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História Alpha Succesor - Sintomas


Escrita por: Annaliju

Notas do Autor


atrasada e sem revisão sim, mas deixar de postar nunca.
boa leitura amores

Capítulo 6 - Sintomas


Sakura Haruno

Abri os olhos, sentindo as pálpebras pesadas. O corpo letárgico, quente, pesado, maciço. O ar parecia gélido, e de fato estava. Meu corpo tremia dos pés a cabeça, calafrios se alojaram na minha nuca e eu me sentia incapaz de me mover.

Espremi a terra entre meus dedos, podia sentir as folhas grudadas, estava úmida. Tudo parecia fechado, chuvoso. Então com dificuldade, olhei entre as copas das árvores, os poucos vãos que a luz ultrapassava naquela mata densa. E eu pude ver as nuvens cinzas e com um esforço ocular surpreendente, a garoa fina.

O ar entrava e saia pela minha boca, a única coisa que fazia barulho era a minha própria respiração.

Então eu o vi. O lobo. Os pelos negros, um preto tão escuro e denso que causava estranheza. Havia brilho, pareciam macios e o meu eu queria tocar, acariciar. Os olhos carmesim, como sangue imaculado, brilhavam em meio a heresia do preto e verde. Era imenso, devia ter mais que 1,60. E era forte, seus membros eram grossos, sua pata parecia maior que a minha face.

Mas nada parecia me assustar. Ao encarar aquela cena o instinto deveria me mandar correr, talvez não tivesse no meu juízo perfeito. Porque quando ele se aproximou, silenciosamente, mesmo que seja pesado, ele fez questão de se aproximar como se não quisesse me assustar. Assim como provavelmente fazia para poder caçar suas presas.

Suas orelhas antes eretas, baixaram. Abaixou a cabeça em uma demonstração de rendimento, de entendimento. Ele queria ser afagado, como um cachorro quando faz besteira pede carinho a dona. Ouvi um som que se parecia com um resmungo, no exato momento que a palavra cachorro foi divulgada na minha mente. E eu senti vontade de sorrir, ele não gostava de ser chamado de cachorro.

Estiquei meus braços trêmulos de frio, meus dedos entraram em contato com o pelo macio e sedoso, era como tocar um pompom. Ouvi um resmungo novamente. Nada de pompons então? Ele soltou o ar pelo nariz, bufando. Fofo. Me sentia perdendo o controle, algo que facilmente poderia me matar, seria adorável?

Ele apoiou a cabeça e fuço em minhas pernas, e no exato momento eu me senti mais energética. Mais acolhida. Aquecida. Deixei que meus dedos fizessem carinho em sua cabeça, naquele momento eu não entendia ainda, mas queria ele para mim. Seus olhos vermelhos se fecharam, em paz, como os meus. Parecíamos finalmente conectados. Em paz.

Acordei sobressaltada, e completamente diferente da paz que sentirá poucos segundos antes enquanto dormia. Meu corpo se encontrava realmente pesado, sentia o lençol molhado de suor. Estava queimando em febre, o suor que escorria pelo meu corpo provava que minha temperatura corporal não estava estatística. Ora febril, ora normal.

Me movi para levantar com dificuldade, todo ele estava dolorido, pelos exercícios e a febre piorava a situação. Provavelmente a mistura de sereno, emoções fortes e seja lá mais o que era o motivo de todo aquele escândalo. Notei que os cortes e arranhões estavam bem menos avermelhados, minha cicatrização sempre fora algo para se orgulhar. Os médicos sempre se perguntaram como não morri junto a minha mãe no acidente.

Ergui os olhos, vendo que se passavam das três da manhã. A essa hora meu pai ainda estava no plantão, desci escada a baixo. Precisava comer, meu estômago parecia estar colado nas costas. Peguei iogurte, frutas e o cereal no armário e me pus a comer em silêncio. Sozinha. Me senti um pouco melhor conforme enchia meu estômago, a febre não era alta, entretanto ainda incômoda.

Conseguia escutar as rajadas de vento lá de fora, a noite sempre era fria. Limpei tudo que havia sujado, sentindo a solidão me abraçar por todos os lados. Em geral, eu estava acostumada a ficar só, a apreciar os momentos como esse, a desenhar e o único barulho a ecoar era a voz dos meus pensamentos. Mas agora, sozinha e me sentindo mal, eu gostaria de ter alguém, mais alguém. Voltei para cama, esperando melhorar e ao deitar, foi suficiente para que o cansaço me levasse de volta, só que dessa vez sem sonhos.

