

– Nossa. Não estamos nem aí – comentou Dean

– Incendiaram a minha casa! Comeram o meu alfaiate! Dois meses debaixo de uma pedra como uma salamandra! Todos os demônios do Céu e da Terra estão no meu encalço! – berrou com visível aflição e raiva – Mas aqui estou eu! No último lugar em que deveria estar... na estrada, conversando com Sam e Dean Winchester... debaixo de uma luz! – com um movimento da mão, estourou a lâmpada de um posto. Os três o olharam pasmos. Crowley se acalmou – É claro... tive compensações... Pude conhecer pessoalmente a famosa e bela Indomável – Vic estreitou os olhos. Sam apertou mais a lâmina, segurando-se para não fazer outra investida – E... ainda tenho Joshua. – encarou-os com ar inocente – Sem querer jogar na cara... mas a ajuda dele a meu serviço, adiciona pontos a meu favor.

Com essa, os três abaixaram um pouco a guarda. Sim, era verdade. Joshua lhes acudiu por duas vezes, embora soubessem que não fosse por um ato de altruísmo. Ali estava a prova. Crowley lhes cobrava o favor.

É claro que não sabiam que Joshua não estava trabalhando de verdade para Crowley. E este blefava com uma mentira lançada pelo próprio Josh.

Crowley não fazia ideia do motivo que levava o demônio a mentir. Aliás, a muito estava em seu encalço. Josh trabalhou para Lilith, fazia um tipo de serviço bem especial, mas era um desertor. Fazia pelo menos uns quatro anos terrestres que havia sumido do inferno sem deixar vestígios ou dar explicações. Desde então, era procurado a mando dela e, mesmo após sua destruição, Crowley ordenou que seus súditos continuassem as buscas. Contudo, nenhum demônio havia encontrado Joshua.

Era estranho. Nenhum demônio conseguia fugir ou se esconder assim, até mesmo um do porte de Crowley estava tendo dificuldade em se manter oculto. Só se Joshua estava sob a proteção de algum feiticeiro muito poderoso.

Mas no momento era a última das preocupações do ex-rei do inferno. Se conseguisse destruir Lúcifer e retomar seu reinado, aí sim redobraria seus esforços e serviçais para encontrar o traidor e descobrir a razão que o levava a fingir que ainda trabalhava a seu serviço. Até lá se aproveitaria do blefe e manipularia os caçadores para ajudá-lo.

– Portanto, venham comigo. Por favor. – tornou Crowley. Apesar do argumento, ainda viu a hesitação no olhar deles – Querem os anéis dos cavaleiros ou não?

– Como...? – Vic ia fazer a pergunta, mas o demônio fez um gesto para interrompê-la. Também Dean e Sam expressaram surpresa em seus rostos

– Sim. É, eu sei sobre eles. Vamos? – insistia Crowley

– Está bem. Vamos – Vic respondeu por todos – Por mais que a ideia não me agrade, acho que devemos lhe dar um voto de confiança.

– Uau... Até que enfim alguém aqui diz algo sensato! – o demônio levantou as mãos para o alto

– Vamos ouvir pelo menos o que você tem a dizer... Mas estaremos atentos – concordou Dean, balançando o indicador em advertência. Dirigiu-se ao irmão – Sam?

– Tudo bem – Sam anuiu de má vontade – Mas isso só porque a Vic está aqui conosco... por causa da ajuda de Joshua.

– Por causa das minhas ordens – reafirmou Crowley – Ah... e não se esqueça também lá com o Tormento...

– Tanto faz. – interrompeu Sam com desdém – Mas era seu dever no fim das contas... uma compensação pelas vidas da Jo e da Ellen. De qualquer jeito, não confio no seu empregado. – estreitou os olhos – Muito menos em você.

– Anotado. – Crowley deu de ombros e soltou um suspiro impaciente. – Agora que colocamos os pingos nos is, podemos ir? – como ninguém mais argumentasse, esboçou um sorriso confiante – Ótimo, já perdemos muito tempo.

