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História Almas Trigêmeas - True Lies (parte 2) - Final


Escrita por: jord73

Notas do Autor


A conclusão do caso. Espero que gostem!

Capítulo 54 - True Lies (parte 2) - Final


Fanfic / Fanfiction Almas Trigêmeas - True Lies (parte 2) - Final

Anteriormente:

- O que eu faria sem você? – declarou Sam num tom doce e suave ao contemplar Jessica com ternura.

- Seria um fracasso – brincou ela.

Trocaram um beijo suave e profundo.

(...)

– Sam! Sam! – Dean gritou desesperado pelo irmão. Viu-o na cama olhando para o teto onde Jessica era consumida pelo fogo. Agarrou Sam e o tirou de lá à força

– Jess! Jess! Não!

 (...)

- Você é louco.

- Não, não sou. Não se esqueça de que eu sou um bruxo. Eu pressinto as coisas. Eu sabia que vocês iam se encontrar. Houve até uma vez em que vocês quase se cruzaram lá mesmo no meu gabinete. – fez uma pausa. – Mas eu impedi que isso acontecesse e impedi que houvesse outras oportunidades. – ele esboçou um sorriso cruel – Sam, como eu disse, você é muito ingênuo. Não sabe o quanto a sua vida foi manipulada antes mesmo do que aconteceu com sua namoradinha de faculdade.

- O que quer dizer? – Sam o olhou intrigado

- Isso você vai descobrir em breve. Mas te adianto que a morte de Jessica não era pra ter ocorrido, pelo menos não naquela época. Fui eu quem colaborou para Azazel apressar as coisas.

- O... o quê? – Sam apertou os olhos confuso

- Isso mesmo. Sabe, Azazel era um dos poucos demônios com quem valia a pena ter amizade. Eu o conhecia há muito tempo. Eu contava várias coisas a seu respeito para ele...embora não precisasse, ele tinha informantes para isso.

- Seu infeliz! Você quer dizer que...

- Sim. Eu sabia que ele estava atrás de você.

- E você o ajudou a matar a Jessica? Só para me afastar da Victoria?

- De certa forma, sim. Você até deveria dar um desconto a Azazel. Ele não pretendia matar sua namorada tão cedo. Estava até pensando em deixar você e ela se casarem e curtirem um tempinho juntos, talvez um ano para depois te chamar e torná-lo seu soldado. Mas eu o convenci que talvez isso faria de você um fraco. Era melhor fortalecê-lo com muita dor.

 (...)

- Disse que conseguiria o Peste – lembrou-o Dean

- Bem... não sei onde o Peste está exatamente – deu-lhes as costas e caminhou alguns passos – Mas conheço o demônio que sabe. – voltou-se para eles – Ele é o que chamaríamos de “o garoto da estrebaria”. Trata dos itinerários e das necessidades pessoais dos cavaleiros e... de conectá-los com seus Tormentos... se ainda tivesse sobrado algum – fez uma pausa como se ruminasse algo – É quem vocês procuram, acredite. Vai dizer onde o Atchim está.

- Como o faremos falar? Arrancando as unhas dos pés dele?

- Não. – Crowley estalou a língua – Isso não funcionaria lá. Nós o traremos aqui. Depois, o convencerei.

 True Lies (2ª parte) - Final

 

O Impala estava estacionado a uma considerável distância da empresa farmacêutica. Protegidos pela escuridão da noite, Vic, Dean e Crowley observavam atentamente a movimentação. Pretendiam invadir o local com uma boa estratégia.

- Demônios. – supôs Dean após observar atentamente pelo binóculo.

- Não, escudos humanos. – retrucou Crowley sentado no banco de passageiro – Os demônios estão lá em cima, no décimo segundo andar.

- Você parece muito bem informado – replicou Victoria do banco de trás com sarcasmo amargo – Me pergunto se era mesmo necessária nossa presença aqui. Afinal, você não é o tal Rei do Inferno? Podia muito bem dar conta do recado.

- Querida, sou o rei do inferno... destronado no momento, mas sempre rei. – virou parcialmente a cabeça para trás com um sorriso cínico – Mas mesmo eu não posso com tantos demônios... não perderia meu tempo indo atrás de vocês se eu desse conta de tudo sozinho. E por isso, estou aqui lhes passando tudo o que sei. Informação é poder, mas nem sempre vem acompanhada de músculos. Eu sou o cérebro dessa operação, vocês são os músculos. Entendeu, querida?

- Entendi, sim. – Vic respondeu com um singelo sorriso. Em seguida, puxou o demônio pela gola e encostou a faca especial em seu pescoço – E já te disse pra não me chamar de querida... e você acaba de me chamar duas vezes. Mais uma e serei eu a tentar te matar. Entendeu?

- Perfeitamente. – respondeu Crowley. Desfez o sorriso que mantinha.

- Vic, não é hora pra isso – Dean a repreendeu. Collins bufou, mas soltou Crowley e guardou a lâmina. Voltou sua atenção para o edifício – Então, vamos ter que entrar pelos fundos.

- Vocês, caçadores, tornam tudo mais complicado. – desapareceu num piscar de olhos

- Caramba. – murmurou Dean

- Pra onde que ele foi? – inquiriu Vic

- Está lá dentro – informou Dean após alguns instantes. Localizou com o binóculo Crowley no interior do edifício atrás da cadeira onde estava sentado um segurança – Caramba!

- O que foi?

- Ele acaba de cortar o pescoço do guarda!

- O quê?

- Caramba! Caramba! – Dean tratou de desfivelar o cinto de segurança. Vic fez o mesmo.

Saíram correndo do carro até o prédio para acudir o homem. A porta estava fechada. Dean a bateu.

- A porta está aberta – informou Crowley

O Winchester a empurrou. Vic e ele entraram. Vislumbraram pelo menos três seguranças caídos e ensanguentados. Mortos.

- Que merda foi essa? - praguejou Victoria com expressão perplexa

- O quê? – indagou Crowley com ar desentendido. Limpava o sangue de sua faca.

- Você os matou? – Dean o interpelou

Sem se dar ao trabalho de responder, o demônio simplesmente guardou a faca, saiu de perto do segurança da recepção com as câmeras de vigilância, saltou sobre o cadáver de outro homem no chão e aproximou-se de ambos.

- Estamos sem tempo – retrucou. Começou a caminhar conduzindo Dean e Vic pelo braço, cada um de um lado – Vamos.

- Vamos? – Collins se libertou bruscamente de seu braço. Virou a cabeça para trás observando os homens mortos – É só isso o que tem a dizer?

- Por favor, pra que essa frescura agora? Sou um demônio.

Vic ia retrucar, porém, Dean fez um sinal com a cabeça para que deixasse de lado. Ela bufou.

- OK, sabichão. Pra onde vamos agora?

- Você espera aqui. – ele interceptou o caminho de Victoria, colocou Dean a poucos centímetros no interior do elevador e apertou o botão de um andar. – Vá pegá-los, tigrão.

O Winchester impediu com o braço que as portas se fechassem.

- O quê? – Vic e Dean elevaram o tom ao mesmo tempo.

- Você não vem? – inquiriu Dean ao demônio

- Não. Não é seguro lá em cima. – respondeu – Há demônios.