Quando acordei novamente já passava das nove horas, rumei em direção ao banheiro para cuidar do ferimento bem acima da minha sobrancelha, ele era o único que me preocupava realmente. Principalmente porque eu teria que esconder isso aqui de qualquer jeito. Maquiagem não era meu forte, jamais saberia esconder isso com a mesma e também não acho que a química que estes produtos contém não faria bem ao ferimento.

Teria que cortar o cabelo. Uma franja ao menos. O lado bom é que a minha testa era uma boa testa, uma franja acima das minhas sobrancelhas não ficaria mal. Só ficaria, se fosse eu a pessoa que cortasse, meu talento com esse tipo de coisa era nulo. Meu cabelo já estava chegando no ombro, gostava dele mais curto que isso. O único problema é que eu não estava disposta e nem poderia ir em qualquer cabeleireiro. Na cidade grande já eram dignos de centros de fofoca, imagina em uma cidade pequena como essa. Provavelmente meu machucado iria virar a notícia, até o momento que chegasse aos ouvidos do meu pai.

Só havia uma escolha. Peguei o telefone celular, ligando para a criatura mais feminina e ligada nessas coisas que eu conheço.

— Alô? — Murmurou, provavelmente ainda sonolenta.

— Ino, preciso da sua ajuda. — Falei incerta e ela bocejou.

— Sakura?

— É, bota esse cérebro para funcionar.

— São dez da manhã de um domingo, Sakura, o único cérebro que funciona essa hora é o seu. — Resmungou mal humorada e eu revirei os olhos.

— Quero que corte meu cabelo. — Falei de uma vez e a linha ficou em silêncio, foram uns quatro minutos até que um gritinho me deixasse surda. — Ino! — A repreendi.

— Não acredito! Por que você decidiu isso? — Parecia que eu havia dado a notícia do ano.

— Vou te contar tudo assim que chegar aqui.

— Ok. — Disse e em seguida respirou profundamente, fiquei em silêncio. — Mas tem uma condição.

— Condição? Eu corro o risco de ficar careca e você ainda quer me cobrar? — Ela riu.

— Claro? — Lançou de volta.

— Que condição, Ino Yamanaka?

— Você me deve um sorvete.

— Ah, é isso? Por mim tudo bem. — Franzi as sobrancelhas, aquele mistério todo para sorvete?

— Que ótimo, porque temos um encontro.

— Como? — Até imaginava a loira se encolhendo, principalmente porque eu gritei.

— Eu, você, Sasori e Sai...

— Ino! — Repreendi em choque.

— Eu sei, eu sei. Desculpa, tá? Mas quando o Sai finalmente me chamou para sair... Eu não tive como recusar, não sabia como te contar.

— Nem imagino o porquê. — Falei irônica.

— Sei que não tá interessada, mas... Poxa, por mim.

— Como? Onde? Que horas? — Perguntei em desespero.

— Sábado, no cinema.

— Cinema? Meu Deus. Achei que íamos na sorveteria.

— Você escolhe o filme! — Entrou em desespero. — A sorveteria é do lado.

— Posso muito bem ir depois que o filme acabar e te pagar o sorvete!

— Você é terrível. Vamos Sakura, por favor vai! O Sasori é um gatinho, o que custa?

— Eu não estou interessada nele, não o conheço não faz nem uma semana.

— Vamos, por favor.

— Você tem três minutos para estar aqui e cortar meu cabelo. — Falei ranzinza e escutei seu grito de felicidade.

Um gosto estranho na minha boca dizia que aquela não seria a última vez que a loirinha me colocaria em uma situação como aquela. Foram quinze minutos até Ino bater na minha porta, de pijama e com uma maleta. Talvez ela tivesse levando aquilo a sério demais. Seus cabelos enormes estavam soltos, uma calça de moletom e uma camiseta compunham seu visual. Arquei a sobrancelha.

— Isso é um tanto incomum. — Ela deu de ombros passando por mim. Fechei a porta e segui em seu encalço em direção as escadas e depois o quarto.

— Não tinha tempo de me arrumar muito, só tomei café e escovei os dentes.

— Nada de banho, porquinha? — Ela virou para me dar a língua. Já estávamos no quarto, quando ela sentou na minha cama, abrindo a bolsa e começando a tirar as coisas. Me joguei do outro lado, deitada. Ela me olhou de cima baixo, parando no exato ponto em que estava o ex-rombo na minha testa. Digo ex, pois costurei, mas não deixava de estar inchando e vermelho.