Entrou no carro junto com eles, porém, Sam fez questão de ir com Crowley no banco de trás enquanto Victoria ia na frente com Dean. O demônio fez que não se importava, mas preferia ter a companhia da caçadora. Só que não era bobo de discutir, afinal, era um progresso tê-los convencido. Contudo, era incômodo ter aquele Winchester o vigiando como se o demônio fosse uma serpente que fosse dar um bote a qualquer hora. Bom, não deixava de ser.

Durante a viagem, ninguém falou mais nada. Após certo tempo, com alguns truques para acelerar o carro e com as indicações dadas pelo ex-rei do inferno, chegaram numa velha casa abandonada, aos pedaços e bem escondida no meio de um bosque.

– Chegamos. Minha vida de fugitivo – comentou ele na frente ao entrarem – Como os poderosos caíram. Vidros simples. Anticoncepcional usado para acender a lareira. – com um movimento da mão, fez a lareira se acender. Voltou-se para os caçadores – Só o estrago da água...

– Meu coração sangra por você. – desdenhou Dean – Como sabe dos anéis?

– Bem, é que os tenho seguido de perto.

– Temos um amuleto. Somos invisíveis para demônios. – replicou Sam

– Então deveriam verificar a data de validade do seu amuleto – zombou Crowley – Meg os achou e depois...os demônios que provocaram o acidente da sua namorada.

– Ei, ei... espere aí! – Vic o interrompeu – Do que mais você está sabendo?

– Recentemente... sobre você ser algum tipo de trunfo que tanto Lúcifer como Miguel temem. Infelizmente, não tem como eu sair por aí pesquisando.

– É? E o seu empregado? Ele não pode fazer o dever de casa? Nos ajudaria saber mais sobre isso... É algo em que temos pensado.

– Josh está... cuidando de outros afazeres – por um momento, Vic percebeu uma sutil hesitação em Crowley, mas ele foi hábil em disfarçar. Não fazia a menor ideia de onde e com quem Josh estava e se ele voltaria a se comunicar com os caçadores. Crowley só pedia mentalmente que o desertor não aparecesse tão cedo enquanto fosse conveniente que eles acreditassem que o tal estava a seu serviço. – Sei também sobre... seu futuro casório. Agora... estou na dúvida se te dou os parabéns ou os pêsames. – apontou tanto para ela como para Sam – Porque juntar uma beleza como você com um alce não é uma boa combinação.

– O que você disse? – Sam repensou sua atitude de não tentar matar o demônio e quis avançar, porém, Dean o segurou.

– Agora, chega! – Dean elevou o tom – Vai nos dizer ou não como sabe de todas essas coisas?

– Já que insiste... – Crowley voltou com seu cinismo - Não importa o mais poderoso dos amuletos que consigam contra demônios... não vão funcionar para mim. Na noite em que invadiram minha casa, nosso primeiro encontro... meu mordomo pôs um rastreador no seu carro. Uma moeda mágica que anula seus sachês de ossos.

– Então é assim que seu empregadinho tem nos seguido. – supôs Victoria

– Exato. – Crowley não negaria, embora não soubesse como Joshua estava conseguindo. Com outra moeda mágica não seria, pois senão anularia o efeito da sua e vice versa. – Também me permite ouvir coisas. E as coisas que ouvi... – riu – Querem enfiar o diabo de volta na caixa. Tsc... Que ardil! – assumiu expressão séria – Quero participar.

– Disse que conseguiria o Peste – lembrou-o Dean

– Bem... não sei onde o Peste está exatamente – deu-lhes as costas e caminhou alguns passos – Mas conheço o demônio que sabe. – voltou-se para eles – Ele é o que chamaríamos de “o garoto da estrebaria”. Trata dos itinerários e das necessidades pessoais dos cavaleiros e... de conectá-los com seus Tormentos... se ainda tivesse sobrado algum – fez uma pausa como se ruminasse algo – É quem vocês procuram, acredite. Vai dizer onde o Atchim está.

