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História Almost Lover - The Sweetest Sadness In Your Eyes.


Escrita por: whokcce

Capítulo 1 - The Sweetest Sadness In Your Eyes.


Should have known you’d bring me heartache. Almost lovers always do. 
I.s.: A Fine Franzy – Almost Lover.

Depois de se desvencilhar de uma conversa importuna com os repórteres que permaneceram no local escolhido para o último trabalho do grupo, Camila passou a observar Lauren, que carregava um cigarro entre os dedos e parecia confortável na posição escolhida depois das entediáveis horas de ensaio. A constatação da beleza veio depois do sorriso deleitoso que preencheu os lábios avermelhados. Camila adorava vê-la pensativa enquanto soltava devagar a fumaça presa nos pulmões. 

Com duas garrafas de água nas mãos, ela caminhou para se aproximar de Lauren, que se limitou a erguer suas sobrancelhas depois de perceber que a aproximação da morena rompia o espaço entre os corpos. 

— Não costumo beber água enquanto fumo, você sabe disso. – ela soou ríspida. 
— Você não deveria estar fumando na frente de todos esses repórteres. 
Lauren riu fraco – Eles não se importam, Camila, e, caso não saiba, eu também não.
— Jamais me esqueceria disso. – murmurou. 

Lauren sorriu e cruzou um dos braços o apoiando em seu corpo, enquanto o cotovelo era sustentado pelo braço dobrado, mantendo o cigarro na direção dos lábios.

— Fiquei um pouco surpresa quando me chamaram. 
— Surpresa? Você era uma integrante do grupo. – Camila rebateu.
— Às vezes sinto como se eles só quisessem um pouco de polêmica. Você sabe.
— Não sei. Me conta?

A maior se debruçou nas grades da varada enquanto Camila terminou de preencher o espaço entre elas e apoiou uma das mãos envolta do corpo de Lauren, conseguindo então sentir o cheiro doce que emanava dos cabelos acastanhados. 

— Tive uma história com uma das minhas colegas de grupo e acho que não agradou os produtores. 
— História? Me parece legal.
— É insuportavelmente chata. – ela disse com desdém. 
— Tenho certeza que não. – Camila rebateu. 
— É uma história real, de pessoas e erros reais. 

Lauren balançava a cabeça em negação, enquanto pausava suas palavras para tragar o cigarro entre uma frase e outra. 

— Por isso você está aqui sozinha? – Camila questionou depois de cheirar os cabelos desgrenhados, absorvendo o aroma adocicado que de lá exalava.
Lauren se virou em um ímpeto — Sim. Tem meses que eu não falo com essas pessoas. 
— Por que?
— Estou cansada dessas encenações, dessa repetição sobre os meus relacionamentos e projetos e de sorrir e fingir que me interesso pelo que me é dito.
— Por que veio? 
— Dois motivos.
— Quais?
— Contrato e dinheiro.
— Só?
— Você.
— São três motivos.
— Pode ser! – ela sorriu.

Camila ansiava dizer algo quando uma assiste as interrompeu, chamando Lauren para uma entrevista que, como previsto, fora recusada. 

— Era sua deixa. – analisou.
— Eles querem saber sobre o meu novo namorado.
— Por que você não quer falar sobre ele?
— Eu não posso. – sorriu — Estou entediada com o rumo dessa conversa. – Lauren disse caminhando em direção ao bar improvisado, enquanto Camila, calada, a seguia — Me dê um uísque. – disse ao garçom.
— Qual é a profissão do seu novo namorado?
— Cantor. E você, Camila? Tem alguém? – devolveu a provocação.
— Sim, eu estou comprometida. 
— Hum... – Lauren gemeu depois de engolir um pouco da bebida alcoólica — Como se chama?
— Sarah. 
— Está feliz com ela?
— Não muito. – murmurou. Lauren riu, enquanto mexia com os dedos no gelo dentro do copo, então Camila continuou — Algum problema?
— Conheço o seu tipo. – suspirou — Onde ela está? 
— Em Nova York. Fará um ensaio fotográfico essa madrugada.
— Modelo?
— Atriz.
— Sarah... – analisou — Bonito nome. Inspirador! 
— Seu novo namorado tem nome?
— Zayn. 
— Zayn Malik? 
Lauren respirou fundo mostrando uma impaciência que antes não estava presente na conversa — Há quanto tempo você está comprometida, Camila?
— Isso realmente importa?
— Sim, porque uma mulher comprometida há pelo menos um ano não deveria estar flertando comigo na frente de um monte de gente que a conhece. 

