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História Almas Trigêmeas - O Começo do Começo - Junho, 2010


Escrita por: Biaflower

Notas do Autor


Primeiramente, só queria agradecer aos meus relacionamentos completamente ferrados que me deram inspiração suficiente - e muita dor de cabeça também - para começar o livro e tentar inutilmente deixar de sentir .Tentar que os sentimentos se tornem só palavras em um papel amassado.
Aviso de antemão, não deu certo. Mas rendeu algumas milhares de palavras pelo menos.
Quero agradecer a minha irmã também por ter me apresentado este site para poder ter o primeiro contato com o público e ter um feedback mais verdadeiro do caminho que estou iniciando.

Capítulo 2 - O Começo do Começo - Junho, 2010


Fanfic / Fanfiction Almas Trigêmeas - O Começo do Começo - Junho, 2010

Foi em um dia qualquer de Junho que eu o conheci. Eu não gostei dele de cara. Soube, tempos depois, que a primeira impressão tinha sido recíproca. Ele fazia aquele estilo de playboy pretensioso que não quer nada além de umas noites de sexo. Mas não, aquele charme que ele tentava transparecer não me enganava. Não sabia o que Júlia tinha visto naquele fulano, ele tinha um nível de falar tão inferior ao dela. Realmente não faz o estilo, eu não sei o que deu na minha amiga por pensar em cogitar em namorá-lo. Ela costuma gostar de homens carinhosos, que sabe direcionar uma boa conversa, que tenha pulso firme e apesar de aparentar jeitos brutos, sabem acertar em uma boa dose de romantismo. Esse cara não, ele só sabe sorrir de um lado para o outro e conversar estupidamente com o seu amigo.

 

"E aí, Alice? Gostou dele? Fala, guria!" Júlia me perguntava quando já havíamos chegado em casa. Ela me olha com aqueles olhos questionadores e desafiadores que ninguém saberia fazer melhor que ela. "NÃO!" Sem perceber, gritei. Eu estava estressada por algum motivo. "Ele é um idiota! Você viu o jeito que as palavras escorrem pelos lábios dele? Cara, nada ver você com ele. Sou muito mais você e o Carlos. Falando nisso, o que aconteceu com vocês? Para mim, não tinha passado de uma discussão." Joguei as almofadas no tapete da sala e me deitei. Eu estava com o coração disparado desde que eu saí daquela conversa retardada que obtivemos com aqueles babacas. "Não gostou por quê? Você não conhece ele ainda! Você vai ver, ele é legal. Ele é tão... hm! Você vai ver." Ela se agacha no tapete perto de mim, beija a minha testa e antes de levantar diz: "Eu só quero que vocês se deem bem, vocês foram as duas melhores coisas que me aconteceram e eu só quero desfrutar isso com vocês em harmonia, certo senhorita?" E antes que eu possa respondê-la, ela já tinha ido.

As coisas seriam tão mais simples se essa antipatia tivesse se firmado. Teria evitado tantas coisas e tantos pesares. Mas não, minha amiga é simplesmente uma pessoa que não desiste das coisas que quer. Ela tornou todas as coisas um eventual de "sem querer" para nos encontrarmos: Ida ao Shopping? Olha que coincidência.  Cineminha? Olha só que coincidência.  Praia? Olha só que coincidência.  Vôlei? Me deixa apostar, coincidência.

Aliás, devido essas “coincidências” milagrosas, acabei não dosando suficiente o bom senso. E, sabe, acidentalmente – ou quase – , no jogo de vôlei, quando fui cortar a bola, ela foi direcionada para a arquibancada. E adivinhem só, foi na cara de quem?  Isso mesmo, ponto para mim.  Não, espera...  Me arrependi logo em seguida, porque o frouxo não podia ver um sangue à toa e a cena que ele fez paralisou o jogo e levou a Júlia diretamente para seus cuidados.  Confesso, que assim que ocorreu, meu coração gelou por algum motivo que não sabia explicar.  Tive o impulso de correr até ele e o abraçar dizendo que não tinha sido nada, mas por que eu faria isso? Aliás, por que eu tive essa vontade? Ele era um tremendo babacão.  Dissipei o pensamento de pena assim que apareceu e os observei de longe os dois, mas logo toda a cena me embrulhou o estômago e não queria mais prestar atenção. Não queria mais estar nem ali.

Eu só ouvi até:

“Ei, isso é sangue no meu nariz?  Porra, tá sangrando. “ – Disse o Sr. “Gostosão” da Júlia enquanto ela o fitava com as mãos repousadas nos seus ombros, eu notei que apesar de ele sujo de sangue, ele ainda conseguia a deslumbrar e até corá-la.

“Me deixa olhar, não foi nada.  Coloca isso aqui para estancar, amor. Eu vou pegar uma água gelada para molhar um pouquinho... E você vai ver que já para. “ – Disse a Júlia enquanto levantava e vinha até minha direção. 
Me apressei pegando minha mochila e me afastando na multidão, coloquei meus fones de ouvido e minhas músicas bregas no último volume e comecei a correr na orla. E corri mais. Corri mais ainda para afastar a raiva que estava sentido. Depois daí, desliguei.  