– Como o faremos falar? Arrancando as unhas dos pés dele?

– Não. – Crowley estalou a língua – Isso não funcionaria lá. Nós o traremos aqui. Depois, o convencerei.

– Convencer? – Sam arqueou a sobrancelha

– Por favor. Vendo pecados para santos há séculos. Acha que não consigo lidar com um demônio?

– Então, onde ele está? – tornou Dean

– 0 -

– Queria me ver? – um homem franzino, claro e de cerca de quarenta anos bateu na porta de um escritório. Um segurança havia aberto

– Mitchell, sim, entre. – quem respondeu foi um homem loiro sentado à escrivaninha que analisava algum programa em seu laptop

Aquele escritório se localizava no topo do edifício comercial de uma das empresas farmacêuticas mais renomadas do país – senão a maior. E o jovem sentado à escrivaninha era quem comandava todos os negócios da multinacional. Haviam acabado uma importante reunião na qual o empresário demonstrou sua insatisfação quanto aos resultados da produção de uma nova vacina contra gripe suína.

– Senhor Brady, sei o quanto isso é importante. – começou Mitchell ao ser permitida sua entrada. Postou-se diante do chefe – E sinto muito se...

– Não se desculpe. – a expressão de Brady era serena – Mitch, preciso de gente como você.

– Mesmo? – o outro pareceu surpreso, já que foi um dos alvos de insatisfação de seu chefe

– Mesmo. Aliás, há uma vaga em comunicações... que, acho, seria perfeita para você – Brady se levantou e caminhou até Mitchell

– Parece ótimo. – Mitchell sorriu

– E é. O que me diz? – Brady apanhou disfarçadamente de sua mesa um cálice de bronze com estranhos desenhos esculpidos no exterior – Quer entrar para o mundo disputado do alto gerenciamento?

– Incrível.

– Incrível. – com a outra mão, Brady cortou com um a navalha o pescoço de Mitchell. Aparou uma boa quantidade de sangue com o cálice. O corpo do funcionário caiu aos pés do empresário – Cuidado com os sapatos, por favor. – dirigiu-se ao segurança na porta que arrastou o cadáver pelos pés. Formou-se uma trilha de sangue pelo tapete branco e chão. O loiro voltou a se sentar. – Pegue o resto depois, obrigado.

O segurança fez uma reverência após enegrecer seus olhos e continuou seu trabalho. Assim que se viu a sós, Brady abaixou a cabeça em direção ao cálice e começou a recitar algumas palavras numa língua estranha. As luzes do escritório começaram a falhar. O sangue da taça borbulhou. Do interior do recipiente, uma mosca saiu anunciando a comunicação com o Peste. Os olhos do empresário se tornaram negros.

– Senhor, boas novas dos testes com a vacina. – informou o demônio com um largo sorriso – Os resultados são bastante grotescos. Acho que ficará satisfeito. – outra mosca saiu do cálice – Quando sairá? Distribuição nessa escala... Precisamos de humanos. Difícil possuir todos. Nem me faça falar sobre a equipe. Eu... – outras moscas começaram a sair. Brady engoliu em seco. Seu senhor não estava satisfeito. – Eu sei. Estou fazendo o meu melhor. Sim, senhor. O melhor de uma pessoa melhor. Eu vou, claro. – Brady ficou mais nervoso – Não, não vou falhar como falhei em lhe trazer o seu Tormento intacto. Pode ficar tranquilo.

– 0 –

– Como vocês podem dar ouvidos a ele? – reclamou Sam com Dean e Vic ao vê-los se aprontarem para irem com Crowely ao lugar indicado – Isso é loucura.

– Não discordo. – retrucou Dean

– Amor, nós não temos muitas opções – explicou Vic

Crowley bateu as palmas uma vez para lhes chamar a atenção. Voltaram-se para ele.

– Somos uma família feliz? – disse com seu habitual sarcasmo – Fantástico.

– Pronto para ir? – indagou Dean.

– Estou. Sam, tome conta da casa.