Camila sentiu o peso da resposta de Lauren, mas se manteve em silêncio, enquanto seguia a outra de volta para onde conversavam antes. 

— Eu me lembro da primeira vez que vi você. – confessou.
— O que? 
— Você estava lendo alguma coisa do Stephen King. 
— Está inventando? – Lauren riu.
— É sério! Durante o processo seletivo daquele programa de música.
— Está inventando, Camila?
— Por que acha isso?
— As pessoas sempre inventam detalhes e intercalam verdades com meias verdades. É uma narração.
— É uma lembrança. Você estava de blusa azul.
— Camila! 
— Qual é? Estava linda! 
— Você se lembra da minha roupa e não se lembra o que eu estava lendo?
— Stephen King. 
— É vago. 
— Você nem sequer se levantou quando eu me apresentei.
Lauren riu — E como você reagiu?
— Eu me curvei e beijei você.
— Como eu nunca ouvi essa história?
— Eu nunca contei.
— É ficção.
— É baseado em fatos reais.
— Seria um bom argumento se a maioria das ficções não fossem baseadas em detalhes reais. 
— Inteligente.
— Eu sou inteligente! – gabou-se. 

***

— Tem planos?
— Como assim?
— Eu entrei em desespero quando vi suas fotos em Londres, porque eu estava em Nova York e eu conseguia ver você em algumas esquinas e bares e lanchonetes e cafés e pubes e qualquer pessoa de olhos castanhos me parecia você. É estranho, não? Enxergar você mesmo na sua ausência. 
— É que você me memorizou bem. – Camila entrou na brincadeira que estavam fazendo.
— Eu enlouqueci longe de você. 

Lauren parecia examinar cada parte do corpo da menor, quando se esquivou e começou a caminhar em passos penosos para fora do salão. E mais uma vez Camila se prontificou a segui-la, mesmo sabendo que, talvez, aquele fosse um caminho sem volta. 

— Vai ficar na cidade até quando?
— Amanhã. Meu voo sairá às seis. 
— A maldição da carreira solo. – debochou. 
— Vai sair?
—Não. Vou dormir! E você deve ir até o hotel ligar pra sua namorada. 
— Ou você pode ir comigo.
— Eu acho que não deveria. – ela riu.
— Eu acho que você irá mesmo assim.
— Você dirige? Estou um pouco zonza. 

Camila riu, enquanto tomava as chaves das mãos de Lauren. Quando estavam prestes a rumar o carro, foram impedidas por Dinah, que se aproximou de súbito.

— Já estão de saída? – quis saber.
— Sim. Lauren vai me dar uma carona até o hotel. Você sabe, eu vim de táxi. 
— Hum... – Dinah resmungou — Cuidado, Camila! – ela mencionou sair, mas voltou atrás antes mesmo de dar um único passo — Camila, onde está Sarah?
— Em Nova York. Ela tem um ensaio fotográfico. 
— É uma excelente pessoa. E muito bonita! – finalizou. 

Lauren suspirou ao encarar os próprios pés, enquanto Camila se esforçava para parecer o mais natural possível, mesmo sabendo o quanto aquele diálogo proposital e forçado havia incomodado a outra.

— Por que diabos ela não cuida da própria vida? – murmurou.
— Ela falou de uma forma... – Lauren pausou — Como se soubesse de algo.
— É claro que ela sabe, Lauren, todo mundo sabe. Mas ninguém tem nada a ver com isso.
— Só não quero que ela diga coisas por aí.
— Ela quem?
— A Dinah.
— Que Dinah?
Lauren rolou os olhos — A que acabou de nos encontrar.
— Ela nos encontrou?
— Sim, e falou muito bem da sua namorada.
— Que namorada?
— Sarah.
— Eu não conheço nenhuma Sarah. 
— Então você está sozinha?
— Aqui, com você, eu estou! Quer dizer...- pausou — Eu estou sempre sozinha. 
— Eu também! – Lauren finalizou.

***

— Posso perguntar algo?
— Pode.
— Por que você veio pra cá? Achei que o seu contrato havia sido quebrado há mais de um ano atrás e que você não tinha mais obrigações com o grupo.
— Vim ver você, Lauren.
— E participar da entrevista.
— Também. Era uma conta que eu precisava acertar com quem nos acompanhou durante esses cinco anos. Você me entende.
— Entendo mais do que eu gostaria.

***

— Ah, não! Pode se levantar e fazer um strip-tease. 
— O que? Você só pode estar brincando comigo. – Lauren resmungou.
— Não estou.