- Isso nós já sabemos – replicou Victoria – Foi pra isso que nós viemos juntos como uma força tarefa.

- Sei o que estou dizendo. Vai ser melhor que ele suba sozinho. Confie em mim, faz parte da minha estratégia.

- Uma ova que eu confio! E não vou deixar Dean subir lá sozinho pra enfrentar um monte de demônios – fez menção de entrar no elevador, porém, Crowley barrou sua passagem. Vic tirou a lâmina do bolso – Sai da minha frente ou vai se arrepender.

- Retiro o que eu disse – Crowley revirou os olhos – Você e o alce foram feitos um para o outro.

- Espere... Deixe, Vic, eu cuido disso. – Dean interveio

- Bom garoto. – o rei do inferno alargou o sorriso

- Mas, Dean...

- Não acho que ele traria a gente aqui só pra me colocar em perigo.

- Estou impressionado. O que tem fama de ser o mais burro dos três é que tem pensado mais ultimamente.

- Cale a boca!  – gritaram Dean e Vic ao mesmo tempo. Crowley recuou um pouco

- Certo. O que tenho que fazer? – Dean se voltou para ele

- Apenas entre lá... e tente ser convincente. Lembre-se do que contei sobre ele. – Crowley fez que ajeitava as roupas do caçador – Não se preocupe, confie em mim... Vai dar tudo certo.

Dean o encarou desconfiado, mas não disse mais nada.

- Tome, Dean. Vai precisar. – Victoria entregou a faca especial para ele – Cuidado.

Dean assentiu. Collins se afastou a certa distância. Não estava gostando nada daquilo, mas resolveu não intervir mais a pedido do caçador.

As portas se fecharam e o elevador subiu. Não sem antes o loiro vislumbrar um tchauzinho do rei do inferno.

- Bem, somos só você eu, agora – Crowley se voltou para ela com um largo e debochado sorriso.

- Pode me dizer qual a utilidade de eu ter vindo se não estou lá para ajudá-lo? – esbravejou Vic

- Relaxe, quer... – deteve-se ao ver a expressão furiosa da caçadora ao notar que ele ia chama-la outra vez de “querida” – Quer dizer... Victoria. Logo você terá a sua parte nisso.

- 0 –

Brady estava em sua escrivaninha no laptop quando ouviu barulho de luta vindo do lado de fora. Notou que alguém estava diante de sua porta. Com expressão de tédio, abriu-a com um movimento da mão sem esperar que batessem.

Era Dean.

- Dean Winchester. – disse num tom monótono, sem surpresa, como se o esperasse. – Sem hora marcada?

O Winchester passou por cima do cadáver do demônio que guardava o escritório.

- Decisão de última hora, entende? – respondeu e entrou, olhando para os lados para averiguar se havia mais demônios

- Então, chegou na hora – Brady fechou a porta e, com o mesmo movimento, girou a cadeira defronte sua escrivaninha para o lado do caçador – Sente-se. Como vai seu irmão? – Dean não respondeu. Aproximou-se com cautela – E a Indomável? – de novo, não obteve resposta. O caçador simplesmente se sentou. O demônio esboçou um sorriso cínico. Fechou o laptop – Aos negócios, então. O que posso fazer por você?

- O que eu posso fazer por você? – devolveu o caçador

- Mesmo?

- Eu, Sam e a Victoria pegamos dois dos seus jóqueis. Acho que já sabe.

- Sim, recebi o memorando.

- Ficamos com os anéis secretos. É por isso que estou aqui. Ouvi dizer que os queria de volta. E que está disposto a pagar.

- Hum... – Brady se recostou em sua cadeira com a mão no queixo numa expressão meditativa. – Onde estão?

- Não estão aqui. Mas você os quer. Venha comigo, de forma civilizada. Saia da sua batcaverna para discutir uma transação.

- Quem disse que os quero? – bateu os dedos na escrivaninha

- O quê? – Dean ficou confuso

- Quem disse que os quero? – repetiu Brady acentuando um pouco mais o tom

- Você sabe – ele engoliu em seco. – Pessoas.

Um silêncio incômodo se fez entre eles. Brady apenas sorria.

- Entenda. – levantou-se e caminhou em direção ao caçador – O Guerra e o Fome... Mesmo que eu possa enfiar os anéis de volta nos dedos deles... duvido que isso resulte em algum bem. – sentou-se na borda da mesa diante do Winchester – Eles são cascas murchas agora. Em posição fetal, no chão. E graças a você, ao seu irmão e à vadia que anda com vocês. – Dean engoliu mais em seco – Se os Tormentos deles não tivessem sido destruídos, era possível recuperá-los. Mas eles foram. De novo, graças a vocês. Portanto, não quero os anéis. O que quero é vingança. E já que não posso me vingar de Sam e a Indomável não está aqui... vou tirá-la de você, na marra! – gritou a última sentença

Dean apenas assentiu, sem saber como replicar. Brady o puxou da cadeira e derrubou-o contra a porta. Esta se abriu com o impacto. Um corte se abriu na testa do caçador e sangrou.

- Isto é bom demais. – comentou Brady andando calmamente até seu adversário. Chutou-o. Dean gemeu. – Terapêutico, com certeza. Sabe, Dean... eu lhe devo uma, amigão, porque me sinto... tão... – chutou-o outra vez – mas tão... – novo chute –...melhor.

Aplicou-lhe um último chute. Em seguida, passou a mão no cabelo com expressão quase de gozo.

Dean sentia dores por todo o corpo. Não estava saindo nada do jeito que esperava.

- 0 –

Vic caminhava de um lado para o outro no hall do prédio. Estava preocupada com Dean.

Diabos! Eu devia ter subido com ele.

- Perdão. – Crowley pigarreou

- O que é? – Vic lhe respondeu com má vontade

- É que você está assim tem um bom tempo. Se continuar, vai abrir um buraco no chão.

- Cuide da sua vida.

- Está bem. – ele levantou os braços – Não está mais aqui quem falou.

- Ele está lá em cima há um tempão. Já era pra ter voltado.

- Confie no seu parceiro. Ele dá conta do recado.

- Nele eu confio, em você não.

- Ai, ai! Por que vocês são tão repetitivos?

- E por que você não volta para o inferno? Ah, esqueci... – Collins bateu as palmas com expressão de deboche – Você não pode. Te chutaram de lá.

Crowley esboçou um falso repuxar de lábios para ela.

- Sabe... vou ignorar esse comentário tão cruel. Só porque sei que você está se contorcendo de aflição por Dean. E porque sei que está zangada por não termos trazido seu noivinho.

- Nossa! Quanta compreensão! – ela estreitou os olhos. O demônio não conteve um riso – Falei algo engraçado por acaso?

- Não, mas é engraçado algo que pensei... Sobre a sua fama de “a Indomável”

- O que é que tem?

- Eu fazia uma ideia bem diferente de você... Uma mulher imponente, intratável, durona, uma gata selvagem... Sem se importar com a opinião de ninguém, muito menos de um macho. – estalou a língua no céu da boca – Mas pelo que vi, você não é nada disso. Pelo menos não quando se trata dessa dupla de idiotas. Parece que eles te amansaram direitinho, hein? Quem diria? – Crowley riu mais uma vez. Abriu as mãos no alto como se fizesse um anúncio – A Indomável foi domada pelos irmãos Winchesters!