— Só aos sábados, testuda. — Retrucou e eu fiz uma careta. — Como ganhou esse machucado? — Arqueou a sobrancelha loira perfeita.

— Cai quando caminhei. — Respondi simples.

— E? Meus instintos me dizem que você está escondendo algo. — Mas claro que não o suficiente. Respirei profundamente e ponderei, encarando os olhos azuis sinceros.

— Perdi a hora dentro da floresta, não vi uma raiz porque já tava escuro e cai, bati a testa na raiz da árvore.

— Meu Deus! Já parou para pensar que poderia ter ficado inconsciente?

— Sasuke Uchiha me ajudou.

— Como? — Parecia que eu tinha falado outra língua.

— É, ele disse que estava na cachoeira com os amigos. — Desviei o olhar constrangida antes de acrescentar: — E mandei ele se foder, no fim.

— Você o que? — Ino me encarava pasma, sua boca foi ao chão e seus olhos piscavam descontrolados. — Sakura, meu deus, meu deus... — Ela pulou da cama e começou a pular pelo meu quarto como uma doida.

— Ino, você tá maluca? Para com isso!

— Você insultou Sasuke Uchiha depois dele ter te ajudado? — Perguntou descrente.

— Algo como isso. — Murmurei sem graça, de novo.

— Ele te odeia. Mas por que você xingou ele? Sakura, ele te ajudou!

— Ele é grosso e arrogante demais, tava cansada, perdi a paciência. — Vingança. Essa era a verdade, eu retribui a grosseria que ele fez comigo, mas eu não iria contar a Ino a primeira vergonha. Ela ia responder, mas eu a cortei. — Pode por favor focar no importante, quero poder esconder isso aqui. Ah, e não conta isso para ninguém, não quero ser mais odiada por ele ainda.

— Ok. Ele deve estar com o ego pisado... Já imaginou se ele está interessado em você? Ele não é uma pessoa ruim, mas poderia muito bem ter falado segue reto e continuado na cachoeira. — A olhei de forma torta e ela ergueu as mãos em um pedido de rendição. — Já sabe como quer o corte de cabelo?

— Quero uma franja acima da sobrancelha, principalmente para cobrir isso aqui. Mais curto atrás e maior na frente, mais ou menos da altura do queixo até a metade do pescoço. Mas não quero um bico não, bem sútil.

— Me explica de novo porque não fomos ao cabeleireiro? — Resmungou a loira.

— Primeiro, porque você quer me obrigar a ir em um encontro. Segundo, essa cidade é cheia de fofoqueiro, e salão de beleza é sinônimo disso. E meu pai ou minha avó não precisam saber desse episódio. — Ela bufou, mandou eu molhar o cabelo e depois me sentar na cama de costas para ela. Disse que começaria pelo corte, em geral e depois faria a franja.

Enquanto cortava, a loira me contava sobre sua relação com Sai e de onde saiu esse pseudo encontro, já que eu iria fingir que nem era comigo. Ino me disse que gostava dele, mas não estava apaixonada, mas gostaria de ficar com ele. Que isso na verdade já até fazia um tempo, ela o achava atraente, com toda aquela roupa preta e o senso de humor estranho. Perguntei a ela porque não chamou Hinata e Kiba, já que visivelmente, pelo menos um deles tinha interesse no outro. Diferente de mim e de Sasori, que não tinha nada a ver, mas ela respondeu que eu estava me fazendo de cega.

Agradeci aos céus quando ela finalmente me mandou virar de frente e começou a cortar minha franja. Foram diversos palavrões que escapavam da boca da loira, já que segundo ela; um centímetros errado e eu ficaria com todos os cabelos para cima.

— Trouxe uma coisa para você. — Comentou, naquele momento ela já tinha cortado a franja e estava dando uns últimos retoques no resto. Eu sentia a cabeça muito mais leve, e estava louca para me olhar no espelho, cabelo é uma coisa que mexe muito com a autoestima.

— O que?

— É um shampoo e condicionador que eu uso, matizador, mas sei que você nem vai entender o que é isso. Mas enfim, acho que se você usar, vai deixar seu cabelo mais claro, mais rosa pastel.

— Não faço ideia do que é isso, mas gostei. Obrigada. — Sorri.

— Não se mexe, se ficar torto a culpa é sua.

— Porquinha cavala. — Resmunguei e ela sorriu.

— Agora, depois do corte, lava o cabelo com eles. Da para ver o efeito na hora. — Comentou animada. — Se antes você já chamava atenção, imagina agora...