A morena rolou os olhos, enquanto observava Camila se acomodar melhor na cama, mantendo as íris escuras em cima do seu corpo. Lauren movia-se lentamente enquanto se desfazia do moletom, sem deixar de mover os quadris. 

— Você engordou um pouco.
— O que? – ela quase gritou, colocando novamente o moletom quase todo retirado.
— É só uma observação.
— Eu não engordei. – resmungou.
— Acho que estou vendo uma barriga que antes não estava com você. Então, sim, você engordou. 
— Você está malvada, Camila! 
— É uma observação, Lauren, por favor!
— Você anda bastante observadora ultimamente. – Lauren engatinhou pela cama enquanto deixava alguns cheiros na pele exposta do pescoço da outra — Deveria ter observado também que eu não posso comer bem se você não estiver em Miami. 
— Você só me quer aqui por interesse, Lauren? – Camila riu fraco.
— É que eu como mal quando você não está aqui.
— Ó, céus, você é suja! 
Lauren riu antes de acariciar o rosto da menor e encará-la de perto — Sofri tanto longe de você. – observou. 
— Tanto quanto eu, branquinha.
— Você insiste nesse apelido, Camila, pelo amor de Deus! 
— Qual é o problema?
— Eu não gosto! – disse.
— Pois eu gosto e eu acho lindo que eu possa contar estrelas nas suas sardas. 

Lauren se calou. Ela encarava a outra ainda mais de perto. E Camila poderia facilmente morar dentro daquela imensidão verde. As mãos pequenas, que antes repousavam no colchão, agora formavam um caminho doce de toques suaves nos ombros nus de Camila.

— Acho que eu nunca estive tanto tempo sem beijar sua boca.
— Não foge mais de mim, Lauren. – sussurrou. 
— Eu queria conseguir fugir de verdade, mas não me sinto capaz, Camila, porque você me tornou romântica e miserável. 

Camila afundou os dedos nos cabelos desgrenhados de Lauren e deixou os lábios perigosamente próximos da outra. Suas respirações se embolavam em uma dança compassada, quando as línguas se encontraram com urgência. Aquilo não era paixão. Era mais que isso. Era saudade, anseio, raiva, medo. Era amor.

— Me fala mais dessa colega com quem você se envolveu.
— Você sabe exatamente como ela é. 
— Refresque minha memória, branquinha! – sussurrou.

Lauren a encarou por um tempo antes de empurrá-la na cama, fazendo com que espontaneamente um sorriso preenchesse os lábios carnudos. Camila a puxou para um beijo e rolou os seus corpos, logo estando sobre a outra.

Se separaram para que ela pudesse se livrar do vestido preto, enquanto os olhos de Lauren permaneciam atentos sobre os seus atos. Camila então voltou a beijá-la, dessa vez com celeridade.

Ela tentava ao mesmo tempo se livrar da blusa de Lauren sem desfazer o contato dos lábios, que dançavam um ritmo sensual e veloz. Camila ergueu o próprio corpo quando por fim conseguiu se desfazer do pedaço de pano, enquanto a outra reparava atenta nos lábios avermelhados e entreabertos. A respiração delas se descompassava em perfeito compasso e os olhos se encontraram assim que a menor arremessou para o lado a calça de moletom junto com a calcinha e se encaixou entre as pernas de Lauren, iniciando um rebolado lento no meio das suas coxas.

Lauren então a empurrou na cama e deixou seu corpo pesar sobre ela, segurando com uma das mãos na nuca de Camila, quando afastou para o lado a calcinha pequena e a penetrou, sem cerimônia, sem demoras. Ela depositou beijos suaves nos olhos, nariz e bochechas da outra, e então os lábios buscaram pela pele sensível do pescoço, deixando ali algumas lambidas. Camila gemia baixo, em um som quase inaudível. A morena segurava no braço esquerdo de Lauren que cobria o seu corpo, o acariciando, mordendo, dando pequenos beijos, enquanto ela se apoiava no colchão com o outro braço, até que Lauren se deitou de lado, atrás de Camila, desfazendo o contato dos dedos com o centro úmido da menor, para então descer a calcinha pequena e penetrá-la com mais veracidade. Camila levou uma das mãos para trás em busca dos cabelos da outra, sentindo uma espécie de eletricidade tomando o seu corpo, enquanto os pensamentos se misturavam e mostravam que ela não fazia mais noção do que estava de fato pensando. 