Vic ia abrir a boca para dar uma má resposta, porém, mudou de ideia.

- Guarde seus comentários imbecis para você.

E continuou a caminhar de um lado para o outro. Ignorou outra risada de Crowley. Súbito, ele se manteve calado e sério.

- Fique quieta. – fez um gesto para que Collins se mantivesse onde estava

- O que foi?

- Shhhh. Acho que ouvi algo. – tentou captar por alguns instantes o som do elevador – Sim, acho que Dean está voltando com o nosso rato. Depressa, venha cá.

- Mas o quê...?

- Não discuta. Temos que ficar a postos... Você não queria assumir seu papel? Então... venha!

De fato, Dean conseguiu com muito custo se livrar de Brady. Entrou no elevador e apertou o botão da portaria. As portas se abriram. Contudo, não havia sinal nem de Victoria, muito menos de Crowley. O caçador deu alguns passos fora do compartimento.

Droga! Onde eles estão? A Vic... sozinha com o Crowley... Eu não devia...

Antes que completasse o raciocínio ou pensasse em chamar qualquer um deles, Brady surgiu repentinamente atrás de si no interior do elevador. Acertou-lhe com um golpe nas costas. Dean caiu.

- Que reunião boa, Dean. Estou muito empolgado. – disse e saiu do elevador.

Ia acertar Dean novamente, porém, Victoria surpreendeu-o e golpeou-o com vários chutes no estômago. Daí a pouco, Crowley fez sua aparição por trás e enfiou um saco de pano com um desenho de uma chave de Salomão na cabeça de Brady e nocauteou-o na nuca com uma bengala de ferro. Vic se afastou.

- Boa noite, tio – disse Crowley.

 E o golpeou várias vezes até que perdesse os sentidos. Dean o observou aturdido. Vic foi até ele:

- Você está bem, Dean? – perguntou ao se abaixar e passar a mão em sua testa. Viu o sangue. O Winchester acenou com a cabeça. – Nossa, ele te feriu! Mas... não entendo.

- Nem eu, na verdade. – tossiu. Encarou Crowley e se colocou de pé com a ajuda dela – Que diabos foi aquilo?

- Foi perfeito. – disse ele tranquilamente

- Perfeito? Ele não queria os anéis. Queria a mim! E a Victoria também.

- Como? – Vic se voltou para o rei do inferno – Que história é essa?

- Imagine a sua surpresa – tornou Crowley para Dean com cinismo

- O quê?

- Sua ignorância e falta de informação. Completamente autênticas. Não dá para fingir isso. O quê? – indagou diante da expressão zangada do caçador – Funcionou direitinho.

- Não para mim, filho da mãe! Esse cara é mais forte que todos os outros demônios lá de cima! E ele teria machucado Victoria se ela estivesse lá!

- Mas não estava. Foi por isso que disse pra ela ficar aqui comigo à espera para surpreendermos ele. Fui um cavalheiro, não acha?

- Cínico! – Vic o xingou. Amparou Dean pelo ombro – Ele está todo machucado por sua culpa!

- É o que acontece quando se trabalha com demônios. – apontou a bengala para ambos

Victoria quis avançar e golpeá-lo, porém, Dean a segurou.

- Deixe... Não vale a pena. – gemeu de dor – Ao menos, pegamos o cara.

- É disso que estou falando – tornou o demônio – No fim, foi um perfeito trabalho de equipe. – calou-se ao ver a expressão furiosa de ambos – Vamos embora?

Saíram dali. Vic tratou imediatamente de cuidar dos machucados de Dean, embora ele protestasse. Não que não gostasse da preocupação e dos cuidados da caçadora, mas tinha seu orgulho de macho a preservar, ainda mais com Crowley os apressando.

- Vai demorar muito aí? – reclamou ele do banco de trás com Brady ao seu lado ainda sem sentidos.

- Feche o bico! – disse ela enquanto tratava de Dean com o kit de primeiros socorros – Ou eu vou te devolver todos os golpes que ele recebeu por sua causa.

O demônio se calou. Logo, Collins terminou os curativos e partiram dali.

No meio do caminho, Crowley abriu o terno e a camisa de Brady e fez um corte em seu peito, algum tipo de símbolo.

- O que pensa que está fazendo? – indagou Victoria ao olhar para trás – Pra que esse corte?

- Esse corte vai... – começou Crowley

- Ei, cuidado com o estofado! – Dean o interrompeu com receio que o sangue do corte em Brady sujasse o assento traseiro

- Vá se ferrar – retrucou Crowley – Como eu estava dizendo... esse corte vai prender nosso amigo no corpo. Nada de sumir ou virar fumaça. Preso no terno de carne. Uma peça importante na nossa estratégia de barganha. – fez uma pausa. Indicou uma direção com o dedo – Por aqui. Não pegue a I-50. Pegue a 93, para o norte.

- O que está dizendo?

- É. Não é por essa estrada que voltamos à sua casa? – Vic também estranhou

- Exatamente, mas... não podemos levar esse cara de volta para o seu namorado.

- E por que não? – tornou Dean. Crowley ficou em silêncio.

- Crowley! – gritaram Vic e Dean ao mesmo tempo

- Eles têm um passado – esclareceu o demônio

 - Er... Como disse? – Vic fechou os olhos um tanto confusa

 Mas antes que obtivesse alguma resposta, Dean freou o Impala bruscamente. Embora estivessem com o cinto, seus corpos deram um solavanco. Crowley teve que segurar o de Brady.

- Dean! – reclamou Vic ao pararem

- Foi mal. – voltou-se para Crowley – Se quiser que a gente continue, comece a falar. Que passado?

O rei do inferno suspirou. Pelas expressões sérias e determinadas de seus companheiros de viagem, sabia que não tinha escolha a não ser usar de honestidade. Pelo menos uma vez.

- 0 –

Sam estava sentado na beira da cama de Crowley num quarto. Havia terminado de gravar uma mensagem que pretendia deixar para Vic. Ainda pensava no teor do que falou e no quanto sua atitude a magoaria quando ouviu o som do motor de um carro frear.

Levantou-se e foi até a janela conferir. Era mesmo o Impala de seu irmão. Desceu as escadas. Deparou-se com Victoria e Crowley na sala. Sem Dean.

- Sam, meu amor, tudo bem? – Vic foi até ele para abraça-lo com um largo sorriso. Amarelo

- Estou, claro – ele a segurou levemente pelos braços. Conhecia-a suficiente para notar quando ela pretendia distrai-lo – Algum problema? – Vic não respondeu. – Victoria?

- Problema? Nenhum. – ela alargou mais o sorriso

- Vic, o que está acontecendo? – ele estreitou os olhos – Onde está Dean?

- Er... Está cuidando do tal demônio... Estão no cômodo ao lado. – Vic o fitou séria – Sam, olha...

- Para que fique claro, sou contra isso – Crowley a interrompeu. Até então estava em silêncio e não encarava Sam. Voltou-se para ele – Negociar uma deserção de alto nível é assunto muito delicado.