– O que está falando? – Dean parou o que fazia. Vic também.

– Sam não virá.

– E por que não? – inquiriu Sam

– Porque não gosto de você. – deu alguns passos até ele – Não confio em você. Além de você ficar tentando me matar.

– De jeito nenhum. Não vai rolar.

– E eu estou perguntando? Você não foi convidado. – apontou para Vic e Dean – Pergunto a vocês. O que vai ser?

Sam se voltou para seus parceiros.

– Lógico que não vai rolar – retrucou Vic – Se o Sam não vai, nós também não vamos.

Sam se voltou para Crowley com expressão de “Viu?” Porém, o demônio não se deu por vencido.

– Oh, que romântico! A noivinha que apoia o noivinho e não pensa por si mesma – Collins apenas estreitou os olhos – Que decepção! Eu esperava mais da “famosa Indomável” – deu de ombros – Que seja. Dean?

Tanto Sam como Vic o encararam. O silêncio do Winchester foi sua resposta. O casal fitou o demônio com desdém. Este, desfez o sorriso presunçoso.

– Senhores... e madame, aproveitem seus últimos pores-do-sol. – virou-se e ia se retirar

– Espere. – disse Dean. Crowley se deteve.

Sam e Vic fitaram Dean com estranheza. Não era possível que...?

– Eu irei – respondeu o Winchester virando o rosto para não encarar seus companheiros.

Crowley esboçou um sorriso pleno de satisfação.

– Está falando sério, Dean? – Vic o inquiriu. Sam permaneceu calado. Estava decepcionado com a atitude do irmão.

– O que dizer? – retrucou o Winchester após dar alguns passos e parar a fim de se explicar a seus companheiros – Acredito nele.

– O problema nem é esse... Por motivos nada plausíveis, ele quer Sam fora dessa missão.

– Acredite, minha querida... Sei do que estou falando – replicou Crowley ao se virar para ela – Se quiser reconsiderar...

– Já disse pra não me chamar de querida. – disse Victoria irritada – Está bem, Dean. Vá com ele... eu fico com Sam.

– Vá com eles, Vic – disse Sam cabisbaixo como se meditasse em algo – Eu fico.

– Aham? Mas Sam...

– Se Dean confia nos próprios instintos pra acreditar num demônio... não vou me opôr que ele se vá. – alternou o olhar do irmão para a namorada – E nem você.

– Uau! Vejo que o alce pensa. – exclamou Crowley irônico.

– É melhor você calar a sua boca. – advertiu Vic. O demônio fez um gesto de trégua. Collins se voltou outra vez para Sam. – Tem certeza?

– Tenho. E... você pode servir de apoio para o Dean. – Sam encarou Crowley com desconfiança – Como eu disse, não confio nele, mas vocês dois juntos não serão surpreendidos.

– Me sinto ofendido – Crowley pôs a mão no peito em um falso gesto dramático

– Leve isto com você – Sam ignorou o comentário do demônio e entregou a lâmina especial para a Victoria. – Só por precaução.

– Acabaram as recomendações? – tornou Crowley entediado e impaciente – Porque valorizo cada segundo do meu tempo.

Vic se despediu do namorado com um selinho. E partiu junto com Dean e Crowley.

– 0 –

Assim que se viu sozinho, Sam pegou uma garrafa de uísque que encontrou na despensa de Crowley e se pôs a beber. Estava aborrecido em ter sido deixado de lado, embora tenha insistido com Victoria para que fosse com o irmão e o demônio.

Por outro lado, aquela era uma oportunidade única de falar com Bobby sem a presença de seus parceiros, especialmente Victoria. Ele tinha um plano em mente e tudo o que faltava era confirmar um certo detalhe com o velho caçador. Era mais por isso também que bebia, precisava criar coragem.

Serviu-se de um trago, suspirou e ligou para o caçador. Informou-o sobre a “ajuda” inesperada de Crowley.