Lauren manteve os movimentos por mais um tempo. A mão livre brincava nos mamilos da outra, a boca em seu ouvindo, lambendo, soprando, provocando arrepios no corpo da Camila, até que os gemidos seguidos das contrações denunciaram o orgasmo que estava por vir. Lauren reduziu a força dos dedos, sorrindo com o prazer estampado na expressão da outra. Camila deixou de se movimentar por alguns segundos, até que iniciou uma risada baixa, logo inclinando o corpo para trás, enquanto a língua procurava os lábios de Lauren. Por alguns segundos o esforço da outra foi só para beijá-la, até que Camila rolou os corpos novamente e se acomodou sobre o quadril da maior. Ela encaixou suas intimidades, enquanto beijava e rebolava sobre Lauren, fazendo com que ela gemesse contra seus lábios. 

Camila gemia e mordia os próprios lábios sem desfazer o contato visual com Lauren, que mantinha o cenho franzido em uma expressão prazerosa. O gemido alto da morena veio em seguida, junto ao de Lauren, que se derramou embaixo dela.

As mãos da outra seguraram os braços de Camila, girando novamente os seus corpos na cama, enquanto os lábios trilharam um caminho molhado no corpo da menor, encontrando então sua virilha, onde Lauren passou a língua sem pudor, e começou a masturbá-la. 

Os olhos fechados, os cabelos desgrenhados colados pelo suor na testa, os lábios entreabertos e a veia do pescoço saltando era o retrato cru e verdadeiro do prazer. Lauren sabia disso. 

Com o polegar, a maior começou a estimular o clitóris de Camila, que se contorcia em suas mãos, enquanto Lauren tentava em vão não quebrar o contato visual, sussurrando para que Camila se mantivesse de olhos abertos, olhando-a. Ela sabia que não aguentaria por muito tempo, Lauren também sabia, quando passou a escutar os gritos manhosos que pareciam rasgar a garganta da outra, tamanha força que ela fazia para controlar-se. O liquido quente escorreu na mão de Lauren, que automaticamente levou os dedos nos lábios para sentir o gosto de Camila. 

Ficaram em silêncio por um tempo. Lauren sobre o corpo de Camila, enquanto seu rosto mantinha-se escondido na curva do pescoço da outra. E as mãos pequenas faziam uma trilha de carinhos nos ombros de Lauren.

— Sua pele é diferente de todas as outras. – Camila manteve sua voz rouca, enquanto passeava os dedos pela pele exposta da outra — É mais macia, mais branca.

Lauren se esticou para alcançar o criado mudo e pegar sua bolsa, tirando de lá um maço de cigarro e o isqueiro. Camila sorriu.

— Eu amo o fedor do seu cigarro. – confessou.
— Eu só fumo quando estou com você. Acho que um vício puxa o outro.
— Obrigada pela parte que me toca! – ela disse ao observar Lauren se levantar — Onde você vai? 
— Tomar banho!
— Posso ir também?
— Não!

Lauren fechou a porta do banheiro atrás de si. E Camila escutava com atenção o barulho do chuveiro, um tempo depois observando Lauren atravessar o quarto enrolada em um roupão.

— Me fala a verdade...
— Você sabe que a verdade é relativa, não sabe? – Lauren rebate.
— Não me venha com física quântica quando eu só quero fazer uma simples pergunta.
— Sou toda ouvidos.
— O Zayn...
— Continuo não tendo nada com ele, Camila. – ela diz e se aproxima — Mas você sabe que não pode exigir isso de mim, não sabe?
— Sim, eu sei! – ela então leva as mãos até os braços da Lauren e traça um caminho de carícias enquanto observa a pele alva se arrepiar — Eu morro de ciúmes. 
— Ele continua sendo um bom amigo. Você sabe como os repórteres gostam de maldar qualquer amizade entre famosos, não sabe? Com você aconteceu o mesmo! 
— Comigo?
— Sim, eles disseram que nós tivemos um relacionamento e, inclusive, vazaram uma foto mal tirada de nós.
— Claro! Um ângulo desfavorecido que indicava que estávamos nos beijando ao som de “Almost Lover” em um restaurante de Los Angeles. 
— Inventam coisa onde não tem... – Lauren se aproximou de Camila e colou os lábios no pescoço da menor — Minha colega de banda. Como eu poderia?
— Isso... – ela riu, emaranhando os dedos nos cabelos de Lauren — Acrescenta um “quase uma irmã” pra parecer ainda mais profissional. – ela sorriu — Você acha que não percebem o seu deboche?
— Deboche?
— Ninguém engole sua falsidade, Lauren.
— Os elogios continuam? – ela arqueou as sobrancelhas, boquiaberta, mas ainda sorridente.
— A terra deve ser um lugar horroroso sem você. 
— Você encontrará umas francesas e irá se divertir por aí.