- Do que está falando? – agora Sam estava atento a ele

- Implorei a esses dois para não voltar. Deveríamos ficar longe de você. – o rosto de Sam se fechou – Seu irmão respondeu com um lembrete da minha queda... e ela... –apontou Victoria -... de que sem você, eles estavam fora. – Sam fez um muxoxo de desprezo. Victoria permaneceu calada. – Então, vá em frente. Estrague a nossa última melhor esperança.

- Ele não vai fazer isso – replicou Vic – Confio nele.

Crowley ergueu os olhos para o alto e suspirou.

- Boa sorte com essa superconfiança! – respondeu com desdém

- Vamos, Sam – ela ignorou o último comentário e puxou o namorado pela mão.

- É só o fim do mundo. – continuou Crowley mesmo enquanto eles se afastavam.

Entraram no recinto a tempo de ver Dean terminando de amarrar as mãos do prisioneiro atrás no encosto da cadeira. Sua cabeça ainda estava coberta e uma chave de Salomão desenhada ao redor dele.

- Ele está aqui, Dean – anunciou Vic mesmo o Winchester podendo vê-los em seu campo de visão.

- Sam... – começou Dean após terminar de amarrar as cordas.

- O que está havendo? – interrompeu Sam olhando de um para o outro – Vic parece que está me escondendo algo... – Collins abaixou o olhar – E o Crowley...

- Preciso que foque na missão. Certo? Concentre-se.

- Não entendo. Do que se trata tudo isso?

- Fazemos isso porque confiamos em você, Sam – Vic se manifestou. O prisioneiro começou a gemer baixinho, dando mostras de acordar.

- Confiam em mim para quê? – Sam estava cada vez mais confuso. Alternava seu olhar do irmão para a namorada

Antes que um dos dois respondesse, ouviu-se a voz de Brady:

- Sam? Sam, é você?

Aquela voz... não era estranha para o mais novo dos Winchesters. Dean foi até ele e retirou o saco que cobria seu rosto. O demônio estava com expressão mais de cansaço e tédio do que de dor.

- Brady? – Sam estava surpreso. A criatura riu.

- Brady não é Brady há anos. – disse – Não desde a metade do segundo ano de faculdade.

- O quê?

- Não ligue para ele, Sam – Vic segurou o braço do namorado para acalmá-lo, mas ele a ignorou. Dean permanecia calado, um tanto aflito pela reação do irmão.

- Isso mesmo – continuou Brady – Você carregava o diabo no ombro já naquela época. – a confusão e a intranquilidade começaram a se ver presentes em Sam. Um pensamento se formava em sua mente.

- Sam... – Vic preocupada quis lhe chamar a atenção

-Vamos deixar as fichas caírem agora – Brady continuava a provocá-lo

- Seu filho da mãe. – murmurou Sam quase sem se conter e foi se aproximando numa raiva crescente – Seu filho da mãe! Você me apresentou a Jess.

Dean e Vic o impediram antes que avançasse no demônio.

- Acho que elas caíram – Brady revirou os olhos com um sorriso de satisfação

- Droga, Sam! – praguejou Dean

- Vou matá-lo! – ameaçou Sam.

- Não, Sam, por favor! – pediu Vic

Sam tentou resistir, mas Dean o levou dali.

- Fique com ele! – ordenou Dean para Vic indicando Brady com a cabeça.

Ela assentiu. Brady se ria.

- Acha isso engraçado? – ela o inquiriu.

- Hilário! – continuou ele.

- Muito bem. Veremos se você vai achar tão hilário daqui a pouco.

- Uh! Isso é uma ameaça?

Porém, Victoria o ignorou e deu-lhe as costas.

Enquanto isso, Dean conduziu o irmão até a sala onde estava Crowley. O loiro soltou Sam, mas este avançou outra vez querendo voltar onde estava Brady. Dean o empurrou de volta.

- Ei, já chega! – ordenou ele

- Saia da frente – pediu Sam.

- Não.

- Dean, por favor, saia da frente.

- Só há uma maneira de ganhar, e não é matando aquela coisa.

- Parece que você o deixou mais calminho – ironizou Crowley ao se aproximar de ambos e fitando Dean com reprovação – Muito obrigado.

E deixou-os para se juntar a Victoria no outro recinto.

- Ouça. Precisamos do Peste para chegar ao diabo – prosseguiu Dean – E do Brady para chegar ao Peste.

- Por quê? Porque Crowley disse? Porque confiamos nele agora? Como confiei em Ruby? Como confiei em Brady na faculdade?

- 0 –

- Ora, ora, se não é o grande e procurado Crowley – escarneceu Brady ao ver o rei do inferno entrar – E trabalhando com os Winchesters e com a Indomável... Por que não estou surpreso?

Crowley o ignorou e dirigiu-se a Victoria:

- Vá acalmar seu namorado.

- Não recebo ordens suas – ela retrucou

- Uau! Ela tem uma língua afiada, hein? – Brady riu – Deve estar fazendo você de gato e sapato!

Crowley apenas lhe dirigiu um falso sorriso de cordialidade e, em seguida, voltou-se para Collins:

- Será que você poderia ajudar Dean a botar as ideias no lugar na cabeça dura do seu namorado para que ele não arruíne com tudo? Por favor! – Crowley juntou as mãos como se implorasse, embora a postura fosse de escárnio – Enquanto isso, vou ter uma palavrinha com esse nosso amigo aqui. Uma negociação. E prefiro que seja em particular. – Vic suavizou a postura, mas hesitava. Não confiava em deixar aqueles demônios sozinhos – Não se preocupe. Não me daria ao trabalho de trazê-lo até aqui para depois deixa-lo escapar.  E também não penso em fazer um acordo com ele para que consiga minha anistia junto a Lúcifer. O Diabo não perdoa.

Sim, era verdade. Vic não podia deixar de ver a lógica naquele argumento.

- Está bem – concordou com um muxoxo – Ele é todo seu.

- Obrigado.

Ela os deixou e foi atrás de Sam. Brady soltou uma risada alta.

- Crowley, você realmente está numa pior! – zombou – Chegar ao ponto de suplicar migalhas a caçadores.

- Cale a boca. – Crowley ordenou com expressão calma sem elevar o tom.

- Como disse? – Brady parou de rir, mas ostentava a fisionomia debochada.

- Eu disse para calar a boca – repetiu com tranquilidade – Deixemos de brincadeiras. Você e eu temos muito que conversar.

- Não tenho nada a dizer pra você. Ou melhor, tenho... Você tá ferrado, cara! Não queria estar na sua pele.

Crowley apenas esboçou um imperceptível sorriso de desdém. Em seguida, apanhou uma cadeira, postou-a diante de Brady e sentou-se sobre ela, mas ao contrário, com o corpo virado sobre o encosto de modo que pudesse conversar com o outro.

- Ouça. Faça os cálculos – começou Crowley – Se Lúcifer ganhar, ele fará deste lugar o seu reino. Quando a estrela da manhã se puser, pegaremos no pesado.

- Ele nos criou. – objetou Brady – Por que nos destruiria? Não faz sentido.

- Olhe para quem... para o que ele é. E olhe para o que somos.