– Então, Dean simplesmente foi... e acabei falando pra Vic ir junto só por garantia – disse com uma voz queixosa e um pouco arrastada – Mas não confio no Crowley.

– Sam, eu não tenho simpatia por demônios. – replicou Bobby do outro lado da linha – E, claro, tudo isso é uma loucura... Não sei, não... Depois de um ano correndo atrás de nada, é hora de fazer loucuras.

– É, talvez. – concordou a contragosto com um suspiro. Sorveu mais um gole de bebida – Bobby...

– O quê?

– Er... Lembra de quando estava possuído?

– É. Isso me soa familiar. Foram duas vezes. Não sei se a Vic te contou, mas quando ela morava comigo... fui possuído durante uma caçada. Essa foi a primeira vez.

– Ela me disse, mas... falo da última vez quando a Meg foi a chefe do demônio que te possuiu. Ela mandou você matar Dean e você não matou. Pegou seu corpo de volta.

– Tempo suficiente para me cortar.

– Como você fez isso? – ele se levantou – Como conseguiu voltar atrás?

– Por que pergunta, Sam? – havia um tom desconfiado

– Vamos supor que possamos abrir a jaula. E depois? Levamos o diabo até a beira e o fazemos pular dentro?

– Você me pegou.

– E se vocês o levarem até a beira, e eu pular?

– Sam... – houve uma ligeira pausa e tremor na voz de Singer

– Como quando virou a faca para si. Uma ação, um salto.

– Idiotas! Estão tentando me matar? – esbravejou

– Bobby...

– Acabamos de salvar seu irmão. Agora, você? De novo! Achei que tivesse aprendido a lição lá no acidente com a Vic!

– Não é isso. Não farei se não estiver de acordo. Mas temos que considerar opções.

– Essa não é uma.

– Por que não?

– Você não consegue. A minha chance foi uma em um milhão. E eu estava medindo forças com um demônio de nada! E mesmo assim... pela experiência que tive da primeira vez em que fui possuído. Você fala de tirar o poder do próprio Satã!

– É, isso mesmo.

– Garoto, a palavra possessão tem uma razão de ser. – falou num tom de quem fala com uma criança – Você, mais do que ninguém, deveria saber.

– Sou forte o bastante.

– Não é, não. Ele vai achar todas as brechas da sua armadura. E usá-las contra você. Seu medo, seu sofrimento, sua raiva... Encaremos os fatos. Você não é dos mais controlados. Como vai controlar o diabo se não sabe se controlar?

– Talvez... seja só uma questão de treino.

– Então deveria ter treinado desde o dia em que você nasceu – o sarcasmo de Bobby era evidente – E depois, Sam... você tem que considerar outras coisas.

– O que mais?

– Dean, por exemplo... Acha que ele vai concordar em perder o único irmão ainda se tiver garantias de que você consegue?

– Eu já sou adulto. E Dean tem que entender que isso é algo acima de nós.

– E minha sobrinha, hein? E Victoria? Os sentimentos dela não contam? – Sam engoliu em seco – Sam, ela já sofreu muitas perdas. Ela não vai aguentar mais uma... ainda mais sendo você. Eu a conheço bem, ela vai desmoronar se você se for.

– Sei disso, Bobby... e também pensei em algo para compensá-la da minha perda.

– É mesmo? Vai deixa-la com algum ursinho de pelúcia pra se lembrar de você?

– Bobby, isso não importa agora... Deixe comigo.

– Ela não vai concordar.

– Se você e o Dean concordarem, já é suficiente. E aí... vou precisar da ajuda de vocês com a Vic. Ela não precisa saber o que planejo.

– Como disse? – Bobby achou que havia escutado mal – Está querendo dizer...?

– Não quero que a Vic saiba. Pelo bem dela, será melhor esconder essa minha ideia.

Com essa, Singer teve que rir.

– Está certo... Como se estivéssemos falando de uma amadora... – a ironia não abandonava o tom do velho caçador – Sam, Vic é a mais desconfiada e perceptiva de todos os caçadores que conheço. Ela não vai cair em nenhuma trama que inventarmos.