— Essa é a única parte chata. — Reclamei.

— Terminei. Não se mova. — Falou pegando os produtos que falou. — Depois volte aqui que eu vou secar seu cabelo, vai ficar mais volumoso. Esse corte ficou perfeito em você,  combinou demais, ainda mais agora que descobri que você não só exala a energia rebelde geniosa, como é uma também.  — Exclamou sorridente e animada e eu neguei com a cabeça.

Lavei os cabelos com os produtos que Ino me deu, fiquei com medo ja que os mesmos eram de cor azul/roxa mas fiz. Em seguida cuidei do ferimento da cabeça, parecia estar bem melhor. Notei enquanto me olhava no espelho do banheiro, mesmo estando molhado, eles realmente estavam mais claros, mais rosa pastel. Algo em mim se animou, sentia minha cabeça mais leve, o pescoço mais livre, me sentia mais bonita e nem tinha visto o resultado ainda. Coloquei uma camisa grande velha e um short jeans qualquer.

Quando sai Ino estava com meu caderninho na mão, os dedos finos tocavam uma página específica e em seguida os olhos foram para a parede branca, reconhecendo os traços finos do lápis. Na minha cama estava o secador, um creme que eu não conhecia e milhões de vidrinhos com cores que eu achava que era esmalte. Seus olhos se voltaram em minha direção, surpresos, entusiasmados, brilhantes.

— Você desenha. — Primeiro achei que era uma pergunta, depois vi que era uma afirmação. — Meu Deus, isso é incrível Sakura. É lindo. Planeja desenhar isso na parede?

— Sim, esperava ter o rascunho todo pronto nesse fim de semana, mas... Ocorreram imprevistos. — Ela sorriu e colocou o caderno do lado da cama, onde estava.

— Você tem um dom, planeja trabalhar com isso? — Neguei com a cabeça. Ela ligou o secador na tomada e pegou uma escova que eu só tinha visto em salão, aquelas redondas. Ficou de joelhos sobre a cama e indicou para que eu sentasse em sua frente, me disse que estava passando um protetor térmico, o que eu chutei ser algo para proteger de alguma coisa, e iria secar.

— Quero fazer medicina. E você?

— Não sei, talvez psicologia, ou moda, ou estética, ou marketing, ou educação física...

— Entendo. — Eu ri enquanto ela passava o creme no meu cabelo.

— O que te fez escolher medicina? Não sei o que escolher.

— Eu notei. — Nós rimos juntas. E eu lambi os lábios antes de falar. — Além de toda a minha família ser médica, quero realizar o sonho da minha mãe, de ter sua própria clínica e nunca deixar acontecer com ninguém o que aconteceu com ela.

— Oh... Eu sinto muito pelo que aconteceu.

— Obrigada. — Murmurei, e logo o barulho do secador encheu o cômodo. Foram quinze minutos para a loira acabar, e no fim eu pude ver o resultado no espelho. Tinha ficado lindo, muito mais do que eu imaginava. Abracei Ino, no impulso, que ficou alguns minutos em choque mas sorriu em seguida. Ela disse que a próxima parte era escolher uma cor de esmalte, teríamos um dia de princesa, de meninas.

— Sabe no que eu estava pensando? — Comentou a loira.

— Não, ainda bem, deve ser uma sujeira essa sua mente de porquinha. — Retruquei e ela arrancou um bife. — Aí! Ino! Meu Deus, doeu mais do que cair de cara na raiz da árvore.

— A gente podia chamar a Tenten e a Hinata. — Disse se animando. — Iria ser mais divertido.

— Claro, só vou avisar meu pai. — Respondi e sorri. Eu nunca tinha tido um dia de meninas, algo em mim se encheu, quente e forte. Sabia que meu pai não iria questionar ou dizer não, mesmo que eu nunca tivesse feito uma pergunta como aquela.

Ino mandou mensagem para as duas, que não estavam fazendo nada, como a loira tinha desconfiado, afinal, era domingo. A primeira que chegou foi Tenten, ela elogiou meu cabelo e pude testar que o objetivo de tampar o machucado foi concluído com sucesso. A morena de cabelos chocolate ainda brincou dizendo que eu era doida, já que a porquinha arrancava muitos bifes e que amanhã eu não teria dedos. Hinata chegou meia hora depois, de nós três era a mais calada e observadora, me deu um frio na barriga quando ela me encarou por tempo demais, achei que era por causa do machucado, mas no fim só disse que estava linda.