- Talvez você devesse se preocupar um pouco menos conosco... e um pouco mais consigo mesmo.

- Passou pela minha cabeça. Mas não vem ao caso.

- Justamente, Crowley, vem ao caso. Ninguém passará por mais tormento que você. Lúcifer nunca o deixará morrer. – disse com satisfação – Quanto a mim, sei a ladainha. Morrerei, quer diga a você alguma coisa ou não. E prefiro morrer do lado vitorioso, obrigado.

- Belo discurso. – disse Crowley após uma pausa. Levantou-se – Obrigado.

E voltou para a sala. Lá, encontrava-se apenas Dean sentado numa poltrona e bebericando uma cerveja.

- Como foi? Ele caiu na sua? – indagou o caçador

- Ainda não. Onde está o esquisitão?

- Esfriando a cabeça. Victoria está com ele.

- Tudo bem. Que se dane.

- Vai a algum lugar?

- Ele não cede. Então, vou dar a minha cara a tapa.

- O que vai fazer?

- Exatamente o tipo de heroísmo desesperado... que venho tentando evitar. Vou dar um chute em uma caixa de demônios. – ia sair, mas se voltou mais uma vez para Dean – É melhor que esse negócio de anéis funcione.

Dean abaixou a cabeça. Tinha lá suas dúvidas, mas era sua única esperança. Quando ergueu o rosto, o demônio havia sumido.

- 0 –

- Está mais calmo agora, amor? – perguntou Vic para Sam

Estavam no quarto de Crowley, sentados lado a lado. Sam estava com a cabeça sobre o rosto, ainda atordoado com a revelação sobre Brady.

- Estou tentando... – suspirou – Mas você não pode imaginar como estou sentindo... Imaginar que grande parte da minha vida não passou de uma mentira. Uma farsa manipulada por demônios. O Brady, a Ruby, o demônio de Olhos Amarelos em conluio com o Maison. E só Deus sabe quantos mais podem ter me enganado e eu nunca soube.

- Eles podem ter te manipulado até certo ponto, mas não conseguiram definir o que você é.

- Será? E o que eu sou na verdade?

- O homem que eu amo e confio – afirmou Victoria erguendo o rosto dele com a mão e fitando-o intensamente – Não deixe que o Brady mexa com sua cabeça, Sam. Ele é só mais um demônio e é isso que demônios fazem com a gente... nos confundir.

- É, eu sei – Sam encarava Vic. Mordeu os lábios decidido – Mas eu preciso falar com ele mesmo assim. E sozinho.

- O quê? Não, Sam, nem pensar.

- Por favor, Vic. Tente me entender.

- Eu entendo, mas você não pode ficar a sós com ele! Você mal conseguiu se controlar com o Dean e eu lá.

- Eu vou me controlar, Vic. Eu prometo... Você mesma disse que confia em mim.

- Droga, Sam! – ela não podia revidar sua própria afirmação com que ele jogava em sua cara – Mesmo que eu concorde, Dean ou Crowley não vão aceitar.

- Eu sei e... vou precisar de sua ajuda nisso.

- Sam! – Vic se levantou exasperada – O que você está me pedindo?

- Eu apenas quero que você fique aqui... pra eu distrair e prender Dean e tentar dar um jeito no Crowley pra que nenhum deles me atrapalhem na conversa que eu tiver com o Brady. Só te peço pra não ajudar o Dean se ele te chamar e nem dar ouvidos ao Crowley.

- Sam... – Vic balançou a cabeça

- Por favor, Vic. Me dê um voto de confiança como você fez até agora.

Collins suspirou profundamente duas vezes. Não queria compactuar com aquela ideia, mas conhecia o namorado muito bem. Ele não ia sossegar enquanto não resolvesse aquele conflito que o atormentava.

- Está bem – ela assentiu – Não vou te impedir.

- Obrigado, Vic – ele se levantou e beijou-a com fervor e gratidão – Obrigado por sempre me apoiar quando mais preciso.

- Só que o Dean vai ficar bravo tanto com você quanto comigo.

- Não se preocupe com o Dean. Depois, me entendo com ele.

- Então vá logo antes que eu me arrependa.

Sam deu um selinho em Victoria e ia sair, porém, ela o chamou:

- Sam.

- Oi? – ele virou o rosto parcialmente.

- Estou confiando em você. Não me desaponte.

Sam a fitou meditativo por alguns instantes. Tomava cuidado para não deixar transparecer o efeito que aquelas palavras lhe causavam.

Não, não era pelo o que estava prestes a fazer por causa de Brady. Ele pretendia mesmo se controlar não importava o que ouvisse. As palavras de Victoria o atingiam por causa do que havia feito em sua ausência. O vídeo. Uma das etapas da mágoa que seu plano secreto e particular lhe causaria.

- Não se preocupe. Não vou te desapontar – procurou dar firmeza em seu tom, recordando-se do que ia fazer naquele momento.

E desceu as escadas. Vic passou as mãos pelo rosto e voltou a se sentar.

Meu Deus! Que ele se controle! E que Dean não me mate por eu não impedi-lo!

- 0 –

Dean estava lavando o rosto no banheiro quando a porta foi fechada. Virou-se com estranheza e ouviu um barulho de algo ser colocado do outro lado da porta.

- Sam? – ele chamou. Foi até a porta e tentou abri-la sem sucesso – Sam, vamos lá. Ei. Abra a porta. Abra a porta!

Do outro lado, Sam se retirava. Havia posto uma cadeira para segurar a porta. Foi mais fácil do que esperava. Crowley não estava em nenhuma parte e ele conseguiu apanhar o irmão desprevenido.

Seguiu para o cômodo onde Brady se encontrava. Estava com a lâmina especial. Seu irmão a devolveu como condição que se acalmasse.

- Lá vamos nós – disse o demônio com tédio ao sentir de costas a presença do Winchester – Terei direito a últimas palavras?

- Segundo ano, é? – Sam o interrogou e postou-se diante dele

- Brady era um bom rapaz. Íntegro. Seu melhor amigo. O ponto de acesso perfeito.

- Ação de graças?

- Sim, senhor. Lembra quando voltei de férias todo confuso? Tinha largado a medicina. As drogas, as vadias... – Sam assentiu ao se recordar. Exprimia um falso sorriso – Já era o novo Brady. Eu. Lembra quanto tempo passou tentando me pôr nos trilhos? Você foi mesmo um bom amigo. Mas Olhos Amarelos não me mandou para ser seu amigo. Já dava para ver que começávamos a perdê-lo. Até o Maison... você deve estar inteirado... até ele nos alertou a respeito. – riu. Sam apertou o maxilar só de lembrar o maldito reitor – É claro que sabíamos que ele tinha interesses próprios em colaborar, embora nunca conseguimos adivinhar exatamente seus motivos. Não é fácil ler os pensamentos de um bruxo do calibre dele. De qualquer jeito, Maison foi de grande ajuda como nosso espião. Você estava virando um boboca bem educado e inútil. E, isso não dava para aceitar. Você era o nosso favorito. Então, lhe apresentei a uma garota pura, doce e inocente. E, depois, brinquei com ela no teto. – riu mais uma vez. Sam se segurava – Azazel pode ter achado Jessica... mas fui eu quem se divertiu! – o Winchester apertou entre os dedos o cabo da faca – Ela também achava que nós éramos amigos. E baixou a guarda. Estava fazendo biscoitos. Ficou tão surpresa... tão magoada quando comecei com ela...