– Sei disso, mas... eu meio que estou conseguindo. Bolei uma forma de disfarçar... – suspirou – Eu só vou precisar de um empurrãozinho seu... uma resposta positiva pra algo que vamos te contar.

– Do que está falando? O que eu preciso saber?

– Não se preocupe, não é nada grave... Quando chegarmos aí, você vai saber. Mas é um disfarce pra despistar a Vic.

– Seja o que for pra tentar enganar minha sobrinha, eu não disse que concordava com seu plano.

– Apenas pense no assunto, Bobby... Pense. E aí... só teremos que convencer o Dean. – não houve resposta, apenas uma respiração contrariada – Pense, Bobby, apenas é isso que te peço no momento.

– É melhor eu desligar. Minha cabeça está dando voltas. Como eu disse, vocês dois estão tentando me matar... e vão acabar conseguindo.

Houve um clic do outro lado e a linha ficou muda. Sam quis beber mais uns goles do uísque, porém, mudou de ideia. Precisava ficar sóbrio, tinha que preparar algo, caso conseguisse convencer Dean e Bobby do seu plano. Algo para deixar para Victoria. E rápido. Se tudo desse certo lá com Crowley, ela e Dean voltariam a qualquer momento.

Suspirou. O que pretendia fazer ia ser uma traição e uma canalhada com Victoria, mas ele realmente não tinha escolha.

Conheceu muito bem sua amada em quase um ano de convivência. Ela não só discordaria, como também o impediria de alguma forma. E poderia se machucar porque o Diabo estava à sua espreita. Era isso que não queria.

Também sabia que Dean não conceberia a vida sem ele. Mas, no fim, o irmão conseguiria ser mais racional, porque foi criado como um verdadeiro soldado pelo pai.

Só que Sam não queria deixar nem um nem o outro. Sabia que pular naquela gaiola com Lúcifer seria abraçar o tormento eterno. E ficar longe para sempre das duas pessoas que mais amava.

E para sempre era uma medida de tempo imensurável. Inconcebível.

Mas que escolha tinha? Ele que começou tudo aquilo, portanto, ele que tinha que dar um fim, se estava em suas mãos.

Esperava que Dean o apoiasse. E que não tentasse trazê-lo de volta com pactos ou qualquer outra loucura.

Que Victoria pudesse algum dia entender e perdoá-lo por planejar e colocar em prática seu plano às escondidas dela. Que ela o perdoasse por quebrar todas as promessas e planos que fez antes de ter tomado aquela decisão.

Era tudo isso que o estava angustiando pouco depois da revelação de Gabriel. A ideia que teve e suas implicações. E disfarçar sua inquietação, seu desespero, seu pesar e demais sentimentos opressores de Victoria não era nada fácil.

Vic, faço isso com você porque te amo e quero te proteger, pensou. Tomara que você me perdoe e supere a minha perda.

Sam largou a garrafa em cima da lareira, apanhou seu laptop e acionou o dispositivo da câmera.

Inspirou e expirou o ar várias vezes profundamente.

Gravou um vídeo.

 


Notas Finais


Bem, estamos chegando na reta final da primeira parte da história. Pobre Sam! Que dilema!

E tão cedo o teor do vídeo que ele gravou será divulgado. Só na próxima fic.

Gente, essa da primeira possessão do Bobby que inventei não foi só para justificar como ele conseguiu se libertar da segunda e também o motivo pelo qual a Vic se afastou. Foi também por um outro argumento que será retomado mais adiante (não nessa fic). Não é algo propriamente relacionado ao mistério com a Victoria, mas com outros fatos da história. Enfim, depois vcs saberão, naturalmente.

Esse título do capítulo em inglês se refere a um antigo filme norte-americano de ação com Arnold Schwarzenegger, também sem tradução. Mas o significado seria mentiras verdadeiras ou verdades das mentiras, algo assim.

Espero que tenham gostado. Aguardo reviews. Até a próxima!


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