Nós conversamos sobre tudo um pouco, enquanto cada uma fazia algo na outra. Ino anunciou que estava faltando um skin care e me perguntou se eu tinha chá e óleo em casa. Meia hora depois volta a loira com uma pasta de chá de camomila com não sei o que. Fui a única que não passei, mas disse que iria usar em algum momento caso a cara de ninguém derretesse.

Após tirar a gosma, apelido carinhoso, do rosto e com as unhas pintadas. Eu havia escolhido preto, Ino e Hinata branco, Tenten no fim disse que iria ser meu par e escolheu preto fosco. Já eram quatro horas quando decidimos pedir alguma coisa para comer e assistir um filme, o que foi digno de guerra. Enquanto Tenten queria ação, Ino queria uma comédia romântica, Hinata queria um drama e eu terror, no fim acabamos as quatro no sofá com hambúrgueres e batata frita na mão assistindo friends.

Meu pai chegou pouco tempo depois, esgotado.

— Olha só, quantas moças bonitas no meu sofá. — Brincou ele e elas riram. Ele sorriu, perguntando sobre cada uma. Seu olhar parou em mim e e finalmente reparou no meu cabelo. — Está linda, querida. A cara do papai. — Riu, resmungou em seguida que estava cansado e no fim subiu, se retirando.

— Seu pai é bonito. — Disse Tenten em choque.

— Meu Deus, não. — Reclamei tampando os ouvidos.

— Sabe quem tem o pai bonito? Tipo muito bonito digno de uma estrela de cinema? — Disse a loira, fazendo suspense enquanto cada uma de nós a encarava curiosa. — Naruto Uzumaki. — Hinata corou violentamente e enfiou a cabeça no travesseiro, nós rimos até escutar:

— Ah, mas aquele ali todo mundo sabe. Toda vez que eu vou vê-lo e ele me manda abrir a boca quase falo que já está aberta a muito tempo, babando por ele. — Diz Tenten.

— Você o visita?

— Ele é o dentista da cidade.

— Nem precisa ficar esguichando água na minha boca de tanto que eu babo no consultório. — Retomou ela.

— Sabe quem também dá um caldo?

— Dar caldo? — Tentei repetiu confusa nós fazendo rir.

— Não fala. Como eu vou encarar essas pessoas depois? — Hinata ameaçou tampar os ouvidos.

— Kakashi Hatake.

— O professor de literatura?

— Ele mesmo, nem sei o que ele fala na aula, mas sei de cor a quantidade de veias que tem naquele braço. Imagina o...

— Ino! Misericórdia! — Hinata berrou empurrando a loira, foi impossível segurar a gargalhada assim que Ino caiu no chão, como um saco de batatas. Tenten se juntou a mim, a própria causadora começou a rir, principalmente quando a porquinha nem se moveu.

Após aquilo, conversamos sobre mais banalidades e pouco tempo depois elas foram embora, afinal amanhã teria aula. Passei a mão pelo meu cabelo novo, feliz com tudo que tinha acontecido hoje, arrumei as coisas que estavam bagunçadas pela casa e subi. Deviam ser oito horas quando li a mensagem das meninas falando que estavam em casa e que tinhamos que repetir esse dia em breve. Foi tão caloroso tudo isso, que o sentimento de paz se apoderou por todo meu peito, de felicidade, de completude.

Momentos de acolhimento são como drogas para pessoas solitárias. Isso estava claro para mim, guardaria aquele dia a sete chaves, em um lugar de carinho. Olhei minhas unhas grandes lixadas em estilo bailarina, era tão raro para mim isso, essa vaidade de me cuidar. Não que antes não tivesse tempo, mas nunca me falaram que era importante momentos como esse. Eu gostava de cortar o cabelo e tudo, mas nunca fora assim, normalmente era de meses em meses. Fazer a unha acho que foi a segunda vez que fiz na vida toda. Acho que isso é uma consequência de não ter uma figura feminina tão ativa ou era eu mesma que não me importava.

E não sei o que mudou para que eu me importasse agora, muito menos verbalizar, porque quando falámos, aquilo tente a se tornar real. Enfim me deitei, deixando que meu corpo relaxasse e se entregasse ao relaxamento profundo, dessa vez esperava ter uma boa noite de sono. Eu precisava.


Notas Finais


e aí gente?
o que estão achando?
esse cap levinho e maravilhoso
já vou responder os comentários do cap anterior
adoro vcs amores me dei até sdd
aiai
próx cap a vanguarda estará na escola. aguardem.


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