Sam avançou nele com a faca pronta a lhe cortar o pescoço.

- Vamos! Se é para se sentir melhor. – desafiou o demônio. Sam fez um pequeno corte em seu pescoço – Vá em frente, Sammy. Faça isso. Vamos! Vamos lá.

Do banheiro, Dean continuava a tentar a abrir a porta. Desistiu de continuar a chamar por Sam, mas começou a gritar por Victoria:

- Vic! Vic! Abra a porta! Vic!

Durante um bom tempo, ele a chamou sem resposta. Convencido, que Sam de algum modo também a prendeu, parou. Mas continuou a tentar sair. Por fim, a porta se abriu. Era Victoria.

- Vic! Por Deus, estou te chamando há um tempão! – disse ele – Não temos tempo a perder, Sam está... – fez menção de sair, porém, Collins lhe barrou – Vic, o que está fazendo?

- Dean, eu nem devia ter te soltado, mas...

- O quê? Tá dizendo que você está participando dessa loucura com o Sam?

- Estou. – respondeu ela com o rosto baixo e envergonhado –, mas...

- Não brigue com ela, Dean. – Sam apareceu e os interrompeu – Vic só quis me ajudar.

- Não me diga! Posso passar agora? – disse se voltando para Victoria com evidente zanga.

- Claro. – ela saiu da frente

- O que houve? – Dean inquiriu o irmão enquanto se dirigia no cômodo ao lado.

- Nada. – respondeu Sam ao acompanhá-lo, Vic ia atrás deles.

- Uma ova.

- Dean, estou bem.

- E Brady?

- Er... como você disse... precisamos dele.

Dean se surpreendeu por ver Brady intacto, embora com expressão descontente.

- Meu deus, que dia eu tive – suspirou Crowley surgindo atrás deles. Os três se voltaram para ele. Ignorou suas expressões interrogativas, passou por eles e foi até Brady – Boas notícias. Você vai viver para sempre.

- O que você fez? – indagou o demônio

- Fui a um ninho de demônios para um pequeno massacre. Mas devo estar perdendo a mão – rodeou-o até parar diante dele – Deixei um dos sapos viver. Epa! Também posso ter dado a impressão... de que você deixou seu posto ontem. Porque eu e você somos... Espere! – estendeu o indicador numa falsa postura pensativa – Amantes coligados contra Satã.

Brady fechou os olhos com desalento. Os caçadores se entreolharam com assombro. Tinham que admitir o brilhantismo de Crowley

– Oi, querido. – tornou ele com sorriso irônico – Por hora, morte está fora de cogitação. Você entrou para a lista do tormento eterno com euzinho.

- Não, não – Brady balançou a cabeça.

- Outra coisa que temos em comum. Fora nossa paixão tórrida, claro. Autopreservação covarde. Agora, que tal me dizer onde o Peste está?

Sem saída a não ser a morte que certamente o aguardava nas mãos de Crowley e dos caçadores – mas era preferível a enfrentar a ira eterna do Diabo – Brady resolveu cooperar. Quando ia abrir a boca, escutaram um uivo alto e forte. Todos olharam inquietos em direção ao som. Outro uivo.

- Meu Deus, Crowley – Brady se apavorou

- Isso foi um cão do inferno? – perguntou Dean

- Eu diria que sim – respondeu Crowley meditativo

- E por quê?

Crowley apalpou o terno até encontrar uma moeda velha dentro da manga.

- O que é isso? – indagou Sam

- Lembra do meu rastreador?

- Lembro.

- Os demônios me puseram um.

- Está dizendo que um cão o seguiu?

- Na verdade, seguiu isto.

- Mas que idiota! – esbravejou Vic – Como pôde ser tão descuidado, senhor-eu-penso-em-tudo?

- Ninguém é perfeito – ele deu de ombros. Collins revirou os olhos.

- Tire-me daqui, e direi o que quiser! – prometeu Brady

- Cale a boca – tornou Sam

- É melhor irmos – sugeriu Dean

- Desculpem. Ninguém conhece melhor os cães. – argumentou Crowley – Já é tarde demais.

Lançou a moeda para o alto. Dean a apanhou, mas ao fazer isso, o rei do inferno havia sumido.

- Droga. – praguejou Dean

- Eu avisei. – lembrou Sam com a boca cheia

- Que bom para você! – ironizou Dean com uma careta

- Rapazes, não é hora para isso. – advertiu-os Victoria

- Tem razão – concordou Dean – Ainda bem que temos sal na cozinha.

- Vou com você e ajudo a espalhar pela casa.

- Eu vigio Brady – avisou Sam

- Vigiar a mim? – ele riu – Tire-me já daqui!

Dean e Vic se dirigiam à cozinha.

- Dean... foi mal. Me desculpe por aquilo – disse ela às pressas.

- Olha, adoraria discutir isso com você e jogar na cara que a irresponsável dessa vez foi você e um monte de coisas mais... só que estamos meio sem tempo. – retrucou

Quando chegaram ao cômodo, localizaram um saco grande de sal, porém, não tiveram nem chance de chegar perto. Alguma coisa espatifou a janela e entrou no cômodo, derrubando a mesa. Um rosnado forte se fez ouvir. Era um cão do inferno.

- Merda! Corre! Corre! – ordenou Dean com Vic à sua frente.

Ele fechou a porta da cozinha. O animal pulou e bateu no vidro, foi pego de surpresa. Em seguida, os dois caçadores apanharam suas espingardas para se defenderem. O bicho saltitou e, dessa vez, quebrou a porta.

Começaram a atirar nele em alternância enquanto recuavam, Dean mais à frente. Contudo, não fazia efeito no bicho infernal.

- Que inferno! – reclamou Victoria

- Sammy! – chamou Dean

Entraram no recinto. O cachorro a poucos metros deles. Sam desamarrava Brady.

- Sal? – ele os indagou

Vic balançou a cabeça. Atirou mais vezes no cachorro enquanto Dean punha mais munição em sua arma. Brady era o único que conseguia visualizar a fera.

- Tire-me daqui – pediu aterrorizado

- Cale a boca. – ordenaram os três

- Que ótimo.

Vic parou para carregar sua espingarda enquanto Dean estava com a sua pronta para disparar quando ouviram a voz de Crowley:

- Ei!

- Voltou? – Dean estava surpreso em vê-lo

- Eu me comprometi. Por ora. – estava parado a alguns metros de distância. O cão mudou seu foco para ele e avançou. – Parado.

- Pode controlá-los?

- Não aquele ali. – deu batidinhas no alto com a palma da mão em algo que o caçador via como ar – Trouxe o meu. O meu é maior. – riu – Pega, garoto!

Os dois animais se atracaram derrubando tudo o que estava em seu caminho. Espalhavam sangue por todos os lados.

Os caçadores trataram de libertar Brady da cadeira e da chave de Salomão.

- Vão, vão – incitou Dean

Correram até o carro. Brady foi o primeiro a entrar no banco de trás.

