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História Alomorfia - O Acordo


Escrita por: thaliiahelena

Capítulo 2 - O Acordo


Dois anos antes...

Inglaterra

Era uma casa bonita.

Verdade era mesmo. Com um tema estilo inicio da era romântica onde os ambientes tinham tendências a serem meio góticos e sem vida, porém não desmerecia a beleza do lugar era como um quadro de natureza morta, uma arte a ser apreciada por uns, mas não por todos.

A casa não refletia muita luz solar, eram poucos os espaços em que o sol ousava entrar pela janela. O ambiente era decorado com móveis mais chiques e de cores neutras, porém o mais curioso na decoração era o quadro “O Pesadelo” acima da lareira, o dono da casa sempre teve gostos estranhos para a arte. E ele teria reparado nessas coisas se não fosse o ódio em suas veias lhe cegando.

Arrombou a porta furioso, usando o seu braço, seu rosto estava vermelho de raiva e bufava como um animal selvagem preparado para um ataque violento.

-Onde está aquele porra? – gritou em fúria.

Os outros dois que estavam com ele estavam com as armas prontas para disparo.

Procuravam pelo homem responsável por matar o grande “Giovanni Callegari” que até então era o Manda-Chuva do grupo.

Quando seu filho, Alexander Callegari, assumiu seu lugar a primeira coisa que fez foi ordenar a morte de Spencer Thompson, e não demorou muito para encontra-lo.

Cansado de procurar pelos ratos escondidos apontou sua arma para cima e atirou chamando a atenção de quem quer que esteja ouvindo.

-Atenção maledettos, eu sei que estão me ouvindo – falou em alto e bom som usufruindo um pouco de seu sotaque italiano – Se eu não tiver o filhote de devassa aqui em dez segundos eu vou por fogo na porra toda.

Olhou para sua equipe em sinal que poderiam executar o pedido. Viu-os correrem para fora e voltarem com litros de gasolina em mãos. Começou a contagem.

1 – Caminhou devagar até a porta

2- Eles espalhavam gasolina pela escada

3- Gasolina nos móveis

4- Gasolina no piso

5- Já a três passos da porta

6- Pegou a fotografia na mesa de canto

7- Enquanto a analisava...

8-... Pegou um fosforo no bolso

9- Acendeu

E...

Foi quando um homem surgiu em seu campo de visão. As armas de sua equipe miradas no senhor que havia entrado na sala de mão para o alto em rendição, porém este não era o homem ao qual a vida veio buscar. Se tratava de Klaus Thompson, o patriarca da família Thompson e avô do merdinha que fez a burrice de matar Giovanni.

-Senhor Callegari – ouviu a voz embargada de desespero pronunciar o nome de sua família.

Desesperado o velho se ajoelhou no chão em meio à gasolina sujando toda sua roupa fina e acabando com qualquer dignidade que ainda lhe restava. Alexander sorriu pretencioso e caminhou até o senhor de idade ajoelhado parando bem em frente a ele com olhar sugestivo. O fosforo chegando ao fim em sua mão coçava para ir ao chão, porém foi apagado quando o homem lhe beijou os pés.

-Fale – ordenou

-Senhor, o menino não sabia – tentou explicar.

-Foda-se – os olhos de Callegari estavam em chamas – Escreva em sua lapide “morreu por que era idiota” eu não me importo.

-Tem que ter alguma coisa que eu possa fazer...

-Klaus – ele apertou a fotografia em sua mão – Você conheceu meu pai, durante muito tempo você foi membro de nossa família e então é com respeito a você que eu não enfio uma bala na sua cabeça – cerrou o punho livre – Sabe tão bem quanto eu que não existem acordos.

O homem virou de costas e colocou o porta-retratos de volta no lugar e pegou um maço de cigarros no bolso acendendo um. Klaus sabia que quando aquele cigarro fosse ao chão sua casa e sua família iria pelos ares. Alexander tragou com gosto.

-Existe um – falou em meio ao desespero

Alexander levantou uma sobrancelha, ele tinha de admitir que o velho tinha coragem.

-‘vita per vita’ – continuou encarando o chão.

-‘Vida por vida’ você diz – voltou a tragar – E que vida você me daria que valeria a vida de meu pai? Não me diga que é a sua – sorriu achando todo aquele teatro patético.