Camila encarava o rosto de Lauren sem ao menos prestar atenção no que ela dizia. Era impossível não admirar o seu rosto limpo, leve, entregue, seu. Foi então que ela constatou, pela vigésima vez naquele dia, o quanto a amava. 

Lauren ainda a encarava sorridente, pensando no que havia acabado de ouvir, até que se deu conta da forma como a outra a encarava. E então se beijaram mais uma vez. Seria um beijo corriqueiro, desses que os casais costumam dar antes de dormir, antes de um sábado, mas elas não tinham a sorte da rotina, da despretensão, de um dia qualquer. O beijo que antes possuía gosto de reencontro, agora cheirava a despedida. Mas elas nada diziam, apenas rezavam silenciosamente para que o relógio parasse de funcionar. 

Vai ver era por isso que Lauren não gostava do relógio de bom gosto que Camila levava para todos os lugares. Para onde ela desviou sua atenção logo depois de interromper o contato dos lábios.

Quase três horas.

— Lauren... – sussurrou.
— Eu sei! – ela disse, mesmo sem que a outra terminasse sua frase.
— Fica cada vez mais difícil da gente ter esses momentos.
— Eu disse que não ia me esquecer de você, Camila, e eu estou cumprindo isso.
— É, mas eu me lembro o quanto foi difícil daquela vez e o quanto está sendo difícil de novo.
— Porque você quer.
— Porque eu quero? – ela repetiu.
— Não foi isso que eu quis dizer... – Lauren pausou — Eu não vou me afastar como fiz daquela vez. Eu sofri tanto quanto você e, embora eu saiba o quão difícil isso é, eu também te amo, Camila, eu te amo tanto quanto... – ela parou ao ver o sorriso da outra — O que foi?
— Você me ama.
— Eu te amo tanto quanto você me ama. 
— Não. Eu não estava pedindo que você completasse a frase, eu só... – Camila suspirou.
— Eu não quero ficar sem você. – ela acariciou o rosto da menor.
Camila suspirou, passando o olhar pelo rosto da outra — Eu amo os seus dentinhos tortos... – ela se aproximou e deixou um beijo rápido nos lábios de Lauren —... Sua pele... – acariciou a pele exposta do pescoço da outra —... As estrelas nos seus ombros... – sussurrou, enquanto passava os dedos pelas sardas de Lauren —... Suas tiradas inteligentes, sua mente linda, sua alma... Eu amo qualquer coisa sobre você, Lauren, eu ainda amo qualquer coisa sobre você.
— Não me diga essas coisas, Camila, por favor! – ela segurou o rosto da morena entre as mãos — Eu não sei lidar com isso! Eu não sei ir embora assim.

Camila escutou aquilo tendo que controlar os seus instintos, que pediam a gritos para que ela ficasse. Ela tomou o ar, abriu os lábios por anseio de verbalizar aquela vontade, mesmo sabendo que poderia machucá-las, por conseguinte colou seus lábios nos dela deixando lá um beijo rápido e cheio de vontades não ditas.

—Você precisa ir, ma cherie! – Camila murmurou. 
— Já disse o quanto eu amo que você fale francês e o quanto eu odeio seu relógio? 
A outra riu da expressão engraçada no rosto de Lauren — Quer que eu te leve em casa?
— Não precisa! Você irá se atrasar. – Lauren se levantou enquanto vestia suas roupas espalhadas pelo chão do quarto — Não esquece que eu estou com você. Fique o meu amor, pequena!

Elas estavam no meio do quarto e se encaravam de perto, quando o celular de Camila despertou, anunciando que estava na hora de começar a arrumar suas coisas para partir. Lauren suspirou.

— Até mais.
— Até mais.

Camila fez força para sorrir, quando Lauren a puxou pela nuca e colou os lábios das duas, fazendo com que em seguida ao beijo o sorriso de Camila brotasse genuinamente. 

Elas caminharam em silêncio até a porta e ao ver a outra sumir pelo corredor, Camila correu para a varanda, esperando então que o carro de Lauren saísse do estacionamento e a levasse mais uma vez para longe. 

Olhou em volta, notando mais uma vez o quarto vazio, notando mais uma vez os vestígios de Lauren, notando então que estava sozinha.

“Que é que tu vê,
Que é que tu quer,
Tu que é tão rainha?
Branquinha
Da luz própria,
Luz
Só minha.”

Lauren sorriu ao ver a mensagem de Camila fazendo referência ao apelido exclusivamente dado a ela.  Talvez não estivessem mesmo sozinhas.


Notas Finais


Thank you, Ana Paula!


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