- Aposto mil pratas que meu cachorrinho vai ganhar. – brincou Crowley antes de entrar

Depois que todos embarcaram, o Impala partiu dali.

- 0 –

Encurralaram Brady num beco bem escondido de olhares curiosos. Sem alternativa, ele lhes deu indicações num papel de onde poderiam achar o Peste.

- Tem certeza? – pressionou Crowley ao apanhar o endereço

- É, tenho certeza que o Peste estará aí. Obrigado.

- O que acha? – indagou Dean desconfiado a Crowley

- Bom. – entregou o papel ao Winchester e voltou-se para o outro – Não tem por que mentir, tem? Como já disse, você está no meu barco.

- Você me ferrou por toda a eternidade – retrucou Brady

- Não vai durar tanto. Confie em mim. – foi se afastando

- Aonde vai?

- Vou lhe fazer um favor. – dirigiu-se a Sam que não tirava os olhos do demônio, louco para se vingar – Entraremos em contato. – fitou Victoria ao lado do namorado – Foi um prazer... querida.

E se afastou rindo sem temer a reação de Victoria que se limitou a apertar os lábios.

Dean estava marcando a área com uma linha de sal para prender Brady. Interrompeu-se quando Crowley se postou entre um pedaço que faltava para completar a área livre. O caçador se ergueu e olhou Crowley com desafio. Era uma tentação prendê-lo junto ao outro demônio, mas, infelizmente, estavam em dívida com ele. Além disso, Dean pressentia que ainda precisariam de sua ajuda.

Deixou Crowley passar. Este sumiu. O caçador terminou sua tarefa e juntou-se com Sam e Victoria.

- O que é isso? – inquiriu o demônio com um sorriso de desdém

- Todos esses anjos, demônios, filhos da mãe... não entendem, não é, pessoal? – Dean se dirigiu aos companheiros, mas encarava Brady

- Não, Dean. – respondeu Sam

- Não mesmo. – concordou Vic – Eles se acham muito espertos e acima de qualquer coisa, e é esse seu maior erro.

O demônio emulou um sorriso de deboche.

- Brady, é a nós que você deveria temer. – tornou Dean

A criatura riu como se tudo aquilo fosse uma piada. Sam se colocou em posição de ataque empunhando a faca. Vic colocou a mão sobre seu ombro.

- Sam, tem certeza de que quer fazer isso? – ela perguntou. Sam a fitou confuso. – Não digo por ele... falo do Brady. O verdadeiro. Ele está lá. Talvez possamos desfazer esse corte que o Crowley fez no corpo dele e exorcizar essa coisa.

Por um momento, Sam hesitou. O demônio revirou os olhos.

- Dá um tempo, Madre Teresa de Calcutá! – debochou – Garanto que não vai fazer nenhum bem ao Brady. Se Sam não o fizer, ele mesmo o fará. Ele está berrando aqui pra que tudo isso acabe de uma vez. – Vic o olhou com descrença – Não minto. Sam, sabe que não. Brady é fraco. Ele não vai suportar carregar o peso de tudo o que viu – riu – E nem do que eu o obriguei a fazer.

- Esse vai ser mais um motivo pra mim – declarou Sam decidido – Tudo o que você fez meu amigo passar... fingir que era ele.

- E foi tão demais! – gargalhou – Aposto que esse é um grande momento para você, garotão. Vai fazer com que se sinta melhor.

- É um começo.

- Vai compensar todas as vezes que mexemos com você. Olhos Amarelos, Ruby, eu. Não foi só culpa nossa, foi? Não, não. – ele foi recuando cada vez mais provocativo à medida que Sam avançava – Você é quem confiou em nós. Você nos deixou entrar na sua vida. E nos deixou sussurrar no seu ouvido uma vez após a outra. Já se perguntou por que, Sammy? Já se perguntou por que estávamos tanto no seu ponto cego? Talvez porque tivéssemos a mesma coisa correndo nas veias. – sussurrou quando quase encostava-se ao muro e Sam estava próximo – Lá no fundo, você sabe que é como nós.

Ele tentou acertar Sam com um punho, mas este torceu seu braço, fez um corte profundo e jogou o demônio de frente para o muro. Dean e Vic apenas observavam apreensivos pela forma como Sam era atingido por aquelas palavras.

- Talvez nos deteste tanto, porque detesta o que vê... toda vez que se olha no espelho – rebateu Brady sem dó – Já pensou nisso? Talvez a única diferença entre você e um demônio... é seu inferno ser bem aqui.

Sam avançou em Brady com a lâmina encostada em seu pescoço. Seu olhar era assassino. Por um momento, Brady achou que fosse seu fim, porém, o Winchester apenas se limitou a fazer um corte superficial e derrubá-lo no chão com golpes de socos e chutes em seu estômago.

- Teoria interessante – disse irônico ao contemplar o demônio caído – Mas não.

E foi se afastando de costas aos poucos. Dean e Vic se entreolharam. Sam não ia se vingar?

- Ei, Sam! O que pensa que está fazendo? – provocou Brady ainda no chão – Não vai terminar o que começou? Não vai cumprir sua vingança?

- Não. Não vou facilitar as coisas para você – disse ainda sem dar as costas ao demônio e cruzando a linha de sal. Entregou a faca para Dean. – A morte é boa demais pra você.

- Não, o que acontece é que você está ficando um bobão de novo! É por causa dela, né? – praguejou ele ao se levantar se apoiando no muro. Apontou Victoria. Riu – Por causa da vadia? Você tem medo de mostrar sua verdadeira natureza e assustá-la? – Sam o ignorou, deu-lhe as costas, pegou na mão de Victoria e foi se afastando dali – Você acha que esse seu conto de fadas vai durar para sempre, Sam? Acha que Lúcifer vai deixá-los serem felizes? Não! Ele vai mandar outro demônio fazer com ela o mesmo que os Olhos Amarelos me mandou fazer com a Jessica! Ou pior!  – Brady gritava cada vez mais alto. Estava desesperado, não queria ser deixado ali sozinho para que o capturassem. Preferia a morte que Sam lhe estava negando – E mais uma vez vai ser por sua culpa!

Vic apertou a mão de Sam ao notar que ele havia ficado meio rígido com as últimas palavras, mas em nenhum momento pararam. Súbito, ouviram o gemido de dor de Brady. Foi só aí que detiveram os passos e se viraram para ver o que o ocorria.

Dean trespassava a faca no peito de Brady, este fez uma careta de agonia e expirou. O caçador tirou a faca de seu corpo e jogou-o no chão. Girou os calcanhares e voltou-se para seus companheiros que o fitavam.

- Esse cara fala pra cacete – explicou - Eu já não aguentava mais.

 

- 0 –

- É, eu verifiquei. Maus agouros, mas nenhum é a morte com M maiúsculo. – informava Bobby ao telefone – Pode me dar um anel se ele virar alguma coisa. E, Rufus, tome muito cuidado.

Mal acabou de desligar, escutou uma voz atrás de si:

- Anime-se. A cavalaria chegou. – Bobby se virou com um revólver em mãos. Sempre estava pronto. Quem lhe falava era ninguém menos do que Crowley.

- Que simpático – disse cinicamente – Não funciona comigo. Meu nome é Crowley. Talvez tenha...