O homem fechou os olhos com força com medo das próximas palavras e/ou ações do chefe da máfia que estava com a sua vida e de sua família em mãos. Callegari chamou Chris, sua assistente pessoal, com olhar. Ela entendeu perfeitamente que era para que ela tomasse nota de suas próximas palavras.

Tamborilando seus dedos pelos móveis onde não havia gasolina ele chamou Klaus. O homem abriu os olhos vendo agora em sua frente a mulher de cabelo castanho escuro preso em um coque que exibia o porte de ‘mulher moderna’ com o tablete em mãos e terninhos no corpo.

-Francamente você não me vale de nada – tragou pausadamente – Mas já que insiste eu lhe darei uma saída – pontuou vendo Chris e Luca arregalarem os olhos – Em troca da vida de meu pai eu te dou duas opções: Deixar que eu mate Spencer ou...-  pegou o porta-retratos – Me dar este aqui em troca - apontou para o menino na foto.

O senhor Thompson arregalou os olhos e se levantou de imediato.

-Não, Nathan não! – gritou desesperado – Ele é só um menino, nem terminou os estudos ainda! Não sabe nada desse mundo.

-Ótimo – caminhou até ele – Você tem dois anos para ensinar

-De jeito nenhum.

Alexander fechou a expressão e pegou o velho pelo colarinho.

-É isto, ou eu mato agora seu outro neto – apertou mais forte – É pegar ou largar...

Klaus apertou os olhos se arrependendo antes de fazê-lo, mas não via escolha, ele precisava salvar sua família.

-Ok – disse choroso – Eu treino o garoto.

Callegari sorriu macabro e soltou o velho, pegou o cigarro preso em seus lábios e o apagou no pulso do mais velho vendo ele fazer uma careta de dor.

-Retornarei daqui a dois anos.

Caminhou para saída sendo seguido pelos outros dois, parou na soleira da porta sem se designar a olhar para trás.

-Eu acho bom não brincar comigo Klaus, ou vai se arrepender.

Dito essas palavras ele e sua equipe saíram da casa com apenas Chris a olhar para trás.

Klaus se afundou na poltrona desacreditando no que havia feito, observou a marca em seu pulso como se tivesse sido marcado pela besta.

Do lado de fora Chris se botou a frente de seu chefe com uma expressão confusa.

-Por que envolver o guri nisso?

Ela sabia quem era Nathan, claro que sabia! Investigar pessoas era o trabalho dela. Sabia apenas o básico sobre o garoto, pois ele não tinha qualquer ligação com coisas ilegais ou erradas.

-Eu tenho meus planos – deu de ombros

-E eu posso saber quais? – Chris arqueou a sobrancelha – Desculpe Alex, mas não posso ficar calada quando você quer envolver uma criança em algo que ela não tem nada haver.

-Poupe-nos sapata – Luca interrompeu – Ele não é mais criança, deve ter o que? Uns quatorze, quinze anos. Já não acredita mais em coelhinho da páscoa.

 Chris revirou os olhos para aquele comentário ridículo. Não estava surpresa com a linha de raciocínio de Luca, afinal o ruivo era só músculo, não havia uma ideia logica que saísse daquele pequeno cérebro, a única coisa que esse cara fazia bem era matar pessoas.

Mesmo que Luca fosse bonito com o corpo forte, ruivo de olhos claros e o rosto másculo não era lá o sonho de toda mulher, ainda mais pela base de seus conceitos machistas. Totalmente o contrario de Alexander que além de exalar beleza e porte com seu cabelo castanho claro puxado para o loiro, quase em tom de mel, seus olhos esverdeados e seu terno de alta costura, ainda é inteligente e um puta estrategista e sabe o valor de uma mulher. Talvez por isso ela tenha ficado chocada com as atitudes do chefe. O Alex que ela conhece não iria envolver uma criança inocente em algo como a máfia, porque ele sabe o que são limites e tem total controle do bem e do mal dentro de si.

-Realmente Luca – Chris respondeu com cara de poucos amigos – Ele deve ser mais adulto que você com certeza.

-Vá se foder!

Alexander abriu a porta do carro revirando os olhos para aquela ceninha.

-Chega!– ordenou – Entrem agora mesmo no carro.

