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História Alpha Succesor - O começo


Escrita por: Annaliju

Notas do Autor


Voltei.
gente para ser sincera nem era minha intenção postar hoje ou agora, mas aconteceu um acidente e eu acabei perdendo algumas histórias que estava escrevendo, meu celular pifou :((((
enfim estou aqui precisando de consolo.

Capítulo 1 - O começo


Sakura Haruno

Abri os olhos, sentindo o corpo pesado. Demorei alguns segundos até que meu olhar focasse, virei a cabeça para encarar o relógio em cima da escrivaninha, suspirei. Era hoje. Me limitei a calçar as pantufas de coelho, fazer minha higiene matinal e descer as escadas. A tempo de ver a mesma cena que presenciava toda manhã desde o acidente; Kizashi Haruno na sua maior e mais difícil luta, fazer panquecas e ovos mexidos. Vários resmungões saiam de sua boca, os cabelos mesclavam entre o grisalho e o ruivo, os olhos verdes e a barba áspera escondiam a vivacidade que exalava.

— Bom dia. — Murmurei, indo em direção a bancada. Como toda manhã, o mesmo abriu um sorriso.

— Bom dia, querida.

Abri os armários, pegando a tigela e o cereal e em seguida fui atrás do leite na geladeira. Sentei-me em um dos bancos, percebendo que mais uma vez Kizashi comeria a panqueca queimada. Mais uma vez durante seis anos.

Quando minha mãe nos deixou, jamais imaginei que meu pai fosse se esforçar tanto para suprir a perda. Entretanto, ele fez. O papel de pai e de mãe, por muito tempo me questionei como conseguiu? E hoje vejo claramente a resposta; o bom humor e as péssimas piadas esconderam seu sofrimento e luto por anos.

— Já está tudo pronto? — Perguntou-me assim que se sentou, afirmei com a cabeça e ele me encarava de canto de olho, culpado. — Sinto muito por isso, Sakura...

— Está tudo bem, pai. Eu sei mais que ninguém que o senhor precisa disso.

Todo Natal, íamos visitar a vovó e a tia Tsunade, em uma pequena cidade chamada Konoha. E quando digo pequena, é realmente pequena; seus cinco mil habitantes e a típica floresta canadense a cercavam do resto do mundo, quase um universo paralelo. Eu gostava de lá, os invernos rígidos geravam uma neve grossa, o ar era límpido e seco, mas ainda sim acariciavam a face. Mesmo fria, acolhedora.

Mas em nenhuma hipótese imaginei algum dia morar lá, muito menos mudar no meio do ensino médio. Entretanto, meu pai não estava de acordo. Na verdade ele estava se esvaindo dentro dessa casa e nem mesmo eu fui capaz de perceber, até porque; tudo nesta casa remetia a ela. Não acho que foram esses os únicos fatores que o fizeram comprar uma casa na remota cidadezinha, eu estava envelhecendo. Em breve poderia cometer as loucuras e insanidades adolescentes, deixá-lo sozinho em Toronto e as mais coisas que meu pai tanto falava, sendo este sua única faceta que eu odiava; superproteção. Eu entendo. Um homem de trinta e poucos anos com uma garotinha para criar não deveria ser um trabalho fácil, e não foi.

Era por esse motivo que não o julguei quando veio conversar comigo, era por isso que empacotei junto com os móveis os sentimentos que estavam sendo massacrados dentro de mim, que limpei cada canto da casa memorizando todo o tipo feição e carinho que recebi aqui. Não excitei em arrumar minhas malas e o ajudar com as suas, muito menos equilibrar toda aquela bugiganga dentro do carro e me acomodei em meio a elas.

No fundo eu entendia o porquê de tudo. Não sentiríamos mais o cheiro familiar que a muito tempo já estávamos acostumados, não olharíamos as paredes embreadas nas lembranças. Sair dessa casa era sair da mamãe, era como colocar um ponto final. O que me assustava é que isso significava o mesmo para nós dois.

Rumei em direção ao meu quarto novamente, conferindo pela milésima vez se não estava esquecendo nada. Peguei minha mochila e o caderno.

— Está tudo bem? — Perguntou Kizashi estendendo a mão em direção ao meu ombro, me virei em sua direção.

— Sim. — Respondi. — Só estava dando uma última olhada, vendo se está tudo certo. — Ele amassou os lábios e confirmou com a cabeça, deixando transparecer a tristeza pela primeira vez desde que tudo isso se iniciou.

— Irei esperar lá fora, enquanto você se despede. — Estendeu a mão me dando a chave e moveu-se em direção a porta, parando no meio do caminho, provavelmente pensativo sobre o que falar. — Sei que é doloroso, sinto muito por isso.

— Já estou indo. — Murmurei enquanto ele passou pela porta acenando com a cabeça. Minha relação com meu pai era simples, não precisávamos de muito para nos entender. Ele era o cara das piadas e culinária péssima e eu a filha tranquila que na maioria das vezes supria a parte da culinária e tentava ao máximo ajudá-lo.

As vezes penso que isso também é alguma forma de distribuir o peso de criar uma adolescente sozinho, já que em breve também estaria sobre os olhares de minha tia e minha avó. Talvez até mesmo encontrar mais conforto e não sentir como se apenas fosse eu e ele contra o mundo. Me recriminei internamente. Mesmo que eu tenha aceito a situação, ainda busco algum tipo de justificativa qual ele não foi capaz de me falar. Esse era um dos pontos no nosso relacionamento, não falávamos dos possíveis problemas. Meu pai escondido por trás de seu bom humor e eu atrás dessa parede de calmaria.

Neguei a cabeça me recusando a analisar tudo pela milésima vez. Olhei mais uma vez meu antigo quarto e o corredor, revirei os olhos quanto encontrei a porta do quarto dele aberta. Como até no dia da mudança ele era tão desligado? Me apressei a fechá-la e enfim acabar com essa melancolia, as vezes é melhor puxar o band-aid de uma vez. Teria dor, mas não ficaria dolorido.

Dei as costas para casa, olhando para o homem dentro do carro que encarava o volante como se o mesmo pudesse lhe dar uma resposta. Mesmo triste, parecia aliviado. Naquele momento desejei que tudo desse certo, que meu pai pudesse encontrar a paz que tanto almejava, que seus dias fossem mais felizes a partir de hoje.

Assim que entrei no carro, fiz questão de colocar uma mão no seu ombro e abrir o sorriso mais acolhedor que eu conseguia. — Vai dar tudo certo, pai.

Eu só não imaginei que em seu lugar de paz, eu mudaria a minha vida para sempre.

Te encontrar foi minha missão, agora meu destino permanece com você, autor desconhecido.

 


Notas Finais


Espero que notem o quanto a história está mais madura, incluindo os personagens.
Sakura não é mais tão bobinha e inocente quanto antes.
eu também resolvi reescreve-la em primeira pessoa, para deixar maior o ar de mistério. ou seja, nenhum de nós agora vai saber exatamente o que se passa na cabeça de outros personagens.
enfim, muita coisa mudou, mas existem muitas cenas que ainda estão presentes. eu espero de coração que tenham gostado.
e sim, a "história de alguns personagens são as mesmas, só que em tempos diferentes, o que significa que nenhum casal está desenvolvido ainda.
espero que gostem, semana que vem tem mais.
para quem veio aqui por respostas da one a garota da biblioteca, sim já estou escrevendo o cap extra.
bjsss


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