- Você é Crowley?

- Na carne e no osso... de um agente literário razoavelmente bem sucedido de Nova York. - o tiro da arma de Bobby foi certeiro – Ahhh! – ele tocou na parte atingida e estancou o sangue com um lenço – Então, ouviu falar de mim. Nesse caso, deve ter ouvido também que meu empregado ajudou a resgatar sua sobrinha de um bruxo maluco. – com essa, Singer abaixou a arma mesmo um pouco relutante – Gosto deste terno.

- O que faz aqui?

- Procurando você.

- Para quê?

- Eles foram atrás do terceiro anel, mas ainda precisamos do quarto. – Bobby guardou a arma interessado – Estou aqui para ajudar.

- Sabe onde o Morte está? – Bobby aproximou mais a cadeira de rodas

- Não. Não faço ideia.

- Então, suma da minha propriedade... antes que eu o encha de sal grosso até você cagar margaritas. – Singer havia apanhado a espingarda – E não me importa se você ajudou ou não a salvar Victoria! Foi sua culpa a morte da Ellen e da Jo!

- Por que vocês têm sempre que vir com a mesma ladainha? – revirou os olhos e fez um gesto de trégua – Que antipático, hein? Vendo que eu conseguiria o paradeiro do Morte em um instante.

- Vai passar conversa em alguns demônios e esperar que não o reconheçam?

- Não. Eu poderia morrer. Mas conheço um encantamento.

- É mesmo? – encarou-o desconfiado

- Cem por cento garantido.

- Então, por que puxa o meu saco?

- Bem, é um pouco... – fez menção de se aproximar, mas deteve-se quando o caçador mostrou a arma –... constrangedor. Há um detalhe técnico.

- A-hã – Singer tinha impressão de que não ia gostar de ouvir

- Preciso de algo para a mágica.

- E o que é?

- Faça um pedido. Posso lhe dar qualquer coisa, inclusive as coordenadas do Morte. Tudo o que me falta é...

- A minha alma. - completou Bobby com semblante furioso

- Já fiz mais com menos. Digamos que quando forem pegar seus Grammys... não deverão agradecer a Deus. Vale a pena, Bobby. Pense.

- Está bem. Aqui vai minha resposta. – disse Bobby após alguns instantes.

Atirou mais uma vez em Crowley a ponto de conseguir derrubá-lo. Ele caiu sentado de costas de encontro à pia da cozinha.

- Au. Caramba! Você é fogo – reapareceu no escritório.

- Saia! – Bobby se voltou para ele com a arma em punho.

- Eu devolvo logo.

- Acha que sou um idiota nato?

- Muito pelo contrário. Você tem razão de suspeitar, mas sou seu aliado. Inimigo do meu inimigo, etc. Preciso do diabo de volta no meio dele. Na verdade, meu delicado ser depende disso. – Bobby o encarava em dúvida - Prometo. O empréstimo é temporário. Devolvo logo depois

Dessa vez, Bobby realmente ficou pensativo.

- 0 –

Collins e os Winchesters pararam num motel para descansar.

A sós em seu quarto, Vic e Sam se sentaram lado a lado na beira da cama, exaustos pelos acontecimentos das últimas horas.

- Uf! Sei que não temos tempo a perder, mas eu só quero saber de descansar por umas horas que seja – declarou Vic apoiando a cabeça no ombro de Sam – Isso depois de um bom banho.

- É, eu também – concordou Sam com os olhos quase fechados encostando um lado da face no topo da cabeça de Vic

- Sam?

- Hum?

- Por que você não matou o Brady? – Sam não disse nada. – Foi por que você achou realmente que eu te olharia diferente? Sam, nada do que fizer, vai me afastar de você. Sei que te falei sobre tentar ajudar o Brady, mas disse mais por você, por ele ter sido seu amigo.

- Sei disso, Vic, e sim, o motivo pelo qual não me vinguei do Brady em parte foi por sua causa, mas... também tem a ver comigo – eles se afastaram para se observarem melhor – Não nego que o fato de saber como a Jess morreu de verdade me atingiu, foi como reviver de novo a morte dela.

- Entendo você perfeitamente. Me senti exatamente igual quando soube que foi o Maison quem matou o Henry.

- Eu queria mesmo no começo acabar com o Brady. Só que me dei conta de que toda a dor pela qual ele me fez passar todo esse tempo não existe mais. Eu não vivo mais um inferno como ele disse. Não desde que te encontrei – ele a acariciou na face – E também percebi que deixei a raiva e o sentimento de vingança por esses demônios me controlarem durante muito tempo. Por querer destruir Lilith... por ela ter mandado Dean para o inferno, Ruby me manipulou e me fez libertar Lúcifer... e o engraçado é que Dean já tinha voltado dos mortos. Entende, Vic? Me deixei arrastar por uma ira sem sentido. E mesmo lá com o Crowley... não pensei friamente como devia. Por mais que não confie nele, sei que pode talvez vir nos ajudar mais até resolvermos essa questão do Apocalipse. – suspirou – Quero deixar isso tudo pra trás e me focar na nossa missão. Não quero mais agir de forma impensada... e arruinar tudo exatamente agora que temos a solução pra acabar com o Apocalipse... E nem agir de uma forma que possa me fazer sem querer decepcionar você como fiz com Dean... e estragar as coisas entre nós.

- Sei que isso não vai acontecer. Como eu disse, confio em você – Vic lhe sorriu. Sam engoliu em seco – Mas espero que você não vá daqui pra frente confraternizar e dar a outra face aos demônios.

- Não, claro que não – ele sorriu – Eu só não quero mata-los movido por minhas emoções, mas porque...

-... é o nosso trabalho acabar com eles – completou Victoria – Sim, meu amor, eu sei. É, Sam, estou orgulhosa de que você pense assim.

O Winchester alargou mais o sorriso e abraçou Victoria. Enquanto a estreitava nos braços, uma parte da conversa com Bobby lhe veio à mente:

 

- Sou forte o bastante.

- Não é, não. Ele vai achar todas as brechas da sua armadura. E usá-las contra você. Seu medo, seu sofrimento, sua raiva... Encaremos os fatos. Você não é mais dos controlados. Como vai controlar o diabo se não sabe se controlar?

 

Sim, foi esse outro motivo pelo qual resolveu não deixar que sua raiva o fizesse matar Brady.  Queria aprender a se controlar para segurar o Diabo dentro de si.

Mas naquele momento seu com Victoria, resolveu esquecer tudo e todos. A conversa com Bobby, Crowley, Brady, Lúcifer... Só queria sentir o calor e o perfume do corpo de Vic. Queria aproveitar cada instante que pudesse com ela.                                                                                                                                                          


Notas Finais


A foto acima é do ator que interpreta o Brady.

Bom, gente, é isso aí, consegui colocar todos os capítulos que já estavam postados antes, mas que precisei excluir para colocar o que faltava, o da conclusão de partes do episódio em que Dean pretendia dizer sim ao Miguel, como disse anteriormente. O próximo será novo e postarei até o fim desta semana no máximo.


Falta pouco para o fim dessa fase. Momentos cruciais e emocionantes se aproximam!

Até a próxima.


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