E retiro o que eu disse, não me arrependi. Foi bem engraçado    

                                                                               . . .

Bom, com todas estas “coincidências” o nome do bendito cujo, eu sei agora, era Pedro. Pode dizer que ele é até engraçado no final das contas.  E tem uma voz suave e acolhedora. – É, eu tenho uma queda enorme por vozes, então é uma coisa que conta muito para mim.

E ele estava longe de ser bonito fisicamente, com aquelas bochechas redondas e salientes, com a sua boca desproporcionalmente grande comparada aos detalhes finos do seu rosto.  E o cabelo, isto sim, era bonito. Bem negros e sedosos. E o corpo o ajudava também, ele não era muito alto, marcava lá os seus 1.73 de altura. Muito bem esculpidos para falar a verdade.  No entanto, apesar da aparência não tão fora do comum, ele continha algo que o fazia ser notado.  Eu fiquei com essa pulga na orelha desde então.
O que poderia ser? Deve ser o jeito que ele faz brincadeiras idiotas para esconder o nervosismo. Ou o jeito que ele acredita no amor, no sentimento.  Sei lá, pode soar até meio machista da minha parte, mas quando é uma mulher que acredita em um relacionamento para a vida toda soa meio brega e quando é um homem a ter suas crenças nisso, ele torna-se automaticamente um dos homens mais valiosos que irá conhecer e, por consequência, terá o seu respeito para sempre.  Pelo menos, o meu irá.
Ah, pode ser também o fato dele ser religioso.  Ele vai à igreja todos os domingos.  Sem exceção, todos eles. E ele é daqueles de fazer promessas e tudo mais.  Na época, ele tinha até um cordãozinho de um padroeiro, que me desculpem, mas falhou minha memória. Mas enfim, só quero dizer que apesar de ele ser um chato de galocha, ele tem lá seus deslumbres.

                                                                                . . .

 A convivência estava mais aceitável e até mesmo prazerosa, esse cara foi me conquistando aos poucos. Até mesmo, porque ele não queria arriscar a não se dar bem com a melhor amiga de sua namorada.
“Ei, coisa chata, pode me passar a mostarda para colocar no meu sanduíche” - Disse Pedro, com o pão do sanduba já levantado e rindo da minha careta. – Ah, o sorriso dele era metálico, ele usava aparelho odontológico. Lindo sorriso para deixar claro.

“Ei, mô, não fala com ela assim! Você que é chato” – Júlia disparava em minha defesa.  “Eu só tenho amigas legais, e ela é a melhor de todas.” – Piscou o olho para mim e caiu na gargalhada. 
“Viu, trouxão. Tenho uma advogada e você se ferrou de novo.  Você não aprende! ” – Falo, o provocando mais enquanto caiu na gargalhada. Passo a mostarda para ele, jogando os sachês em sua direção.
“Duas contra um? Não aguento, não.  Vou comer calado que eu gosto bastante do meu pescoço. ” – Pedro falou e abocanhou o sanduíche em seguida, esfregando os lábios no pão, como se tivesse namorando o sanduíche. 
“Eeeeeeeca! ” – Eu e Júlia dissemos em uníssono.  E nós três caímos na gargalhada.

E ele continuava fazendo suas ogrices e por mais nojento era vê-lo todo sujo de molhos de todos os tipos, mais alta era a nossa gargalhada. 

E mais a Júlia gastava os guardanapos para limpá-lo e mais ele se sujava, até que a Júlia desistiu de limpá-lo e ele não se aquietando, deu um beijo nela com todas aquelas camadas de molho.  Puxando-a para o seu peito, e acarinhando com aqueles seus dedos grossos a sua nuca.

Aquilo me revirou o estômago, eu comecei a achar que poderia ser ciúmes. Ciúmes por ela ser minha amiga, e naquele momento parecia completamente dele. E não podia, ela era a minha amiga. Pelo menos, foi isso que eu conclui a princípio.
Pigarreei, mas o beijo ainda se estendia.  Então, desisti.   Foi a minha vez de pegar uns três guardanapos e abri-los  e coloquei em cima do rosto dele. E ri. 
“Pronto, assim, a vergonha a leia que estou sentindo diminui.” – Falei, caindo na risada. Peguei a minha bolsa na cadeira e levantei.
“Bom, de pedidos de desculpas pela vergonha alheia, vocês vão pagar a minha conta. E eu já estou indo. ” – Pisquei o olho marotamente e me afastei enquanto os dois protestavam.
“Ei, Alice, não faz isso de novo! ” – Gritava a Júlia.
“Ela é muito cara de pau, você sabe que ela não iria pagar mesmo se eu não tivesse te agarrado. ” – O Pedro exclama rindo.  Enquanto acaricia uma das pernas da Júlia e a puxa para mais um longo beijo.

                                                                                                     . . .

Não poderia negar que eles formavam um casal lindo. Existia realmente um amor naqueles olhos. Eu passei admirar demais os dois, era fã número um. Eu que colocava os dois para conversarem quando brigavam, eu que ajudava organizar surpresas para Júlia, era meio que um psicóloga para o casal. Eu e Pedro nos tornamos amigos também. Cúmplices de um único propósito: O bem da Júlia.



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