Calados os dois entraram no carro, Chris no banco da frente e Luca no do meio dos de trás. O silêncio se prosseguiu por uns dez minutos quando Alexander voltou a falar.

-Eu quero Nathan para assumir caso eu venha a falecer – jogou no ar.

-Você tá maluco?! – os dois gritaram ao mesmo tempo

Alexander arqueou uma sobrancelha estranhando o comportamento dos dois para consigo.

-Desculpe – Chris foi a primeira a falar – Mas isso é loucura! Ele é só uma criança.

Callegari revirou os olhos para aquelas palavras. Francamente, será que estava cercado de idiotas?

-Serio Chris, você já foi mais inteligente.

Ela não pode argumentar já que foi interrompida pela gargalhada de Luca que só parou quando recebeu um olhar severo de Alexander.

-Você sabe muito bem o que eu quis dizer – Chris falou para ele.

-Pense comigo – olhou com carinho para ela – Se eu morrer quem fica no meu lugar?

Ambos os presentes pararam para pensar nesta pergunta e chegaram na conclusão de si mesmos, mas antes que dissessem Alexander voltou a falar:

-Sabem tão bem quanto eu que nenhum dos dois está apto para o cargo – olhou para Chris – Você é boazinha, não sabe fazer aquele tipo de negociações – olhou para Luca, e você é sádico não sabe resolver qualquer questão de outro tipo – suspirou – Os dois juntos até poderia dar certo, mas se passam muito tempo juntos já querem se matar.

Luca ia argumentar, mas pensou melhor e deu de ombros.

-Tudo bem, mas o menino também não tem isso – Luca falou.

-Eu sei no olhar de alguém quando a pessoa tem o equilíbrio – deu de ombros – O garoto tem, só não foi testado ainda.

-E você espera que Klaus entregue o menino na boa? – Luca riu – Você não é otário, né?

-OU ele me entrega o menino treinado, ou vai ter que treinar o menino para fugir de mim – Alexander riu – O garoto não tem escapatória, vai ter que entrar nessa vida de um jeito ou de outro.

-Tá, mas o que acontece se você morrer antes do guri estar preparado? – Chris perguntou

-Acontece o que eu não queria você dois assumem meu posto – parou no sinal – Como líder eu devo honrar o posto de meu pai e estar preparado para qualquer situação, se a nossa ‘família’ acabar será um mar de conflitos no mundo todo. Por isso, se eu morrer você e você  assumirá e treinará o garoto para ocupar o lugar de vocês.

-Epa! Eu não sou babá não – Luca rebateu.

Alexander fechou o rosto e avançou no sinal fazendo de repente uma curva fechada. Chris se segurou no cinto e Luca bateu com a cabeça no banco dela.

-Tá maluco porra?! – Chris gritou

Alexander freou bruscamente em frente a uma lanchonete.

-É melhor não me desobedecer, tenho maneiras de fazer pagar pelo desacato mesmo morto – gritou com os dois – Me ouviram?

-Sim senhor – baixaram a cabeça.

-Ótimo, eu vou comer a porra de um hambúrguer – saiu e bateu com força a porta do carro – Não me sigam!

-Ei – Luca chamou Chris.

A garota olhou para ele e fez uma expressão de desgosto para o ferimento em sua testa, balançou a cabeça negativamente e tirou álcool e gaze da bolsa. Esterilizou e entregou para Luca.

-O que sabe sobre o tal Nathan – perguntou limpando o ferimento.

-Sobre ele em si não muito – ela pegou o tablet e abriu em uma pasta – Tenho uma ficha sem muito dele, só o tipo físico e genético, nada psicológico.

-Manda

-Ficha:

[Imagem]

Nome: Nathan Thompson

Idade: 14 anos

Altura: 1,55cm

Peso: 59 kg

Cabelo: Castanho escuro

Olhos: Castanhos escuros

Estado civil: Solteiro

Mora: Com os pais

Notas genéticas: Vem de família padrão social alto e ligado a máfia inglesa indiretamente

-Parece um mimadinho filhinho de papai – Luca fez uma expressão desgostosa.

-Espero que no final desse circo tudo acabe bem – Chris disse dando um longo suspiro.


Notas Finais


Espero que tenham curtido, desculpem os erros, beijos e até


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